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LEI DO ABATE

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A LEI DO ABATE
No intuito de salvaguardar a soberania nacional e impedir a proliferação e invasão do espaço aéreo brasileiro, foi criada em 1998 a Lei 9614. Esta lei é mais comumente conhecida como a “LEI DO ABATE”. Existem, porém diversas opiniões sobre a constitucionalidade ou não da aplicação da mesma. 
Porém, cabe ressaltar que o Brasil com sua imensa vastidão do espaço aéreo e também terrestre, carece de constante e eterna vigilância. 
A Lei do Abate permite à Força Aérea Brasileira atirar em aviões na região de fronteira, porém saliente-se que antes do abate propriamente dito sejam disparados tiros de advertência afim de que a aeronave invasora se identifique e cumpra aas ordens da FAB, no caso do insucesso das tentativas, cabe ao presidente da republica autorizar a derrubada. Friso ainda que no caso de apreensão da aeronave, há a possibilidade da mesma tornar-se patrimônio da União.
A lei em si possui atributos para que realmente seja considerada constitucional.
No dia 3 de setembro de 2009, pilotos da força aérea brasileira dispararam tiros de advertência contra um monomotor que transportava 176 quilos de cacaína, em Rondônia, na região de fronteira do Brasil com a Bolívia.
O decreto 5.144/2004 regulamentou os 1º, 2º e 3º do Artigo 303 do Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei 7.565/86 Código Brasileiro da Aeronáutica), houve então a modificação em 1998 permitindo a partir daí o abate.
Se dedicarmos algum tempo e pesquisarmos em nossa constituição alguns dispositivos são frontalmente violados pelo decreto do qual estamos tratando:
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
II - prevalência dos direitos humanos;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
Então se verifica que dentre os dispositivos acima destaca-se sem sombra de dúvidas os princípios da inviolabilidade do direito a vida, assim como a proibição da pena de morte em termos de paz.
Evidentemente que como estas garantias são clausulas PTREA (Art. 600,4º,IV,CF) não é facultativo que se delibere ao contrário, tornando então impossível a discussão.
A direito à vida é o bem jurídico de maior importância, portanto este direito não há que ser deliberado.
Conforme Alice Bianchini: O princípio da proporcionalidade em sentido estrito tem por significado a própria proporção entre os sacrifícios de bens e males evitar. Sendo este um dos princípios que limitam a atuação do legislador.
Fica claro o flagrante da lei do Abate ao violar este princípio citado acima. 
A LEI 11.343/2006, a chamada Lei Antidrogas verga em seu conteúdo sobre as normas legais envolvidas para a repressão ao tráfico de drogas, esta lei delimita também os crimes inclusos paralelamente ao tráfico.
Sem sombra de dúvida, o legislador quando criou a Lei do Abate, objetivou priorizar e combater o tráfico de drogas e extinguir esse bilionário comércio mundial que assola o mundo.
No entanto, além da ineficácia desta lei, devido a diversos fatores, dentre os quais melhores critérios na aplicação prática, o legislador inobsevou os princípios fundamentais que passaria a violar imediatamente após a sanção e validação da referida lei.
Há diversos fatores que poderiam se citados de forma a reforçar a inconstitucionalidade desse dispositivo. Vejamos alguns: Uso político, interesses pessoais, etc. 
Ora, vivemos em um país onde a honestidade é uma exceção no caráter dos detentores do poder. Assim como há o benefício da eliminação de um problema, há o grande risco ainda do uso político com seus poucos prós e infinitos contras, sempre permeados de desconfiança.
Assim como houve a sanção, já deveria ter ocorrido há muito tempo a revogação.
O Brasil é um país de corruptos, quase tudo que criado pela corja. Que supostamente deveria representar o povo, “possui! Segundos interesses.
E este dispositivo pode ser inclusive só mais um engodo, uma jogada conveniente de interesses a determinados setores, visando tirar o foco de maneiras eficazes que poderiam ser criadas para combater o tráfico ilítico de drogas, seguir e cumprir os princípios fundamentais que estão sendo violados seria então somente um fato concreto, imutável e imexível.

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