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Audiência de instrução e julgamento

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Anotações do livro: 
- Curso de Direito Processual Civil de Humberto Theodoro Júnior. Volume I. 57ª edição. Editora Forense.
- Manual de Direito Processual Civil de Cassio Scarpinella Bueno. 2ª edição. Editora Saraiva.
- Primeiros Comentários ao Novo Código de Processo Civil – Artigo por Artigo – de Tereza Arruda Alvim Wambier e outros. 3ª Tiragem. Editora Revista dos Tribunais.
- Curso Didático de Direito Processual Civil de Elpídio Donizete. 20ª edição. Editora Atlas.
Audiência de instrução e julgamento
	Audiência é o ato processual solene realizado na sede do juízo que se presta para o juiz colher a prova oral e ouvir pessoalmente as partes e seus procuradores. A principal audiência regulada pelo Código de Processo Civil é a audiência de instrução em julgamento (arts. 358 a 368), que é momento integrante do procedimento comum e também se aplica a todos os demais procedimentos, desde que haja prova oral ou esclarecimento de peritos a ser colhidos antes da decisão da causa.
	No procedimento oral, é ela o ponto alto, pois concentra os atos culminantes da disputa judicial. Nela, o juiz entra em contato direito com as provas, ouve o debate final das partes e profere a sentença que põe termo ao litígio. Por meio dela, põem-se em prática os princípios da oralidade e concentração do processo moderno. 
	Em regra, a designação da audiência de instrução e julgamento não é faculdade e conferida ao juiz e sim imposição da lei adjetiva, aplicável sempre que haja prova a ser produzido. 
	É, pois, ato solene, revestido de publicidade, substancial ao processo, que se realiza sob a presidência do juiz e que se presta à instrução, discussão e decisão da causa. Pela sistemática do Código, a audiência só é, entretanto, indispensável quando haja necessidade de prova oral ou esclarecimentos de perito e assistentes técnicos. Fora desses casos, o julgamento da lide é antecipado e prescinde da solenidade de audiência (art. 355).
	Quando, no entanto, se fizer necessária a audiência de instrução e julgamento, o momento adequado à sua designação pelo juiz é a decisão de saneamento e organização do processo, oportunidade em que deferirá as provas que nela hão de produzir-se (art. 357).
Característica da audiência 
	A audiência é pública (art. 368). Aliás, em regra, todos os atos processuais são públicos para o nosso Código (art. 189). Consiste a publicidade da audiência em franquear-se a presença, a seus trabalhos, a qualquer pessoa que quiser assisti-los. Deve, por isso, a sessão realizar-se de portas abertas.
	Há casos, porém, em que o decoro ou o interesse público recomenda a não divulgação dos atos judiciais. Praticar-se-ão, por isso, em segredo de justiça. São os previstos no art. 189.
	Quando isso se dá, a audiência realiza-se a portas fechadas, mas com a presença assegurada as partes e seus advogados.
	Na presidência dos trabalhos da audiência, o juiz exerce o poder de polícia, de modo que lhe compete (art. 360):
Manter a ordem e o decoro na audiência (inc. I);
Ordenar que se retirem da sala da audiência os que se comportarem inconvenientemente (inc. II);
Requisitar, quando necessário, a força policial (inc. III);
Tratar com urbanidade as partes, os advogados, os membros do MP e da Defensoria Pública e qualquer pessoa que participe do processo (inc. IV); e,
Fazer registrar em ata, com exatidão, todos os requerimentos apresentados em audiência (inc. V).
Cabe, outrossim, ao juiz, a direção formal do processo, como dispõe o art. 139. Esse poder, nas audiências, revela-se por meio das seguintes atribuições, anteriormente expressas no art. 466 do CPC/73, que, embora não repetidas literalmente pelo Código atual, continuam, como é obvio, aplicáveis, quais sejam:
Dirigir os trabalhos da audiência;
Proceder direta e pessoalmente à colheita de provas;
Exortar os advogados e o órgão do MP a que discutam a causa com elevação e urbanidade. 
A audiência será realizada em dia e hora designados pelo juiz, com prévia intimação das partes (art. 358). É sempre considerada una e contínua e, se não for possível concluir num só dia, a instrução, o debate e o julgamento, o juiz marcará o seu prosseguimento para a data mais próxima possível, em pauta preferencial. (art. 365, parágrafo único).
	Una, na expressão do Código, quer dizer que, embora fracionada em mais de uma sessão, a audiência é tratada como uma unidade, um todo. Há, assim, uma continuidade entre os atos fracionados, e não uma multiplicidade de audiências, quando não é possível iniciar e encerrar os trabalhos numa só sessão.
	Corolário dessa regra é que, se houver motivo para nulidade da primeira sessão, todas as demais posteriormente realizadas estarão afetadas, pois o vício atingirá a audiência como um todo.
	Além da exigência de publicidade, traça o Código várias normas de solenidade para que a audiência cumpra a sua finalidade processual, a partir do pregão das partes e advogados e que tem seguimento por meio das regras a serem observadas no curso dos trabalhos, todas voltadas para o objetivo de assegurar ampla defesa dos interesses das partes e propiciar ao juiz condições de proferir bom julgamento. 
	Em síntese, as características da audiência de instrução e julgamento são: (i) a publicidade; (ii) a solenidade; (iii) a essencialidade; (iv) a presidência do juiz; (v) a finalidade, complexa e concentrada de instrução, discussão e decisão da causa; (vi) a unidade e continuidade.
	Compreende a audiência, na sistemática do Código, atos de quatro espécies:
Atos preparatórios: a designação de data e horário para a audiência, a intimação das partes e outras pessoas que devem participar; depósito do rol de testemunhas em cartório; o pregão das partes e advogados na sua abertura;
Atos de tentativa de conciliação das partes: quando a lide versar sobre direitos patrimoniais privados;
Atos de instrução: esclarecimento do perito e assistentes técnicos; depoimentos pessoais; inquirição de testemunhas; acareação de partes e testemunhas;
Ato de julgamento: debate oral e sentença.
Atos preparatórios
	Designada a audiência, no saneador, o juiz deferirá as provas a produzir e determinará a intimação dos advogados, cuja omissão é causa de nulidade (art. 357). Ainda no saneador, ao determinar a necessidade de produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum, não superior a quinze dias, para que as partes apresentem o rol das testemunhas a serem ouvidas em audiência (art. 357, §4º).
	Também o depoimento pessoal da parte, se for o caso, será precedido de intimação para prestá-lo na audiência, com a advertência da pena de confesso (art. 385, §1º). A parte que desejar esclarecimentos do perito e assistentes técnicos terá de formular quesitos e requerer a intimação dos expertos, por meio eletrônico, com pelo menos dez dias de antecedência da audiência (art. 477, §§3º e 4º).
	A abertura da audiência observará o disposto no art. 358, isto é, no dia e hora designados, o juiz declarará aberta a audiência e mandará apregoar as partes e os respectivos advogados, bem como outras pessoas que dela devam participar.
	Consiste o pregão no anuncio feito, de viva voz, pelo oficial de justiça ou outro serventuário encarregado do ofício de porteiro do auditório forense, convocando aqueles que devam participar da audiência.
Adiamento da audiência 
	Na fase de abertura, poderá o juiz determinar a suspensão dos trabalhos e o adiamento da audiência, em virtude de (art. 362):
Convenção das partes (inc. I);
Ausência, por motivo justificado, de qualquer das pessoas que dela devam necessariamente participar (inc. II);
Por atraso injustificado de seu início em tempo superior a trinta minutos do horário marcado (inc. III);
O impedimento de comparecimento deverá ser comprovado pelo interessado até a abertura da audiência; não feita a comprovação, o juiz dará sequência à audiência, procedendo à instrução (art. 362, §1º).
	A ausência do juiz impede a abertura da audiência, porque, sem ele, não é possível promove-la. A ausência injustificada de outras pessoasque deveriam participar da audiência, via de regra, não é motivo de adiamento, mas de realização sem a sua participação. Assim, se o ausente é o advogado ou o defensor público, o juiz realizará a audiência e poderá dispensar a produção das provas requeridas em nome da parte que lhe tocava representar. O mesmo se aplica ao MP (art. 362, §2º).
	Faltando ambos os advogados, poderá o juiz dispensar toda a instrução e proferir logo o julgamento conforme o estado do processo, ou, então, promover a colheita de prova, sem a presença dos interessados. 
	Se a parte que deveria prestar depoimento pessoal não comparece a audiência de modo injustificado, o juiz aplicar-lhe-á a pena de confesso, desde que tenha ela sido advertida na intimação (art. 385, §1º). Diante da confissão ficta, poderá o juiz dispensar as demais provas, se a causa não versar sobre direitos indisponíveis (arts. 374, II e 392).
	Faltando sem justificativas, a testemunha previamente intimada sujeitar-se-á a condução forçada à presença do juiz (art. 455, §5º). Só haverá adiamento se não possível a condução durante a própria audiência. Além disso, a falta da testemunha não impede o juiz de ouvir as demais arroladas pelas partes. 
	A ausência do MP, com ou sem justificativa, não impede a realização da audiência, diante dos termos dos arts. 277 e 362, §2º, visto que a lei exige, para a validade do processo, apenas a intimação do custos legis e não a sua presença obrigatória.
	Por outro lado, mesmo as hipóteses de ausência justificada de outras pessoas que deveriam participar da audiência, o adiamento de que fala o art. 362, nem sempre abrange toda audiência, mas apenas os atos que dependiam do ausente.
Antecipação de audiência
	Por motivos de conveniência da Justiça, ou a requerimento de uma das partes, pode o juiz antecipar a data inicialmente designada para a audiência de instrução e julgamento.
	Em tais casos, o juiz determinará a intimação dos advogados ou da sociedade de advogados, podendo esta ser feita por publicação na imprensa (art. 363).
Conciliação
	A composição do litígio é objetivo perseguido pelas partes e pelo juiz. O fim do processo é alcançar essa meta. Isso pode ser feito por ato do juiz (sentença de mérito) ou das próprias partes (autocomposição). Muitas vezes é mais prático, mais rápido e conveniente que as próprias partes solucionem seu conflito de interesses. Ninguém mais indicado do que o próprio litigante para definir seu direito, quando está de boa-fé e age com o reto propósito de encontrar uma solução justa para a controvérsia que se estabeleceu entre ele e a outra parte.
	Por isso, e porque cumpre ao juiz velar pela prática solução do litigio e promover a autocomposição (art. 139, II e V), determina o Código que, na audiência de instrução, antes de iniciar a atividade probatória, o magistrado tentará conciliar as partes (art. 359).
	Somente nas causas sujeitas à audiência é que tem cabimento a tentativa de conciliação. Por isso, quando houver julgamento antecipado, ou extinção do processo sem apreciação do mérito, não caberá a medida. Havendo, porém, audiência, a conciliação será tentada, em todos os processos de natureza patrimonial privada, até nos de rito especial e nos incidentais. Essa tentativa de conciliação ocorre independente de emprego anterior de outros métodos de solução consensual de conflitos, como mediação e arbitragem (art. 359, in fine).
	A conciliação e um acordo entre as partes para solucionar o litígio deduzido em juízo. Por participar da natureza da transação e assim envolver potencialmente renúncia de direitos eventuais, só se admite a conciliação nas causam que versem sobre direitos patrimoniais de caráter privado, e em algumas causas relativas à família, em que a lei permite às partes transigir (art. 334, §4º, II). É pressuposto da autocomposição, pois, a disponibilidade do direito em disputa.
	Nos casos em que tem cabimento, a conciliação é parte essencial da audiência. Cumpre ao juiz promove-la, de ofício, independentemente da provocação das partes. Por isso, o juiz tentará, necessariamente, encontrar uma solução conciliatória para a lide, na medida do possível, antes de iniciar a instrução oral do processo. 
	Como regra, o juiz tentará conciliar as próprias partes, mas é válida, também, a tentativa de conciliação realizada perante advogado com poderes especiais para transigir, desistir e acordar. Não é, pois, indispensável a presença das partes em pessoa para o ato, nem estão elas sujeitas ao dever de comparecer à audiência só para a tentativa de conciliação, ainda que intimadas. Na sistemática do Código atual, porém, a recusa de comparecimento sem justificação à audiência dedicada à tentativa de conciliação é vista como ato atentatório à dignidade da justiça (art. 334, §8º). 
	Comparecimento pessoal obrigatório, sob sanção, ocorre sempre que as partes tenham sido intimadas tanta para a prestação de depoimento pessoal, como para a tentativa de autocomposição.
	Por outro lado, não obstante tenha o juiz o dever de tentar a conciliação das partes, não há cominação de nulidade para a omissão da providência. 
	Não há maiores solenidades para tentativa de conciliação. Ao abrir a audiência, o juiz, verbalmente, e sem prejulgar a causa, concitará os litigantes a procurarem uma composição amigável para suas divergências.
	Feita sem êxito a proposta de acordo, o juiz passará à instrução da causa. Se, porém, as partes entrarem em composição, o juiz mandará tomar por termo o acordo e o homologará por sentença, extinguindo o processo, com julgamento de mérito (art. 487, III, b), ainda na mesma audiência, que, com isso ficará encerrada, sendo dispensadas as provas e o debate oral. O processo, então, se extinguirá, com decisão definitiva de mérito, gerando coisa julgada material.
Instrução e julgamento
	Passada a fase de conciliação, sem que o juiz consiga êxito na tentativa de obter a autocomposição do litígio, ou quando não couber a medida, terão início os atos instrutórios da audiência. 
	A colheita da prova oral na audiência observará a seguinte ordem, preferencialmente, conforme o art. 361:
Em primeiro lugar, o perito e os assistentes técnicos responderão aos quesitos de esclarecimentos, requeridos no prazo e na forma do art. 477, caso não respondidos anteriormente por escrito (inc. I). as partes e o juiz poderão pedir maiores esclarecimentos em torno das respostas dos expertos, mas não lhes cabe transformá-los em testemunhas, formulando perguntas estranhas aos quesitos esclarecedores;
Em segundo lugar, o juiz tomará os depoimentos pessoais, primeiro do autor e depois do réu (inc. II);
Finalmente, completará a instrução, tomando, sucessivamente, os depoimentos das testemunhas do autor e do réu (inc. III).
Os empecilhos à observância da ordem de produção da prova não devem ser razão para a obrigatória suspensão ou adiamento da audiência. Dentro do poder que toca ao juiz de velar pela rápida solução do litígio (art. 139, II) e de indeferir diligencia inúteis ou meramente protelatórias (art. 370, § único), poderá o magistrado, entendendo pertinentes, inverter a sequência de provas sugeridas pelo art. 361.
	Os advogados e o Ministério Público não podem intervir ou apartar, sem a licença do juiz, o perito, os assistentes técnicos, as partes e as testemunhas enquanto estiverem depondo (art. 361, § único).
	Finda a instrução, terão lugar os debates orais. O juiz, então, dará a palavra, sucessivamente, ao advogado do autor e ao do réu, bem como ao membro do Ministério Público, se for caso de sua intervenção, pelo prazo de vinte minutos para cada um deles. Se houver necessidade, a critério do juiz, esse prazo poderá ser ampliado por mais de dez minutos (art. 364, caput).
	Em causas que versem sobre questões complexas de fato ou de direito, o debate oral poderá ser substituído pela posterior apresentação de memoriais, que serão produzidos pelo autor e pelo réu, bem como pelo Ministério Público, se for caso de sua intervenção, em prazo sucessivo de quinze dias, asseguradavistas dos autos (art. 364, 2º). O juiz, então, suspenderá a audiência ao encerrar a instrução e aguardará o oferecimento das alegações escritas.
	Encerrado o debate ou oferecidas as razões finais, na mesma audiência, o juiz proferirá sentença, ditando-a ao escrivão. Caso não se julgue em condições de sentenciar imediatamente, poderá fazê-lo no prazo de trinta dias (art. 366). No segundo caso, a sentença será elaborada por escrito e depositada em mãos do escrivão para dar a necessária publicidade processual ao ato.

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