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TEORIA MACROECONÔMICA III Prof . Fel ipe Santos Tostes Perspectivas Alternativas sobre Políticas de Estabilização (Mankiw, cap. 18) 18.0) Introdução: Diante do que foi exposto nos capítulos anteriores, o objetivo desse capítulo é fazer uma reflexão sobre o atual papel e poder da política econômica. Diante dos fatores apresentados que ocasionam as oscilações econômicas, como os formuladores da política econômica devem agir e reagir? A política econômica deve ser ativa ou passiva? O governo deve agir antes do choque ou deve reagir ao choque? Será as ações do governo as causadoras de choques que afetam o sistema econômico? A política econômica deve seguir regras ou ser discricionária? A fim de evitar choques de política econômica é melhor usar regras? Ou é melhor o governo possuir liberdade de ação na realização da política econômica? 18.1) A política econômica deve ser ativa ou passiva? 1°) Qual é o fator gerador das oscilações econômicas? Para os novos-keynesianos a flutuação das variáveis macroeconômicas são geradas pela existência de falhas de mercado e de rigidez de preços no curto-prazo; Para os novo-clássicos a flutuação das variáveis macroeconômicas são causadas por políticas econômicas equivocadas; Para os teóricos dos ciclos reais de negócios a flutuação das variáveis macroeconômicas são causadas por choques tecnológicos, variações nas condições ambientais, mudança nos preços relativos das matérias-primas importadas e mudanças na alíquota tributária. 18.1) A política econômica deve ser ativa ou passiva? 2°) A política econômica (monetária e fiscal) é capaz de impactar a demanda agregada? Para os novos-keynesianos a política econômica é capaz de afetar a demanda agregada no curto prazo; Para os novo-clássicos somente política econômica imprevista será capaz de afetar a demanda agregada no curto prazo; Para os teóricos dos ciclos reais de negócios a política econômica não será capaz de afetar a demanda agregada, nem mesmo no curto prazo; Paras as três escolas, no longo-prazo, não haverá efeitos reais de uma política econômica que tenha por objetivo administrar a demanda agregada. No longo prazo, esse tipo de política apenas afeta o nível de preços. 18.1) A política econômica deve ser ativa ou passiva? Conclusão: Para os novos-keynesianos políticas ativas tem efeitos reais de curto prazo, mas não de longo prazo; Exemplo: o banco central é capaz de impactar o nível de gastos na economia (demanda) ao elevar a oferta de moeda. Para os novo-clássicos é a política econômica ativa que causa distúrbios na economia. Assim, a política econômica deve ser passiva. Exemplo: os agentes econômicos racionais aprenderam, com os erros do passado, que uma elevação da oferta de moeda gera inflação ao longo do tempo. Sabem que isso corrói o seu poder de compra. Assim, eles poupam o excesso de moeda e, portanto, não elevam os seus gastos (demanda). Para os teóricos dos ciclos reais de negócios a política econômica ativa não tem qualquer efeito sobre as variáveis reais da economia. A política econômica deve ser passiva, a fim de minimizar as distorções que ela provoca na economia. 18.1) A política econômica deve ser ativa ou passiva? Fatores que justificam a política econômica passiva 3°) A política econômica (monetária e fiscal) possui defasagens (hiato): Defasagem (hiato): tempo que se leva para implementar e obter resultados com a política econômica. Defasagem interna: tempo que se leva para a política econômica. Defasagem externa: tempo que leva para a política econômica fazer efeito. Política Monetária: Defasagem interna < Defasagem externa Política Fiscal: Defasagem interna > Defasagem externa 18.1) A política econômica deve ser ativa ou passiva? Fatores que justificam a política econômica passiva 4°) Erros de previsão econômica: Indicadores econômicos imprecisos; Modelos macroeconômicos incompletos; Expectativas econômicas “contaminadas”. 18.2) A política econômica deve seguir regras ou ser discricionária? Regras: os formuladores da política econômica anunciam previamente como irão realizar a política econômica, independentemente dos choques que podem vir a ocorrer; Discricionariedade: os formuladores da política econômica não anunciam previamente como irão realizar a política econômica. Tomam suas ações após a ocorrência de choques na economia. 18.2) A política econômica deve seguir regras ou ser discricionária? Regra Discrição Ativa Monetaristas Keynesianos Passiva Novo-clássicos e CRN Novos-keynesianos 18.2) A política econômica deve seguir regras ou ser discricionária? Os novos-keynesianos defendem ações corretivas sobre um mercado que não se ajusta corretamente. Assim, eles são adeptos de políticas econômicas discricionárias; Os novos-clássicos defendem ações preventivas no mercado sensível a falhas de informação. Assim, são adeptos a utilização de regras claras e de fácil entendimento para o público. Os teóricos dos ciclos reais de negócios defendem regras para políticas econômicas, dado que elas são capazes de causar distorções no mercado. Possíveis combinações de política econômica: Instrumentos de política econômica: Monetária: reservas compulsórias, títulos públicos e taxa de redesconto; Fiscal: carga tributária, gastos do governo e títulos públicos. Agregados intermediários: agregados monetários, taxas de juros, oferta de crédito, poupança, renda, investimento e consumo. Agregados finais: produto, emprego e preços (inflação). Possíveis combinações de política econômica: Política monetária ativa: o banco central usa ativamente (controla) os instrumentos e aguarda o ajustamento dos agregados intermediários e finais. Exemplo: o banco central negocia títulos públicos esperando o ajustamento das taxas de juros. Política monetária passiva: o banco central não usa ativamente (controla) os instrumentos, fixando uma meta para os agregados intermediários e/ou finais. Exemplo: o banco central fixa uma meta para a taxa de juros. Como isso ele terá que negociar um volume de títulos demandados a essa taxa de juros. Possíveis combinações de política econômica: Política fiscal ativa: a autoridade fiscal usa ativamente (controla) os instrumentos e aguarda o ajustamento dos agregados intermediários e finais. Exemplo: o governo define um determinado nível de isenções fiscais aguardando uma resposta do produto e do emprego. Política fiscal passiva: a autoridade fiscal não usa ativamente (controla) os instrumentos, fixando uma meta para os agregados intermediários e/ou finais. Exemplo: o governo define uma meta para o produto, tendo que fazer um ajuste nas contas públicas (gastos e arrecadação tributária). Possíveis combinações de política econômica: Política monetária com regra: quando a autoridade monetária define uma regra para o controle do instrumento ou do controle do agregado intermediário. Exemplos: emissão controlada dos títulos públicos. Política monetária discricionária: quando a autoridade monetária manipula os instrumentos ou os agregado intermediário reagindo a choques na economia. Exemplos: modificação no volume de títulos públicos negociados. Possíveis combinações de política econômica: Política fiscal com regra: quando a autoridade fiscal define uma regra para o controle do instrumento ou do controle do agregado intermediário. Exemplos: elevação dos gastos públicos de acordo com a taxa de inflação ou de acordo com o crescimento do produto. Política fiscal discricionária: quando a autoridade fiscal manipula os instrumentos ou os agregado intermediário reagindo a choques na economia. Exemplos: modificação nasalíquotas dos impostos conforme deterioração não esperada das contas públicas. Possíveis combinações de política econômica: Política ativa com regra: fixação da taxa de redesconto. Política ativa e discricionária: modificação na taxa de redesconto conforme “sinais” enviados pelo mercado. Política passiva com regra: compromisso com meta para a taxa de juros de curto prazo. Política passiva e discricionária: liberdade de alteração na meta para a taxa de juros de curto prazo conforme “sinais” enviados pelo mercado. Discricionariedade limitada: metas de inflação. 18.1) A política econômica deve ser ativa ou passiva? Fatores que justificam a política econômica com regras Falta de confiança nos formuladores de políticas econômicas e no processo político; Inconsistência temporal da política econômica. Bibliografia: Mankiw (2015) - Macroeconomia - Capítulo 18
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