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Teoria e Prática da Usinagem Aula 10 • Seleção de Ferramentas e Torneamento • Profa. Janaina Fracaro /2 ✓O ângulo de posição e o raio de ponta da ferramenta afetam a formação do cavaco na medida em que a seção transversal do cavaco se modifica. ✓ A espessura do cavaco é reduzida e a largura é aumentada com ângulos menores. ✓ Dependendo da profundidade de corte (D O C = ap), o formato e a direção dos cavacos também varia com o raio de ponta da aresta. Formação do cavaco /3 Quando a profundidade de corte for menor em relação ao raio de ponta, o raio de ponta gerará cavacos em espiral. Formação do cavaco /4 Pastilha Peça Peça Pastilha Peça Pastilha A B C Quebra Automática Ex. Torneamento de FoFo Quebra contra a peça Quebra contra a ferramenta Formação do cavaco Há diferentes maneiras de se fazer o cavaco quebrar: O tipo de quebra depende em parte da geometria da pastilha e dos dados de corte /5 Definições de torneamento vc fn ap nn = Velocidade do fuso (rpm) vc = Velocidade de corte (m/min.) É a velocidade pela qual a periferia do diâmetro de corte passa a aresta de corte Só é constante enquanto a velocidade do fuso e o diâmetro permanecerem o mesmo. /6 Pc = potência e eficiência η (kW) São valores específicos de uma máquina-ferramenta em que a potência útil pode ser calculada para garantir que a máquina possa trabalhar com a ferramenta em questão. Se a potência for nominal e a máquina for nova, considere uma perda de 15%. Se a potência for a efetiva então considere a fornecida. Definições de torneamento 60000 )/(min)./().().( 000.60 ... )( 2mmNkmVmmfmmakVfa PkWP ccnpccnp cc /8 Definições de torneamento vc fn ap nfn = Avanço (mm/rot.) É o movimento da ferramenta em relação a peça que gira. Esse é um valor importante na determinação da qualidade da superfície que está sendo usinada e para garantir que a formação dos cavacos está dentro do alcance da geometria da ferramenta. /9 Definições de torneamento vc fn ap n fn = Avanço (mm/rot.) Área de trabalho de uma geometria de pastilha definida por uma ação quebra-cavacos aceitável para o fn e ap /10 Efeitos da faixa de avanço (fn) Baixo avanço • Formação de cavacos em fitas. • Não econômico, reduz velocidade. • Melhor qualidade superficial Alto avanço • Perda de controle dos cavacos. • Acabamento superficial insatisfatório. • Deformação plástica. • Alto consumo de potência. • Solda dos cavacos. • Martelamento dos cavacos. Peça Pastilha /11 Definições de torneamento vc fn ap n ap = Profundidade de corte (mm) É a diferença entre a superfície sem usinagem e a usinada. kr = ângulo de posição (graus) É a abordagem da aresta de corte em relação a peça. /12 Definições de torneamento kr = ângulo de posição (graus) É o ângulo entre a aresta de corte e a direção do avanço. Além de influenciar a formação de cavacos, afeta fatores como a direção de forças envolvidas e o comprimento da aresta de corte que está em contato com o material. /13 Definições de torneamento kr = ângulo de posição (graus) O ângulo de posição pode ser selecionado em função da acessibilidade e para permitir que a ferramenta usine em diversas direções de avanço. Conferindo versatilidade e diminuindo o número de ferramentas /14 Definições de torneamento vc fn ap n Dc = Diâmetro da peça (milímetro) /15 D2 100 mm Diâmetro = 300 mm (3 x 100) D1 50 mm Diâmetro = 150 mm (3 x 50) C = x diâmetro = = 3.14 (aprox. = 3) Cálculo dos dados de corte Comprimento da Circunferência (C) D2 = 100 mm D1 = 50 mm /16 Fornecida vc = 400 m/min Dc = 100 mm vc x 1000 x Dc 400 x 1000 3.14 x 100 = 1275 rot/min Cálculo dos dados de corte n = n = RPM (n) da Velocidade de Corte (vc) /17 Geometria da ferramenta Geometria da pastilha • Há uma distinção na geometria da aresta de corte, entre geometria positiva e negativa. PositivoNegativo Uma pastilha negativa possui ângulo de cunha de 90 graus; Uma pastilha positiva possui ângulo de cunha menor que 90 graus; /19 Geometria da ferramenta Geometria da pastilha • A pastilha negativa precisa ser inclinada negativamente no porta- ferramenta, de forma a prover um ângulo de folga tangencial à peça, enquanto que a pastilha positiva possui sua própria folga incorporada. Geometrias positivas geram menos forças de corte. /20 Formato e raio de ponta da pastilha Formato • Olhando para a ferramenta de cima, a pastilha possui formato básico e um raio nos cantos • Formatos: redondo, com ângulo de ponta, quadrado, triângular. /21 Formato da pastilha Formato de pastilha grande • Aresta de corte mais robusta. • Faixas de avanço mais altas. • Aumento das forças de corte. • Aumento das vibrações. Formato de pastilha pequena • Aumento da acessibiliadade. • Diminuição da vibração. • Diminuição das forças de corte. • Aresta de corte mais fraca. /22 Formato e raio de ponta da pastilha Raio de ponta • O raio de ponta (re) é um fator importante em muitas operações de torneamento e precisa ser levado em consideração, já que a escolha certa afeta a robustez da aresta de corte e o acabamento superficial da peça. Menor: re = 0 ~ 0,2 mm Maior: re= 2,4 mm /23 Efeito do raio de ponta re = 0.2 re = 0.8 re = 1.6 •No torneamento por desbaste, por ser escolhido o maior raio de ponta possível para permitir maior robustez, sem causar aumento nas tendências de vibrações. •Um maior raio de ponta permite uma aresta mais robusta, capaz de suportar altos avanços. •Um menor raio de ponta significa uma ponta mais fraca, porém capaz de cortes para maiores exigências. /24 Efeito do raio de ponta Raio de ponta pequeno • Ideal para profundidade de corte pequena. • Redução de vibrações. • Quebra da pastilha. Raio de ponta grande • Faixas de avanço pesado. • Profundidades do corte grandes. • Grande segurança da aresta. • Aumento das pressões radiais. re = 0.2 re = 0.8 re = 1.6 /25 A faixa de ângulos de ponta apresenta propriedades que vão: -da mais alta robustez, passando por operações de desbaste, - até ângulos de ponta pontiagudos que tenham maior acessibilidade para perfilamento, cópias, etc. Efeito do raio de ponta re = 0.2 re = 0.8 re = 1.6 /26 Formato e raio de ponta da pastilha • Robustez de aresta e acessibilidade de uma pastilha de canto a 90 graus e uma pastilha a 35 graus. Comparação do ângulo de ponta (e), comprimento da aresta de corte (I), comprimento efetivo da aresta de corte (Ia), ângulo de posição apropriado (kr) e profundidade de corte (ap) /27 Utilize o potencial de ✓ap - para reduzir o número de cortes ✓fn - para melhorar o tempo de corte ✓Vc - para melhor a vida útil da ferramenta Como os parâmetros de corte afetam a vida útil da ferramenta? /28 O principal objetivo na seleção da Vc deve ser a obtenção de uma vida econômica da ferramenta, principalmente porque esta tem maior influência nos desgastes da ferramenta que o fn e o ap Como os parâmetros dos dados de corte afetam a vida útil da ferramenta?ap fn vc Vida Vida Vida /29 Efeitos da velocidade de corte (vc) O fator isolado mais determinante da vida útil da ferramenta Muito baixa • Aresta postiça. • Microlascas na aresta. Muito alta • Desgaste rápido de flanco. • Acabamento insatisfatório. • Processo rápidode formação de crateras. • Deformação plástica. /30 Efeitos da profundidade de corte (ap) Muito pequena • Calor excessivo. • Não econômico – baixa taxa de remoção de material Muito profunda • Alto consumo de potência. • Quebra da pastilha. • Aumento das forças de corte. /31 Em uma operação de torneamento, o acabamento superficial é uma função do raio de ponta e do avanço por rotação. Um avanço grande gerará tempos de corte menores, mas acabamento superficial menor. Acabamento superficial fn er f R n .8 1000. 2 max /32 Exigências da ferramenta Fixação Contato máximo entre a ferramenta e o porta-ferramenta (desenho, tolerância dimensional) Comprimento de fixação 3 a 4 vezes o diâmetro da barra (para equilibrar as forças de corte) Estabilidade do suporte /33 CONSIDERE A SEGUINTE APLICACÃO: - Torneamento externo - Material da Peça: eixo em aço de baixa liga - Dimensões: diâm. = 55,4 mm e comp. 90 mm - Condições médias de usinagem - Potência da Máquina: 18kW Exercício - Torneamento CARACTERÍSTICAS PASTILHA 1 PASTILHA 2 comprimento de aresta de corte 12 8 raio de quina 0,8 0,8 arestas de corte 4 6 Formato da pastilha b = 80° e Kr = 95° b = 80° e Kr = 95° ap recomendado 5(0,7 – 7,5)mm 4(0,7 – 5)mm fn recomendado 0,4(0,2 – 0,5)mm/r 0,35(0,2 – 0,5)mm/r Vc recomendada 305m/min 325m/min Material Força Específica de corte (N/mm2) Aço 2000 Aço Inoxidável 2500 Ferro Fundido 1100 50 mm 30 mm Peça final /34 1. Qual pastilha devo selecionar para o processo? Justifique. 2. Qual deve ser a classe da pastilha selecionada? 3. Quais parâmetros de corte serão utilizados (Vc, fn, ap)? 4. Qual é a rugosidade esperada? Exercício - Torneamento vc fn ap n 60000 )/(min)./().().( )( 2mmNkmVmmfmma kWP ccnp c f m c V l t er f R n .8 1000. 2 max /35 Exercício - Torneamento 12,7 mm Verificação por meio da potência: kWPc 24 60000 )2000).(305).(4.0).(35.6( 1 Pastilha1: 2 passes e fn=0,4 kWPc 12 60000 )2000).(305).(2.0).(35.6( 1 Pastilha1: 2 passes e fn=0,2 Pastilha2: 3 passes e fn=0,35 kWPc 16 60000 )2000).(325).(35.0).(23.4( 2 Acima do limite da máquina rpmnmmPara m 22447.42 90 mm 55 mm 30 mm 50 mm /36 Exercício - Torneamento 12,7 mm Verificação por meio do tempo de corte: rpmnmVemmPara cm 2244min/3057.42 min223.0 )2244).(2.0( 100 1 ct nfV nf . f m c V l t 30 mm 50 mm /37 Exercício - Torneamento 12,7 mm Verificação por meio do tempo de corte: rpmnmVemmPara cm 2423min/3257.42 nfV nf . min147.0 )2423).(35.0( 150 2 ct f m c V l t 30 mm 50 mm /38 Exercício - Torneamento Conclusão: A pastilha 2 oferece mais arestas (6), usina num menor tempo (0.147min) e dentro das limitações da máquina (16kW) A pastilha selecionada deve pertencer a classe P, que é própria para aços. Os parâmetros utilizados são: Vc= 325m/min fn=0.35mm/r ap=4.23 mm 30 mm 50 mm /39 Exercício - Torneamento 12,7 mm Cálculo da rugosidade: 30 mm 50 mm m r f R n e 19 8,0.8 1000.35,0 .8 1000. 2 2 max /40 Exercíco: Economia de Usinagem CARACTERÍSTICAS PASTILHA 2 comprimento de aresta de corte 8 raio de quina 0,8 arestas de corte 6 Formato da pastilha b = 80° e Kr = 95° ap recomendado 4(0,7 – 5)mm fn recomendado 0,35(0,2 – 0,5)mm/r Vc recomendada 325m/min Preço R$ 30,00 Quanto pode custar o disperdício de uma aresta de corte? Situações comuns no chão-de- fábrica que podem levar a perder uma aresta: ✓Ponta escura ✓Saiu faísca ✓Mal armazenamento ✓Troca de turno ✓Time perdeu /41 Economia de Usinagem CARACTERÍSTICAS PASTILHA 2 comprimento de aresta de corte 8 raio de quina 0,8 arestas de corte 6 Formato da pastilha b = 80° e Kr = 95° ap recomendado 4(0,7 – 5)mm fn recomendado 0,35(0,2 – 0,5)mm/r Vc recomendada 325m/min Preço R$ 30,00 Quanto pode custar o disperdício de uma aresta de corte? 6 arestas = R$ 30,00 1 aresta = R$ 5,00 Consumo anual = 10.000 pastilhas Portanto: 1 aresta jogada no lixo significa um desperdício de R$ 50.000 por ano
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