Estudos Pré-Saussurianos sobre Língua

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LINGUÍSTICA I 
Aula 4- Estudos pré-saussurianos sobre língua
ESTUDOS PRÉ-SAUSSURIANOS SOBRE LÍNGUA:AULA 4
LINGUÍSTICA I
Conteúdo Programático desta aula
- Conhecer a contribuição dos gregos e dos romanos aos estudos linguísticos
- Compreender a importância do Latim na Idade Média.
- Observar o método comparativista de estudo das línguas.
 
ESTUDOS PRÉ-SAUSSURIANOS SOBRE LÍNGUA:AULA 4
LINGUÍSTICA I
 Platão (427-347 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.)
 
a) Naturalistas (Platão) Há relação entre a forma da palavra e o referente (relação entre essência’ e ‘aparência’). 
A etimologia das palavras ajuda na descoberta do verdadeiro significado. 
“Etymo” (grego) - verdadeiro; verdadeiro significado.
(A análise das partes da palavra levaria a descoberta do verdadeiro significado; da ideia original.)
b) Convencionalistas: Aristóteles fazia parte desse grupo que acreditava que a forma da palavra é resultado da convenção social.
 
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LINGUÍSTICA I
 Estoicos e Período Alexandrino
 
Estóicos. Não se preocupavam com a língua em si mesma: consideravam a língua como expressão do pensamento e dos sentimentos. São os primeiros a tratar as questões linguísticas de modo mais concreto: diferenciavam a dicotomia significante x significado; trataram da fonética, da etimologia, entre outros temas.
 
Período Alexandrino. Criação da primeira grande biblioteca na colônia grega de Alexandria (séc. III a.C.). A cidade de Alexandria se torna centro de pesquisa literária e linguística porque há, pela primeira vez, grande volume de obras reunidas em mesmo lugar.
 
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LINGUÍSTICA I
 Dionísio da Trácia (2ª metade do séc. III a. C.)
 
 
Primeira descrição da língua grega e primeira descrição gramatical publicada no mundo ocidental. 
Essa gramática servirá de base para a elaboração de diversas outras ao longo de nossa história e, por 13 séculos, foi a base para os estudos gramaticais em várias línguas. 
Em sua gramática, Dionísio afirma que a gramática é o espaço para que seja apresentado o uso que poetas e prosadores fazem da língua
 
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LINGUÍSTICA I
 Como a tradição gramatical grega chegou aos nossos dias?
 
 Varrão (116 a 27 a.C.). Primeiro gramático latino importante. Escreveu De língua latina, composto por 25 livros
Entre seus estudos há importantes observações: 
 
- As palavras mudam de significado (Hostis: “estrangeiro” passou a significar “inimigo”).
- As línguas apresentam maior número de distinções lexicais com relação aos setores da cultura mais importantes.
Por exemplo, temos Equus – cavalo/ Equa= égua, mas havia uma única palavra para indicar o masculino e o feminino de corvo ( Corvus)
- Diferença entre formação derivacional e flexional.
 
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LINGUÍSTICA I
 Prisciano (500 d. C.) 
 
 
Publicou 18 livros, com cerca de 1000 páginas.
 
Não distinguiu flexão e derivação (ignorou Varrão).
 
Descrição sintática: verbos ativos (transitivos); verbos passivos; verbos neutros (intransitivos).
 
Subordinação: Pronomes relativos qui, quae, quod relacionavam um verbo ou uma oração a outro verbo ou oração principal.
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LINGUÍSTICA I
 Idade Média (Primeira parte)
 
 
O que temos na primeira parte da Idade Média?
 
Grande influência da Igreja: nobreza e clero no alto da pirâmide social; 	mercadores, artífices / servos (maioria)
 
Igreja – progresso pessoal dependia do conhecimento do latim, mas para muitos o latim era língua estrangeira.
 
Surgem livros didáticos sobre latim porque surge a necessidade de se aprender latim: língua escrita da erudição, do ensino, da diplomacia e da Igreja. 
 
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LINGUÍSTICA I
 Idade Média (Segunda parte)
 
 
O que temos na segunda parte da Idade Média?  
Período da filosofia escolástica (1200- 1350).
 
Robins (1979)- filosofia escolástica:
a) homens intelectualmente capazes; 
b) período de maior tranquilidade durante a Baixa Idade Média;
c) conhecimento das obras dos autores gregos, possível após a tomada de Constantinopla, em 1204.
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LINGUÍSTICA I
 Idade Média (Segunda parte)
 
  
Durante o período da filosofia escolástica, tem-se as ‘gramáticas especulativas’, também chamadas De Modis Significandi (“Sobre os modos de significar”) e, por isso, esses gramáticos foram chamados de modistae (“modistas”). 
 
Segundo os princípios dos gramáticos especulativos, a mente abstrai o modī essendī (modo de ser) das coisas e a língua permite que essa abstração seja comunicada pelo modī significandī (modo de significar).
 
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LINGUÍSTICA I
 Idade Média (Segunda parte)
 
Tomás de Erfurt e seu sistema sintático: para que uma frase seja aceitável as palavras devem:
 
- poder associar-se sintaticamente;
 
- estar adequadamente flexionadas;
 
- ser colocáveis. a) Capa preta 	b) *capa categórica
 
Para Tomás de Erfurt existiriam pseudo-orações, ou seja, orações cujas palavras não seriam ‘colocáveis’: *A pedra ama o menino. A sinceridade admira o João. 
 
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LINGUÍSTICA I
 Do Renascimento até a Gramática Comparada
 
1453 – tomada de Constantinopla (capital do Império do Oriente pelos turcos) ida para a Itália de textos de sábios gregos e manuscritos clássicos.
1492- Colombo descobre a América (ampliam-se os horizontes linguísticos): conhecimento de outras línguas não-europeias.
Soma-se o conhecimento dessas línguas americanas ao conhecimento já adquirido na Idade Média sobre o trabalho gramatical dos árabes e judeus. 
 
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LINGUÍSTICA I
 Do Renascimento até a Gramática Comparada
 
1547, 1560 e 1639 - publicação de gramáticas do nahualt (México), do quíchua (Peru) e do guarani (Brasil).
 
Invenção do papel na China no séc. I d.C..
Invenção da imprensa durante o Renascimento.
Resultado. Difusão da cultura e estímulo ao estudo das línguas estrangeiras e das línguas clássicas (grande número de textos impressos, de gramáticas e de dicionários).
 
 
 
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LINGUÍSTICA I
 Do Renascimento até a Gramática Comparada
 
No início do séc. XIV, Dante publica De vulgari eloquentia no qual apelou para o cultivo de um vernáculo comum. 
O livro foi escrito em uma língua vernácula que se tornou uma variedade literária do italiano e que mais tarde se tornou a língua oficial da península. 
Dante considerava as línguas orais aprendidas na infância mais importantes que o latim escrito (língua segunda aprendida na escola).
 
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LINGUÍSTICA I
 Do Renascimento até a Gramática Comparada
 
Nascimento dos Estados Nacionais:
- surge um sentimento patriótico;
- ascensão das línguas vernáculas européias no período pós-medieval. 
Como havia um grande número de dialetos, uma das variedades da língua falada em território nacional é escolhida para língua oficial e codificada sob a forma da gramática desse novo Estado Nacional. 
Séc. XV - primeiras gramáticas em italiano e espanhol.
Séc. XVI – primeira gramática do francês. 
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LINGUÍSTICA I
 Resumo dos estudos da pré-linguística
 
Estudo do certo e do errado. Não há uma visão científica da linguagem, já que a preocupação maior é estabelecer a diferença entre o que é considerado certo e o que é considerado errado. 
Estudo da língua estrangeira. Através do contato entre comunidades com línguas diferentes, tem-se um estudo com a comparação entre diferentes sistemas linguísticos.
Estudo filológico da linguagem. Busca compreender textos antigos, comparando-se
textos do presente com textos do passado, através da literatura (não há busca por explicações).
 
 
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LINGUÍSTICA I
 Resumo dos estudos da Paralinguística
 
Estudo lógico da linguagem. Mesclou filosofia e Linguística e que buscou descobrir a relação entre pensamento e linguagem.
Estudo biológico da linguagem. Encara-se a linguagem como inerente ao ser humano e dependente de aspectos biológicos do corpo humano. 
Estudavam-se as características biológicas que permitem ao homem falar.
Como surgem os estudos linguísticos?
 
 
 
 
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LINGUÍSTICA I
 O surgimento dos estudos linguísticos
 
Descoberta do sânscrito: publicação, no séc. XIX, da primeira gramática do sânscrito.
Iniciam-se os estudos comparativos.
Tenta-se mostrar que a mudança linguística é um processo:
a) regular: princípio de regularidade das mudanças; 
b) universal: todas as línguas evoluem; 
c) constante: qualquer língua está em evolução contínua. 
 
 
 
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LINGUÍSTICA I
 A Gramática Comparada
 
Por que surge, no século XIX, a preocupação com o caráter histórico da língua? Por que se estuda o parentesco linguístico? 
O conhecimento de outras línguas como as da América, da África, semíticas, entre outras. 
O estudo comparativo possibilitado pela descoberta da gramática do sânscrito. 
Análise de dados = trabalho científico.
 
 
 
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LINGUÍSTICA I
 A Gramática Comparada
 
Vamos exercitar? 
 
 
 
[ŝ ] em francês e [k ] nas demais
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LINGUÍSTICA I
Vimos em nossa aula, que Dionísio da Trácia foi o elaborador da primeira gramática do mundo ocidental. Qual das afirmativas a seguir está INCORRETA no que se refere ao seu trabalho?
 
A gramática de Dionísio serviu de base para a elaboração de diversas outras ao longo de nossa história.
Sua atitude foi empírica porque ele coletou dados nos clássicos gregos e os descreveu.
O objetivo de Dionísio foi a apreciação adequada da literatura grega clássica.
Sua obra enfoca os estudos sintáticos e o estilo de forma minuciosa.
Dionísio acrescenta quatro classes de palavras às classes já apresentadas pelos estóicos.
 
 
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LINGUÍSTICA I
2. Considera-se que a Gramática Comparativista está no período pré-linguístico. Em relação aos estudos comparativistas é INCORRETO afirmar que:
 
a descoberta do sânscrito teve importante papel nos estudos comparativistas.
estavam interessados em confrontar o Sânscrito com outras línguas Indo-europeias, especialmente o Grego e o Latim.
havia interesse em identificar as famílias de línguas e mostra que a mudança linguística é um processo. 
houve a comparação de sucessivos estados de língua.
não foram observadas mutações ocorridas em consoantes que podem, por exemplo, ter passado de surdas a sonoras. 
E para terminar ....
 
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LINGUÍSTICA I
 Resumindo
 Os gregos: Dionísio da Trácia;
 Varrão e Prisciano;
Idade Média: o papel da Igreja e a importância do Latim;
Renascimento: o surgimento dos Estados Nacionais;
Os Estudos Comparativistas. 
 
Língua e linguagem - Aula 1
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