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ESTUDO DECASO (1)

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA 
CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE CAXIAS – CESC 
CURSO: BACHARELADO EM ENFERMAGEM 
DISCIPLINA: SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO 
PROFESSORA DR.ª MARIA EDILEUZA SOARES MOURA 
PRECEPTORA: MAYNHARA BARBOSA 
ACADÊMICA: ANE CAROLINE DE SOUSA DINIZ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE CASO: PACIENTE COM DIAGNÓSTICO DE 
MIOCARDIOPATIA PERIPARTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAXIAS-MA 
2017 
ANE CAROLINE DE SOUSA DINIZ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE CASO: PACIENTE COM DIAGNÓSTICO DE 
MIOCARDIOPATIA PERIPARTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAXIAS-MA 
2017 
Relato de caso referente ao 
acompanhamento de enfermagem 
realizado no estágio curricular da 
disciplina Enfermagem do Adulto e do 
Idoso como requisito para obtenção 
de nota. 
RESUMO 
Cardiomiopatia periparto é uma forma de cardiomiopatia dilatada de etiologia 
incerta, caracterizada por reduzida fração de ejeção do ventrículo esquerdo, que afeta 
mulheres sem doença cardíaca preexistente durante o último mês da gestação ou até 
o quinto mês de puerpério. É uma síndrome rara, os valores de incidência da patologia 
encontrados na literatura apresentam alguma variabilidade, estimando-se entre 
1:1300 a 1:15000. Relato de caso: paciente do sexo feminino, 20 anos, procedente de 
Coelho Neto – MA, no 48° dia de puerpério foi admitida no Hospital Macrorregional 
com quadro sugestivo de insuficiência cardíaca descompensada. Feito diagnóstico de 
Miocardiopatia Periparto. Os interessantes deste caso consistem na identificação da 
patologia incomum e elucida que o tratamento otimizado para insuficiência cardíaca 
pode ser capaz de gerar resultado satisfatório de melhora clínica. 
Palavras-Chaves: Miocardiopatia periparto, insuficiência cardíaca, puerpério. 
 
ABSTRACT 
 Peripartum cardiomyopathy is a form of dilated cardiomyopathy of uncertain 
etiology, characterized by reduced left ventricular ejection fraction, which affects 
women without preexisting heart disease during the last month of gestation or until the 
fifth month of puerperium. It is a rare syndrome, the incidence values of the pathology 
found in the literature show some variability, estimating between 1: 1300 and 1: 15000. 
Case report: A 27-year-old female patient from Belo Horizonte, MG, on the twentieth 
day of puerperium was admitted to Santa Casa de BH with a picture suggestive of 
decompensated heart failure. Made diagnosis of Peripartum Cardiomyopathy. The 
interesting aspect of this case is the identification of the unusual pathology and 
elucidates that the optimized treatment for heart failure may be able to generate 
satisfactory results of clinical improvement. 
 KEYWORDS: Peripartum cardiomyopathy; cardiac insufficiency; puerperium. 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO........................................................................5 
2. METODOLOGIA----------------------------------------------------------6 
3. REFERNCIAL TEORICO-----------------------------------------------7 
3.1 MIOCARDIOPATIA PERIPARTO-------------------------------7 
3.2 EPIDEMIOLOGIA E ETIOLOGIA--------------------------------7 
3.3 MANIFESTAÇÕES CLINICAS-----------------------------------8 
3.4 DIAGNÓSTICO-------------------------------------------------------9 
3.5 TRATAMENTO------------------------------------------------------10 
3.6 PROGNÓSTICO------------------------------------------------------11 
4. RELATO DE CASO------------------------------------------------------12 
4.1 ANAMNESE-----------------------------------------------------------12 
4.2 EXAME FISICO------------------------------------------------------12 
4.3 EXAMES---------------------------------------------------------------12 
4.4 PRESCRICAO MEDICA--------------------------------------------13 
4.5 AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM--------------------------------14 
5. PLANO DE CUIDADOS--------------------------------------------------15 
6. PLANO DE ALTA----------------------------------------------------------18 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS---------------------------------------------19 
REFERENCIAS------------------------------------------------------------ 20
5 
 
1. INTRODUÇÃO 
Miocardiopatia periparto (MCP) é uma causa pouco frequente de insuficiência 
cardíaca que atinge mulheres previamente saudáveis no final da gravidez ou no início 
do puerpério. Constitui-se em uma patologia intrigante e representa ainda um grande 
desafio para seu completo entendimento etiológico e fisiopatológico. (SOCIEDADE DE 
CARDIOLOGIA, 2005). 
De acordo com a literatura, 93% dos casos ocorrem depois do parto, sendo 75% 
no primeiro mês do puerpério, e apenas 7% durante o último trimestre da gravidez. 
Em 2010, o grupo de estudos de MCP da European Society of Cardiology (ESC) 
definiu MCP como uma cardiopatia idiopática com insuficiência cardíaca secundária à 
disfunção sistólica do ventrículo esquerdo manifesta no final da gestação ou nos 
meses subsequentes ao parto, na ausência de outras causas identificáveis ou de 
cardiopatia preexistente à gestação. 
É considerada um diagnóstico de exclusão. O ventrículo esquerdo pode não se 
apresentar dilatado, mas geralmente a fração de ejeção apresenta-se abaixo de 45%. 
A sua real frequência é desconhecida e as estimativas variam muito entre as regiões 
geográficas ao redor do mundo. 
A etiologia precisa da doença permanece incerta, mas evidencias têm sugerido 
como possíveis causas da MCP processos de miocardite, infecção viral, resposta 
imunológica anormal durante a gestação com formação de auto anticorpos contra 
proteínas do tecido miocárdio, má adaptação ao estresse hemodinâmico da gravidez 
e resposta inflamatória com elevação dos níveis de marcadores com IL6, interferon 
gama e proteína C-reativa. 
 
OBJETIVO: Relatar o caso de uma paciente jovem diagnosticada com MCPP e 
aumentar o índice de suspeição desta condição rara, porém potencialmente grave, a 
fim de elaborar uma linha de cuidados com base na sistematização de enfermagem e 
enfoque nas necessidades humanas básicas da paciente. 
 
 
 
6 
 
2. METODOLOGIA 
 
Trata-se de um estudo de Caso da cliente A.K.M.S, 20 anos, escolhida entre os 
internos da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Macrorregional em Caxias-MA 
de forma aleatória, com diagnostico de Miocardiopatia Periparto. A assistência de 
enfermagem foi prestada no período de 24, 25 e 27 de outubro de 2017. A pesquisa 
constou-se de exame físico e análise de prontuário. Utilizou-se como referencial a 
Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda de Aguiar Horta. A partir dos 
dados levantados, elaborou-se uma história clínica da paciente, contendo dados de 
identificação, admissão, exame físico e conduta terapêutica. Após a avaliação das 
informações contidas no histórico, foram identificados os diagnósticos de enfermagem 
prioritários, baseado na taxonomia da NANDA, através dos quais foi elaborado um 
plano de cuidados de enfermagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
3. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
3.1 MIOCARDIOPATIA PERIPARTO 
A miocardiopatia periparto (MCPP) é uma miocardiopatia dilatada, causa rara de 
insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e sua etiologia ainda é incerta. Acomete 
mulheres do final da gestação até o quinto mês do puerpério, sendo que a disfunção 
ventricular ocorre mesmo sem antecedente de cardiopatia e em mulheres previamente 
saudáveis. Os 4 critérios diagnósticos são:1) desenvolvimento de IC no último mês 
de gestação ou até o quinto mês do puerpério; 2) ausência de causa identificável para 
a IC; 3) ausência de cardiopatia conhecida antes do último mês de gestação; 4) 
disfunção sistólica do ventrículo esquerdo caracterizada pelos critérios 
ecocardiográficos clássicos como fração de ejeção menor que 45%. O diagnóstico é 
de exclusão e pode ser difícil, visto que a patologia se assemelha as alterações 
adaptativas fisiológicas da gestação. O diagnóstico tardio pode acarretar em 
complicações maternas e fetais como tromboembolismo pulmonar, arritmias 
cardíacas e ICC progressiva. 
3.2 EPIDEMIOLOGIA E ETIOLOGIA 
A incidência da MPP varia. Grande parte da discrepância relatada é devido à 
ampla variação geográfica, com incidências relatadas de 1:4000 nascidos vivos nos 
Estados Unidos, 1:1000 na África do Sul, 1:300 no Haiti e 1:100 em Zaria, Nigéria. A 
alta incidência na Nigéria pode estar relacionada a um costume local de ingerir 
“kanwa” (carbonato de sódio hidratado) por 40 dias após o parto. Tem sido sugerido 
que o desenvolvimento da MPP nestes pacientes pode ser atribuído em parte à 
hipervolemia e possivelmente à hipertensão. 
Apesar de muitas tentativas de se descobrir uma etiologia para a MPP, a causa 
ainda é desconhecida e pode ser multifatorial. Citocinas inflamatórias podem 
desempenhar um papel na patogênese e progressão da cardiomiopatia e insuficiência 
cardíaca. As citocinas que estão elevadas em comparação aos controles na MPP 
incluem o TNF-alfa e a interleucina 6. Além disso, o Fas/Apo-1, um receptor de 
sinalização de apoptose, e a proteína C-reativa estão associados a uma doença mais 
grave. 
8 
 
Alguns estudos sugerem miocardite como uma possível causa da MPP. Por 
outro lado, uma revisão publicada na American Journal of Cardiology em 1994, com 
biópsias endomiocárdicas de 34 pacientes que preenchem os critérios clínicos para o 
diagnóstico de MPP encontrou uma menor incidência do que o observado nos outros 
estudos. A razão para a discrepância entre os vários estudos não é clara. Em adição 
ao pequeno tamanho da amostra, o tempo da biópsia em relação ao aparecimento de 
sintomas pode também ser importante, uma vez que a incidência de inflamação é 
maior em pacientes que são submetidos à biópsia logo após a apresentação. Outras 
razões potenciais para a variabilidade da prevalência de miocardite incluem: a 
inclusão de pacientes fora do período de tempo aceitável para o diagnóstico de MPP; 
variabilidade entre populações de pacientes e limitações da biópsia endomiocárdica, 
como meio de diagnóstico de miocardite. 
Tem sido sugerido que uma resposta imunológica a um antígeno materno-fetal 
pode levar à MPP. Células fetais podem escapar para a circulação materna e se essas 
células se alojarem no tecido cardíaco, podem desencadear uma resposta autoimune. 
Altos títulos de anticorpos contra proteínas humanas normais do tecido cardíaco foram 
descritos nessas pacientes, em relação aos controles. No geral, os dados disponíveis 
são insuficientes para determinar se a resposta imunológica anormal materna é a 
causa da MPP. A história familiar de MPP tem sido observada em alguns relatos de 
casos. Foi cogitada também a possibilidade de a prolactina estar envolvida na 
patogênese da MPP. 
3.3 MANIFESTAÇÕES CLINICAS 
A apresentação clínica inclui sinais e sintomas de IC congestiva como 
taquicardia, taquidispnéia, dor torácica, fadiga, estertores pulmonares, edema, 
terceira bulha, ortopnéia, jugulares túrgidas e tosse noturna1,4-7. O diagnóstico 
diferencial inclui tromboembolismo pulmonar, pré-eclâmpsia, embolismo amniótico, 
infecções sistêmicas e cardiomiopatias pré-existentes1,7,10. O diagnóstico é 
confirmado com a presença dos quatro critérios já citados. O ECG geralmente é 
normal, porém pode apresentar taquicardia sinusal, arritmias, ADRV, baixa voltagem 
do complexo QRS e sobrecarga do VE. A radiografia de tórax demonstra aumento da 
área cardíaca e congestão pulmonar. Em alguns casos pode ser visto derrame pleural. 
O ecocardiograma mostra redução da contratilidade e aumento do VE, porém sem 
hipertrofia desta câmara 
9 
 
3.4 DIAGNOSTICO 
Como referido, o diagnóstico da MPP foi baseado em quatro critérios clínicos 
(já citados). O último critério (disfunção sistólica do ventrículo esquerdo) foi adicionado 
para evitar a inclusão de pacientes com distúrbios que imitam a IC sistólica. Tais 
condições incluem a hipertensão acelerada maligna, disfunção diastólica, infecção 
sistêmica, embolia pulmonar ou complicações tardias da gravidez, tais como pré-
eclampsia ou embolia amniótica. 
O eletrocardiograma (ECG) e o ecocardiograma devem ser realizados nos 
pacientes que estão sob a suspeita clínica de MPP. Outros estudos, como o peptídeo 
natriurético cerebral (BNP), cateterismo cardíaco, radiografia de tórax, biópsia 
endomiocárdica e sorologias virais podem ser considerados em casos selecionados. 
Eletrocardiograma – As alterações incluem taquicardia sinusal (ou raramente, 
fibrilação atrial), anormalidades inespecíficas da onda T e do segmento ST, baixa 
voltagem e sobrecarga ventricular esquerda. Ondas Q estão ocasionalmente 
presentes nas precordiais anteriores. O intervalo PR costuma estar prolongado e pode 
haver alargamento do QRS. 
Ecocardiografia – O ecocardiograma geralmente revela uma redução global da 
contratilidade e aumento dos diâmetros cavitários sem hipertrofia. A análise com 
o doppler das pressões cardíacas geralmente pode ser realizada, fazendo com que o 
cateterismo direito seja desnecessário na maior parte dos casos. Foram definidos os 
seguintes parâmetros para a MPP: FEVE <45% e / ou fração de encurtamento <30% 
e diâmetro sistólico final do VE maior que 2,7 cm/m2. Embora a maioria dos 
cardiologistas considere a cardiomiopatia quando há FEVE <50%, isto não satisfaz o 
critério rigoroso para MPP. Outros achados ecocardiográficos possíveis incluem: 
aumento do átrio esquerdo; regurgitação mitral e tricúspide e derrame pericárdico 
leve. 
BNP – Mulheres que apresentam MPP normalmente têm níveis elevados de 
peptídeo natriurético cerebral (BNP) ou N-terminal pró-BNP (NT-proBNP). 
Radiografia de tórax – A radiografia de tórax tipicamente mostra alargamento 
da silhueta cardíaca com sinais de congestão venosa pulmonar e/ou edema 
intersticial, bem como derrame pleural. 
10 
 
Ressonância magnética cardíaca – Houve relatos limitados sobre o uso da 
ressonância magnética cardíaca na MPP e seu papel ainda está sendo avaliado. 
Relatos de casos e pequenas séries têm notado a presença variável de realce tardio 
pelo gadolínio em pacientes com MPP. Esta variabilidade provavelmente reflete os 
diversos processos que levam à CMP. 
Cateterismo cardíaco – O cateterismo cardíaco direito raramente é necessário, 
porque a avaliação das pressões cardíacas geralmente pode ser feita com o 
ecodopplercardiograma. Pode ser útil em pacientes criticamente enfermos que 
necessitam de avaliação mais completa ou de avaliação constante de seu estado 
hemodinâmico. 
Biópsia endomiocárdica – O papel da biópsia endomiocárdica permanece 
obscuro. Como observado acima, uma proporção variável dos pacientes tem 
evidências de miocardite. Outros achados histológicos em MPP incluem: hipertrofia 
muscular, degeneração, fibrose e edema intersticial. Não existem achados 
patognomônicos na MPP e há um risco inerente à realização de uma biópsia em um 
ventrículo direito dilatado. 
Microbiologia/Sorologia – O papel de culturas virais e bacterianas, bem como 
as sorologias (por exemplo, Coxsackie B) ainda é desconhecido. Os resultados destes 
testes não são específicos e eles têm valor limitado no prognóstico em pacientescom 
miocardite. 
Diagnóstico Diferencial 
A MPP é um diagnóstico de exclusão. O diagnóstico diferencial inclui 
cardiopatia dilatada idiopática pré-existente, cardiomiopatia pelo HIV, doença valvar 
pré-existente, cardiopatia hipertensiva, cardiopatia congênita pré-existente, infarto 
agudo do miocárdio e tromboembolismo pulmonar. 
 
3.5 TRATAMENTO 
O tratamento é similar ao das outras causas de IC, visando à redução da pré e 
pós carga e ao aumento da contratilidade ventricular. Inclui a restrição de sódio e 
água, uso de beta-bloqueadores, diuréticos e digoxina. Deve-se lembrar que os 
11 
 
inibidores da enzima conversora da ECA (IECA), bem como os bloqueadores do 
receptor da angiotensina são contra-indicados na gestação. Em seu lugar pode ser 
utilizada a hidralazina, geralmente associada ao dinitrato. A anticoagulação deve ser 
considera pelo risco aumentado de tromboembolismo, principalmente em pacientes 
com FE do VE < 30%, atendendo ao fato de que os cumarínicos são contra-indicados 
no primeiro e terceiro trimestres de gestação. Após a resolução do quadro agudo, 
deve-se manter o beta-bloqueador e/ou o IECA por pelo menos um ano de 
manutenção. Em casos graves, onde a terapêutica medicamentosa não é bem-
sucedida, o transplante cardíaco corresponde à última escolha de tratamento. 
 
 3.6 PROGNOSTICO 
Uma série de estudos tem avaliado o resultado de mulheres com MPP, com o 
maior deles (Elkayam e colaboradores, Circulation 2005) descrevendo uma taxa de 
transplante cardíaco de 4% e uma taxa de mortalidade de cerca de 10% em um 
seguimento médio de cerca de dois anos. A morte é geralmente causada por IC 
progressiva, morte súbita ou por eventos tromboembólicos. Os seguintes fatores de 
mau prognóstico têm sido identificados em diferentes estudos: 
o Classe funcional desfavorável (NYHA); 
o Raça negra; 
o Multiparidade. 
Diferentes estudos identificaram os seguintes fatores preditores de disfunção 
persistente do ventrículo esquerdo no follow-up: 
o FEVE ≤ 30 %; 
o Fração de encurtamento inferior a 20% e diâmetro diastólico final do 
ventrículo esquerdo ≥ 6 cm; 
o Troponina T elevada. 
 
 
12 
 
4. RELATO DO CASO 
 
4.1 Anamnese 
 
IDENTIFICAÇÃO: A. K. M. S, 20 anos, sexo feminino, residente de Coelho Neto-MA, 
em união estável, ensino fundamental completo, admitida na Unidade de Terapia 
Intensiva do Hospital Macrorregional no dia 17/10/201, procedendo da Unidade de 
Pronto Atendimento de Caxias-MA. 
 
HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL - Paciente no 48° dia de pós-parto procurando o 
serviço de saúde devido dispneia e edemas. 
 
 
4.2 Exame físico 
 
Paciente segue em cuidados intensivos, intubado em sedação continua em 
bomba de infusão continua, pupilas isocóricas, conjuntivas hipocoradas, boca sem 
lesões em lábios e em gengiva, dentição completa, língua saburrosa pescoço sem 
gânglios palpáveis. Tórax simétrico, expansibilidade torácica bilateral. Ausculta 
pulmonar com presença de murmúrios vesiculares e sem presença de ruídos 
adventícios. Ausculta cardíaca com bulhas normofonéticas e normorrítmicas. 
Abdômen globoso e distendido, ruídos hidroaéreos presentes, pele íntegra. 
SSVV: Tax: 37,0ºC. FC: 90 bpm. FR:24 irpm. PA:147/80 mmHg. 
4.3 Exames 
 
• HEMOGRAMA COMPLETO 
 
ERITROGRAMA valores de referência 
Hematócrito: 37,5%--------------(37 a 47%) 
Hemoglobina: 12,4g--------------(11,5 a 16,4) 
Hemácias: 4,79 milh/mm³-------(4 a 5,6 milh) 
13 
 
VCM: 78,3---------------------------(80 a 94) 
HCM: 25,9g--------------------------(27 a 32) 
CNCM: 33,07%---------------------(30 a 35%) 
 
LEUCOGRAMA 
Leucócitos: 21.100/mm³---------(4.000 a 10.000) 
Eosinófilos: 1-----------------------(2 a 5) 
Bastões: 3---------------------------(3 a 5) 
Segmentados: 88-----------------(54 a 62) 
Linfócitos: 7-------------------------(20 a 35) 
Monócitos: 1------------------------(3 a 8) 
 
PLAQUETAS: 408.000---------(150.000 a 450.000) 
OBS: Leucocitose com neutrofilia e linfopenia. 
 
UREIA: 30 mg/dL---------------(15 a 40) 
CREATININA: 0,9 mg---------(0,4 a 1,3) 
CALCIO: 6, 87------------------(8,8 A 11) 
MAGNESIO: 1,7mg//Dl-------(1,6 a 2,4) 
PROTEINA C-REATIVA: positiva 
POTASSIO: 3,58 mmol/L-----(3,6 a 5) 
SODIO: 125,72 mmol/L--------(135 a 150) 
 
4.4 Prescrição médica 
1- Dieta enteral novasoure GS 1000 ml SNE BI 55 ml L/H (1 etapa/24h) 
2- Água filtrada 200 ml/SNE de 3/3h 
3- Ringer lactato 500 ml+ KCL 10% 20 ml EV 1 etapa p/24 h 
4- Ranitidina 50 mg/2ml, 2ml+ AD, EV 
5- Ceftriaxona 1g- 1 FR+ 10ml EV de 12/12h 
6- Clindamicina 600 mg- 1FR+ SF0,9% 100 ml EV de 6/6h 
7- Furosemida 20mg- 1amp EV de 12/12h 
8- Hidralozina 50 mg- 1comp VO de 12/12h 
9- Glicemia capilar 6/6h 
10- Insulina regular, SC, conforme prescrição médica 
11- Glicose 50%- 40 ml, EV, se glicemia < 80mg/ dl 
14 
 
12- Espirolactona 25mg- 1 cp VO 1x ao dia 
13- Atenolol 50 mg- 1cp p/ SNE 12/12 
16- Losartana 50 mg 1cp VO de 12/12h 
17- Diazepam 10 mg- 1 cp p/SNE as 21h 
18= Haldol 5mg- 1amp 8ml EV 
19- Dipirona 
20- Balanço hídrico 
21- Acompanhamento do sono 
22- Fisioterapia intensiva 
23- Monitorar multiparametrica continua 
24- Cabeceira elevada 30-45° 
25- Mudança de decúbito de 2/2h 
26- Higiene oral 2x ao dia 
 
4.5 Avaliação de enfermagem 
 
24/10/2017 Ás 9;00 hrs paciente segue em cuidados intensivos com Diagnóstico de 
miocardiopatia periparto em ventilação invasiva TQT em modo A/C, saturando 99%, 
FiO² 44%, PEEP 6, com escala de RASS 10. Afebril, Normocardica, hipertensa, 
eupneica. Ao EF: Couro cabeludo integro e sem sujidades, pavilhão auricular sem 
sujidades, cavidade nasal íntegra sem sujidade, mucosas hipocoradas, pupilas 
isocoricas e fotorreagentes, gânglios não palpáveis, pele integra. AP: MV presentes 
sem/ com ruídos adventícios AC: BCNR+ NF, AA: abdome globoso, RHA presentes. 
Presença de edemas em MMII (1+/4+). Eliminações presentes. SSVV: Tax: 36,5ºC. 
FC: 88 bpm. FR: 19bpm. PA: 150x 100, glicemia: 182mg/dL. 
 
25/10/2017 Ás 10:09 hrs paciente segue em cuidados intensivos com Diagnóstico de 
miocardiopatia periparto em ventilação invasiva TQT em modo A/C, saturando 100%, 
FiO² 40%, PEEP 6, com escala de RASS 10. Afebril, Normocardica, hipertensa, 
eupneica. Ao EF: Couro cabeludo integro e sem sujidades, pavilhão auricular sem 
sujidades, cavidade nasal íntegra sem sujidade, mucosas hipocoradas, pupilas 
isocoricas e fotorreagentes, gânglios não palpáveis, pele integra. AP: MV presentes 
sem/ com ruídos adventícios AC: BCNR+ NF, AA: abdome globoso, RHA presentes. 
15 
 
Presença de edemas em MMII (1+/4+). Eliminações presentes. SSVV: Tax: 37,0ºC. 
FC: 90 bpm. FR: 24 ibpm. PA: 147x 100. 
 
27/10/2017 Ás 09:30, paciente segue em cuidados intensivos com Diagnóstico de 
miocardiopatia periparto em ventilação invasiva TQT em modo A/C, saturando 100%, 
FiO² 40%, PEEP 6, escala de RASS 10. Afebril, Normocardica, hipertensa, eupneica. 
Ao EF: Couro cabeludo integro e sem sujidades, pavilhão auricular sem sujidades, 
cavidade nasal íntegra sem sujidade, mucosas hipocoradas, pupilas isocoricas e 
fotorreagentes, gânglios não palpáveis, pele integra. AP: MV presentes sem/ com 
ruídos adventícios AC: BCNR+ NF, AA: abdome globoso, RHA presentes. Presença 
de edemas em MMII (1+/4+). Eliminações presentes. SSVV: Tax: 36,8ºC. FC: 100 
bpm. FR: 22 irpm PA:160x80mmHg. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. PLANO DE CUIDADOS 
 
Diagnóstico de 
Enfermagem 
Intervenções de 
Enfermagem 
Resultados Esperados 
Risco para integridade da 
pele prejudicada 
relacionada a 
procedimentos invasivose 
repouso prolongado no 
leit. (Necessidades de 
psicobiologicas). 
Cuidados com lesões; 
Proteção contra 
infecções; 
Oferecer suporte a áreas 
edemaciadas, conforme 
apropriado; 
Examinar diariamente a 
pele em pessoas com 
risco de degradação. 
Manter a pele íntegra. 
16 
 
Débito cardíaco diminuído 
relacionado à MCPP, 
evidenciado pela pré 
carga alterada. 
(Necessidades de 
psicobiologicas). 
Observar sinais e 
sintomas de débito 
cardíaco diminuído; 
Monitorar o estado 
cardiovascular; 
Realizar uma avaliação 
abrangente da circulação 
periférica; 
Monitorar o equilíbrio de 
líquidos; 
Monitorar os valores dos 
exames laboratoriais 
adequados. 
Valores normais do 
debito cardíaco do 
paciente. 
Risco de infecção, 
relacionado ao estado de 
saúde e internação. 
(Necessidades de 
psicobiologicas). 
Lavar as mãos antes e 
após cada atividade de 
cuidado ao paciente. 
Estimular repouso. 
Ensinar paciente e 
familiares como evitar 
infecções. Promover a 
ingestão nutricional 
adequada. 
Paciente sem 
apresentação de risco de 
infecção. 
Ventilação espontânea 
prejudicada, relacionada 
ao estado clinico, 
evidenciado por 
ventilação mecânica 
invasiva. (Necessidades 
de psicobiologicas). 
Monitorar as 
necessidades de suporte 
ventilatório invasivo; 
Monitorar os parâmetros 
do ventilador 
rotineiramente, inclusive 
temperatura e 
umidificação do ar 
aspirado; 
Verificar regularmente 
todas as conexões do 
ventilador; 
Monitorar a redução do 
volume expirado e o 
aumento da pressão 
inspiratória; 
Administrar relaxantes 
musculares, sedativos e 
Reestabelecer a 
ventilação espontânea. 
17 
 
analgésicos narcóticos, 
conforme prescrito. 
Amamentação 
interrompida relacionada 
à doença da mãe, 
evidenciada pela 
necessidade de 
internação. 
(Necessidades de 
psicobiologicas). 
Ensinar o controle dos 
mamilos machucados; 
Manter as compressas 
dos seios secas. 
Usar o creme para os 
seios quando eles 
estiverem secos. 
Se surgirem sintomas de 
mastite ou de abscesso na 
mama (aumento do calor, 
sensibilidade, 
vermelhidão) instruir a 
contatar a enfermeira ou o 
médico. 
Demonstrar 
posicionamento eficiente. 
Risco de lesão 
relacionada mobilidade no 
leito prejudicada. 
(Necessidades de 
psicobiologicas). 
Examinar a pele e 
mucosas quanto a 
vermelhidão, calor, edema 
e drenagem; 
Documentar mudanças na 
pele e mucosas; 
Monitorar aparecimento 
de fontes de pressão e 
atrito; 
Monitorar a pele quanto a 
ressecamento e umidade 
excessivas; 
Monitorar a pele quanto a 
exantemas e abrasões. 
Evitar lesão, mantendo a 
pele integra. 
Volume de líquidos 
excessivos, relacionado à 
MCPP, evidenciado 
edemas e ascite 
(Necessidades de 
psicobiologicas). 
 
Manter registro preciso da 
ingesta e eliminação; 
Obter amostras 
laboratoriais para 
monitoramento de níveis 
alterados de líquidos ou 
eletrólitos; 
Monitorar a condição 
hemodinâmica, inclusive 
níveis de PVC, PAM, PAP 
e PACP. 
Paciente com 
restabelecimento do 
equilíbrio hídrico, sem 
presença de edema e 
ascite. 
 
 
 
18 
 
6. PLANO DE ALTA 
 
Elaborado para orientar o paciente e os familiares a evitar os agravos do quadro clínico 
deste: 
1. Após a alta hospitalar o paciente deve manter os cuidados relativos à ICC, os 
quais evita, recidivas, internações desnecessárias e diminuição da expectativa 
de vida; 
2. Monitorizar diariamente os sintomas e o peso; 
3. Restringir a ingesta de sódio; 
4. Não ingerir liquido em excesso; 
5. Evitar álcool e fumo; 
6. Praticar exercícios regulares leves, atentando para sinais de fadiga e dispneia; 
7. Repouso; 
8. Evitar estresse emocional; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A MCPP se apresenta como um desafio à pratica médica por ser uma condição 
rara e que pode ter desfechos graves quando não diagnosticada e tratada 
adequadamente, surgindo daí a necessidade de mais publicações acerca do tema. 
O estudo de caso proporcionou um aprofundamento de informações acerca da 
patologia, onde foi possível entender um pouco melhor sobre a mesma. Sendo 
possível a partir de aí relacionar o quadro clinico da paciente com os achados na 
literatura. 
É de suma importância esse acompanhamento do profissional/acadêmico com 
o paciente, pois só assim é possível a observação das necessidades básicas da 
cliente, sendo possível a formulação de um plano de cuidados, onde observamos a 
intima ligação dos diagnósticos e intervenções propostas pela Sistematização de 
Assistência de Enfermagem para uma melhora na recuperação da paciente. 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
REFERÊNCIAS 
 
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BRUNNER&SUDDARTH. 13 ed. Vol. I e II. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 
 
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Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC). 5 ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2010. 
 
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Classificação 2012/2014. Porto Alegre: Artmed. 2012. 
 
POTTER, Patrícia A.; PERRY, Anne G, Martha Keene. Procedimentos e 
Intervenções de Enfermagem. 5 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 
 
JOHNSON, M., MASS, M. & MOORHEAD, S. Classificação dos Resultados de 
Enfermagem (NOC). 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. 
 
SILVA, T.F.A., FILHO, M.A.A., BRITO, M.R.M.B., FREITAS, R.M. REF‒ISSN1808-
0804 Vol.XI (3) 48–57, 2014. 
 
PATTA CB, Nunes RD. Miocardiopatia periparto: relato de caso. Arq. Catarin. 
Med. 2012; 41(3): 68-70. 
TEDOLD CL. Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia para Gravidez na 
Mulher Portadora de Cardiopatia. Arq Bras Cardiol 2009; 93(6 supl.1): e110-e178. 
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Insuf Cardíaca 2009; 4 (4): 177-183. 
TEDOLDI, C.V. Miocardiopatias. Arq. Bras. Cardiol. vol.93 no.6 supl.1 São 
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