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CCE-0176 Estrutura de Concreto Profa. M.Sc. Maria Letícia C. L. Beinichis Curso – Arquitetura e Urbanismo Unidade 1 – Estruturas de Concreto Armado 1. Materiais utilizados: concreto e aço 2. Características do uso combinado do concreto e do aço Conteúdo Programático Bibliografia de consulta FUSCO, Péricles Brasiliense. Técnica de armar as estruturas de concreto. São Paulo: PINI, 2000. GAMBALE, Eduardo de Aquino et al. Concretos: massa, estrutural, projetado e compactado com rolo: ensaios e propriedades. São Paulo: PINI, 1997. REBELLO, Yopanan C. P. Bases para projeto estrutural na arquitetura. São Paulo: Zigurate, 2007. Estrutura de Concreto Curso – Arquitetura e Urbanismo Estrutura de Concreto Superestrutura, ou apenas Estrutura, é o subsistema construtivo cuja principal função é fornecer suporte à edificação. A Estrutura é responsável por absorver e transmitir às fundações todos os esforços incidentes, dentro dos padrões de segurança estabelecidos. Critérios de desempenho 1. Quanto à Segurança Estrutural Estabilidade Global e dos Elementos Resistência Mecânica 2. Quanto às Limitações de: Deformações Deslocamentos Fissuração 3. Resistência frente à ação do fogo 4. Durabilidade 5. Quanto aos Aspectos Econômicos Custo inicial – Estrutura representa entre 9 e 19% dos custos da edificação. Custos de manutenção Depreciação Estrutura de Concreto A Estrutura de uma edificação pode ser classificada de diversas formas: • Quanto ao processo de produção dos elementos resistentes - moldados no local, pré-fabricados (em usina), pré-moldados (em canteiro); • Quanto ao processo de produção das estruturas – por montagem - acoplamento mecânico, por moldagem no local, por moldagem e montagem no local; • Quanto aos sistemas estruturais – reticulado, com laje plana, com laje nervurada, com paredes maciças; • Quanto aos materiais constituintes – madeira, aço, alvenaria, concreto armado e protendido (pré-moldado e moldado no local, outros e mistos); • Outras classificações. Estrutura de Concreto Concepção Estrutural em Concreto • As estruturas em concreto são projetadas em função da finalidade da edificação, da sua concepção arquitetônica e de fatores técnicos e econômicos. • Para estruturas em concreto temos: o Concreto armado; o Concreto protendido ou associação de protendido e armado; o Alvenaria estrutural – armada ou não; o Com elementos pré-fabricados de argamassa armada. Nosso foco será Estrutura em Concreto Armado Estrutura de Concreto O uso do concreto armado, enquanto argamassa reforçada com aço, não ocorreu na construção civil. Os franceses Joseph Louis Lambot em 1849 e Joseph Monier em 1861 utilizaram essa combinação, respectivamente, na execução de estruturas de barcos e na confecção de vasos para plantas. Histórico A primeira edificação em concreto armado que se tem registro foi construída por François Coignet, na segunda metade do século XIX. Os alemães avançaram no estudo do novo material, baseado-se em experiências e ensaios. “O verdadeiro desenvolvimento do concreto armado no mundo iniciou-se com Gustavo Adolpho Wayss” que fundou sua firma em 1875, após comprar as patentes de Monier para utilizar no norte da Alemanha. Histórico As primeiras normas para cálculo e construções em concreto armado surgiram a partir dos trabalhos sobre dimensionamento do engenheiro alemão E. Mörsch, em 1902. A treliça clássica de Mörsch é uma das maiores invenções em concreto armado, permanecendo ainda aceita, apesar de ter surgido há mais de 100 anos. Inicialmente utilizava-se a expressão concreto-ferro. Apenas a partir de 1920 foi introduzida a expressão concreto armado. No Brasil as primeiras edificações em concreto armado surgiram no Rio de Janeiro, em 1904, porém, desde 1901 já existiam galerias de água em cimento armado na cidade. Histórico Em 1909, em Santos-SP, foi construída a ponte da Rua Senador Feijó, com vão de 5,4m. Em 1913 a empresa alemão Wayss & Freytag veio ao Brasil e construiu importantes obras, marcos para o desenvolvimento do concreto armado no país. Alguns recordes mundiais conquistados pelo Brasil, no século passado, em obras de concreto armado: 1. Marquise, com balanço de 22,4m, da tribuna do Jockey Clube do Rio de Janeiro - 1926 Histórico 2. Edifício Martinelli, em São Paulo, com 106,5m de altura (30 pavimentos, recorde mundial). Histórico 3. Elevador Lacerda, Salvador, 1930, com 73m de altura Histórico 4. Ponte Emílio Baumgart,Santa Catarina,1930. Maior vão do mundo em viga reta (68 m), onde foi utilizado pela primeira vez o processo de balanço sucessivo. Histórico 5. Ponte da Amizade, Foz do Iguaçu em 1965, com extensão de 552 m e o maior arco de concreto armado do mundo, com 290 m de vão Histórico Concreto Princípios básicos O concreto é o material mais utilizado na construção de estruturas de edificações. Enquanto material estrutural, o concreto pode ser: • Concreto simples, sem armadura; • Concreto armado; • Concreto protendido. Quanto ao modo como é executado, pode ser: • Moldado na obra (em seu local definitivo); • Pré-moldado (no canteiro de obra, fora do seu local definitivo); • Pré-fabricado (em fábricas). Fundamentos e Terminologias Fundamentos e Terminologias O Concreto é um material composto, constituído por aglomerante (cimento), agregados (areia, pedra ou brita) e água. Pode também conter aditivos químicos com a finalidade de melhorar ou modificar suas propriedades básicas. Os aglomerantes são os materiais colantes e os agregados, materiais que criam volume. A proporção entre cimento, areia (agregado miúdo), pedras (agregado graúdo) e água é denominada traço. PASTA = Aglomerante + Água ARGAMASSA = Pasta + Agregados Miúdos (+ Aditivos) CONCRETO = Argamassa + Agregados Graúdos Fundamentos e Terminologias Para alterar algumas características básicas do concreto, outros elementos podem ser adicionados, tais como sílica ativa ou fibras sintéticas. Algumas finalidades dos aditivos : • Aumentar a trabalhabilidade ou plasticidade do concreto; • Reduzir o consumo de cimento; • Acelerar ou retardar a pega; • Reduzir a retração; •Aumentar a durabilidade por meio da inibição de corrosão nas armaduras, neutralização das reações álcali-agregado, diminuição da permeabilidade, etc. Fundamentos e Terminologias Propriedades básicas do concreto: a) Não endurecido: trabalhabilidade, exsudação (transpiração) e tempos de início e fim de pega; b) Endurecido: resistência aos esforços mecânicos (tração e compressão), deformações, permeabilidade e durabilidade ante ação do meio ambiente. Fundamentos e Terminologias Dosagem do Concreto A correta dosagem do concreto é um dos elementos que assegura, após a cura, a peça tenha a resistência prevista no projeto estrutural. A resistência-padrão é a de ruptura dos corpos-de-prova de concreto simples aos 28 dias de idade (Fc28) e Fck é a resistência característica do concreto à compressão, definida em projeto. A dosagem é caracterizada pelos elementos: • Fc28; • Dimensão, composição granulométrica e índices físicos (massa específica, peso unitário, umidade, etc.) dos agregados; • Consistência, conforme Slump Test; • Fator água/cimento em função da resistência e durabilidade desejadas; • Adensamento e controle de qualidade a que será submetido o concreto. Fundamentos e Terminologias Aço Liga metálica industrializada constituída de ferro, carbono, manganês, silício, alumínio, enxofre, fósforo e cromo. O aço estrutural é diferente do aço de uso geral, pois deve ser deformável e ter grande resistência. São identificados como CA, de concreto armado. Sua resistência é medida por ensaios de tração e identificadas por números– 25, 50 e 60 que representam a tensão de escoamento de cada tipo. CA 50 e CA 60 são os mais utilizados. Fundamentos e Terminologias Para bitolas de aço estrutural de 2 até 12,5mm, os vergalhões são encontrados sob a forma de rolos. Acima desse diâmetro, em barra de 12m. Quanto ao processo de fabricação, o CA-25 tem resfriamento natural. Os CA-50A e CA-60ª são ligas especiais e podem ser soldados. Os aços CA-50B e CA-60B são mais usuais e baratos, porém, como são encruados a frio, perdem a resistência quando aquecidos, como acontece durante o processo de solda. Fundamentos e Terminologias CONCRETO ARMADO = Concreto + Armadura (aço) A associação entre os dois materiais é possível devido: • Às suas propriedades de aderência recíproca e coeficiente de dilatação térmica aproximadamente igual; • Às proteções física e química que ambos conferem um ao outro e, em especial, do concreto à armadura contra a oxidação do aço. Fundamentos e Terminologias Vantagens do Concreto Armado a. Econômica – matéria-prima barata, principalmente a areia e a brita, quando comparado aos demais materiais estruturais; b. Não exige mão-de-obra com qualificação especial; c. Adaptabilidade – permite várias modelagens, favorecendo à arquitetura; d. Equipamentos simples para preparo, transporte, adensamento e vibração; e. Resistência ao fogo, às influências atmosféricas, ao desgaste mecânico e ao choque e vibrações; f. Durabilidade e impermeabilidade – conforme a dosagem e execução corretas; g. Aumento de resistência à compressão com o tempo. Fundamentos e Terminologias Desvantagens do Concreto Armado a. Peso próprio elevado - γc= 25kN/m 3 = 2500 kgf/m3; b. Menor proteção térmica; c. Reformas e demolições são trabalhosas e caras; d. Exigências construtiva – precisão no posicionamento das armaduras; e. Quando tracionado, as fissuras são inevitáveis; f. Construção definitiva, não há alteração da forma estrutural uma vez concluída a peça em concreto armado; g. Transmite calor e som Fundamentos e Terminologias Normalização para Concreto Armado ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland (www.abcp.org.br) IBRACON – Instituto Brasileiro do Concreto (www.ibracon.org.br) NBR-1/03 (NBR-6118/2003) – Projeto de Estruturas de Concreto – Procedimento NBR 12655 – Concreto: Preparo, controle e recebimento – Procedimento NBR 14931 – Execução de estruturas de concreto – Procedimento NB-16/51 (NBR-7191 – Execução de desenhos para obras de concreto armado) NB-599/80 (NBR-6123) – Forças devidas ao vento em edificações NB-949 (NBR-9062) – Projeto e execução de estrutura de concreto pré-moldado NB- (NBR-6122) – Projeto e execução de fundações Sistemas e Elementos Estruturais Curso – Arquitetura e Urbanismo Sistemas e Elementos Estruturais Os elementos estruturais e compõem o sistema estrutural em concreto armado são: • Lajes; • Paredes estruturais; • Vigas ; • Vigas-parede; • Cascas; • Pilares; • Elementos de fundação; • Blocos de transição; • Consolos • Outros elementos – escadas e muros de arrimo. O arranjo dos elementos estruturais deve ser compatível com o projeto arquitetônico, sua função correspondente aos esforços solicitantes e sua segurança, garantida com relação aos Estados Limites Últimos e de Serviço. Sistemas e Elementos Estruturais a. Elementos lineares de seção delgada: são elementos que tem a espessura (b) muito menor que a altura (h) e esta, muito menor que o comprimento (l). Ex. argamassa armada (peça de concreto armado com espessuras menores do que 40mm) Classificação dos elementos estruturais De acordo com o critério geométrico: b. Elementos lineares de seção não delgada: são elementos que tem a espessura (b) da mesma ordem de grandeza ou proporcionais à altura (h) e estas muito menores que o comprimento (l1). Ex. vigas, pilares. Sistemas e Elementos Estruturais Os elementos lineares, de seção delgada ou não, são, segundo a mecânica das estruturas, elementos de barras. Esses elementos sofrem solicitações do tipo compressão uniforme, flexão composta, flexão simples ou tração simples: • As lajes repassam para as vigas as forças a elas atribuídas; • As vigas distribuem as ações para os pilares; • Os pilares recebem as forças das vigas e repassam às fundações. Classificação dos elementos estruturais Sistemas e Elementos Estruturais São forças atuantes nas estruturas: • Peso próprio dos elementos estruturais; • Peso dos materiais de acabamento e equipamentos fixos; • Peso das pessoas, equipamentos, veículos, etc. que circularão pela estrutura; • Ação de vento, absorvidas pelos pórticos verticais constituídos pelas vigas e pilares da edificação. Classificação dos elementos estruturais Sistemas e Elementos Estruturais c. Elementos bidimensionais: são elementos que tem as suas dimensões em planta (l1 e l2) na mesma ordem de grandeza e muito maiores que a terceira dimensão, a espessura (h). Ex. lajes, parede estrutural , viga-parede e cascas. Classificação dos elementos estruturais De acordo com o critério geométrico: As lajes são placas de concreto armado, normalmente horizontais e, nas estruturas dos edifícios, responsáveis por receber as ações verticais - permanentes ou acidentais - atuantes nas estruturas dos pavimentos e das coberturas. No conjunto da edificação, as lajes representam cerca de 50% do consumo de concreto, em volume total. Sistemas e Elementos Estruturais Classificação dos elementos estruturais Tipos de lajes: Maciças – ao longo de toda a superfície a espessura é constante. Pode ser moldada no local ou parcialmente pré-fabricada; Nervuradas – elemento que apresenta descontinuidade na espessura. Pode ser moldada no local ou pré-fabricada. Laje maciça parcialmente pré-fabricada Laje nervurada c/ parte da nervura pré-fabricada Sistemas e Elementos Estruturais Classificação dos elementos estruturais Laje nervurada moldada em obra Laje maciça moldada em obra Sistemas e Elementos Estruturais Classificação dos elementos estruturais Tipos de lajes: Sem viga – são lajes apoiadas diretamente sobre os pilares, estando estruturalmente ligadas a eles; Cogumelo – são as lajes sem viga, porém, com estruturas de troncos de prisma ou cones em concreto armado fazendo a ligação com o pilar Laje sem viga Laje cogumelo Sistemas e Elementos Estruturais Classificação dos elementos estruturais Parede-estrutural – são chapas de concreto armado, planas e verticais. Ex. parede de reservatórios de água enterrados Viga-parede – estrutura plana vertical apoiada isoladamente em blocos de fundações, sapatas ou pilares. Possui grande relação entre altura e vão (h/l); Cascas – são elementos não planos, normalmente em curva, resistentes pela forma e não pela massa, Sistemas e Elementos Estruturais Classificação dos elementos estruturais De acordo com o critério geométrico: d. Elementos tridimensionais : são os elementos que tem as 3 dimensões (l1, l2 e l3) na mesma ordem de grandeza. Ex. elementos de fundação, blocos de transição e consolos. Os elementos de fundação são responsáveis por receber as cargas dos pilares e distribuí-las ao solo, sustentando e estabilizando toda a estrutura. A escolha do tipo de fundação a ser utilizada depende da resistência do solo e aspectos econômicos e de viabilidade técnica. Sistemas e Elementos Estruturais Classificação dos elementos estruturais Sapata – transferência de força ocorre pela área de contato entre a sapata e o terreno. Bloco de concreto armado – é utilizado para transferência de força entre os pilares e as estacas. Estas transferem a força ao terreno pela resistência lateral e de ponta.Sistemas e Elementos Estruturais Classificação dos elementos estruturais Quando o terreno apresenta baixa resistência lateral torna-se necessário utilizar fundação em tubulões. É feito um alargamento de base em forma de tronco de cone com a finalidade de diminuir a tensão que está atuando no fuste do tubulão para compatibilizá-la com a resistência do solo no nível considerado. A transferência da ação do pilar para o tubulão é feita por bloco de concreto interposto entre o pilar e o tubulão. Sistemas e Elementos Estruturais Classificação dos elementos estruturais Bloco de transição Quando ocorre a necessidade de alterar a posição de um pilar entre andares, projeta-se um bloco de transição para transferir as forças do pilar do andar superior ao andar inferior. Consolo São vigas de pequeno vão em balanço. São suportes aos pilares, normalmente os pré- fabricados. Sistemas e Elementos Estruturais Classificação dos elementos estruturais e. Outros sistemas estruturais Escadas São compostas por lajes (os lances da escada) que se apoiam nas vigas. Muros de arrimo São estruturas de contenção de terreno. Sistemas e Elementos Estruturais Classificação dos elementos estruturais Os elementos lineares, de seção delgada ou não, são, segunda a mecânica das estruturas, elementos de barras. Esses elementos sofrem solicitações do tipo compressão uniforme, flexão composta, flexão simples ou tração simples: • As lajes repassam para as vigas as forças a elas atribuídas; • As vigas distribuem as ações para os pilares; • Os pilares recebem as forças das vigas e repassam às fundações. Sistemas e Elementos Estruturais Curso – Tecnologia de Construção de Edifícios Sistemas e Elementos Estruturais A definição da estrutura, em conformidade com projeto arquitetônico, é a primeira fase do Projeto Estrutural. Esta fase compreende: • Localização das vigas; • Posicionamento dos pilares; • Dimensões preliminares dos demais elementos estruturais. Para a definição do sistema estrutural a ser utilizado e da disposição dos elementos estruturais, deve-se levar em consideração: o Tamanho dos vãos de lajes e vigas e número de pilares em cada direção; o Altura da edificação; o Estabilidade e segurança da edificação – resistência às ações verticais e horizontais; o Interferência com os projetos de instalações prediais (elétrico e hidrossanitário); o Uniformidade das dimensões para facilitar a execução e reaproveitamento das formas. Sistemas e Elementos Estruturais Propriedades: Resistência mecânica; Estabilidade; Rigidez; Resistência à fissuração; Resistência à deslocamentos excessivos. Ações horizontais: ventos Ações verticais: ações permanentes diretas (peso da estrutura, peso do revestimento), ações variáveis normais (pessoas, veículos, alvenarias, etc). Pilar – Elemento de barras verticais Viga – Elemento de barras horizontais Laje – Elemento de placas horizontais Sistemas e Elementos Estruturais Tipos de Sistemas Estruturais: Subsistema horizontal – lajes Subsistema vertical – demais elementos estruturais que recebem as ações verticais transmitidas pelos subsistemas horizontais e resistem às ações horizontais (ventos). Desafio: Escolher os elementos estruturais a serem utilizados e arranjá-los de maneira eficiente! A concepção do arranjo estrutural envolve a idealização das ligações dos diversos elementos estruturais entre si e com o meio externo que lhes serve de apoio. OU SEJA, deve garantir ligações suficientes e essas ligações devem ser exequíveis, o mais real possível. Sistemas e Elementos Estruturais Exemplo de falha na concepção do arranjo estrutural Idealizando-se pórtico com engastamento perfeito nas seções E e F – blocos rígidos de fundação e nenhuma mobilidade no plano – caso o terreno seja adensável, o planejado se altera e as ligações entre com o terreno de fundação se aproximam de articulações, não mais fixas. Pórtico com dois apoios fixos Pórtico com um engaste e um apoio móvel Sistemas e Elementos Estruturais Subsistema Horizontal Função estrutural básica: • Coletar as forças gravitacionais (flexão) e transmiti-las aos elementos verticais; • Distribuir as ações laterais entre os diversos subsistemas verticais resistentes, como um diafragma. Tipos: Laje sem viga e Laje cogumelo Sistemas e Elementos Estruturais Pavimento com laje e vigas Sistemas e Elementos Estruturais Pavimento com laje nervurada tipo grelha e viga Pavimento com laje nervurada e viga Sistemas e Elementos Estruturais Subsistema Vertical Função estrutural básica: • Suportar os subsistemas horizontais coletando as ações gravitacionais e transmitindo-as às fundações; • Compor com os subsistemas horizontais os painéis resistentes às ações laterais; Tipos: o Pilares – barras verticais contínuas; o Pórticos – arranjo de barras predominantemente horizontais (vigas) e verticais (pilares), conectadas de modo a permitir interação de forças e momentos fletores (nós rígidos); o Paredes – folhas planas de comportamento preponderante de chapa, ou painéis bidimensionais treliçados de grande rigidez em seu plano; o Núcleo – arranjo tridimensional de folhas ou de painéis treliçados que, geralmente, envolvem as regiões de fluxo humano vertical no edifício (escadas e elevadores) Sistemas e Elementos Estruturais Sistemas e Elementos Estruturais Sistemas e Elementos Estruturais Indicação de Tipos de Sistemas Estruturais conforme o número de pavimentos Representação e Simbologia Curso – Tecnologia de Construção de Edifícios Representação e Simbologia O Projeto Estrutural é composto, basicamente, de três tipos de plantas: • Planta de cargas e locação dos pilares; • Desenho das formas estruturais; e • Desenho das armações. O primeiro tipo de desenho, a Planta de cargas e locação dos pilares, juntamente com as informações das sondagens do terreno, fornecerão base para a escolha do tipo de fundação (sapata, estaca, etc.) mais adequada ao terreno e à edificação. Seção e locação dos pilares Cargas a serem transmitidas às fundações Representação e Simbologia O desenho das formas estruturais é a planta da estrutura da edificação, com a disposição (localização e posição em relação a eixos, divisas, testadas ou linhas de referência relevantes) e dimensionamento do conjunto de pilares, vigas e lajes. Cada nível estrutural terá um desenho para a execução de suas formas – formas da fundação, do subsolo, do térreo, do 1º pavimento tipo, do 2º pavimento tipo, etc. Caso tenhamos pavimentos com a mesma arquitetura e solução estrutural (não ocorrendo alteração nas dimensões dos elementos estruturais), pode-se ter apenas um desenho para o pavimento tipo. O desenho das armações contempla o detalhamento da armação com a definição da bitola do aço a ser utilizada, as dimensões, as amarrações e as transições entre os elementos estruturais. Representação e Simbologia Definições 1. Planta – projeção do teto em um plano que lhe é paralelo, situado no nível inferior. É a visualização dos elementos quando, estando em um pavimento, visualiza-se o teto do pavimento superior. Uma exceção dessa visualização são as plantas de execução das formas de fundações e da escada, onde o plano de projeção está situado no nível superior, e não inferior. As arestas visíveis das vigas são projetadas em linha cheia e as arestas invisíveis em linha tracejada. 2. Corte – projeção de um plano vertical que corta o desenho em planta. Os elementos atravessados pelo plano, ou seja, os elementos “cortados” são, geralmente, apresentados hachurados. 3. Elevação – projeção de um plano vertical, sem corte de qualquer peçaestrutural. Representação e Simbologia Simbologia A designação dos elementos estruturais é feita pela letra (ou letras) inicial(is) de sua denominação. Em seguida ao símbolo, é colocado o respectivo número de ordem do elemento (numeração) e a indicação de suas dimensões (espessura das lajes, dimensões das seções transversais de vigas e pilares, etc). Representação e Simbologia Representação dos elementos estruturais Pilar A numeração dos pilares deve ser feita partindo-se do canto superior esquerdo do desenho para a direita, em linhas sucessivas. Deve-se indicar ainda as dimensões da seção transversal do pilar. No caso de variação destas dimensões no pavimento, deve- se indicar as dimensões antigas e as novas do pilar Representação e Simbologia Representação dos elementos estruturais Viga ARESTAS VISÍVEIS ARESTAS INVISÍVEIS VIGA INVERTIDA A numeração é feita da esquerda para a direita, de cima para baixo. Inicia-se pelas vigas dispostas horizontalmente (em planta), partindo- se do canto superior esquerdo e prosseguindo-se por alinhamentos sucessivos até atingir o canto inferior direito. Em seguida numeram-se as vigas dispostas verticalmente, partindo-se do canto inferior esquerdo e prosseguindo- se por fileiras sucessivas até atingir o canto superior direito. Representação e Simbologia Representação dos elementos estruturais Laje Representada em conjunto com os pilares e vigas. Sua numeração é feita da esquerda para a direita, de cima para baixo do desenho. Imediatamente abaixo da designação e numeração da laje deve-se indicar obrigatoriamente a espessura da mesma. Atenção para os rebaixos, superelevações ou abertura nos vãos das lajes. Representação e Simbologia Representação dos elementos estruturais Laje Abertura no vão da laje. Representação e Simbologia Representação dos elementos estruturais Superfícies cilíndricas ou inclinadas GRAFOS Representação e Simbologia Representação dos elementos estruturais Escadas Vão da laje para posicionamento da escada. Representação e Simbologia Representação dos elementos estruturais Formas do pavimento Tipo Representação e Simbologia Representação dos elementos estruturais Formas da fundação Representação e Simbologia Representação dos elementos estruturais Corte Mostram detalhes, tais como os níveis das lajes (rebaixos e superelevações), aberturas horizontais em vigas, etc, contribuindo para a maior clareza do desenho. É comum apresentar dois cortes na forma, um transversal e outro longitudinal. Os referidos cortes verticais são representados na próprio local do desenho onde o corte é feito. Representação e Simbologia Outras informações das Plantas do Projeto Estrutural Nível de Referência – Deve ser único em todos os projetos da edificação, para evitar equívocos no canteiro de obras. A referência adotada no levantamento plani- altimétrico precisa ser a mesma utilizada nos ensaios de sondagem geológica, no projeto de arquitetura, de estrutura e assim por diante. Essa prática, apesar de óbvia, às vezes não é adotada. Eixos e cotas acumuladas – Pelo menos dois eixos ortogonais precisam ser definidos de comum acordo entre o projetista da estrutura e o arquiteto. Com eles serão locados na obra os gabaritos, as fundações, a estrutura e a alvenaria. Dentre os critérios para estabelecer os eixos destacam-se: a ausência de alvenarias ou pilares coincidentes com a projeção dos eixos e o paralelismo às direções principais do projeto. Por isso, muitas vezes, os eixos estão localizados em corredores. Auxilia bastante a execução no canteiro o fato das cotas e distâncias no projeto de estrutura serem fornecidas acumuladas em relação a estes eixos, além de evitar a propagação de erros. Representação e Simbologia Outras informações das Plantas do Projeto Estrutural Especificação das cargas permanentes e acidentais - É fundamental que os parâmetros (carga permanente e acidental) que foram utilizados no cálculo pelo projetista da estrutura estejam representados no projeto. Só assim, a construtora poderá executar a obra segundo idealizado pelo projetista, respeitando as espessuras das alvenarias e revestimentos previstas no carregamento permanente. Devem, ainda, constar nos projetos os locais e as massas (ou densidades com espessuras) de carregamentos especiais como enchimentos, jardins, equipamentos, e assim por diante. Características do concreto e os aspectos da durabilidade – Cada obra deve ter um concreto especialmente definido, cujas propriedades atendam às peculiaridades de cada projeto. O projetista da estrutura normalmente determina o fck (resistência característica do concreto à compressão) e o módulo de elasticidade do concreto (E), pois são valores que utilizou no seu cálculo. Devem ser especificados os valores de resistências do concreto para as etapas construtivas, tais como a retirada de cimbramento e aplicação de protensão e o fator água-cimento (a/c) máximo, a classe do concreto mínima (resistência à compressão) e a espessura mínima de cobrimento, tens que devem estar registrados nas folhas de projeto.