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Guia de Estudos da Unidade 1 - Direito Empresarial

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Direito Empresarial
UNIDADE 1
1
UNIDADE 1- 
DISCIPLINA: DIREITO EMPRESARIAL
O DIREITO CIVIL E O NOVO DIREITO EMPRESARIAL
Apresentação do Primeiro Módulo
Sejam bem-vindos(as) ao mundo do Direito da empresa. Nessa disciplina, desen-
volveremos as competências necessárias para compreender os aspectos jurídicos 
básicos necessários à administração e gestão empresarial. Recomendo desde já 
a leitura do material disponível na Biblioteca Universitária Pearson (BUP), mas, em 
especial, recomendo o livro de Direito Empresarial de George Niaradi. Esse será um 
importante guia em seu processo de aprendizado.
Neste primeiro módulo, teremos como principais preocupações: fazer uma rápida 
apresentação do que seria o conceito jurídico de empresa; pontuar os principais as-
pectos da falência e recuperação de empresas descrito na lei 11.101 de 2005, (em 
especial os conceitos jurídicos, aspectos penais e disposições finais da referida lei); 
e dispor sobre o regulamento jurídico das empresas binacionais e multinacionais. 
Para essa parte, como principal material de apoio doutrinário, recomendo a primeira 
unidade do livro de George Niaradi, já mencionado. Também recomendo, de forma 
complementar (caso exista alguma dúvida decorrente da leitura e do material que 
não possa ser esclarecida de imediato), a leitura dos primeiros capítulos das obras 
de Bulgarelli e de Requião, presentes inclusive na bibliografia de Niaradi, mas que 
não estão disponíveis da BUP. 
Antes de passar adiante, devo fazer uma segunda recomendação. Como estamos 
tratando de leis, você deve se habituar a fazer a consulta on-line da legislação bra-
sileira que poderá ser facilmente encontrada por dois caminhos: através de sua 
numeração específica no sítio virtual da Presidência da República, disponível em: 
www.planalto.gov.br, ou simplesmente colocando o número e ano da lei no Google.
Serão necessárias à compreensão da disciplina as leis 10.406 de 2002 (O Código 
Civil Brasileiro - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm), 
a Lei compilada 6.404 de 1976 (Lei das Sociedades Anônimas - 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm), 11.101 de 2005 
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11101.htm Lei de Recu-
peração Judicial das Empresas – substitui a lei de falências) e a Lei Complementar 
123 (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp123.htm Lei Geral da Microem-
presa e Empresa de Pequeno Porte). 
2
Parte I:
Objetivo: Entender o que é uma empresa e de que modo ela funciona.
Resumo:
Iniciamos sedimentando conceitos jurídicos básicos. Após uma rápida visão do que 
seria o Direito Empresarial, passa-se a análise do que seria personalidade e capaci-
dade jurídica. Para tanto, utiliza-se o Código Civil pátrio, diploma jurídico responsá-
vel por essa disciplina. Esse diploma legal é responsável pelo núcleo normativo de 
todo o Direito Privado brasileiro, onde se encontra por sua vez o Direito Empresarial. 
Conceitos iniciais:
§	Direito Empresarial: ramo do Direito responsável pelos atos de mercância. 
Tem como fontes (dentre outras possíveis) a lei, os tratados internacionais, a 
doutrina (produção dos doutores na área), os costumes (práticas reiteradas 
tidas como obrigatórias), e a jurisprudência (coleções de decisões de tribu-
nais).
§	Relação Comercial: relação que se compõe da prática de atos empresariais 
(de mercância), que por sua vez são aqueles cujo objetivo é (a princípio) o 
lucro.
§	Código Comercial: antiga norma de regulação dos atos empresariais (antes 
comerciais), do ano de 1850, revogado em grande parte pelo atual Código Ci-
vil e Lei de Falências (links acima).
§	Código Civil: Norma geral que regula as atividades entre particulares. Inclui 
dentro de si o Livro da Empresa. 
§	Mercância: transação comercial, definida pelo extinto código comercial como 
a compra e venda ou troca de efeitos móveis ou semoventes (animais), para 
os vender por grosso ou a retalho, na mesma espécie ou manufaturados, ou 
para alugar o seu uso; as operações de câmbio, banco e corretagem; as em-
presas de fábricas, de comissões, de depósito, de expedição, consignação e 
transporte de mercadorias, de espetáculos públicos; os seguros, fretamentos, 
riscos, e quaisquer contratos relativos ao comércio marítimo; a armação e ex-
pedição de navios.
§	Empresa: é a atividade (objeto), cuja característica principal é a obtenção de 
lucros gerados através da organização planejada dos fatores de produção, 
como por exemplo, o oferecimento ao mercado de bens ou serviços. Deve ser 
vista como uma atividade, não tem natureza jurídica de sujeito de direito ou 
de coisa. 
§	Associação: organização de pessoas sem fins lucrativos.
§	Empresário: o sujeito da relação empresarial, que realiza com habitualidade 
a relação de mercância. Deve registrar a sua empresa para fins legais antes 
de iniciar sua atividade. Código Civil: Art. 966. Considera-se empresário quem 
exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou 
3
a circulação de bens ou de serviços. OBS. Não deve ser:
o incapaz: que não atende os elementos do Código Civil para declarar 
suas vontades.
o Impedido: que é proibido de exercer atividade empresarial devido a 
função (pública) que exerce. 
§	Estabelecimento Empresarial: local onde constituem-se os atos de empresa. 
§	Sociedade: fruto de uma relação jurídica, é a nova personalidade que surge 
com objetivo específico. 
Personalidade: 
A personalidade é a potencialidade de existir para o Direito. A capacidade já defi-
ne-se como a possibilidade de praticar atos válidos. Assim, determinamos que per-
sonalidade representa a existência legalmente reconhecida, ou seja, o potencial de 
poder ser sujeito de direitos e deveres. 
No regime normativo pátrio, duas seriam as espécies de personalidade, a natural (ou 
física) e a artificial (ou jurídica). No segundo grupo encontra-se a empresa. Antes de 
passarmos adiante, vamos fazer uma leitura rápida de alguns artigos do Código Civil 
que disciplinam a personalidade. 
Pessoa Física à aqueles que nascem com vida: segundo a Lei de Registros Públi-
cos, uma vez respirando após o parto considera-se, mesmo que venha a óbito logo 
em seguida, como vida. 
Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei 
põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. 
Pessoa Jurídica: 
São as pessoas artificiais, criadas para um determinado fim. Classificam-se como de 
direito público interno, externo ou de direito privado:
Art. 41. São pessoas ju-
rídicas de direito público 
interno:
Art. 42. São pessoas ju-
rídicas de direito público 
externo 
Art. 44. São pessoas jurí-
dicas de direito privado:
I. a União;II. os Estados, o Distrito 
Federal e os Territórios;III. os Municípios;IV. as autarquias, inclusive 
as associações públicas; V. as demais entidades de 
caráter público criadas 
por lei.
Os Estados estrangeiros e 
todas as pessoas que forem 
regidas pelo direito interna-
cional público.
I. as associações;II. as sociedades;III. as fundações;IV. as organizações religio-
sas; V. os partidos políticos;VI. as empresas individuais 
de responsabilidade li-
mitada.
4
O início e fim de uma empresa (pessoa jurídica de Direito Privado) são assuntos 
legalmente descritos no Direito Pátrio e amplamente discutidos pela doutrina. O Có-
digo Civil trata da personalidade e capacidade jurídica, estando presentes em seu 
artigo 44 (supra), as modalidades de personalidade jurídica próprias ao âmbito pri-
vado (ou seja, excluídas aí, aquelas que estão vinculadas aos poderes públicos e à 
administração pública). O seu início encontra-se descrito nos artigos 45 e 46: 
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscri-ção do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização 
ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que 
passar o ato constitutivo.
Art. 46. O registro declarará:
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicial-
mente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.
A empresa deixa de existir com a sua dissolução, o que ocorrerá devido à vacância 
da administração, o abuso da personalidade jurídica, a dissolução propriamente ou a 
cassação da autorização para as atividades.
Apesar de instituir regras gerais, como é o caso antes mencionado, o segundo livro 
da parte especial deste diploma legal é próprio do Direito da Empresa. Uma vez 
criada a empresa deverá ter seu estatuto jurídico, que determina as suas especifici-
dades (a norma geral encontra-se acima). Deve-se lembrar que, além do disposto no 
Código Civil, a lei da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte (LC 123/2006), em 
cumprimento do disposto na Constituição Federal de 1988 em seu artigo 179, tem 
como objetivo dar tratamento diferenciado para estes tipos empresariais. 
Sociedades e Tipos Empresariais:
Enquanto a sociedade é o sujeito de Direito, a empresa é o objeto. A sociedade des-
de que esteja constituída nos termos da lei, adquire categoria de pessoa jurídica. 
Assim, torna-se capaz de direitos e obrigações. A sociedade é a “empresária”. Já a 
empresa deve ser vista como o objeto de direito. A empresa pode ser o exercício da 
atividade individual, de pessoa natural, enquanto a sociedade comercial não é exer-
cida por um único indivíduo. Ou seja, pode haver sociedade comercial sem empresa 
e empresa sem sociedade (exercida por uma pessoa só).
Importante: Empresa não tem personalidade jurídica, pois representa a atividade!
5
Sociedade:
1. Início:
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além 
de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, 
e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas;
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer es-
pécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços;
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atri-
buições;
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.
Parágrafo único. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto separado, contrário ao dis-
posto no instrumento do contrato.
2. Fim:
Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:
I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não 
entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado;
II - o consenso unânime dos sócios;
III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado;
IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias;
V - a extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar.
...
• Contrato social: instrumento jurídico que cria a sociedade. 
Art. 997. Código Civil: A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou pú-
blico, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, 
e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas;
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer es-
pécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços;
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e atri-
buições;
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.
Parágrafo único. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto separado, contrário ao dis-
posto no instrumento do contrato.
6
As sociedade regulares são as sociedades comerciais que arquivam seus 
contratos ou estatutos constitutivos no Registro Público das Empresas Mercantis 
adquirem, assim personalidade jurídica, cumprindo a regra acima. 
As Sociedades irregulares são as sociedades que não fazem o arquivamento do 
seu contrato ou estatuto nas Juntas Comerciais. Tenham ou não contrato escrito. 
Essas podem ser as irregulares (as que funcionam sem o arquivamento do contrato, 
por exemplo) e as de fato (as que não têm contrato ou cujo contrato é nulo) e não 
possuem personalidade jurídica. 
Sociedades de pessoas e de capital
Segundo o critério da a responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais, as so-
ciedades empresarias dividem-se em:
§	Sociedade ilimitada: todos os sócios respondem ilimitadamente pelas obriga-
ções sociais. É o caso da sociedade em nome coletivo (N/C) artigos 1.039 a 
1.044 do CC.
§	Sociedade mista: sociedade na qual uma parte dos sócios tem responsabili-
dade ilimitada e outra parte tem responsabilidade limitada. É o caso das so-
ciedades: 
o em comandita simples (C/S), onde o sócio comanditado responde ili-
mitadamente pelas obrigações sociais, enquanto o sócio comanditário 
responde limitadamente - artigos 1.045 a 1.051 do CC; 
o em comandita por ações (C/A), onde os sócios diretores têm responsa-
bilidade ilimitada pelas obrigações sociais e os demais acionistas res-
pondem limitadamente artigos 1.090 a 1.092 do CC. 
§	Sociedade limitada: todos os sócios respondem de forma limitada pelas obri-
gações sociais. É o caso da:
o sociedade limitada (Ltda.) artigos 1.052 a 1.087 do CC;
o a anônima (S/A) artigos 1.088 e 1.089 do CC.
Obs. Ainda existem os casos da:
§	empresa individual de responsabilidade limitada, onde não há propriamente 
uma sociedade, já que se trata de uma pessoa individual ou concentração de 
cotas em um único sócio. Lei 12.441/11;
§	Sociedade cooperativa: São sociedades de pessoas de natureza civil, com 
forma jurídica própria, não sujeitas à falência, constituídas para prestar 
serviços aos associados e que se distinguem das demais sociedades por pos-
suírem características próprias. artigos 1.093 a 1.096 do CC
§	Sociedades coligadas: artigos 1.097 a 1.101 do CC
7
Microempresa e Empresa de Pequeno Porte:
A Lei Complementar 123/06 é responsável pela disciplina jurídica da microempresa e 
da empresa de pequeno porte. 
Art. 1o Esta Lei Complementar estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferen-
ciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte 
no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, espe-
cialmente no que se refere:
I - à apuração e recolhimento dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Dis-
trito Federal e dos Municípios, mediante regime único de arrecadação, inclusive obrigações 
acessórias;
II - ao cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias, inclusiveobrigações 
acessórias;
III - ao acesso a crédito e ao mercado, inclusive quanto à preferência nas aquisições de 
bens e serviços pelos Poderes Públicos, à tecnologia, ao associativismo e às regras de in-
clusão. 
Podemos concluir que existe o cumprimento do objetivo da ordem Econômica Bra-
sileira, disposto no artigo 170 da Constituição Brasileira (modificado pela Emenda 
Constitucional nº 6/95), que diz ser objetivo dar tratamento favorecido para as em-
presas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede 
e administração no País.
Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas 
de pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de 
responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 
de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mer-
cantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, ...
Ainda se coloca nesse artigo de lei alguns impedimentos, a grande maioria definindo 
a receita bruta da empresa. Verifique as colocações feitas no livro de Niaradi já men-
cionado, disponível na BUP, na página 7.
ATENÇÃO: Estes tipos empresariais são definidos pela sua receita bruta, sendo a sua 
principal vantagem o fato de poderem se inscrever no SIMPLES – Sistema Integrado de 
Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Por-
te. Esse é um regime tributário simplificado ao qual podem aderir apenas estas pessoas 
jurídicas. Os optantes do SIMPLES pagarão diversos tributos (IR, PIS, IPI, Contribuições e, 
eventualmente, o ICMS e o ISS) em um único recolhimento mensal proporcional ao seu fa-
turamento, facilitando seu funcionamento no sistema brasileiro.
Sociedades Anônimas: 
A empresa permanecerá existindo enquanto cumprir o que impõe a lei e seu estatuto 
jurídico, contudo poderá ser desconstituída caso descumpra um desses dois. Portan-
to, nesse início do primeiro módulo, nos concentramos no processo de criação e ex-
8
tinção da empresa. Tratamos também de assuntos extremamente relevantes como a 
disciplina fiscal, trabalhista e outros. A capacidade empresarial, ou seja, aquela que 
é própria da figura do empresário, também é tratada, fato que torna necessária tam-
bém uma análise superficial de alguns dispositivos da lei 6.404/76 ( Lei das Socieda-
des Anônimas). 
Vamos abrir a Lei da S.A. . Ela está disponível neste link: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm . 
o Responsabilidade: 
o Art. 1º A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em 
ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao 
preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.
o Art. 10. A responsabilidade civil dos subscritores ou acionistas que con-
tribuírem com bens para a formação do capital social será idêntica à do 
vendedor.
Parágrafo único. Quando a entrada consistir em crédito, o subscritor ou 
acionista responderá pela solvência do devedor.
o Finalidade: 
o Art. 2º Pode ser objeto da companhia qualquer empresa de fim lucrati-
vo, não contrário à lei, à ordem pública e aos bons costumes. 
§ 1º Qualquer que seja o objeto, a companhia é mercantil e se rege pelas leis e usos do 
comércio.
§ 2º O estatuto social definirá o objeto de modo preciso e completo.
§ 3º A companhia pode ter por objeto participar de outras sociedades; ainda que não 
prevista no estatuto, a participação é facultada como meio de realizar o objeto so-
cial, ou para beneficiar-se de incentivos fiscais.
o Ações: Ver Capítulo III da Lei.
Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus titulares, são 
ordinárias, preferenciais, ou de fruição.
§ 1º As ações ordinárias da companhia fechada e as ações preferenciais da 
companhia aberta e fechada poderão ser de uma ou mais classes.
§ 2o O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas à restrição no 
exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinquenta por cento) do total das ações 
emitidas.
Art. 16. As ações ordinárias de companhia fechada poderão ser de classes diversas, em função de:
I - conversibilidade em ações preferenciais; 
II - exigência de nacionalidade brasileira do acionista; ou 
III - direito de voto em separado para o preenchimento de determinados cargos de órgãos administra-
tivos. 
Parágrafo único. A alteração do estatuto na parte em que regula a diversidade de classes, se não for 
expressamente prevista, e regulada, requererá a concordância de todos os titulares das ações atingi-
das.
Art. 17. As preferências ou vantagens das ações preferenciais podem consistir:
I - em prioridade na distribuição de dividendo, fixo ou mínimo;
II - em prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele; ou 
III - na acumulação das preferências e vantagens de que tratam os incisos I e II. 
9
o Diretoria ou Conselho de Administração: arts. 145 e seguintes da lei.
o Conselho: art. 161 e seguintes da lei. O conselho fiscal tem competência, 
dentre outras, para (art. 163): 
1. fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos administradores e 
verificar o cumprimento dos seus deveres legais e estatutários;2. opinar sobre o relatório anual da administração, fazendo constar do seu 
parecer as informações complementares que julgar necessárias ou úteis à 
deliberação da assembleia-geral;3. opinar sobre as propostas dos órgãos da administração, a serem submeti-
das à assembleia-geral, relativas à modificação do capital social, emissão 
de debêntures ou bônus de subscrição, planos de investimento ou orça-
mentos de capital, distribuição de dividendos, transformação, incorpora-
ção, fusão ou cisão;
o Transformação: é a operação pela qual a sociedade passa, independente-
mente de dissolução e liquidação, de um tipo para outro.
o A incorporação, fusão ou cisão podem ser operadas entre sociedades de 
tipos iguais ou diferentes e deverão ser deliberadas na forma prevista pela lei 
para a alteração dos respectivos estatutos ou contratos sociais.
o Incorporação: é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvi-
das por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações. (art. 227 da 
lei).
o Fusão: é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar 
sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações. (art. 
228 da lei).
o Cisão: é a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patri-
mônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já exis-
tentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu 
patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão. (art. 229 da lei).
o Sociedades Coligadas, Controladoras e Controladas: ver Capítulo XX da 
lei da S.A..
o São coligadas as sociedades nas quais a investidora tenha influência 
significativa.
o Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, direta-
mente ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócio 
que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas delibe-
rações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores.
10
Falência e Recuperação
Na segunda etapa desse primeiro módulo, discute-se de forma verticali-
zada a falência e a possibilidade de recuperação de uma empresa. Por-
tanto, o foco será na lei 11.101/2005 e no que a doutrina tem a dizer so-
bre esses dispositivos legais. Mais uma vez recomenda-se o livro de 
Niaradi (disponível na BUP), acompanhado da legislação específica 
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11101.htm ). 
Conforme informa Niaradi, na página 13 do seu manual: 
A nova lei trouxe as seguintes novidades, consideradas tambémcomo princípios: 
• preservação da empresa.
• recuperação das sociedades (quando reversíveis) e dos empresários. retirada 
dos empresários incapazes e das sociedades do mercado.
• proteção dos empregados.
• alteração da classificação de créditos preservando as garantias. agilidade pro-
cessual.
• participação dos credores.
• desburocratização para a recuperação de micro e pequenas empresas.
• tentativa de garantir o máximo de valor aos credores.
• rigor na punição dos crimes especiais. 
São objetivos desta etapa a compreensão do que seriam os processos de recupera-
ção e falência de uma empresa, seguidos das disposições penais que as circunscre-
vem nas modalidades judicial e extrajudicial presentes no capítulo VII da referida lei.
 
ATENÇÃO 1: O Conselho Federal de Administração, em conjunto com o Ministério 
da Justiça, publicou on-line uma cartilha chamada RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE 
EMPRESAS: GUIA PRÁTICO. Essa cartilha explica de forma minuciosa o processo 
de recuperação judicial. Esse documento é bastante detalhado e pode dar uma visão 
mais prática ao processo descrito na lei. Sugiro a consulta superficial desse material, 
disponível em: 
http://www.cfa.org.br/servicos/publicacoes/cartilha/arte_final_cartilha_16_WEB.pdf 
Verifique em especial o Glossário (p.45) e a etapa destinada aos crimes falimentares 
(p. 43).
Nessa cartilha (p18), encontra-se a seguinte imagem, que representa o ciclo de vida 
de uma empresa. Não deixe de consultá-la.
11
ATENÇÃO 2: 
Depois de ler a cartilha, passe às disposições finais da lei 11.101, analisando in-
dividualmente os artigos elencados entre o 189 e 201. Nesta etapa, deve-se fazer 
referência a legislação que complementa esse estudo, como por exemplo, o Código 
Penal Brasileiro.
Créditos falimentares: 
Podemos fazer uma rápida síntese utilizando alguns artigos da lei:
o A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a 
preservar e otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produti-
vos, inclusive os intangíveis, da empresa (art.75).
o A decretação da falência determina o vencimento antecipado das dívidas do 
devedor e dos sócios ilimitada e solidariamente responsáveis, com o abati-
mento proporcional dos juros, e converte todos os créditos em moeda estran-
geira para a moeda do País, pelo câmbio do dia da decisão judicial (art. 77).
o A liquidação deve seguinte a ordem, descrita na tabela abaixo, dos créditos 
da Falência. Entenda que só se passará para o quadro abaixo quando liquida-
do o andar de cima. Os créditos dentro de uma mesma categoria têm a mes-
ma prioridade no seu pagamento. 
I. os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinquenta) salá-
rios-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho;
II. créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;
III. créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, exce-
tuadas as multas tributárias;
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IV. 1. créditos com privilégio especial, constituídos:
a. sobre a coisa arrecadada e liquidada, o credor de custas e despesas 
judiciais feitas com a arrecadação e liquidação;
b. sobre a coisa salvada, o credor por despesas de salvamento;
c. sobre a coisa beneficiada, o credor por benfeitorias necessárias ou úteis;
d. sobre os prédios rústicos ou urbanos, fábricas, oficinas, ou quaisquer 
outras construções, o credor de materiais, dinheiro, ou serviços para a 
sua edificação, reconstrução, ou melhoramento;
e. sobre os frutos agrícolas, o credor por sementes, instrumentos e servi-
ços à cultura, ou à colheita;
f. sobre as alfaias e utensílios de uso doméstico, nos prédios rústicos ou 
urbanos, o credor de aluguéis, quanto às prestações do ano corrente e 
do anterior;
g. sobre os exemplares da obra existente na massa do editor, o autor dela, 
ou seus legítimos representantes, pelo crédito fundado contra aquele no 
contrato da edição;
h. sobre o produto da colheita, para a qual houver concorrido com o seu 
trabalho, e precipuamente a quaisquer outros créditos, ainda que reais, o 
trabalhador agrícola, quanto à dívida dos seus salários.
2. os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária da Lei 
de Recuperação;
3. aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa dada em ga-
rantia;
V. créditos com privilégio geral:a) o crédito por despesa de seu funeral, feito segundo a condição do morto e o cos-
tume do lugar;b) o crédito por custas judiciais, ou por despesas com a arrecadação e liquidação 
da massa;c) o crédito por despesas com o luto do cônjuge sobrevivo e dos filhos do devedor 
falecido, se foram moderadas;d) o crédito por despesas com a doença de que faleceu o devedor, no semestre 
anterior à sua morte;e) o crédito pelos gastos necessários à mantença do devedor falecido e sua família, 
no trimestre anterior ao falecimento;f) o crédito pelos impostos devidos à Fazenda Pública, no ano corrente e no ante-
rior;g) o crédito pelos salários dos empregados do serviço doméstico do devedor, nos 
seus derradeiros seis meses de vida;h) os demais créditos de privilégio geral.
VI. créditos quirografários:a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo;b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vincula-
dos ao seu pagamento;c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que excederem o limi-
te estabelecido no número I;d) Os créditos trabalhistas cedidos a terceiros.
VII. as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrati-
vas, inclusive as multas tributárias.
VIII Créditos subordinados:a) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício.b) Outros determinados por lei ou contrato.
Tabela criada a partir do Art. 83 da Lei de Recuperação Judicial e dos arts. 964 e 965 do Código Civil.
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Empresas Binacionais e Multinacionais
A terceira etapa refere-se ao regulamento jurídico das empresas binacionais e mul-
tinacionais. Para tanto, torna-se necessária uma breve iniciação ao Direito Interna-
cional brasileiro, em seus ramos público e privado. No que tange o Direito Público, 
fala-se da fonte tratados internacionais como possível criadora de obrigações legais, 
análoga a Lei dentro do espaço doméstico. A Convenção de Viena Sobre o Direito 
dos Tratados, regra geral no processo de formação desta fonte do Direito Interna-
cional Público, bem como outros Tratados específicos serão mencionados. Já no 
sistema de Direito Internacional Privado, pontua-se o seu principal diploma jurídico 
doméstico, a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (antiga Lei de Intro-
dução ao Código Civil). Cumprida esta apresentação, busca-se compreender a regu-
lação jurídica das empresas binacionais e multinacionais no Brasil. 
O tipo ideal de empresa binacional é aquele que apresenta-se no processo de cons-
tituição de um bloco econômico. Apesar de não ser o caso do ocorrido na construção 
da Hidrelétrica de Itaipu, esse caso não poderá de ser também analisado. Já dentro 
do objeto típico das empresas binacionais, estuda-se rapidamente o que seria o 
MERCOSUL, ALADI e UNASUL, e como o objetivo empresarial poderá complemen-
tar os seus objetivos.
Quanto às multinacionais, comenta-se o Decreto de Promulgação número 2.240 de 
97, que amplia às multinacionais aquilo que já era previsto para as binacionais. O 
Tratado para o Estabelecimento de um estatuto das Empresas Binacionais Brasilei-
ro-Argentinas é analisado como parte final dessa terceira etapa do primeiro módulo, 
devendo ser utilizado para compreender tudo o que já se estudou até então, já que 
nele encontram-se dispositivos que tocam diversos dos assuntos antes previstos. 
Antes de terminarmos essa etapa, recomendo a visita ao sítio da Organização 
Mundial do Comércio (http://www.wto.org).Essa organização tem como objetivo 
fomentar o livre comércio internacional. O site está em Inglês e Francês, mas 
não se preocupe. Qualquer coisa você pode pedir ajuda ao Google para tradu-
zir a página para você! (https://translate.google.com.br/?hl=pt-BR&tab=wT) 
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Últimas recomendações:
O nosso estudo do Direito relacionado à empresa apenas começou. Devemos ter 
especial atenção para os elementos aqui expostos, já que eles servem para construir 
todo o conhecimento jurídico-empresarial por vir. Recomendo, mais uma vez, a lei-
tura dos manuais disponíveis na BUP e o corpo legislativo proposto. 
Muito do Direito encontra-se na LEI, portanto é indispensável que você abra a legis-
lação aqui descrita. Não se preocupe em memorizar toda a informação aqui posta, 
mas em entender aquilo que descrevemos. Não se esqueça de fazer os exercícios 
de fixação e de avaliação propostos. 
Como Estudo de Caso proposto, encerrando o primeiro de quatro módulos de Direito 
Empresarial, recomento o final do monopólio estatal das telecomunicações (página 
32 do livro do George Niaradi).

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