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SISTEMAS ESTRUTURAIS II –CONCRETO ARMADO Profª.: Maria Rita P. de Carvalho Rosendo mariarosendo@souunisuam.com.br mailto:mariarosendo@souunisuam.com.br SLIDE 1 SISTEMAS ESTRUTURAIS II – CONCRETO ARMADO EMENTA: • Fundamentos do Concreto Armado • Vigas de Concreto Armado • Dimensionamento na Estado Limite Último - Flexão - Cisalhamento • Lajes Maciças de Concreto Armado • Lajes Nervuradas • Lajes Pré-moldadas • Pilares 2 SLIDE 1 BIBLIOGRAFIA BÁSICA E COMPLEMENTAR CARVALHO, R.C.; FIGUEIREDO FILHO, J.R. Cálculo e Detalhamento de Estruturas Usuais de Concreto Armado segundo a NBR 6118:2014. 4a. ed. EDUFSCar. São Carlos. 2004. ISBN 978-85-7600-086-0 ARAÚJO, J. M. Curso de Concreto Armado. Rio Grande: Editora Dunas, 2014. v. 1 BOTELHO, M. H. C. Concreto Armado Eu Te Amo Para Arquitetos. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118 e NBR 6120: Projeto de estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2014. Notas de aula. 3 SLIDE 1 APS E AVALIAÇÕES APS 1 – 08/04/2021 A1 – 15/04/2021 APS 2 – 27/05/2021 (03/06 é feriado – Corpus Christi) A2 – 10/06/2021 A3 – 24/06/2021 4 SLIDE 1 APS E AVALIAÇÕES APS 1 – Proposta: Fazer a locação dos pilares, pré-dimensionamento das vigas de um projeto; dimensionar e detalhar uma viga específica. APS 2 – Proposta: Pré- dimensionar as lajes e os pilares do projeto escolhido na APS1. Grupos de até 5 pessoas. 5 SLIDE 1 SISTEMAS ESTRUTURAIS II – CONCRETO ARMADO Considerações • O concreto armado é uma solução estrutural normalizada (segue a norma técnica NBR6118), heterogênea (composto por dois materiais específicos) e a mais utilizada no Brasil e nos países em desenvolvimento. • Os materiais são facilmente encontrados e com mão de obra farta (pouco especializada). 6 SLIDE 1 SISTEMAS ESTRUTURAIS II – CONCRETO ARMADO Considerações • Nesta solução os materiais trabalham em conjunto: - concreto → compressão - aço → armadura → tração (barras de aço/vergalhões/ferragens) Obs: o aço é um material homogêneo tão bom na tração como na compressão e, eventualmente auxiliará o concreto na compressão (pilares e vigas de armadura dupla). 7 SLIDE 1 SISTEMAS ESTRUTURAIS II – CONCRETO ARMADO VANTAGENS DO CONCRETO ARMADO: • Apresenta boa resistência à maioria das solicitações; • Tem boa trabalhabilidade, se adapta a várias formas, dando maior liberdade ao projetista; • Permite obter estruturas monolíticas (o que não ocorre com as de aço, madeira e pré-moldadas) com trabalho em conjunto se uma peça for solicitada; • As técnicas de execução são razoavelmente dominadas em todo país; • Econômico (matéria prima e mão de obra barata); 8 SLIDE 1 SISTEMAS ESTRUTURAIS II – CONCRETO ARMADO VANTAGENS DO CONCRETO ARMADO: • É um material durável, desde que seja bem executado, conforme as normas, e evitado o uso de aceleradores de pega, cujos produtos químicos podem corroer as armaduras; • Apresenta durabilidade e resistência ao fogo superiores em relação à madeira e ao aço, desde que os cobrimentos e a qualidade do concreto estejam de acordo com as condições do meio em que está inserida a estrutura; • Possibilita a pré-moldagem, proporcionando maior rapidez e facilidade de execução; • É resistente a choques e vibrações, efeitos térmicos, atmosféricos e desgastes mecânicos. 9 SLIDE 1 SISTEMAS ESTRUTURAIS II – CONCRETO ARMADO DESVANTAGENS DO CONCRETO ARMADO: • Devido ao elevado peso próprio (γ=25kN/m3), resultam em elementos com dimensões maiores que o aço, limitando seu uso ou elevando o seu custo; • As reformas e adaptações são de difícil execução; • É bom condutor de calor e som, exigindo em alguns casos a associação de outros materiais para sanar esse problema; • Retração e fluência (atentar para dosagem, adensamento e cura do concreto); • Baixa resistência à tração (utilizar barras de aço); • Fissuração (atentar para o detalhamento da armação); • Pequena ductilidade; • Custo de formas e escoramentos para moldagem. 10 SLIDE 1 SISTEMAS ESTRUTURAIS II – CONCRETO ARMADO NORMAS PARA PROJETO: • NBR 5739: Concreto – Ensaio de compressão de corpos-de-prova cilíndricos – Método de ensaio; • NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto – Procedimento; • NBR 14931: Execução de estruturas de concreto – Procedimento; • NBR 6120: Cargas para cálculo de estruturas de edificações – Procedimento; • NBR 6123: Forças devidas ao vento em edificações – Procedimento; • NBR 7190: Projeto de estruturas de madeira; • NBR 8681: Ações e segurança nas estruturas – Procedimento; • NBR 8800: Projeto e execução de estruturas de aço de edifícios – Procedimento; • NBR 12654: Controle tecnológico de materiais componentes de concreto – Procedimento; • NBR 12655: Concreto – Preparo, controle e recebimento - Procedimento; 11 SLIDE 1 SISTEMAS ESTRUTURAIS II – CONCRETO ARMADO CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DO CONCRETO: • Massa específica: Serão considerados os concretos de massa específica normal (ρc), entre 2000 kg/m3 e 2800 kg/m3. Para efeito de cálculo, pode-se adotar para o concreto simples o valor 2400 kg/m3, e para o concreto armado, 2500 kg/m3 (25kN/m3). • Propriedades mecânicas: - Resistência à compressão; - Resistência à tração; - Módulo de Elasticidade. 12 SLIDE 1 SISTEMAS ESTRUTURAIS II – CONCRETO ARMADO CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DO CONCRETO: • Resistência à compressão (fc): É obtida por meio de ensaios de corpos de prova. No Brasil, os ensaios são realizados segundo a NBR 5739, em corpos de prova cilíndricos (15x30)cm ou (10x20)cm. A idade de referência para o ensaio é de 28 dias. 13 A resistência à compressão de cálculo (fcd) corresponde à resistência à compressão característica fck/1,4. SLIDE 1 14 • Falta de homogenidade da mistura • Graus de compactação diferentes • Tipo de vibração Dispersão dos valores da resistência obtidos nos ensaios Método probabilístico para determinação de fc Figura – Curva de Gauss para resistência do concreto à compressão (Fonte: Libânio, 2010) fck – resistência característica do concreto à compressão; fcm – resistência média do concreto à compressão; s – desvio padrão. De acordo com a distribuição normal das probabilidades: fck = fcm – 1,65.s SLIDE 1 SISTEMAS ESTRUTURAIS II – CONCRETO ARMADO CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DO CONCRETO: • As classes de resistência do concreto são definidas em função do fck. Concreto da classe C30, por exemplo, corresponde a um concreto com fck=30MPa. • NBR 6118:2014 15 ✔ Grupo I (20 a 50 MPa) ✔ Grupo II (50 a 90 MPa) SLIDE 1 SISTEMAS ESTRUTURAIS II – CONCRETO ARMADO CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DO CONCRETO: • Módulo de elasticidade ou módulo de deformação longitudinal (Eci): O módulo de deformação longitudinal é obtido segundo ensaio descrito na NBR 8522. Na ausência de ensaios: - Para concretos de classes até C50: - Para concretos de classes C55 até C90: 16 SISTEMAS ESTRUTURAIS II – CONCRETO ARMADO CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DO CONCRETO: Para projeto (ELS e ELU), deve ser utilizado o módulo de deformação secante (Ecs): 17 SLIDE 1 SISTEMAS ESTRUTURAIS II – CONCRETO ARMADO CARACTERÍSTICAS E PROPRIEDADES DO CONCRETO: • Resistência à tração (fct): A resistência à tração pode ser determinada através de 3 ensaios: ✔ Ensaio de tração axial; ✔ Ensaio de tração por compressão diametral (mais comum – ensaio brasileiro); ✔ Ensaio de flexão. 18 SLIDE 1 19 • Resistência à tração (fct): A resistência à tração direta (fct) é determinada aplicando-se tração axial até a ruptura de corpos de prova de concreto. Resistência à tração indireta (fct,sp) Figura – Ensaio de tração direta (Fonte: Libânio,2010) Resistência à tração na flexão (fct,f) Figura – Ensaio de tração por compressão diametral Figura – Ensaio de tração na flexão SISTEMAS ESTRUTURAIS II – CONCRETO ARMADO PROPRIEDADES DOS AÇOS: • Classificação: De acordo com a NBR 7480:2007, as armaduras passivas, aquelas destinadas à armaduras de concreto armado, podem ser classificadas em barras ou fios.20 • Barras: • φ ≥ 6,3 mm • laminação à quente • Categorias CA 25 e CA 50 • φ ≤ 10,0 mm • Trefilação ou laminação à frio • Categoria CA 60 • Fios: As barras da categoria CA 25 devem ter superfície obrigatoriamente lisa e barras da categoria CA 50 devem ser obrigatoriamente providas de nervuras. Os fios CA 60, apenas os de diâmetro igual a 10 mm devem ter nervuras. SISTEMAS ESTRUTURAIS II – CONCRETO ARMADO PROPRIEDADES DOS AÇOS: • Módulo de elasticidade De acordo com a NBR 6118, na falta de ensaios, o módulo de elasticidade longitudinal do aço pode ser admitido igual a 210 GPa. • Coeficiente de dilatação térmica Para coeficiente de dilatação térmica dos aços, considera-se o valor de 10-5 /0C. • Massa específica Pode-se assumir para massa específica do aço o valor de 7850kg/m3. 21 SISTEMAS ESTRUTURAIS II – CONCRETO ARMADO CARGAS PARA PROJETO: • Ações Permanentes: ocorrem com valores praticamente constantes em toda a vida útil da construção. - Diretas (peso próprio dos elementos da construção – Estrutura, vedação, pisos, revestimentos, equipamentos fixos, empuxos de terra, etc.) - Indiretas (Força de protensão, recalque de apoios, retração dos materiais, etc.) • Ações Variáveis: - Normais (probabilidade de ocorrência grande – pessoas, mobiliários, veículos, biblioteca, etc.); - Especiais (Ações sísmicas, cargas de intensidade especiais) - Excepcionais (duração curta e baixa probabilidade de ocorrência explosões, choques de veículos, sismos, incêndio, etc.) 22 Cargas atuantes SISTEMAS ESTRUTURAIS II – CONCRETO ARMADO ELEMENTOS COMPONENTES DA ESTRUTURA: São as peças que compõem a estrutura, o modo como são arranjados é chamado de sistema estrutural: • Elementos lineares - Vigas - Pilares - Tirantes 24 SISTEMAS ESTRUTURAIS II – CONCRETO ARMADO ELEMENTOS COMPONENTES DA ESTRUTURA: • Elementos Bidimensionais - Lajes (maciça, nervurada, lisa, cogumelo, pré-moldada, mista) - Paredes - Vigas-parede - Cascas 25 SISTEMAS ESTRUTURAIS II – CONCRETO ARMADO ELEMENTOS COMPONENTES DA ESTRUTURA: São as peças que compõem a estrutura, o modo como são arranjados é chamado de sistema estrutural: • Elementos Tridimensionais - Elementos de fundação 26 SISTEMAS ESTRUTURAIS II – CONCRETO ARMADO ETAPAS DE UM PROJETO ESTRUTURAL: • Concepção/Lançamento; • Idealização das ações e suas combinações; • Definição das características dos materiais; • Definição dos vínculos e condições de contorno; • Definição do modelo estrutural; • Análise estrutural e interpretação dos resultados; • Dimensionamento da área de aço; • Verificação dos elementos estruturais; • Detalhamento dos elementos estruturais; • Verificação da abertura de fissuras; • Verificação das flechas. 27 PILARES Barra reta com eixo disposto verticalmente e solicitado predominantemente por esforços normais de compressão. Posicionamento dos pilares Vigas Viga é uma estrutura reta e horizontal usada para dar sustentação à laje e distribuir o peso da cobertura entre as colunas, criando uma construção sólida Lajes Elementos estruturais planos que recebem a maior parte das ações aplicadas em uma construção e são responsáveis por transmitir o peso e a pressão para as vigas, e das vigas para os pilares. Concreto Armado • Concreto armado é um sistema estrutural da construção civil que se tornou um dos mais importantes elementos da arquitetura do século XX. • É usado nas estruturas dos edifícios. Diferencia-se do concreto devido ao fato de receber uma armadura metálica responsável por resistir aos esforços de tração, enquanto que o concreto em si resiste à compressão. https://pt.wikipedia.org/wiki/Constru%C3%A7%C3%A3o_civil https://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitectura https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XX https://pt.wikipedia.org/wiki/Concreto https://pt.wikipedia.org/wiki/Metal https://pt.wikipedia.org/wiki/Trac%C3%A7%C3%A3o_(f%C3%ADsica) https://pt.wikipedia.org/wiki/Compress%C3%A3o_f%C3%ADsica Concreto Armado é uma mistura compacta de •agregados graúdos: pedras britadas, seixos rolados etc. •agregados miúdos: areia •aglomerantes: cimento, cal não pode ser usado no concreto armado porque acaba corroendo o aço responsável por suportar as forças de tração, podendo comprometer a estrutura com o passar do tempo. •água •adições minerais: sílica ativa, metacaulim, cinza de casca de arroz etc. •aditivos: aceleradores, retardadores, fibras,corantes etc. https://pt.wikipedia.org/wiki/Seixos https://pt.wikipedia.org/wiki/Areia https://pt.wikipedia.org/wiki/Cimento https://pt.wikipedia.org/wiki/Cal https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua https://pt.wikipedia.org/wiki/Fibras VIGAS: Viga é um elemento estrutural linear (elemento de barra), onde os esforços solicitantes de flexão (momento fletor) e cortante são preponderantes, podendo eventualmente ocorrer esforços devido à torção. Esses esforços são provenientes da ação de cargas transversais ao seu eixo longitudinal, devido ao peso próprio da viga, peso de paredes de alvenaria e reações devido às cargas permanentes e acidentais das lajes. As vigas têm a finalidade de servir de apoio para as lajes ou para outras vigas, ou ainda para pilares que “nasçam” nelas e suportar paredes. 37 VIGAS: Embora o concreto seja usado para a compressão, as peças estruturais (vigas e lajes) são maciças, ou seja, mesmo na região tracionada existirá concreto. 38 VIGAS: Viga simples biapoiada 39 Três cargas atuam sobre a viga: • Peso próprio; • Peso das paredes (alvenaria) sobre a viga; • Reações das lajes sobre as vigas. A carga total atuante em um trecho de viga será a soma dessas cargas. VIGAS: Apoios 40 Apoio de 2º gênero: é o mais utilizado. Inibe o deslocamento vertical RV. RV CONCRETO ARMADO I VIGAS: Deformada de uma viga com carga uniformemente distribuída. 41 CONCRETO ARMADO I VIGAS: Diagrama de esforço cortante e momento fletor 42 + + VIGAS: Apoios 43 Apoio de 3º gênero: Inibe a rotação M e o deslocamento vertical RV. (para vigas em balanço) VIGAS: Deformada/diagrama de uma viga com carga uniformemente distribuída. 44 - VIGAS CÁLCULO DOS VÃOS TEÓRICOS DAS VIGAS E PRÉ-DIMENSIONAMENTO DAS SEÇÕES TRANSVERSAIS: Adota-se para os vãos teóricos a distância entre os eixos dos apoios, ou seja, para o caso de vigas, a distância entre os eixos dos pilares as quais as vigas se apoiam. Em geral, nas edificações de concreto armado, a largura das vigas (bw) é determinada a partir da espessura da parede descontando-se de 2 a 3 cm de revestimento e não deve ser menor que 12 cm. A altura pode ser estimada como aproximadamente 1/10 do valor do seu vão teórico, adotando-se múltiplos de 5, com um mínimo usual de 25 cm. 45 Pré-dimensionamento da seção transversal de uma viga • A largura da viga deve variar entre 1/3 e ¼ da altura. Pode-se adotar os seguintes valores para a largura das vigas: bw = 12 cm (vão ≤ 4 m); bw = 20 cm (4 m < vão ≤ 8 m); bw = 25 a 30 cm (vão > 8 m). CÁLCULO DOS VÃOS TEÓRICOS DAS VIGAS E PRÉ-DIMENSIONAMENTO DAS SEÇÕES TRANSVERSAIS: 47 A numeração das vigas em planta deve ser de cima para baixo, em seguida, da esquerda para direita. 48 Viga lv (cm) Seção transversal (cm x cm) V1 V2 V3 V4 a b V5 a b V6 a b V7 Exemplo: Considerando as vigas do projeto abaixo, determinar a seção transversal e o comprimento das mesmas. 49 Viga lv (cm) Seção transversal (cm x cm) V1 V2 V3 V4 a b V5 a b V6 a b V7 Exemplo: Considerando as vigas do projeto abaixo, determinar a seção transversal e o comprimento das mesmas. 50