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AMICUS CURIAE COMO INSTRUMENTO PARA A BUSCA DE UM PROCESSO COOPERATIVO E DEMOCRÁTICO

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1 
 
 O AMICUS CURIAE COMO INSTRUMENTO PARA A BUSCA DE UM 
PROCESSO COOPERATIVO E DEMOCRÁTICO 
 
Felipe Caldeira 
Advogado, pós-graduando em Direito Processual Civil pela PUCRS 
 
Sumário: 1. Introdução 2. Aspectos gerais do Amicus Curiae 3. Requisitos de 
admissibilidade 3.1. Requisitos Objetivos 3.2. Requisito Subjetivo 4. O Amicus 
Curiae e a busca de um processo cooperativo e democrático 5. Conclusão 6. 
Referências bibliográficas 
 
Resumo: A partir da análise das características assumidas pelo amicus curiae no 
direito estrangeiro e da sua evolução no Direito Brasileiro, o presente artigo se 
propõe a analisar o tratamento dado pelo direito processual civil brasileiro a esse 
emblemático instrumento que é objeto de discussões na doutrina e na 
jurisprudência, principalmente no que tange à busca de um processo cooperativo e 
democrático. 
 
Palavras-Chave: Amicus Curiae; Democratização do Processo; Procedimento; 
Cooperação; Legitimidade; Requisitos de admissibilidade. 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O conceito do que é o amicus curiae tem sofrido uma transformação 
importante correspondente a uma mudança na abordagem dada ao direito, 
especialmente no ensino do direito processual civil com a vigência do Novo Código 
de Processo Civil de 2015. O instituto teve o seu maior desenvolvimento no direito 
norte-americano, cujo sistema é o da common law, e no Brasil sua atuação vem 
ganhando cada vez mais destaque, pois, com o advento da Lei 13.105/2015, inseriu-
se o amicus no Título do Código que contempla as formas típicas de intervenção de 
terceiros. 
Por essas razões será verificado que o Código de Processo Civil/2015 
teve o claro propósito de encorajar a participação do amicus curiae para uma 
ampliação do debate judicial, especialmente nos casos em que há repercussão para 
além das partes integrantes dos polos da relação processual. 
Após o estudo dos pressupostos para a intervenção do amicus curiae, 
será contextualizada a importância da sua atuação para a busca de um processo 
cooperativo e democrático, marcado pela ampliação do debate prévio entre as 
2 
 
partes, especialmente quando a matéria é de relevância para a sociedade ou 
determinado grupo social. 
Dessa forma, será possível destacar a importância do instituto, em 
especial pela possibilidade de o debate ser ampliado visando a uma melhor 
prestação jurisdicional quando a causa transcender o interesse inter partes. 
 
2. ASPECTOS GERAIS DO AMICUS CURIAE 
 
 
A evolução histórica da figura do amicus, mesmo que de forma breve, 
permite identificar de que forma ele foi concebido e evoluído especialmente no 
direito romano, no direito inglês e no direito norte-americano. 
Ao analisar a origem e o desenvolvimento do instituto, é possível notar 
que o amicus curiae assumiu diferentes papeis em alguns países. Há controvérsias 
na doutrina no que diz respeito às raízes do instituto. Isso, pois, conforme traz Isabel 
da Cunha Bisch: “o instrumento processual ganhou sentidos e funções diversas na 
Inglaterra, nos Estados Unidos, no Direito Comunitário Europeu e, mais 
recentemente, também no Brasil.” 1 
Por um lado, há quem afirme a origem do amicus no direito romano, como 
por exemplo, Michael K. Lowman, quando afirma que “The earliest notion of amicus 
participation is found in Roman law” 2. Por outro lado, e aonde há respaldo na 
maioria dos autores, defende-se a origem do instituto no direito inglês. 
No direito romano, a origem do instituto teria se dado a partir do chamado 
consillarius, sua função era ser um colaborador neutro em casos cuja resolução 
girava em torno de questões não estritamente jurídicas, objetivando minimizar o erro 
dos magistrados nos julgamentos e, além disso, sua obrigação seria prestar 
lealdade aos juízes. 3 
Identificam-se, então, duas características básicas do instituto no direito 
romano: a sua intervenção dependia de convocação do magistrado (atuação 
 
1
 BISCH, Isabel da Cunha. O amicus curiae, as tradições jurídicas e o controle de constitucionalidade: um estudo 
comparado à luz das experiências americana, europeia e brasileira. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2010. p. 
17-18. 
2
 LOWMAN, Michael K. The litigating Amicus Curiae: When does the party begin after the friends leave? 
American University Law Review, Summer, 1992. Vol. 41(4). p. 1243-1299. 
3
 BUENO, Cassio Scarpinella. Amicus Curiae no processo civil brasileiro: Um terceiro enigmático. 3. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2012. p. 112. 
3 
 
provocada) e o auxílio era prestado consoante seu próprio e livre convencimento 
(imparcial). 4 
Dessa forma, devido à característica do instituto no direito romano, 
marcada pela intervenção provocada e pela neutralidade de sua atuação, é possível 
identificar porque Giovani Criscuoli, citado por Cássio Scarpinella Bueno, defende 
que a origem do instituto se deu no direito inglês: desde as suas remotas origens no 
direito inglês, o amicus curiae pode comparecer de forma espontânea perante o 
juízo e, além disso, eventualmente pode fornecer elementos úteis para a vitória de 
um dos integrantes dos polos da relação processual.5 
Michael K. Lowman, citado por Tatiana Machado Alves, aponta que na 
Inglaterra medieval o amicus curiae era entendido como um terceiro desinteressado 
que, mediante requerimento próprio ou do próprio órgão jurisdicional, fornecia 
informações sobre questões de direito e/ou apontava questões de fato que poderiam 
acarretar erros manifestos no julgamento da causa.6 
Entretanto, essa concepção do amicus como uma figura desprovida de 
interesse próprio cuja finalidade era auxiliar o juízo foi se modificando com o tempo. 
A virada no Direito Inglês se deu no caso “Coxe vs. Phillips”, em que foi autorizada, 
pela primeira vez, a intervenção de um terceiro no processo como amicus curiae 
para proteger os seus próprios interesses, conforme narra Scarpinella Bueno: 
 
Narra-se, a respeito desse caso, que o casamento de Mrs. Phillips e Mr. 
Muilman foi declarado nulo ao se descobrir que ela j era casada. Mesmo 
depois de Mr. Muilman se ter casado novamente, Mrs. Phillips invocou 
seu casamento com ele para alegar a incapacidade de se obrigar quando 
cobrada pelo n o pagamento de uma nota promiss ria. Como as raz es de 
defesa invocadas por ela podiam comprometer o ent o atual casamento de 
Mr. Muilman, a corte permitiu, mesmo que ele n o fosse parte ou 
interessado no processo, que um amicus curiae representasse seus 
interesses naquela a o. A tese do amicus foi acolhida, a a o de cobran a 
foi extinta e as partes, Mr. Coxe e Mrs. Phillips, condenadas como litigantes 
de m -fé.
7
 
 
O amicus curiae ganhou espaço na Inglaterra devido a uma visão bipolar 
do processo (ideia de um confronto entre dois adversários e um julgador 
relativamente passivo), pois o amicus não deixava de estar à margem da discussão 
 
4
 CRISCUOLI, Giovani. Apud BUENO, Cassio Scarpinella. Op. cit. p. 111. 
5
 BUENO, Cassio Scarpinella. Op. cit. p. 113. 
6
 LOWMAN, Michael K. Apud ALVES, Tatiana Machado. Primeiras questões sobre o amicus curiae no novo 
Código de Processo Civil. Revista de Processo. v. 256. ano 41. São Paulo: RT, 2016. p. 96 
7
 BUENO, Cassio Scarpinella. Op. cit. p. 114-115. 
4 
 
entre as partes. Além disso, manteve-se no Direito Inglês por auxiliar os magistrados 
a aprimorar seu convencimento, aperfeiçoando ou corrigindo o conjunto probatório 
elaborado. 8 
A partir dos referenciais do Direito Inglês, o amicus curiae passou a 
integrar o direito norte-americano, sobretudo devido aos dois países possuírem a 
mesma concepção geral de Direito com a adoção do modeloda Common Law, 
baseado na aplicação do Direito por meio de precedentes e decisões judiciais 
pretéritas. No entanto, em que pese em ambos os países haver a prevalência do 
judge-made law, Isabel da Cunha Bisch destaca que determinadas práticas 
processuais surgiram ou assumiram novos perfis. 9 
No Brasil, antes do advento do CPC de 2015, não havia qualquer 
referência legislativa expressa ao amicus curiae no direito processual brasileiro. O 
único ato normativo que o denominava era o Regimento Interno da Turma Nacional 
de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais (Resolução nº 
390, de 17 de setembro de 2004, CNJ), no seu art. 23, §1º, que permitia a eventuais 
interessados, entidades de classe, associações, organizações não governamentais, 
etc., no julgamento de recursos perante a Turma Recursal, apresentar memoriais e 
fazer sustentação oral a critério do presidente, recaindo sobre este a decisão sobre 
o tempo de sustentação que seria permitido. 10 
Cassio Scarpinella Bueno comenta que não é coincidência que, na maior 
parte dos casos, os autores descrevem a atuação do amicus curiae como 
modalidade sui generis de intervenção de terceiros. 11 
Logo, a partir de previsões em leis esparsas, mesmo que estas não 
mencionassem expressamente a denominação amicus curiae, o instituto foi sendo 
incorporado no ordenamento jurídico aos poucos. 12 Tatiana Machado Alves aponta 
que “um grande passo na evolu o do instituto no direito brasileiro foi dado a partir 
do seu reconhecimento nos processos de constitucionalidade.” 13 
 
 
8
 SILVESTRI, Elisabetta. Apud BISCH, Isabel da Cunha. Op. cit. p. 29. 
9
 A autora destaca algumas delas: a) nos Estados Unidos, a regra do júri foi incorporada com muito maior 
importância e destaque do que na Inglaterra atual; b) embora também tenha prevalecido o adversarial system, 
nos Estado Unidos, as partes detêm mais controle do processo na fase anterior ao julgamento (pre-trial), do que 
na Inglaterra. c) nos Estados Unidos foi introduzida e muito difundida nova modalidade de ação, a class action 
(ação coletiva) (BISCH, Isabel da Cunha. Op. cit. p. 34.) 
10
 BUENO, Cassio Scarpinella. Op. cit. p. 144. 
11
 Idem, ibidem. 
12
 ALVES, Tatiana Machado. Op. cit. p. 103. 
13
 Idem, ibidem. 
5 
 
Desse modo, o amicus curiae é definido como um terceiro ao processo 
que nele intervém para fornecer ao magistrado elementos relevantes que possam 
auxiliar na formação do seu convencimento.14 O seu modo de intervenção se realiza 
de forma espontânea, a pedido da parte ou por provocação do órgão jurisdicional. 
A finalidade imediata de sua intervenção é permitir que o juiz tome 
conhecimento de questões subjacentes à lide que não tenham sido informadas pelas 
partes e que sejam úteis para a resolução da causa. 15 
Pode-se identificar também uma finalidade mediata de sua intervenção: 
preencher a lacuna da legitimidade democrática do Poder Judiciário, na medida em 
que o amicus irá atuar, em última instância, como um porta-voz da pluralidade de 
ideias, valores e anseios da sociedade, objetivando enriquecer o debate democrático 
no processo. 16 
Nesta senda, se o direito incide sobre os fatos, evidente que é de suma 
importância que o juiz possua acesso a todo contexto fático pertinente que permeia 
a discussão debatida na demanda, incluindo os impactos que a sua decisão poderá 
ter sobre a coletividade, de modo que ele possa prolatar uma decisão mais justa e 
correta, e que atenda aos fins do processo. 17 
 
3. REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE 
 
A partir da previsão geral do instituto no art. 138 do CPC/201518, observa-
se a presença de 3 (três) requisitos objetivos e 1 (um) requisito subjetivo, quais 
sejam: a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda e a 
repercussão social da controvérsia, sendo estes os objetivos; e a representatividade 
adequada como requisito subjetivo. 
Os requisitos objetivos estão dispostos de forma alternativa, ou seja, não 
é necessário que todos estejam presentes para que haja a admissão do amicus 
curiae, visto que foi utilizado pelo legislador a con un o “ou”, característica de 
alternância. 
 
14
 ALVES, Tatiana Machado. Op. cit. p. 90. 
15
 Idem, ibidem. 
16
 Ibidem, p. 93. 
17
 Ibidem, p. 91. 
18
 Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da 
demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento 
das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, 
órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua 
intimação. (BRASIL. Lei n. 13.105/2015. Código de Processo Civil. Disponível em < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm> Acesso em 08/08/2017). 
6 
 
 
3.1 Requisitos objetivos 
 
A intervenção como amicus curiae será possível quando preenchidos os 
requisitos da relevância da matéria, especificidade do tema objeto da demanda ou 
repercussão social da controvérsia. Quanto às condições objetivas para admissão 
do amicus curiae, Eduardo Talamini traz, inicialmente, duas balizas: 
 
[...] por um lado a especialidade da matéria, o seu grau de complexidade; 
por outro, a importância da causa, que deve ir além do interesse das partes, 
i.e., sua transcendência, repercussão transindividual ou institucional. São 
requisitos alternativos (“ou”), n o necessariamente cumulativos: tanto a 
sofisticação da causa quanto sua importância ultra partes (i.e., que vá além 
das partes) pode autorizar, por si só, a intervenção. De todo modo, os dois 
aspectos, em casos em que não se põem isoladamente de modo tão 
intenso, podem ser somados, considerados conjuntamente, a fim de 
viabilizar a admissão do amicus.
19
 
 
A relevância da matéria e a repercussão social da controvérsia se dividem 
na medida em que a primeiro é analisada sob o aspecto qualitativo e a segunda 
quanto ao aspecto quantitativo. A abordagem desses dois requisitos se dá, 
geralmente, de forma conjunta, pois são fundados no interesse extraprocessual da 
demanda, ou seja, a possibilidade de haver efeitos para além dos limites do 
processo.20 Igualmente, ás vezes ambos se confundem, pois, se há a possibilidade 
de ter repercussão da controvérsia em um processo, podemos concluir que também 
será relevante o tema objeto discutido. 
Em alguns casos, a solução da causa pode ter repercussão social que 
poderá ultrapassar o interesse das partes integrantes dos polos da relação 
processual, visto que os efeitos estarão direta ou indiretamente aplicados a muitas 
outras pessoas (dimensão ultra partes).21 Por outro lado, em outras demandas a 
dimensão ultra partes, justificadora da intervenção, poderá estar presente em 
questões que, mesmo não havendo tendência de repercutir em uma quantidade 
grande de outros litígios, versará sobre temas fundamentais para o ordenamento 
jurídico.22 
 
19
 TALAMINI, Eduardo. WAMBIER, Teresa Arruda Alvim et al. (coord.). Breves comentários ao Novo Código de 
Processo Civil. São Paulo: RT, 2015. p. 441. 
20
 ALVES, Tatiana Machado. Op. cit. p. 107. 
21
 TALAMINI, Eduardo. WAMBIER, Teresa Arruda Alvim et al. (coord.). Op. cit. p. 441. 
22
 Idem, ibidem. 
7 
 
A especificidade do tema objeto da demanda está relacionada com a 
complexidade da matéria da demanda. Essa especificidade tanto pode ser fática 
quanto técnica (jurídica ou extrajurídica).23 Na análise deste requisito, deve-se tercuidado, visto que a especificidade do tema não pode ser considerada genérica nem 
autônoma, sob pena de haver confusão entre a função do amicus curiae com a do 
perito, por exemplo. 
Então, analisados os pressupostos objetivos de intervenção, será 
abordado o requisito subjetivo para admissão do amicus curiae, qual seja: a 
representatividade adequada. 
 
3.2 Requisito Subjetivo 
 
Exige-se que o amicus curiae possua – além de um dos requisitos 
objetivos - o requisito subjetivo da representatividade adequada. Este requisito exige 
que o amicus curiae demonstre a razão de sua intervenção e de que forma seu 
interesse institucional se relaciona com o processo.24 Note-se que interesse 
institucional difere de interesse jurídico, conforme ensina Cassio Scarpinella Bueno: 
 
O “interesse institucional” n o pode ser confundido (em verdade, reduzido) 
ao interesse jurídico que anima as demais intervenções de terceiro no que é 
expresso o caput do art. 119 ao tratar da assistência. Fossem realidades 
coincidentes e, certamente, não haveria necessidade de o CPC de 2015 – e 
antes dele, algumas leis esparsas, a jurisprudência e a doutrina – disciplinar 
expressamente o amicus curiae. O “interesse institucional”, por isso mesmo, 
deve ser compreendido de forma ampla, a qualificar quem pretende ostentar 
o status de amicus curiae em perspectiva metaindividual, apta a realizar 
interesses que não lhe são próprios nem exclusivos como pessoa ou como 
entidade. São, por definição, interesses que pertencem a grupo 
(determinado ou indeterminado) de pessoas e que, por isso mesmo, 
precisam ser considerados no proferimento de específicas decisões; o 
amicus curiae, é esta a verdade, representa-os em juízo como adequado 
portador deles que é. Seja porque se trata de decisões que signifiquem 
tomadas de decisão valorativas, seja porque são decisões que têm aptidão 
de criar “precedentes”, tendentes a vincular – é o que o CPC de 2015 
inequivocamente quer – outras tantas decisões a serem proferidas 
posteriormente e a partir dela. 
25
 
 
Nesse interim, o requisito subjetivo da representatividade adequada não 
impõe ao amicus curiae ser o porta-voz de um grupo ou determinado segmento 
social. Torna-se necessário o conhecimento e a idoneidade para colaborar para o 
 
23
 TALAMINI, Eduardo; WAMBIER, Teresa Arruda Alvim et al. (coord.). Op. cit. p. 441. 
24
 BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de direito processual civil. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. p. 187-188. 
25
 Idem, ibidem. 
8 
 
esclarecimento das questões em debate.26 
A título de exemplo, na Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta 
pelo MP/RS pretendendo a declaração de inconstitucionalidade da Lei Municipal 
3.700/15, de Gravataí (proíbe o transporte de passageiros por carros particulares 
cadastrados em aplicativos), o Des. Rel. Alberto Delgado Neto, do TJ/RS, proferiu 
decisão admitindo a UBER como amicus curiae, conforme trecho que segue: 
 
O Uber vem sustentando possuir representatividade para intervir nesta ação 
na qualidade de amicus curiae (amigo da corte), pois o seu aplicativo de 
tecnologia tem sido o principal fator desencadeador de uma verdadeira 
revolução na maneira como as pessoas interagem, trabalham e se 
locomovem. 
A figura do amicus curiae se presta a permitir a ampliação do debate prévio 
decisório, especialmente quando a matéria é de relevância para a 
sociedade ou determinado grupo social. 
[...] 
Assim, a doutrina e a jurisprudência mencionam a necessidade da presença 
do binômio relevância/representatividade, tendo em vista os efeitos da 
decisão a ser proferida no setor diretamente afetado, bem como se a 
entidade possui interesse que justifique a participação. 
Na espécie, a representatividade está demonstrada nos autos, na medida 
em que o UBER do Brasil Tecnologia Ltda. representa no caso não só a 
empresa interessada na solução, mas um segmento social interessado na 
utilização do aplicativo, com a finalidade conferir escala de transporte 
individual privado de passageiros, revelando interesse difuso evidente. 
27
 
 
Na mesma decisão, o Relator fundamenta que mesmo havendo interesse 
na causa, isso, por si só, não impede a participação de interessado no processo: 
 
“[...] a jurisdição constitucional tem natureza diversa da jurisdição de 
resolução de conflitos, guardando o caráter de controle do sistema jurídico, 
de molde que a contribuição de segmentos ou grupos, ainda que 
interessados, amplia o horizonte de conhecimento da base de incidência 
normativa em debate.”
28
 
 
Sob a mesma ótica, Luiz Guilherme Marinoni, Sérgio Cruz Arenhart e 
Daniel Mitidiero afirmam: 
 
O que o move é o interesse institucional: o interesse no adequado debate 
em juízo de determinada questão nele debatida.
 
Esse, aliás, o parâmetro 
adequado para aferição da legitimidade da participação do amicus curiae no 
processo: é inclusive a partir desse critério que o requisito da 
 
26
 CARNEIRO, Paulo Cezar Pinheiro; CABRAL, Antonio do Passo; CRAMER, Ronaldo (coord.). Comentários ao 
novo Código de Processo Civil. Rio de Janeiro: Forense, 2015. p. 251. 
27
 RIO GRANDE DO SUL. Tribunal de Justiça do Estado. Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 70072816671. 
Desembargador Relator Alberto Delgado Neto. Porto Alegre, 06/06/2017. 
28
 Idem, ibidem. 
9 
 
representatividade adequada do amicus curiae deve ser dimensionado.
29
 
 
Paulo Cézar Pinheiro Carneiro, por sua vez, alerta que não se pode 
confundir, apesar da igualdade na grafia, a representatividade adequada da ação 
civil pública com a relacionada à participação do amicus curiae. O autor defende que 
deve haver a formação de um novo conceito do “nosso amicus curiae”, agora 
disciplinado no Código de Processo Civil de 2015, de modo a não defini-lo com base 
na doutrina estrangeira ou com premissas que a doutrina brasileira estabeleceu no 
passado, quando o instituto ainda não estava regulado no direito brasileiro. 30 
Desta maneira, o CPC/15, ao disciplinar o amicus curiae, não exigiu que 
este fosse um terceiro imparcial. Se assim o fosse, sua intervenção poderia ser 
questionada e impugnada pela parte prejudicada.31 Contudo, em que pese o CPC 
não exija que o amicus curiae seja um terceiro imparcial, Fredie Didier Jr. entende 
de modo diverso, apontando que “o amicus curiae precisa ter algum vínculo com a 
questão litigiosa, de modo a que possa contribuir para a sua solução”. 32 
Verifica-se, portanto, que a análise da finalidade e do objetivo do amicus 
curiae se torna fundamental, a medida que o amicus curiae, diferentemente das 
outras formas de intervenção de terceiro, fornece subsídios para auxiliar o 
magistrado na análise de determinada matéria/questão. Logo, mesmo que a 
manifestação do amicus curiae favoreça alguma parte, isso decorrerá da 
consequência da sua manifestação, e não da sua finalidade e objetivo de 
intervenção. 
 
4. O AMICUS CURIAE E A BUSCA DE UM PROCESSO COOPERATIVO E 
DEMOCRÁTICO 
 
“Na dúvida, deve-se perquirir: isso atende ou agride o que é apregoado pela 
cooperação? Assim, e só assim, talvez fique no retrovisor da história, o 
momento em que vivemos, ou se a, o de mera ‘tentativa’ do processo 
idealizado pelo Estado Constitucional.” 
33
 
 
O amicus curiae é um instituto de matriz democrática, que permite que 
terceiros ingressem no “mundo” fechado de um processo para discutir ob etivamente 
 
29
 MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo curso de processo civil. 3. 
ed. São Paulo: RT, 2017. p. 44. 
30
 CARNEIRO, Paulo Cezar Pinheiro; CABRAL, Antonio do Passo;CRAMER, Ronaldo (coord.). Op. cit. p. 251. 
31
 Idem, ibidem. 
32
 DIDIER JR., Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e 
processo de conhecimento. 17. ed. Salvador: Jus Podivm, 2015. p. 523. 
33
 LANES, Julio Cesar Goulart. Fato e Direito no Processo Civil Cooperativo. São Paulo: RT, 2014. p. 127. 
10 
 
teses jurídicas que por meio de uma decisão judicial possa vir a afetar a 
sociedade.34 
Nesse sentido, o instituto permite que, antes de ser proferida a decisão e 
eventualmente virar um precedente, possa haver um debate prévio e questões 
importantes possam ser levadas à apreciação do magistrado. 
Tem-se, portanto, que o processo civil se estrutura a partir dos direitos 
fundamentais que compõe o direito ao processo justo e a construção/reconstrução 
do sistema processual civil parte da Constituição, ou seja, interpreta-se o Processo 
Civil de acordo com a Constituição Federal. 35 
A partir da observância, em especial, do direito ao processo justo, que se 
espera a atuação do Estado e dos particulares em algumas situações. Luiz 
Guilherme Marinoni, Sérgio Cruz Arenhart e Daniel Mitidiero apontam que o direito 
ao processo justo conta com um perfil mínimo: 
 
Em primeiro lugar, do ponto de vista da divisão do trabalho processual, o 
processo justo é pautado pela colaboração do juiz para com as partes (art. 
6º, CPC). O juiz é paritário no diálogo e assimétrico apenas no momento da 
imposição de suas decisões. Em segundo lugar, constitui processo capaz 
de prestar tutela jurisdicional adequada e efetiva (art. 5º, XXXV, CF, e 3º, 
CPC), em que as partes participam em pé de igualdade e com paridade de 
armas (art. 5º, I, CF e 7º, CPC), em contraditório (art. 5º, LV, CF, e 7º, 9º e 
10º, CPC), com ampla defesa (art. 5º, LV, CF) com direito à prova (art. 5º, 
LVI, a contrario sensu, CF, e 369, CPC), perante o juiz natural (arts. 5º, 
XXVII e LIIII, CF), em que todos os seus pronunciamentos são previsíveis, 
confiáveis e motivados (arts. 93, IX, CF, e 11 e 489, §1º, CPC), em 
procedimento público (arts. 5º, LX, e 93, IX, CF, e 11 e 189, CPC), com 
duração razoável (arts. 5º, LXXVIII, CF, e 4º, CPC) e, em sendo o caso, 
com direito à assistência judiciária jurídica integral (art. 5º, LXXIV, CF, e 98 
a 102, CPC) e com formação de coisa julgada (art. 5º, XXXVI, CF, e 502, 
CPC).
36
 
 
O direito a um processo justo nada mais é do que o resultado da 
harmonização desses interesses que confluem no processo.37Além disso, é 
justamente nessa situação em que o CPC/2015, de forma adequada, acertou ao 
tornar atípica a possibilidade de intervenção de terceiros como amicus curiae, pois, 
como afirmado por Marinoni, Arenhart e Mitidiero: “Trata-se de uma evidente 
 
34
 MACIEL, Adhemar Ferreira. Amicus Curiae: Um Instituto Democrático . Revista de Processo. vol. 106/2002. p. 
281-284. 
35
 MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo Código de Processo Civil 
comentado. 2. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: RT, 2016. p. 143. 
36
 Ibidem. p. 144. 
37
 MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz; MITIDIERO, Daniel. Novo curso de processo civil. 3. 
ed. São Paulo: RT, 2017. p. 44. 
11 
 
concretização da vertente democrática que alicerça nosso Estado Constitucional 
(art. 1º, caput, da CF).” 38 
Paulo Cezar Pinheiro Carneiro corrobora com o ponto trazido neste 
capítulo: 
 
O princípio da cooperação não se limita aos participantes tradicionais do 
processo: autor e réu. Deve o juiz, sempre que necessário, especialmente 
nos processos cujo resultado possa alcançar um grande número de 
pessoas, permitir a intervenção de pessoas, órgãos ou de entidades com 
interesse, ainda que indireto, na controvérsia. Assim, promover a realização 
de audiências públicas (art. 927, §2º; art. 983, §1º; art. 1.038, II; v.g.), e até 
mesmo permitir o ingresso de outros personagens que possam colaborar 
para a realização da justiça, caso do amicus curiae (arts. 138 e 1.038, §2º), 
são corolários lógicos de uma das formas de cooperação do juiz com o 
deslinde da causa. Quanto maior for a participação e, portanto, os 
elementos de informação, maior será a legitimidade democrática da 
decisão. 
 
Tatiana Machado Alves também concorda que, embora o amicus curiae já 
viesse sendo utilizado no direito brasileiro como instrumento de ampliação do debate 
democrático, e consequentemente de melhoria de qualidade da prestação 
jurisdicional, a sua referência expressa no CPC/15 foi medida salutar para reforçar 
ainda mais essa característica do instituto. 39 
Assim, conforme a autora traz: 
 
[...] em atendimento ao postulado democrático e ao contraditório 
participativo, não só as partes adquirem o direito de influir eficazmente na 
formação do convencimento do magistrado, como terceiros que possam 
contribuir para as discussões passam a poder requerer a sua intervenção 
no processo para apresentar informações aptas a auxiliar o juiz.
40 
 
No entanto, a autora adverte que a utilização do amicus curiae deve se 
dar de forma racional e dentro dos limites fixados, especialmente quanto aos 
requisitos para a sua intervenção. Torna-se importante que, na decisão que decide o 
pedido de ingresso do amicus curiae, os juízes analisem e fundamentem 
efetivamente os requisitos do art. 138, CPC, de modo a evitar que intervenções 
inúteis, inaptas a colaborar para a resolução da demanda, sejam admitidas e 
prejudiquem o andamento do feito. 41 
 
 
 
38
 Ibidem, p. 105. 
39
 ALVES, Tatiana Machado. Op. cit. p. 115. 
40
 Idem, ibidem. 
41
 Idem, ibidem. 
12 
 
 
 
5. CONCLUSÃO 
 
O objetivo do presente estudo foi realizar uma abordagem da figura do 
amicus curiae - uma das inovações trazidas pelo Código de Processo Civil de 2015 - 
no que diz respeito à possibilidade de se buscar um processo pautado pela 
cooperação entre as partes e pela democratização do processo. O novo regramento, 
trazido no artigo 138, é um reflexo do modelo de cooperação e de democratização 
processual. Isso, pois, como referido no presente estudo, é um instrumento que 
valoriza a participação ativa de terceiros que possam auxiliar o juiz, fornecendo 
subsídios para melhorar a resolução da causa. 
O CPC/2015 fomenta ainda mais a participação de interessados que 
tenham condição de fornecer elementos adequados para a tomada de decisões pelo 
juiz. Entretanto, como dito anteriormente, deve-se ter cautela no momento de avaliar 
o ingresso de eventual interessado (interesse institucional) na causa, para não 
termos uma quantidade enorme de pedidos de ingresso de terceiros somente pelo 
fato de haver um interesse na causa, seja ele meramente econômico, afetivo, etc. 
Sob a perspectiva processual, o amicus curiae deve contribuir, portanto, 
para a busca de uma decisão mais justa e mais fundamentada, com atenção 
especial a eventuais efeitos transcendentes ao campo privado, em decorrência da 
decisão proferida, principalmente pelo fato do instituto ter sido generalizado, 
podendo ser admitido em qualquer ação, juízo ou tribunal, caso preencha os 
requisitos legais para admissão. 
Posto isso, a verdade é que, dada a crescente relevância da jurisdição 
constitucional, e a frequência cada vez maior de decisões judiciais capazes de afetar 
toda coletividade, a admissibilidade do amicus curiae se torna um meio decisivo para 
o alargamento do debate entre as partes, para a participação processual dos vários 
segmentos e setores da sociedade e, consequentemente, para garantir a 
legitimidade democrática e cooperativa da atividade jurisdicional. 
 
13 
 
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