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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE CAXIAS – CESC CURSO: BACHARELADO EM ENFERMAGEM DISCIPLINA: SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO PROFESSORA DR.ª MARIA EDILEUZA SOARES MOURA PRECEPTORA: MAYNHARA BARBOSA ACADÊMICA: ANE CAROLINE DE SOUSA DINIZ ESTUDO DE CASO: PACIENTE COM DIAGNÓSTICO DE MIOCARDIOPATIA PERIPARTO CAXIAS-MA 2017 ANE CAROLINE DE SOUSA DINIZ ESTUDO DE CASO: PACIENTE COM DIAGNÓSTICO DE MIOCARDIOPATIA PERIPARTO CAXIAS-MA 2017 Relato de caso referente ao acompanhamento de enfermagem realizado no estágio curricular da disciplina Enfermagem do Adulto e do Idoso como requisito para obtenção de nota. RESUMO Cardiomiopatia periparto é uma forma de cardiomiopatia dilatada de etiologia incerta, caracterizada por reduzida fração de ejeção do ventrículo esquerdo, que afeta mulheres sem doença cardíaca preexistente durante o último mês da gestação ou até o quinto mês de puerpério. É uma síndrome rara, os valores de incidência da patologia encontrados na literatura apresentam alguma variabilidade, estimando-se entre 1:1300 a 1:15000. Relato de caso: paciente do sexo feminino, 20 anos, procedente de Coelho Neto – MA, no 48° dia de puerpério foi admitida no Hospital Macrorregional com quadro sugestivo de insuficiência cardíaca descompensada. Feito diagnóstico de Miocardiopatia Periparto. Os interessantes deste caso consistem na identificação da patologia incomum e elucida que o tratamento otimizado para insuficiência cardíaca pode ser capaz de gerar resultado satisfatório de melhora clínica. Palavras-Chaves: Miocardiopatia periparto, insuficiência cardíaca, puerpério. ABSTRACT Peripartum cardiomyopathy is a form of dilated cardiomyopathy of uncertain etiology, characterized by reduced left ventricular ejection fraction, which affects women without preexisting heart disease during the last month of gestation or until the fifth month of puerperium. It is a rare syndrome, the incidence values of the pathology found in the literature show some variability, estimating between 1: 1300 and 1: 15000. Case report: A 27-year-old female patient from Belo Horizonte, MG, on the twentieth day of puerperium was admitted to Santa Casa de BH with a picture suggestive of decompensated heart failure. Made diagnosis of Peripartum Cardiomyopathy. The interesting aspect of this case is the identification of the unusual pathology and elucidates that the optimized treatment for heart failure may be able to generate satisfactory results of clinical improvement. KEYWORDS: Peripartum cardiomyopathy; cardiac insufficiency; puerperium. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO........................................................................5 2. METODOLOGIA----------------------------------------------------------6 3. REFERNCIAL TEORICO-----------------------------------------------7 3.1 MIOCARDIOPATIA PERIPARTO-------------------------------7 3.2 EPIDEMIOLOGIA E ETIOLOGIA--------------------------------7 3.3 MANIFESTAÇÕES CLINICAS-----------------------------------8 3.4 DIAGNÓSTICO-------------------------------------------------------9 3.5 TRATAMENTO------------------------------------------------------10 3.6 PROGNÓSTICO------------------------------------------------------11 4. RELATO DE CASO------------------------------------------------------12 4.1 ANAMNESE-----------------------------------------------------------12 4.2 EXAME FISICO------------------------------------------------------12 4.3 EXAMES---------------------------------------------------------------12 4.4 PRESCRICAO MEDICA--------------------------------------------13 4.5 AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM--------------------------------14 5. PLANO DE CUIDADOS--------------------------------------------------15 6. PLANO DE ALTA----------------------------------------------------------18 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS---------------------------------------------19 REFERENCIAS------------------------------------------------------------ 20 5 1. INTRODUÇÃO Miocardiopatia periparto (MCP) é uma causa pouco frequente de insuficiência cardíaca que atinge mulheres previamente saudáveis no final da gravidez ou no início do puerpério. Constitui-se em uma patologia intrigante e representa ainda um grande desafio para seu completo entendimento etiológico e fisiopatológico. (SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA, 2005). De acordo com a literatura, 93% dos casos ocorrem depois do parto, sendo 75% no primeiro mês do puerpério, e apenas 7% durante o último trimestre da gravidez. Em 2010, o grupo de estudos de MCP da European Society of Cardiology (ESC) definiu MCP como uma cardiopatia idiopática com insuficiência cardíaca secundária à disfunção sistólica do ventrículo esquerdo manifesta no final da gestação ou nos meses subsequentes ao parto, na ausência de outras causas identificáveis ou de cardiopatia preexistente à gestação. É considerada um diagnóstico de exclusão. O ventrículo esquerdo pode não se apresentar dilatado, mas geralmente a fração de ejeção apresenta-se abaixo de 45%. A sua real frequência é desconhecida e as estimativas variam muito entre as regiões geográficas ao redor do mundo. A etiologia precisa da doença permanece incerta, mas evidencias têm sugerido como possíveis causas da MCP processos de miocardite, infecção viral, resposta imunológica anormal durante a gestação com formação de auto anticorpos contra proteínas do tecido miocárdio, má adaptação ao estresse hemodinâmico da gravidez e resposta inflamatória com elevação dos níveis de marcadores com IL6, interferon gama e proteína C-reativa. OBJETIVO: Relatar o caso de uma paciente jovem diagnosticada com MCPP e aumentar o índice de suspeição desta condição rara, porém potencialmente grave, a fim de elaborar uma linha de cuidados com base na sistematização de enfermagem e enfoque nas necessidades humanas básicas da paciente. 6 2. METODOLOGIA Trata-se de um estudo de Caso da cliente A.K.M.S, 20 anos, escolhida entre os internos da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Macrorregional em Caxias-MA de forma aleatória, com diagnostico de Miocardiopatia Periparto. A assistência de enfermagem foi prestada no período de 24, 25 e 27 de outubro de 2017. A pesquisa constou-se de exame físico e análise de prontuário. Utilizou-se como referencial a Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda de Aguiar Horta. A partir dos dados levantados, elaborou-se uma história clínica da paciente, contendo dados de identificação, admissão, exame físico e conduta terapêutica. Após a avaliação das informações contidas no histórico, foram identificados os diagnósticos de enfermagem prioritários, baseado na taxonomia da NANDA, através dos quais foi elaborado um plano de cuidados de enfermagem. 7 3. REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 MIOCARDIOPATIA PERIPARTO A miocardiopatia periparto (MCPP) é uma miocardiopatia dilatada, causa rara de insuficiência cardíaca congestiva (ICC) e sua etiologia ainda é incerta. Acomete mulheres do final da gestação até o quinto mês do puerpério, sendo que a disfunção ventricular ocorre mesmo sem antecedente de cardiopatia e em mulheres previamente saudáveis. Os 4 critérios diagnósticos são:1) desenvolvimento de IC no último mês de gestação ou até o quinto mês do puerpério; 2) ausência de causa identificável para a IC; 3) ausência de cardiopatia conhecida antes do último mês de gestação; 4) disfunção sistólica do ventrículo esquerdo caracterizada pelos critérios ecocardiográficos clássicos como fração de ejeção menor que 45%. O diagnóstico é de exclusão e pode ser difícil, visto que a patologia se assemelha as alterações adaptativas fisiológicas da gestação. O diagnóstico tardio pode acarretar em complicações maternas e fetais como tromboembolismo pulmonar, arritmias cardíacas e ICC progressiva. 3.2 EPIDEMIOLOGIA E ETIOLOGIA A incidência da MPP varia. Grande parte da discrepância relatada é devido à ampla variação geográfica, com incidências relatadas de 1:4000 nascidos vivos nos Estados Unidos, 1:1000 na África do Sul, 1:300 no Haiti e 1:100 em Zaria, Nigéria. A alta incidência na Nigéria pode estar relacionada a um costume local de ingerir “kanwa” (carbonato de sódio hidratado) por 40 dias após o parto. Tem sido sugerido que o desenvolvimento da MPP nestes pacientes pode ser atribuído em parte à hipervolemia e possivelmente à hipertensão. Apesar de muitas tentativas de se descobrir uma etiologia para a MPP, a causa ainda é desconhecida e pode ser multifatorial. Citocinas inflamatórias podem desempenhar um papel na patogênese e progressão da cardiomiopatia e insuficiência cardíaca. As citocinas que estão elevadas em comparação aos controles na MPP incluem o TNF-alfa e a interleucina 6. Além disso, o Fas/Apo-1, um receptor de sinalização de apoptose, e a proteína C-reativa estão associados a uma doença mais grave. 8 Alguns estudos sugerem miocardite como uma possível causa da MPP. Por outro lado, uma revisão publicada na American Journal of Cardiology em 1994, com biópsias endomiocárdicas de 34 pacientes que preenchem os critérios clínicos para o diagnóstico de MPP encontrou uma menor incidência do que o observado nos outros estudos. A razão para a discrepância entre os vários estudos não é clara. Em adição ao pequeno tamanho da amostra, o tempo da biópsia em relação ao aparecimento de sintomas pode também ser importante, uma vez que a incidência de inflamação é maior em pacientes que são submetidos à biópsia logo após a apresentação. Outras razões potenciais para a variabilidade da prevalência de miocardite incluem: a inclusão de pacientes fora do período de tempo aceitável para o diagnóstico de MPP; variabilidade entre populações de pacientes e limitações da biópsia endomiocárdica, como meio de diagnóstico de miocardite. Tem sido sugerido que uma resposta imunológica a um antígeno materno-fetal pode levar à MPP. Células fetais podem escapar para a circulação materna e se essas células se alojarem no tecido cardíaco, podem desencadear uma resposta autoimune. Altos títulos de anticorpos contra proteínas humanas normais do tecido cardíaco foram descritos nessas pacientes, em relação aos controles. No geral, os dados disponíveis são insuficientes para determinar se a resposta imunológica anormal materna é a causa da MPP. A história familiar de MPP tem sido observada em alguns relatos de casos. Foi cogitada também a possibilidade de a prolactina estar envolvida na patogênese da MPP. 3.3 MANIFESTAÇÕES CLINICAS A apresentação clínica inclui sinais e sintomas de IC congestiva como taquicardia, taquidispnéia, dor torácica, fadiga, estertores pulmonares, edema, terceira bulha, ortopnéia, jugulares túrgidas e tosse noturna1,4-7. O diagnóstico diferencial inclui tromboembolismo pulmonar, pré-eclâmpsia, embolismo amniótico, infecções sistêmicas e cardiomiopatias pré-existentes1,7,10. O diagnóstico é confirmado com a presença dos quatro critérios já citados. O ECG geralmente é normal, porém pode apresentar taquicardia sinusal, arritmias, ADRV, baixa voltagem do complexo QRS e sobrecarga do VE. A radiografia de tórax demonstra aumento da área cardíaca e congestão pulmonar. Em alguns casos pode ser visto derrame pleural. O ecocardiograma mostra redução da contratilidade e aumento do VE, porém sem hipertrofia desta câmara 9 3.4 DIAGNOSTICO Como referido, o diagnóstico da MPP foi baseado em quatro critérios clínicos (já citados). O último critério (disfunção sistólica do ventrículo esquerdo) foi adicionado para evitar a inclusão de pacientes com distúrbios que imitam a IC sistólica. Tais condições incluem a hipertensão acelerada maligna, disfunção diastólica, infecção sistêmica, embolia pulmonar ou complicações tardias da gravidez, tais como pré- eclampsia ou embolia amniótica. O eletrocardiograma (ECG) e o ecocardiograma devem ser realizados nos pacientes que estão sob a suspeita clínica de MPP. Outros estudos, como o peptídeo natriurético cerebral (BNP), cateterismo cardíaco, radiografia de tórax, biópsia endomiocárdica e sorologias virais podem ser considerados em casos selecionados. Eletrocardiograma – As alterações incluem taquicardia sinusal (ou raramente, fibrilação atrial), anormalidades inespecíficas da onda T e do segmento ST, baixa voltagem e sobrecarga ventricular esquerda. Ondas Q estão ocasionalmente presentes nas precordiais anteriores. O intervalo PR costuma estar prolongado e pode haver alargamento do QRS. Ecocardiografia – O ecocardiograma geralmente revela uma redução global da contratilidade e aumento dos diâmetros cavitários sem hipertrofia. A análise com o doppler das pressões cardíacas geralmente pode ser realizada, fazendo com que o cateterismo direito seja desnecessário na maior parte dos casos. Foram definidos os seguintes parâmetros para a MPP: FEVE <45% e / ou fração de encurtamento <30% e diâmetro sistólico final do VE maior que 2,7 cm/m2. Embora a maioria dos cardiologistas considere a cardiomiopatia quando há FEVE <50%, isto não satisfaz o critério rigoroso para MPP. Outros achados ecocardiográficos possíveis incluem: aumento do átrio esquerdo; regurgitação mitral e tricúspide e derrame pericárdico leve. BNP – Mulheres que apresentam MPP normalmente têm níveis elevados de peptídeo natriurético cerebral (BNP) ou N-terminal pró-BNP (NT-proBNP). Radiografia de tórax – A radiografia de tórax tipicamente mostra alargamento da silhueta cardíaca com sinais de congestão venosa pulmonar e/ou edema intersticial, bem como derrame pleural. 10 Ressonância magnética cardíaca – Houve relatos limitados sobre o uso da ressonância magnética cardíaca na MPP e seu papel ainda está sendo avaliado. Relatos de casos e pequenas séries têm notado a presença variável de realce tardio pelo gadolínio em pacientes com MPP. Esta variabilidade provavelmente reflete os diversos processos que levam à CMP. Cateterismo cardíaco – O cateterismo cardíaco direito raramente é necessário, porque a avaliação das pressões cardíacas geralmente pode ser feita com o ecodopplercardiograma. Pode ser útil em pacientes criticamente enfermos que necessitam de avaliação mais completa ou de avaliação constante de seu estado hemodinâmico. Biópsia endomiocárdica – O papel da biópsia endomiocárdica permanece obscuro. Como observado acima, uma proporção variável dos pacientes tem evidências de miocardite. Outros achados histológicos em MPP incluem: hipertrofia muscular, degeneração, fibrose e edema intersticial. Não existem achados patognomônicos na MPP e há um risco inerente à realização de uma biópsia em um ventrículo direito dilatado. Microbiologia/Sorologia – O papel de culturas virais e bacterianas, bem como as sorologias (por exemplo, Coxsackie B) ainda é desconhecido. Os resultados destes testes não são específicos e eles têm valor limitado no prognóstico em pacientescom miocardite. Diagnóstico Diferencial A MPP é um diagnóstico de exclusão. O diagnóstico diferencial inclui cardiopatia dilatada idiopática pré-existente, cardiomiopatia pelo HIV, doença valvar pré-existente, cardiopatia hipertensiva, cardiopatia congênita pré-existente, infarto agudo do miocárdio e tromboembolismo pulmonar. 3.5 TRATAMENTO O tratamento é similar ao das outras causas de IC, visando à redução da pré e pós carga e ao aumento da contratilidade ventricular. Inclui a restrição de sódio e água, uso de beta-bloqueadores, diuréticos e digoxina. Deve-se lembrar que os 11 inibidores da enzima conversora da ECA (IECA), bem como os bloqueadores do receptor da angiotensina são contra-indicados na gestação. Em seu lugar pode ser utilizada a hidralazina, geralmente associada ao dinitrato. A anticoagulação deve ser considera pelo risco aumentado de tromboembolismo, principalmente em pacientes com FE do VE < 30%, atendendo ao fato de que os cumarínicos são contra-indicados no primeiro e terceiro trimestres de gestação. Após a resolução do quadro agudo, deve-se manter o beta-bloqueador e/ou o IECA por pelo menos um ano de manutenção. Em casos graves, onde a terapêutica medicamentosa não é bem- sucedida, o transplante cardíaco corresponde à última escolha de tratamento. 3.6 PROGNOSTICO Uma série de estudos tem avaliado o resultado de mulheres com MPP, com o maior deles (Elkayam e colaboradores, Circulation 2005) descrevendo uma taxa de transplante cardíaco de 4% e uma taxa de mortalidade de cerca de 10% em um seguimento médio de cerca de dois anos. A morte é geralmente causada por IC progressiva, morte súbita ou por eventos tromboembólicos. Os seguintes fatores de mau prognóstico têm sido identificados em diferentes estudos: o Classe funcional desfavorável (NYHA); o Raça negra; o Multiparidade. Diferentes estudos identificaram os seguintes fatores preditores de disfunção persistente do ventrículo esquerdo no follow-up: o FEVE ≤ 30 %; o Fração de encurtamento inferior a 20% e diâmetro diastólico final do ventrículo esquerdo ≥ 6 cm; o Troponina T elevada. 12 4. RELATO DO CASO 4.1 Anamnese IDENTIFICAÇÃO: A. K. M. S, 20 anos, sexo feminino, residente de Coelho Neto-MA, em união estável, ensino fundamental completo, admitida na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Macrorregional no dia 17/10/201, procedendo da Unidade de Pronto Atendimento de Caxias-MA. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL - Paciente no 48° dia de pós-parto procurando o serviço de saúde devido dispneia e edemas. 4.2 Exame físico Paciente segue em cuidados intensivos, intubado em sedação continua em bomba de infusão continua, pupilas isocóricas, conjuntivas hipocoradas, boca sem lesões em lábios e em gengiva, dentição completa, língua saburrosa pescoço sem gânglios palpáveis. Tórax simétrico, expansibilidade torácica bilateral. Ausculta pulmonar com presença de murmúrios vesiculares e sem presença de ruídos adventícios. Ausculta cardíaca com bulhas normofonéticas e normorrítmicas. Abdômen globoso e distendido, ruídos hidroaéreos presentes, pele íntegra. SSVV: Tax: 37,0ºC. FC: 90 bpm. FR:24 irpm. PA:147/80 mmHg. 4.3 Exames • HEMOGRAMA COMPLETO ERITROGRAMA valores de referência Hematócrito: 37,5%--------------(37 a 47%) Hemoglobina: 12,4g--------------(11,5 a 16,4) Hemácias: 4,79 milh/mm³-------(4 a 5,6 milh) 13 VCM: 78,3---------------------------(80 a 94) HCM: 25,9g--------------------------(27 a 32) CNCM: 33,07%---------------------(30 a 35%) LEUCOGRAMA Leucócitos: 21.100/mm³---------(4.000 a 10.000) Eosinófilos: 1-----------------------(2 a 5) Bastões: 3---------------------------(3 a 5) Segmentados: 88-----------------(54 a 62) Linfócitos: 7-------------------------(20 a 35) Monócitos: 1------------------------(3 a 8) PLAQUETAS: 408.000---------(150.000 a 450.000) OBS: Leucocitose com neutrofilia e linfopenia. UREIA: 30 mg/dL---------------(15 a 40) CREATININA: 0,9 mg---------(0,4 a 1,3) CALCIO: 6, 87------------------(8,8 A 11) MAGNESIO: 1,7mg//Dl-------(1,6 a 2,4) PROTEINA C-REATIVA: positiva POTASSIO: 3,58 mmol/L-----(3,6 a 5) SODIO: 125,72 mmol/L--------(135 a 150) 4.4 Prescrição médica 1- Dieta enteral novasoure GS 1000 ml SNE BI 55 ml L/H (1 etapa/24h) 2- Água filtrada 200 ml/SNE de 3/3h 3- Ringer lactato 500 ml+ KCL 10% 20 ml EV 1 etapa p/24 h 4- Ranitidina 50 mg/2ml, 2ml+ AD, EV 5- Ceftriaxona 1g- 1 FR+ 10ml EV de 12/12h 6- Clindamicina 600 mg- 1FR+ SF0,9% 100 ml EV de 6/6h 7- Furosemida 20mg- 1amp EV de 12/12h 8- Hidralozina 50 mg- 1comp VO de 12/12h 9- Glicemia capilar 6/6h 10- Insulina regular, SC, conforme prescrição médica 11- Glicose 50%- 40 ml, EV, se glicemia < 80mg/ dl 14 12- Espirolactona 25mg- 1 cp VO 1x ao dia 13- Atenolol 50 mg- 1cp p/ SNE 12/12 16- Losartana 50 mg 1cp VO de 12/12h 17- Diazepam 10 mg- 1 cp p/SNE as 21h 18= Haldol 5mg- 1amp 8ml EV 19- Dipirona 20- Balanço hídrico 21- Acompanhamento do sono 22- Fisioterapia intensiva 23- Monitorar multiparametrica continua 24- Cabeceira elevada 30-45° 25- Mudança de decúbito de 2/2h 26- Higiene oral 2x ao dia 4.5 Avaliação de enfermagem 24/10/2017 Ás 9;00 hrs paciente segue em cuidados intensivos com Diagnóstico de miocardiopatia periparto em ventilação invasiva TQT em modo A/C, saturando 99%, FiO² 44%, PEEP 6, com escala de RASS 10. Afebril, Normocardica, hipertensa, eupneica. Ao EF: Couro cabeludo integro e sem sujidades, pavilhão auricular sem sujidades, cavidade nasal íntegra sem sujidade, mucosas hipocoradas, pupilas isocoricas e fotorreagentes, gânglios não palpáveis, pele integra. AP: MV presentes sem/ com ruídos adventícios AC: BCNR+ NF, AA: abdome globoso, RHA presentes. Presença de edemas em MMII (1+/4+). Eliminações presentes. SSVV: Tax: 36,5ºC. FC: 88 bpm. FR: 19bpm. PA: 150x 100, glicemia: 182mg/dL. 25/10/2017 Ás 10:09 hrs paciente segue em cuidados intensivos com Diagnóstico de miocardiopatia periparto em ventilação invasiva TQT em modo A/C, saturando 100%, FiO² 40%, PEEP 6, com escala de RASS 10. Afebril, Normocardica, hipertensa, eupneica. Ao EF: Couro cabeludo integro e sem sujidades, pavilhão auricular sem sujidades, cavidade nasal íntegra sem sujidade, mucosas hipocoradas, pupilas isocoricas e fotorreagentes, gânglios não palpáveis, pele integra. AP: MV presentes sem/ com ruídos adventícios AC: BCNR+ NF, AA: abdome globoso, RHA presentes. 15 Presença de edemas em MMII (1+/4+). Eliminações presentes. SSVV: Tax: 37,0ºC. FC: 90 bpm. FR: 24 ibpm. PA: 147x 100. 27/10/2017 Ás 09:30, paciente segue em cuidados intensivos com Diagnóstico de miocardiopatia periparto em ventilação invasiva TQT em modo A/C, saturando 100%, FiO² 40%, PEEP 6, escala de RASS 10. Afebril, Normocardica, hipertensa, eupneica. Ao EF: Couro cabeludo integro e sem sujidades, pavilhão auricular sem sujidades, cavidade nasal íntegra sem sujidade, mucosas hipocoradas, pupilas isocoricas e fotorreagentes, gânglios não palpáveis, pele integra. AP: MV presentes sem/ com ruídos adventícios AC: BCNR+ NF, AA: abdome globoso, RHA presentes. Presença de edemas em MMII (1+/4+). Eliminações presentes. SSVV: Tax: 36,8ºC. FC: 100 bpm. FR: 22 irpm PA:160x80mmHg. 5. PLANO DE CUIDADOS Diagnóstico de Enfermagem Intervenções de Enfermagem Resultados Esperados Risco para integridade da pele prejudicada relacionada a procedimentos invasivose repouso prolongado no leit. (Necessidades de psicobiologicas). Cuidados com lesões; Proteção contra infecções; Oferecer suporte a áreas edemaciadas, conforme apropriado; Examinar diariamente a pele em pessoas com risco de degradação. Manter a pele íntegra. 16 Débito cardíaco diminuído relacionado à MCPP, evidenciado pela pré carga alterada. (Necessidades de psicobiologicas). Observar sinais e sintomas de débito cardíaco diminuído; Monitorar o estado cardiovascular; Realizar uma avaliação abrangente da circulação periférica; Monitorar o equilíbrio de líquidos; Monitorar os valores dos exames laboratoriais adequados. Valores normais do debito cardíaco do paciente. Risco de infecção, relacionado ao estado de saúde e internação. (Necessidades de psicobiologicas). Lavar as mãos antes e após cada atividade de cuidado ao paciente. Estimular repouso. Ensinar paciente e familiares como evitar infecções. Promover a ingestão nutricional adequada. Paciente sem apresentação de risco de infecção. Ventilação espontânea prejudicada, relacionada ao estado clinico, evidenciado por ventilação mecânica invasiva. (Necessidades de psicobiologicas). Monitorar as necessidades de suporte ventilatório invasivo; Monitorar os parâmetros do ventilador rotineiramente, inclusive temperatura e umidificação do ar aspirado; Verificar regularmente todas as conexões do ventilador; Monitorar a redução do volume expirado e o aumento da pressão inspiratória; Administrar relaxantes musculares, sedativos e Reestabelecer a ventilação espontânea. 17 analgésicos narcóticos, conforme prescrito. Amamentação interrompida relacionada à doença da mãe, evidenciada pela necessidade de internação. (Necessidades de psicobiologicas). Ensinar o controle dos mamilos machucados; Manter as compressas dos seios secas. Usar o creme para os seios quando eles estiverem secos. Se surgirem sintomas de mastite ou de abscesso na mama (aumento do calor, sensibilidade, vermelhidão) instruir a contatar a enfermeira ou o médico. Demonstrar posicionamento eficiente. Risco de lesão relacionada mobilidade no leito prejudicada. (Necessidades de psicobiologicas). Examinar a pele e mucosas quanto a vermelhidão, calor, edema e drenagem; Documentar mudanças na pele e mucosas; Monitorar aparecimento de fontes de pressão e atrito; Monitorar a pele quanto a ressecamento e umidade excessivas; Monitorar a pele quanto a exantemas e abrasões. Evitar lesão, mantendo a pele integra. Volume de líquidos excessivos, relacionado à MCPP, evidenciado edemas e ascite (Necessidades de psicobiologicas). Manter registro preciso da ingesta e eliminação; Obter amostras laboratoriais para monitoramento de níveis alterados de líquidos ou eletrólitos; Monitorar a condição hemodinâmica, inclusive níveis de PVC, PAM, PAP e PACP. Paciente com restabelecimento do equilíbrio hídrico, sem presença de edema e ascite. 18 6. PLANO DE ALTA Elaborado para orientar o paciente e os familiares a evitar os agravos do quadro clínico deste: 1. Após a alta hospitalar o paciente deve manter os cuidados relativos à ICC, os quais evita, recidivas, internações desnecessárias e diminuição da expectativa de vida; 2. Monitorizar diariamente os sintomas e o peso; 3. Restringir a ingesta de sódio; 4. Não ingerir liquido em excesso; 5. Evitar álcool e fumo; 6. Praticar exercícios regulares leves, atentando para sinais de fadiga e dispneia; 7. Repouso; 8. Evitar estresse emocional; 19 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS A MCPP se apresenta como um desafio à pratica médica por ser uma condição rara e que pode ter desfechos graves quando não diagnosticada e tratada adequadamente, surgindo daí a necessidade de mais publicações acerca do tema. O estudo de caso proporcionou um aprofundamento de informações acerca da patologia, onde foi possível entender um pouco melhor sobre a mesma. Sendo possível a partir de aí relacionar o quadro clinico da paciente com os achados na literatura. É de suma importância esse acompanhamento do profissional/acadêmico com o paciente, pois só assim é possível a observação das necessidades básicas da cliente, sendo possível a formulação de um plano de cuidados, onde observamos a intima ligação dos diagnósticos e intervenções propostas pela Sistematização de Assistência de Enfermagem para uma melhora na recuperação da paciente. . 20 REFERÊNCIAS CHEEVER, K,H.et al.Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica BRUNNER&SUDDARTH. 13 ed. Vol. I e II. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. BULECHEK, Glória M.; DOCHTERMAN, Joane Mccloskey; BUTCHER, Howard. Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC). 5 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. NANDA INTERNACIONAL. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA- Definições e Classificação 2012/2014. Porto Alegre: Artmed. 2012. POTTER, Patrícia A.; PERRY, Anne G, Martha Keene. Procedimentos e Intervenções de Enfermagem. 5 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. JOHNSON, M., MASS, M. & MOORHEAD, S. Classificação dos Resultados de Enfermagem (NOC). 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. SILVA, T.F.A., FILHO, M.A.A., BRITO, M.R.M.B., FREITAS, R.M. REF‒ISSN1808- 0804 Vol.XI (3) 48–57, 2014. PATTA CB, Nunes RD. Miocardiopatia periparto: relato de caso. Arq. Catarin. Med. 2012; 41(3): 68-70. TEDOLD CL. Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia para Gravidez na Mulher Portadora de Cardiopatia. Arq Bras Cardiol 2009; 93(6 supl.1): e110-e178. ARDILA DFP, Hurtado SN, Osorio EMA, Rosero AA. Miocardiopatía periparto. Rev Insuf Cardíaca 2009; 4 (4): 177-183. TEDOLDI, C.V. Miocardiopatias. Arq. Bras. Cardiol. vol.93 no.6 supl.1 São Paulo Dec. 2009.
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