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Resenha de macro III 25 03

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¹Vanele Beatriz R. Gonçalves aluna do curso de Ciências Econômicas da 
Universidade Estadual de Montes Claros- vanelebeatriz.2407@outlook.com 
 
EPILOGO: A HISTÓRIA DA MACROECONOMIA 
Vanele Beatriz R. Gonçalves¹ 
 
 
Olivier Blanchard; tradução: Cláudia Martins, Mônica Rosemberg ; revisão 
técnica: Eliezer Martins Diniz. 4º ed. -- São Paulo: Pearson Prentice Hall, 
2007.cap.27 
 
Olivier Blanchard passou a maior parte de sua vida profissional em 
Cambridge, EUA Após obter seu doutorado em economia no Instituto de Tecnologia 
de Massachusetts em 1977, lecionou na Universidade de Harvard, retornando ao 
MIT em 1982. Ele foi presidente do Departamento de Economia 1998-2003. O 
trabalho de Blanchard aborda vários aspectos macroeconômicos ,do efeito da 
política fiscal e do papel das expectativas, passando pelo controle dos preços e das 
bolhas especulativas, pelo desemprego, na Europa Ocidental e recentemente pelo 
Leste Europeu. Desenvolveu pesquisas e projetos para organizações. Ele é um 
companheiro e ex membro do Conselho da Sociedade Econométrica, vice-
presidente passado da American Economic Association e membro da Academia 
Americana das Ciências. 
 O capitulo inicia falando que a moderna macroeconomia começou Keynes. 
Desde sua Teoria Geral, houve as várias contestações sobre suas ideias básica, 
tal como interpretada por Hicks e Hansen. O núcleo, na forma apresentada neste 
livro, é uma coleção de ideias que sobreviveram a esses debates e que ajudam a 
entender as discordâncias entre os economistas. É uma visão geral das teorias 
econômicas, e apresenta alguns termos associados a história intelectual da 
macroeconomia. Dentre eles citam a síntese neoclássica, keynesianos, 
monetaristas, novos clássicos e novos keynesianos. 
 A história da macroeconomia moderna começa em 1936, com a publicação 
de Teoria geral do emprego, do juro e da moeda, de John Maynard Keynes. A 
Grande Depressão constituiu um fracasso intelectual para os economistas que 
trabalhavam com a teoria dos ciclos econômicos como a era então chamada. 
Keynes enfatizava a demanda efetiva, o que chamamos hoje de demanda 
¹Vanele Beatriz R. Gonçalves aluna do curso de Ciências Econômicas da 
Universidade Estadual de Montes Claros- vanelebeatriz.2407@outlook.com 
 
agregada. Introduziu conceitos importantes como o de multiplicador, preferência 
pela liquidez (ou demanda por moeda) e espírito animal ou expectativas. 
 Falando da Síntese neoclássica, que foi um amplo consenso surgido no 
início da década de 1950, baseado na integração de muitas das ideias de Keynes 
e de seus antecessores, permaneceu dominante por mais 20 anos. Esta síntese 
neoclássica, como Samuelson denominou, omitia o papel das expectativas e do 
ajustamento do salário-preço. Enfatizando as ideias de Keynes, a mais atuante foi 
o modelo IS-LM que John Hicks e Alvin Hansen desenvolveu na década de 1930 e 
início da década de 1940. Geraram muitas discussões em torno do modelo IS-LM 
e suas declividades, no sentido de o que faltava nas duas relações. 
Nesse período, Modigliani e Friedman elaboraram a teoria do consumo de 
maneira independente e insistiram na importância das expectativas. Tobin 
desenvolveu a teoria do investimento, e também formulou a teoria da demanda por 
moeda e, de modo mais genérico, das escolhas dos ativos. Estes trabalhos 
serviram como bases para grandes trabalhos macroeconômicos, dos quais o de 
Klein foi pioneiro. Na mesma época, e de modo independente Solow desenvolveu 
o modelo de crescimento uma estrutura para se pensar nos determinantes do 
crescimento. 
 Na época, as discordâncias da corrente hegemônica foram representadas 
pelos monetaristas, liderados por Friedman, que questionavam as motivações e 
habilidades dos governos para melhorar os resultados macroeconômicos. O debate 
entre keynesianos e monetaristas centravam-se em três pontos: os monetaristas 
questionavam a ênfase dos primeiros keynesianos no poder da política fiscal como 
estabilizador do produto. Por sua vez, os monetaristas destacavam o poder da 
política monetária para desestabilizar a economia. Friedman contestou a conclusão 
de que a política fiscal pudesse afetar o produto de maneira mais rápida e confiável, 
concluíram que não apenas a política monetária era muito poderosa, mas também 
que os movimentos da moeda explicavam a maior parte das flutuações do produto. 
Os Keynesianos acreditavam que a curva de Phillips representasse um 
permanente trade off de longo prazo entre inflação e desemprego, mas Milton 
Friedman e Phelps argumentavam que o aparente dilema entre desemprego e 
inflação desapareceria rapidamente se os formuladores de política econômica 
tentassem interferir nele. Os Keynesianos consideravam que as políticas fiscal e 
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monetária pudessem ser empregadas para fazer uma sintonia fina do desempenho 
macroeconômico de modo evitar flutuações. 
No início da década de 1970, Robert Lucas, Thomas Sargent e Robert Barro 
lideraram um forte ataque contra a corrente principal da macroeconomia. Eles 
afirmaram que as previsões da economia keynesiana estavam absolutamente 
incorretas e que a doutrina na qual se baseavam era fundamentalmente falha. O 
argumento de Lucas e Sargent era o de que a economia keynesiana havia ignorado 
a totalidade das implicações do efeito das expectativas sobre o comportamento. 
Considerar que as pessoas tinhas expectativas racionais gerava três implicações, 
todas com danos para a keynesiana. 
A crítica de Robert Lucas foi que os modelos macroeconômicos não 
incorporavam as expectativas de maneira explícita; apenas refletiam relações entre 
variáveis econômicas que valiam no passado, sob políticas passadas. Eram guias 
pobres quanto ao que ocorreria sob as novas políticas. Essa crítica dos modelos 
macro econométricos ficou conhecida como a crítica de Lucas. 
As expectativas racionais e a curva de Phillips foi introduzida nos modelos 
keynesianos, e acreditavam que o retorno lento do produto ao nível natural de 
produto vinha do ajuste lento dos preços e salários por meio do mecanismo da curva 
de Phillips. Dentro da lógica dos modelos keynesianos, argumentou Lucas, 
somente as mudanças não previstas da moeda afetariam o produto. Quando as 
expectativas racionais foram inseridas, os modelos keynesianos não podiam ser 
usados para determinar a política econômica, não podiam explicar desvios 
prolongados do produto em relação ao nível natural de produto, e a teoria da política 
econômica tinha de ser reformulada com uso das ferramentas da teoria dos jogos. 
Robert Hall mostrou que, se os consumidores tiverem boas expectativas, as 
mudanças no consumo serão imprevisíveis. Quando os consumidores tiverem 
expectativas de algo novo sobre futuro, o consumo irá mudar. Essas mudanças no 
consumo são aleatórias, porque não podem ser previstas, esse comportamento 
ficou conhecido como passeio aleatório do consumo, e tem servido desde então 
como referência para as pesquisas sobre consumo. 
Rudiger Dornbusch desenvolveu um modelo de taxas de câmbio que mostra 
como as grandes oscilações das taxas de câmbio não são resultado da 
especulação irracional, mas ao contrário, plenamente consistentes com a 
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racionalidade, Fischer e Taylor mostraram que o ajuste de preços e salários em 
resposta a variações no desemprego pode ser lento mesmo sob expectativas 
racionais. Eles ressaltaram o escalonamento das decisões de preços e salários e 
explicaram um retorno lento do produto ao nível natural do produto pode ser 
consistente com expectativas racionais no mercado de trabalho. A crítica das 
expectativas racionais levou a uma revisão completada macroeconomia. 
Atualmente os pesquisadores macroeconômicos que têm dominado as 
principais linhas de pesquisa: os novos clássicos, os novos keynesianos e os 
pesquisadores da nova teoria do crescimento. O interesse dos novos clássicos é a 
explicação das flutuações como o efeito de choques nos mercados competitivos 
com preços e salários totalmente flexíveis. Estes modelos pressupõem que o 
produto esteja sempre em seu nível natural e que as flutuações do produto sejam 
movimentos do nível natural do produto causados pelo progresso tecnológico. 
Os novos keynesianos aceitam, fundamentalmente, a síntese surgida como 
resposta a crítica das expectativas racionais, e pesquisam sobre as implicações de 
várias imperfeições em diferentes mercados. Pesquisas voltadas para áreas como 
salário eficiência, imperfeiçoes de mercado de credito e causa de rigidez nominal. 
Finalmente, a nova teoria do crescimento que está envolvida no processo de 
reexame do modelo de crescimento neoclássico para entender os determinantes 
do aumento da produtividade e do papel potencial dos retornos de escala 
crescentes. Algumas das discordâncias envolvem, a extensão do "curto prazo", o 
período ao longo do qual a demanda agregada afeta o produto, o papel da política 
econômica, e os que acreditam que o produto volte rapidamente a seu nível natural, 
advogam o uso de regras rígidas às políticas fiscal e monetária. Também tem quem 
acredita que o ajuste é lento preferem políticas de estabilização mais flexíveis.

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