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MANUAL DE DIREITO PÚBLICO

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MANUAL DE DIREITO PÚBLICO
V. 3
Ozéias J. Santos
Jurista e Advogado
Graduado em Direito e Ciências Sociais pela Universidade Paulista – UNIP
Extensão em Direito Registral e Notarial
Pós-Graduado em Direito Processual Civil pela Escola Superior de Advocacia - ESA
Curso de Direito Processual Civil pela Fundação Getúlio Vargas - FGV
Curso de Tribunal do Júri pela Escola Superior do Ministério Público - ESMP
Diretor do Lions Clube Campinas Carlos Gomes
Diretor da Associação Educacional do Homem de Amanhã - AEDHA
Membro do Instituto Brasileiro de Direito Processual
Curso de Extensão em Direito Autoral pela Fundação Getúlio Vargas - FGV
Curso de Extensão em Direito Imobiliário pela Fundação Getúlio Vargas - FGV
Curso de Extensão em Produtos, Marcas e Serviços pela Fundação Getúlio Vargas
Curso de Extensão em Patentes e Bases Legais pela Fundação Getúlio Vargas
Curso de Formação de Docentes pela Fundação Getúlio Vargas
Docente do Instituto Brasileiro de Capacitação e Gestão - IBCG
Docente da Escola Superior de Capacitação Profissional – ESCAPR
© Copyright by Ozéias de Jesus dos Santos
© Copyright by Editora Vale do Mogi
Site: www.valedomogi.com.br www.escapr.com.br
Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida, sejam quais forem os meios empregados, sem
autorização por escrito do autor. O infrator ficará sujeito, nos termos da Lei nº 6.895, de 17/12/80,
com as alterações introduzidas pela Lei nº 9.610, de 19/02/98, à penalidade prevista nos artigos 184
e 186 do Código Penal, a saber: reclusão de um a quatro anos.
Volume 3
Capítulo XVII
Licitação
Princípios Licitatórios
Objeto Licitável
Licitante
Fase do Edital
Citação. Requisitos Legais. Ausência de Prejuízo. Validade Do Ato.
Fase da Apresentação de Propostas
Fase de Julgamento e Classificação
Fase de Homologação
Fase da Adjudicação
Revogação e Anulação da Licitação
Contratos Administrativos
Teoria da Imprevisão - Cláusula Rebus Sic Stantibus
Tribunal de Contas da União - Orientações Normativas da AGU sobre
Licitações e Contratos
Capítulo XVIII
Pregão
Do Pregoeiro
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Processo Licitatório
Critério de Julgamento
Fases do Pregão
Licitação por Pregão Eletrônico
Pregão Presencial e Eletrônico
Edital do Pregão Eletrônico
Habilitação no Pregão
Obrigatoriedade da Utilização do Pregão
Pregão em Contratação de Serviços de Engenharia
Pregão para a Contratação de Serviços de Informática
Capítulo XIX
Regime Diferenciado de Contratações Públicas
Opção pela Lei do Regime Diferenciado de Contratações Públicas
Inovações do Regime Diferenciado de Contratações
Contratação Integrada
Orçamento Sigiloso
Bens e serviços
Remuneração Variável
Do Procedimento Licitatório
Lei nº ., de de Agosto de .
Capítulo XX
Seguridade Social do Servidor Público
Da Aposentadoria do Servidor Público
Aposentadoria do servidor público civil, após a Emenda Constitucional
Aposentadoria pela PEC paralela
Aposentadoria do Professor
Emenda Constitucional nº /
Auxílio-Natalidade da Servidora Pública
Salário-Família do Servidor Público
Licença para Tratamento de Saúde
Licença à Gestante, à Adotante e da Licença-Paternidade
Licença por Acidente em Serviço
Pensão por Morte do Servidor Público
Auxílio-Funeral
Auxílio-Reclusão
Assistência à Saúde
Desaposentação do Servidor Público
Revisão aposentadoria do Servidor Público Federal
Capítulo XXI
Lei de Responsabilidade Fiscal
Planejamento Plurianual
Relatórios da Lei de Responsabilidade Fiscal
Prazos por datas ou eventos da Lei de Responsabilidade Fiscal
Prazos por Documento
Consolidação das Contas Nacionais:
Documento - Prazos
Prazos por Documento ou Ação
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Limites da Despesa Total com Pessoal
Limites Contidos na LRF - I
Limites – Verificação – Sanções
Quadro de Limites Contidos na LRF - II
Fato – Verificação - Sanção
Limites de Despesas Totais Com Pessoal
Ente da Federação - Poder ou Órgão - Participação na Receita Corrente
Vedações
Vedações na LRF
Ações – LRF - Vedações
Despesas de Caráter Continuado e Despesas com Pessoal
Dispositivo - Vedação
Vedações da Lei de Responsabilidade Fiscal Operações de Crédito e
Garantias.
LRF - Vedações
Penalidades Explícitas
Identificação dos Agentes Públicos e Penalidades no Exercício da
Função, por Crime de Responsabilidade
Descrição Das Ações - Agente - Penalidade
Penalidades por Crimes de Responsabilidade no Exercício da Função
Pública para Prefeitos, Vice-Prefeitos e Vereadores de Acordo com o
Decreto-Lei nº / e Acréscimos da Lei nº ./.
Descrição Das Ações - Penalidade - Artigos
Identificação dos Agentes Públicos e respectivas penalidades, no
exercício da função, quando passíveis de punição de acordo com a
Ações agente âmbito penalidade artigos
Responsabilidade na Gestão Fiscal
Sanções Implícitas da LRF
Sanções Explícitas ou Penalidades
Ação Planejada e Transparente
Transparência da Gestão Fiscal
Plano Plurianual - PP
Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO
Lei Orçamentária Anual - LOA
Regimes de Previdência
Base Atuarial
Orçamento de Investimento das Estatais
Administração Direta
Despesas Financeiras
Dívida Pública ou Refinanciamento
Dívida Pública Consolidada
Operações de Crédito
Dívida Mobiliária
Ministério da Fazenda
Títulos da Dívida Pública - TDA
Garantia ou Concessão de Garantia
Transferências Voluntárias
Relatório Resumido de Execução Orçamentária
Relatório de Gestão Fiscal
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Anexo de Política Fiscal
Anexo de Metas Fiscais
Anexo de Restos a Pagar
Avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior
Administração Indireta
Evolução do Patrimônio Líquido
Avaliação da Situação Financeira e Atuarial
Anexo de Riscos Fiscais
Anexo dos Objetivos das Políticas Monetária, Creditícia e Cambial
Anexo do Orçamento
Estimativa de Receita
Demonstrativo de Compatibilidade
Demonstrativo Regionalizado dos Efeitos Orçamentários
Reserva de Contingência
Custo Fiscal das Operações Realizadas Pelo Banco Central
Nota Explicativa
Despesa Obrigatória de Caráter Continuado
Conselho de Gestão Fiscal
Operações Intragovernamentais
Entes da Federação
Metas de Resultados Fiscais
Despesa total com Pessoal
Transferências Constitucionais
Fiscalização
Seguridade Social
Empresas Estatais Dependentes
Compensação Financeira
Antecipação de Receita Orçamentária (ARO)
Exceções
Audiência Pública
Prestação de Contas
Tribunal de Contas
Quadro do Tribunal de Contas da União
Banco Central do Brasil
Quadro do Banco Central do Brasil
Prazos – Documento – Encaminhamento – Descumprimento
Sanções Implícitas
Poder Legislativo
Quadro do Congresso Nacional
Quadro das Assembleias Estaduais
Quadro das Câmaras de Vereadores
Prazos – Documentos – Direção - Descumprimento
Poder Judiciário
Quadro das Obrigações do Poder Judiciário
Prazos – Obrigações - Encaminhamento
Poder Executivo
Quadro das Responsabilidades do Presidente da República
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Prazos – Documentos – Direção - Descumprimento
Quadro das Obrigações dos Governadores de Estado e Distrito Federal
Prazos – Documentos – Direção - Descumprimento
Quadro de Obrigações dos Prefeitos
Prazos - Documentos – Direção - Descumprimento
Ministério Público
Quadro de Obrigações do Ministério Público
Obrigação – Preferência
Mandato ou Exigências Pré-Eleitorais
Capítulo XVII
Licitação
LICITAÇÃO - Do latim licitatio, dos verbos liceri ou licitari (lançar
em leilão, dar preço, oferecer lanço), possui o vocábulo, em sentido
literal, a significação do ato de licitar ou fazer preço sobre a coisa posta
em leilão ou a venda em almoeda.
Assim, não se confunde com o leilão ou com a hasta pública, porque é
simplesmente parte deles, isto pois que é o lançamento do preço, a oferta
do preço.
O leilão é o ato, em que os lançadores ou licitantes fazem a licitação.
Neste sentido tambémcompreendiam os romanos, considerando a
licitatio como o lançamento, para a venda da coisa e distribuição entre os
proprietários dela do maior preço obtido.
Em verdade, anotado o sentido de liceri ou de licitari, também
formado de liceri, licitatio, por sua origem, não poderia ter acepção
diversa: é o ato pelo qual se lança ou se faz o preço, para compra ou
aquisição da coisa, em concorrência com outros interessados nesta
aquisição.
Assim, no leilão ou na praça a licitação, em realidade, é a proposta
do preço ou a oferta do preço, que precede a arrematação. E a maior
oferta será a que se fixa como o preço desta aquisição.
A licitação pode ser judicial ou voluntária. Judicial, quando, por
imposição legal, os bens postos à venda somente o possam ser por hasta
pública ou leilão judicial. Voluntária, quando decidida pelos próprios
interessados, desde que não haja disposição legal que imponha a venda
por meio da justiça.
Licitação. Igualmente ocorre a licitação, quando os herdeiros ou
condôminos, entre si, disputam a aquisição do bem, desde que não se
possa fazer sobre ele uma divisão cômoda.
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A licitação será, também, a oferta do preço mais vantajoso ou maior,
pelo qual se atribuirá a coisa ao ofertante ou licitante de maior lanço.
Desta licitação, como é claro, somente participam os herdeiros ou os
condôminos, porquanto é ato a que não podem comparecer estranhos.
Licitação. Na técnica administrativa, designa o ato, que pode tomar a
forma de concorrência, tomada de preços, convite, concurso ou leilão,
promovido pela administração pública direta ou indireta.
Levar-se-á em conta, para os licitantes, seja na compra ou alienação
de bens, seja na concessão de direito real de uso ou de serviço ou obra
pública, a qualidade, rendimento, preço, prazo e demais condições do
edital. (Vocabulário Jurídico De Plácido e Silva. Editora Forense, 1999,
CD).
A licitação é tratada pela Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, a qual
regulamenta o artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui
normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências, estabelecendo que:
“Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e
contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de
publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos
órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as
fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia
mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios.”
Compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de
licitação e de contratação.
Os Estados e os Municípios também podem legislar sobre a matéria
de licitação.
Licitação é o procedimento administrativo pelo qual a Administração
Pública procede a seleção da proposta mais vantajosa para o contrato de
seu interesse.
A finalidade maior da licitação é proporcionar aos interessados,
oportunidade igual.
A licitação observa e atende também o princípio da moralidade.
O Poder Público, toda vez que for adquirir, alienar, contratar obras ou
serviços, deve adotar o procedimento de licitação, que é previsto pela Lei n
° 8.666, de 1993.
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A Constituição Federal em seu art. 37, XXI, traz que:
“A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada ao caput pela Emenda
Constitucional nº 19/98)
...
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de
licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual
somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.”
Ainda, na Constituição Federal, Art. 22, XXVII, traz que:
“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
...
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as
modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e
fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido
o disposto no artigo 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de
economia mista, nos termos do artigo 173, § 1º, III; (Redação dada ao
inciso pela Emenda Constitucional nº 19/98)”
O Mestre Antônio Carlos Caetano de Menezes, relativamente ao art.
22, XXVII, da Constituição Federal, leciona que:
“Do artigo acima, se extrai que a licitação é matéria de competência
legislativa da União, porém o mesmo possui e faz uma ressalva tácita de
que não é toda matéria licitatória que está sob a competência do
Legislativo Federal. Ao ente Federal foi, tão-somente, autorizado legislar
sobre normas gerais de licitação, fazendo com que haja uma diferenciação
entre competência legislativa plena e competência legislativa limitada1.
Em razão da expressão constitucional “normas gerais”, depreende-se
que, se somente à União cabe legislar sobre as mesmas, há,
obrigatoriamente, a existência de uma outra competência dos demais entes
federados para a criação de normas não-gerais.
Implicitamente deduzimos que o campo das licitações é de
competência legislativa dupla, visto que há competência Legislativa
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Federal e competência Legislativa não-Federal sobre a mesma matéria, que
trata de licitações e contratos administrativos.
Necessário é que se estabeleça um debate sobre o assunto em pauta,
pois sendo o Brasil um país de dimensões continentais, deve a União
somente legislar de forma genérica, de amplitude nacional, demandando
sobre a aplicabilidade federativamente uniforme ou homogênea, sem,
contudo, vedar a possibilidade de ordenamentos e regramentos elaborados
pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, que trarão ao direito
positivado as características e peculiaridades de cada região e,
principalmente, atendendo às suas reais necessidades e condições de
aplicabilidade. Apenas a título ilustrativo observamos que o valor
estipulado pela União, no que tange às compras diretas, em virtude das
condições territoriais do Brasil, faz com que Municípios pequenos, não
efetuem nenhum procedimento licitatório, em nenhuma de suas
modalidades previstas, tornando-se assim reféns de fornecedores que
tenham acesso e contato com aqueles que efetuem as cotações das compras
diretas, e em contrapartida faz com que Municípios fixados em outras
regiões e de diferentes massas populacionais, não se utilizem dessas
aquisições diretas, pois as suas demandas e necessidades imediatas por
vezes são superiores aos valores autorizados legalmente, impondo ao
mesmo um retardamento nas aquisições de bens ou serviços, trazendo
consequências danosas à população, pois terá que seguir as formalidades
rituais do certame licitatório imposto.
Não nos cabe questionar a legitimidade da União de elencar tais
normas gerais de licitações e contratos administrativos, muito menos
questionáveis também são as atualizações que porventura se fizerem
necessárias, ampliando-se, assim, as normas gerais já existentes.
Porém, será que a Lei nº 8.666/93, em seus 126 artigos trata somente
de normas gerais? É juridicamente possível a existência de 126 artigos que
tratem somente sobre as normas gerais de algum assunto? Ou será que a
União quando tratou de matérias elencando crimes e penalidades, matérias
de cunho processual civil e penal, disciplinandoconvênios de forma
exaustiva; o uso dos bens públicos; alienação; concessão; doação, e tantos
outros casos que poderíamos aqui citar, não invadiu a competência interna
de vários entes estatais, extrapolando assim o que lhe concedeu a
Constituição Federal, pois tais assuntos, acima citados em nada condizem
com o tema legal licitações e contratos administrativos.
Ao invadir a competência e autonomia administrativa das entidades
locais em legislar matérias de seus interesses, enseja uma série de
problemas que abordaremos futuramente. A Lei nº 8.666/93 fez com que
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se retirasse a gestão de temas locais pelas entidades federadas, se
contrapondo desta forma às matérias de Direito Administrativo.”
(MENEZES, Antônio Carlos Caetano de. LICITAÇÕES E CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS - BREVES COMENTÁRIOS À LEI Nº 8.666/93-
A Competência Legislativa da União somente para as Normas Gerais.
Publicada no Jornal Síntese nº 31 - SET/99, pág. 13).
A licitação tem duas finalidades:
- garantir o princípio da isonomia; e
- selecionar a proposta que oferece mais vantagem para a
Administração Pública.
Às finalidades, outros princípios jurídicos se vinculam, de
observância obrigatória.
Hely Lopes Meireles, leciona que:
“Na Administração Pública não há liberdade nem vontade pessoal.
Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo que a lei não
proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza.
A lei para o particular significa ‘pode fazer assim’; para o administrador
público significa ‘deve fazer assim’”. (MEIRELES, Hely Lopes. Direito
Administrativo brasileiro, Editora Malheiros, 2001, p. 82).
As empresas privadas, salvo se concessionárias de serviço público,
não estão obrigadas a submeter suas compras ou a contratação de serviços
ao regime de licitação. Se os submetem, o fazem por interesse próprio,
mas os atos assim praticados não se transformam em ato administrativo, e
o contrato que daí resulta não será um contrato de direito público.
Continua, como é da sua natureza, um simples ato particular de gestão,
típico ato jurídico privado.
Neste sentido, Hely Lopes Meirelles, em sua conhecida obra “Direito
Administrativo Brasileiro”, 21ª ed., São Paulo, Malheiros Editores, 1996,
pág. 331/332, observa que:
“As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito
privado, com participação do Poder Público e de particulares no seu capital
e na sua administração, para a realização de atividade econômica ou
serviço de interesse coletivo outorgado ou delegado pelo Estado. Revestem
a forma das empresas particulares, admitem lucro e regem–se pelas
normas das sociedades mercantis, com as adaptações impostas pelas leis
que autorizarem sua criação e funcionamento. São espécie do gênero
paraestatal, porque dependem do Estado para sua criação, e ao lado do
Estado e sob seu controle desempenham as atribuições de interesse público
que lhes forem cometidas. Integram a Administração indireta como
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instrumentos de descentralização de serviços (em sentido amplo: serviços,
obras, atividades) que antes competiam ao Poder Público. ( ... )
Inegável, assim, o caráter híbrido da sociedade de economia mista,
que, associando o capital particular ao investimento público, erige–se em
entidade de direito privado, mas realiza determinadas atividades de
interesse estatal, por delegação do Poder Público.
Concilia–se, deste modo, a estrutura das empresas privadas com os
objetivos de interesse público. Vivem, portanto, em simbiose o
empreendimento particular com o amparo estatal”.
O ilustre constitucionalista José Afonso da Silva, em seu “Curso de
Direito Constitucional Positivo”, 8ª edição, ed. Malheiros, São Paulo,
1992, pág. 560 afirma que a Constituição considera entidades da
administração indireta as autarquias, as empresas públicas e as sociedades
de economia mista.
Celso Ribeiro Bastos em seus “Comentários à Constituição do
Brasil”, 3º volume, Tomo III, edição Saraiva, São Paulo, 1992, pág. 19,
afirma:
“De outro lado, procurou-se, por esse caminho, dotar o Estado de
entes jurídicos que atuassem à moda de um particular, podendo, portanto,
com esse, conviver em harmonia, o que não excluiria obviamente uma
sadia concorrência. Falamos em fundamentalmente porque, no que tange
às sociedades de economia mista e às empresas públicas, nada obstante o
fato de sujeitarem–se ao regime jurídico próprio das empresas privadas,
inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tributárias, nos termos do
preceituado no § 1º do art. 173 da Constituição, a circunstância de serem
empresas criadas ou ao menos assumidas pelo Estado corrompe–lhes
necessariamente a pureza do regime privado. Há, portanto, uma utilização
do direito privado que cede, contudo, em pontos em que a força dominante
da natureza estatal impõe, sem dúvida nenhuma, a derrogação das regras
privatísticas”.
Depois de citar Marcelo Caetano, Celso Bastos conclui que:
“No caso brasileiro, houve um outro fator que em boa parte tornou–se
responsável pela não–submissão de maneira plena das sociedades de
economia mista e empresas públicas ao regime de direito privado. É que a
maior parte dessas entidades não são a rigor interventoras do domínio
econômico, isto é, gestoras de uma área comercial ou industrial da alçada
privativa dos particulares na qual o Estado estivesse ingressando a título
excepcional, e nos limites impostos pela Constituição.
Não. Na verdade, são elas entidades criadas pelo Estado com capital
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exclusivamente governamental ou com participação de particulares, mas
que têm por objeto a prestação de um serviço público.
Na primeira metade deste século predominou como forma de
descentralização a concessão de serviço público. Já na segunda, tornaram–
se difíceis as relações entre o concessionário e o poder concedente. Muitos
fatores colaboraram para isso, inclusive preocupações fundadas num
estreito nacionalismo que forçou o abandono de capitais estrangeiros da
área de serviços públicos. Surgem, então, as grandes empresas estatais
marcadas por esta nota de hibridez: por um lado, regidas pelo direito
privado, como já vimos; por outro, entretanto, em decorrência da prestação
de um serviço público, beneficiadas por prerrogativas próprias do direito
administrativo” (op. cit., pág. 20).
A conhecida autora Lucia Valle Figueiredo, em sua obra “Controle da
Administração Pública”, editora Revista dos Tribunais, 1991, pág. 32, ao
cuidar do controle externo, também deixa patente o seu entendimento, no
mesmo sentido:
“Verifica–se, pelo texto do art. 70 citado, ser o controle o mais
abrangente possível.
A uma, porque inclui expressamente a administração direta e indireta.
Quanto a esta última, o art. 37 ao se referir a Administração Pública já
havia expressamente incluído a administração direta, indireta ou
fundacional”.
A dirimir qualquer dúvida a respeito da sujeição das sociedades de
economia mista ao regime de licitação obrigatória, vale trazer a opinião de
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, em sua obra “Direito Administrativo”, 3ª
edição, Atlas, São Paulo, 1992, pág. 292:
“Quanto à licitação e contratos, o artigo 37, XXI, diz que, ressalvados
casos específicos na legislação, as obras, serviços, compras e alienações
serão contratadas mediante licitação. Se alguma dúvida houvesse quanto a
sua aplicabilidade à administração indireta, ela ficaria dissipada pela
norma do artigo 22, XXVII, que dá competência privativa à União para
estabelecer normas gerais de licitação e contratação, em todas as
modalidades, para a Administração Pública, Direta e Indireta, incluídas as
fundações instituídas e mantidas pelo poder público, nas diversas esferas
de governo, e empresas sob seu controle”.
Em razão da natureza dos contratos firmados (eminentemente de
interesse público), quevisam a contratação de empresa de engenharia e
construções para a elaboração de estudos, planejamento, projetos e
especificações, visando à implantação de diversos empreendimentos,
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exigível a licitação, vez que equiparados a verdadeiros contratos
administrativos.
Uma coisa é quando a empresa pública contrata por delegação da
entidade de direito público; outra quando o faz no interesse eminentemente
privado. Na primeira hipótese, e essa é a situação vertente, age como se
fora a própria entidade de direito público e a licitação se fazia necessária.
As pessoas jurídicas que integram a administração indireta
manipulam capitais públicos. Esse fato relevante impõe a obrigação da
prática de atos contratuais que, além de se submeterem às regras de
licitação, estão sujeitos a efetivo controle do Poder Judiciário.
Princípios Licitatórios
Princípios - No sentido, notadamente no plural, significa as normas
elementares ou os requisitos primordiais instituídos como base, como
alicerce de alguma coisa.
E, assim, princípios revelam o conjunto de regras ou preceitos, que se
fixam para servir de norma a toda espécie de ação jurídica, traçando,
assim, a conduta a ser tida em qualquer operação jurídica.
Desse modo, exprimem sentido mais relevante que o da própria
norma ou regra jurídica. Mostram-se a própria razão fundamental de ser
das coisas jurídicas, convertendo-as em perfeitos axiomas.
Princípios jurídicos, sem dúvida, significam os pontos básicos, que
servem de ponto de partida ou de elementos vitais do próprio Direito.
Indicam o alicerce do Direito.
E, nesta acepção, não se compreendem somente os fundamentos
jurídicos, legalmente instituídos, mas todo axioma jurídico derivado da
cultura jurídica universal. Compreendem, pois, os fundamentos da
Ciência Jurídica, onde se firmaram as normas originárias ou as leis
científicas do Direito, que traçam as noções em que se estrutura o próprio
Direito.
Assim, nem sempre os princípios se inscrevem nas leis. Mas, porque
servem de base ao Direito, são tidos como preceitos fundamentais para a
prática do Direito e proteção aos direitos. (Vocabulário Jurídico De
Plácido e Silva. Editora Forense, 1999, CD).
No que se refere aos princípios licitatórios, o legislador estabelece na
Lei Geral de Licitações que:
“Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras,
alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública,
quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de
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licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e
qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e
particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de
vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a
denominação utilizada.
Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio
constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a
administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e
será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios
básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade,
da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao
instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são
correlatos.
§ 1o É vedado aos agentes públicos:
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação,
cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu
caráter competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e
estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede
ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância
impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato,
ressalvado o disposto nos §§ 5o a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei
no 8.248, de 23 de outubro de 1991;
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal,
trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras
e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de
pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências
internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art.
3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991
§ 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, será
assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:
I - (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010)
II - produzidos no País;
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa
e no desenvolvimento de tecnologia no País.
§ 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao
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público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das
propostas, até a respectiva abertura.
§ 4º (Vetado).
§ 5o Nos processos de licitação previstos no caput, poderá ser
estabelecido margem de preferência para produtos manufaturados e para
serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras.
§ 6o A margem de preferência de que trata o § 5o será estabelecida
com base em estudos revistos periodicamente, em prazo não superior a 5
(cinco) anos, que levem em consideração:
I - geração de emprego e renda;
II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e
municipais;
III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País;
IV - custo adicional dos produtos e serviços; e
V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados.
§ 7o Para os produtos manufaturados e serviços nacionais
resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País,
poderá ser estabelecido margem de preferência adicional àquela prevista
no § 5o.
§ 8o As margens de preferência por produto, serviço, grupo de
produtos ou grupo de serviços, a que se referem os §§ 5o e 7o, serão
definidas pelo Poder Executivo federal, não podendo a soma delas
ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos
produtos manufaturados e serviços estrangeiros.
§ 9o As disposições contidas nos §§ 5o e 7o deste artigo não se
aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade de produção ou
prestação no País seja inferior:
I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou 
II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7o do art. 23 desta
Lei, quando for o caso.
§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5o poderá ser
estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços originários dos
Estados Partes do Mercado Comum do Sul - Mercosul.
§ 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e
obras poderão, mediante prévia justificativa da autoridade competente,
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exigir que o contratado promova, em favor de órgão ou entidade
integrante da administração pública ou daqueles por ela indicados a
partir de processo isonômico, medidas de compensação comercial,
industrial, tecnológica ou acesso a condições vantajosas de
financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo Poder
Executivo federal.
§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao
aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e
comunicação, considerados estratégicos em ato do Poder Executivo
federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com tecnologia
desenvolvida no País e produzidos de acordo com o processo produtivo
básico de que trata a Lei no 10.176, de 11 de janeiro de 2001.
§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro, a
relação de empresas favorecidas em decorrência do disposto nos §§ 5o,
7o, 10, 11 e 12 deste artigo, com indicação do volume de recursos
destinados a cada uma delas.
Art. 4o Todos quantos participem de licitaçãopromovida pelos
órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo
à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei,
podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que
não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei
caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer
esfera da Administração Pública.
Art. 5o Todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações
terão como expressão monetária a moeda corrente nacional, ressalvado o
disposto no art. 42 desta Lei, devendo cada unidade da Administração, no
pagamento das obrigações relativas ao fornecimento de bens, locações,
realização de obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte
diferenciada de recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas
exigibilidades, salvo quando presentes relevantes razões de interesse
público e mediante prévia justificativa da autoridade competente,
devidamente publicada.
§ 1o Os créditos a que se refere este artigo terão seus valores
corrigidos por critérios previstos no ato convocatório e que lhes
preservem o valor.
§ 2o A correção de que trata o parágrafo anterior cujo pagamento
será feito junto com o principal, correrá à conta das mesmas dotações
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orçamentárias que atenderam aos créditos a que se referem.
§ 3o Observados o disposto no caput, os pagamentos decorrentes de
despesas cujos valores não ultrapassem o limite de que trata o inciso II do
art. 24, sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo único, deverão ser
efetuados no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados da apresentação
da fatura. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)”
A Administração Pública ao realizar atos e procedimentos deverá
observar os preceitos legislativos e os respectivos princípios que regem o
processo licitatório.
O Desembargador Tupinambá Miguel Castro do Nascimento, do
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, leciona que:
“Princípios são ideias regentes existentes em determinada ciência, ou
específico setor, que disciplinam e regulam sua compreensão e execução.
Princípios que se qualificam de licitatórios são aqueles que se impõem
diante e no curso do certame licitatório, exigindo obediência e adequação
para se aferir da regularidade e validade das diversas etapas pertinentes ao
procedimento utilizado. A licitação é um procedimento, em que os atos e
fases que o compõem se coordenam e prosseguem até alcançarem o
objetivo final, que é a escolha do vencedor. Durante os atos que se
sucedem, de seu início ao fim, há diretrizes básicas e fundamentais que
informam e preenchem todo procedimento administrativo. Em outras
palavras, são os princípios licitatórios.
Alguns destes princípios são genéricos, porque não atuam
exclusivamente na licitação; também vigem em outras áreas do exercício
da administração pública. Mas, por se aplicarem a toda administração
pública, incidem identicamente no certame licitatório. O artigo 37, caput,
da CF, a eles se refere: legalidade, impessoalidade, moralidade e
publicidade. O Texto Magno, outrossim, no inciso XXI do artigo 37, alude
a “processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a
todos concorrentes’’. Neste inciso, explicitamente, há referência a
princípio de isonomia, a tratamento igualitário entre os concorrentes, e,
implicitamente, à concorrência, não como modalidade de licitação mas
como certame em que todos concorrem, competindo entre si.
Há autores que, em orientação sintética, apontam os principais
princípios, que seriam básicos, mesmo porque deles resultariam os demais.
Nesta situação se encontra LÚCIA VALLE FIGUEIREDO (Direitos dos
Licitantes, pág. 42, Malheiros Editores, 3ª edição, 1992), quando diz que
os princípios licitatórios fundamentais são “o da igualdade e o da
concorrência, ao que acrescentamos, o da moralidade’’. Em seu livro, que
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é posterior à CF de 1988 mas anterior à atual Lei de Licitações, aduz, logo
após, que de tais princípios “decorrem todos os outros, arrolados, assaz de
vezes, em grande profusão por diversos autores’’. Como se nota, os
princípios explícitos se encontram, os dois primeiros - igualdade e
concorrência -, no inciso XXI do artigo 37 da CF; e o último, no caput.
...
A atual disciplinação normativa, a Lei 8.666/93, no referido art. 3º,
cabeço, diz quais as destinações ou objetivas da licitação arrolando vários
princípios. O rol de elencados, porém, não forma um conjunto fechado, um
número certo, limitado, modo taxativo. A indicação é exemplificativa.
Nesta matéria, não há que se falar em numerus clausus, ou reversa da lei.
O art. 3º, inclusive, após ofertar um elenco de princípios, complementa a
normatividade, referindo-se a outros “que lhes são correlatos’’. Não há
exaurimento legal. Assim, tais princípios são os citados no texto
constitucional, na lei subconstitucional e outros que, mesmo não
enumerados, nascem por reflexo dos citados e passam a ser pertinentes.”
(NASCIMENTO, Tupinambá Miguel Castro do. Matéria publicada na RJ
nº 208 - FEV/95, pág. 138, com o título: LICITAÇÃO: PRINCÍPIOS
LICITATÓRIOS).
Pelo princípio da legalidade objetiva que toda ação deve ser em
concordância com a lei.
Pelo princípio da impessoalidade, resguarda-se o interesse público, o
qual, é o primeiro a ser observado pela administração. Por este princípio,
evita-se privilégios e favoritismos dos administradores, em função de seu
cargo ou função, que o utilizam para obter qualquer espécie de vantagem.
Pelo princípio da moralidade ou probidade, tanto administrador como
licitantes, devem se pautar em conduta honesta, evitando acordos obscuros
ou desonestos, aqui, este princípio deve ser observado no sentido de que só
porque é legal, não significa que seja honesto.
Pelo princípio da igualdade, assegura-se aos licitantes, o mesmo
tratamento e uma competição eivada de legalidade na competição.
Pelo princípio da publicidade, os atos praticados na licitação devem
ser divulgados com amplitude, garantindo a transparência da atuação
administrativa. Tratando-se de convite, a lei não exige publicidade pela
imprensa oficial, mas garante aos licitantes o conhecimento por meio de
comunicação pessoal. Impende observar que relativamente às propostas,
estas terão resguardado o seu sigilo.
Pelo princípio da vinculação ao instrumento convocatório, tanto a
administração quanto os licitantes ficam adstritos ao que o instrumento
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convocatório da licitação permitir. As regras de habilitação ou de
julgamento, uma vez iniciadas, não podem ser mudadas.
Pelo princípio do julgamento objetivo, a administração decidirá com
base em critérios concretos, claros e definidos no instrumento
convocatório de licitação. O julgador no julgamento não poderá valer-se
do subjetivismo
Pelo princípio da competitividade, não se permite à entidade
promotora da licitação estabelecer regras no instrumento convocatório,
com objetivo de impedir o acesso dos interessados, ou que estabeleça
preferência em relação a qualquer dos participantes do certame.
Pelo princípio do procedimento formal, entende-se a licitação como
um conjunto de atos vinculados que resultam no final em um ato
discricionário, que é a contratação.
Nos procedimentos licitatórios, os princípios supra citados, tem que
obrigatoriamente ser observados.
A autorização dos atos praticados por legislação tem sempre que estar
em harmonia com tais princípios, sob pena de nulidade do ato ou de todo o
procedimento.
A licitação só é inexigível nos “casos especificados na legislação”,
tratando–se de norma a ser aplicada restritivamente, por isso que a
licitação, por imperativo dos valores cardeais da Administração Pública, é
imposta em caráter geral, como regra.A Constituição Federal de 88 no art. 37, XXI e art. 175, prevê que as
obras, serviços, compras, alienações, concessão ou permissão de serviços
públicos serão contratados pela Administração através de processo de
licitação.
Verifica-se na lei 8.666/93, que o legislador determina que serão
necessariamente precedidas de licitação as contratações com terceiros de:
obras, serviços – inclusive de publicidade –, compras, alienações,
concessões, permissões e locações.
Ainda de acordo com a Lei 8.666/93, as entidades que se subordinam
obrigatoriamente ao regime de licitação são:
- os órgãos da administração direta;
- os fundos especiais;
- as autarquias;
- as fundações públicas;
- as empresas públicas;
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- as sociedades de economia mista; e
- demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União,
Estados, Distrito Federal e Municípios.
A regra é a de que a Administração Pública realize licitação sempre
que necessite que terceiros lhe prestem serviços, construam obras,
adquiram bens ou os forneçam a ela. No entanto, a própria lei 8.666/93
aponta ressalvas para referida regra de obrigatoriedade no art. 17, I e II,
art. 24 e art. 25.
Inexigência do Procedimento Licitatório
A exigibilidade de licitar está ligada a uma frase do caput do art. 25
da Lei n° 8.666, de 1993: ‘inviabilidade de competição’.
Toda vez que for inviável a competição, a licitação é inexigível.
O legislador estabelece na Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993, que:
“Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública,
subordinada à existência de interesse público devidamente justificado,
será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos
da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para
todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia
e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos
seguintes casos:
a) dação em pagamento;
b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da
administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o
disposto nas alíneas f, h e i;
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do
inciso X do art. 24 desta Lei;
d) investidura;
e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de
qualquer esfera de governo;
f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito
real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais
construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de
programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social
desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública;
g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da
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Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação
dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se
tal atribuição;
h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito
real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso
comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinquenta
metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização
fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da
administração pública;
i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa,
de terras públicas rurais da União na Amazônia Legal onde incidam
ocupações até o limite de 15 (quinze) módulos fiscais ou 1.500ha (mil e
quinhentos hectares), para fins de regularização fundiária, atendidos os
requisitos legais;
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação,
dispensada esta nos seguintes casos:
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse
social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-
econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação;
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da
Administração Pública;
c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a
legislação específica;
d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou
entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;
f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou
entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem
deles dispõe.
§ 1o Os imóveis doados com base na alínea “b” do inciso I deste
artigo, cessadas as razões que justificaram a sua doação, reverterão ao
patrimônio da pessoa jurídica doadora, vedada a sua alienação pelo
beneficiário.
§ 2o A Administração também poderá conceder título de propriedade
ou de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso
destinar-se:
I - a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer
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que seja a localização do imóvel;
II - a pessoa natural que, nos termos da lei, regulamento ou ato
normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos mínimos
de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração direta sobre área
rural situada na Amazônia Legal, superior a 1 (um) módulo fiscal e
limitada a 15 (quinze) módulos fiscais, desde que não exceda 1.500ha (mil
e quinhentos hectares);
§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2o ficam dispensadas de
autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes
condicionamentos:
I - aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por
particular seja comprovadamente anterior a 1o de dezembro de 2004;
II - submissão aos demais requisitos e impedimentos do regime legal
e administrativo da destinação e da regularização fundiária de terras
públicas;
III - vedação de concessões para hipóteses de exploração não-
contempladas na lei agrária, nas leis de destinação de terras públicas, ou
nas normas legais ou administrativas de zoneamento ecológico-
econômico; e
IV - previsão de rescisão automática da concessão, dispensada
notificação, em caso de declaração de utilidade, ou necessidade pública
ou interesse social.
§ 2o-B. A hipótese do inciso II do § 2o deste artigo:
I - só se aplica a imóvel situado em zona rural, não sujeito a vedação,
impedimento ou inconveniente a sua exploração mediante atividades
agropecuárias;
II – fica limitada a áreas de até quinze módulos fiscais, desde que não
exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de licitação para
áreas superiores a esse limite;
III - pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da
figura prevista na alínea g do inciso I do caput deste artigo, até o limite
previsto no inciso II deste parágrafo.
IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008)
§ 3o Entende-se por investidura, para os fins desta lei:
I - a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área
remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar
inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e
desde que esse não ultrapasse a 50% (cinquenta por cento) do valor
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constante da alínea “a” do inciso II do art. 23 desta lei;
II - a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes,
ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em
núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados
dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a
categoria de bens reversíveis ao final da concessão.
§ 4o A doação com encargo será licitada e de seu instrumento
constarão, obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e
cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a
licitação no caso de interesse público devidamente justificado;
§ 5o Na hipótese do parágrafoanterior, caso o donatário necessite
oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e
demais obrigações serão garantidas por hipoteca em segundo grau em
favor do doador.
§ 6o Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente,
em quantia não superior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea “b”
desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão.
§ 7o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
...
Art. 24. É dispensável a licitação:
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por
cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso I do artigo anterior,
desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou
ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que
possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por
cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso II do artigo anterior e
para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a
parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que
possa ser realizada de uma só vez;
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando
caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar
prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços,
equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os
bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e
para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo
máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos,
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contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a
prorrogação dos respectivos contratos;
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta,
justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a
Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;
VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para
regular preços ou normalizar o abastecimento;
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços
manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem
incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em
que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a
situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por
valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços;
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público
interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade
que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim
específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço
contratado seja compatível com o praticado no mercado; (Redação dada
pela Lei nº 8.883, de 1994)
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança
nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República,
ouvido o Conselho de Defesa Nacional;
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento
das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de
instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço
seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;
XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou
fornecimento, em consequência de rescisão contratual, desde que atendida
a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas
condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço,
devidamente corrigido;
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros
perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos
licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do
dia;
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental
ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento
institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso,
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desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-
profissional e não tenha fins lucrativos;
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo
internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as
condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder
Público;
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos
históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou
inerentes às finalidades do órgão ou entidade.
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários
padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem
como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de
direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a
Administração Pública, criados para esse fim específico;
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional
ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o
período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses
equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável
para a vigência da garantia;
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o
abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus
meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em
portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de
movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos
prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das
operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea
“a” do inciso II do art. 23 desta Lei:
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas,
com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver
necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio
logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de
comissão instituída por decreto;
XX - na contratação de associação de portadores de deficiência
física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou
entidades da Administração Pública, para a prestação de serviços ou
fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja
compatível com o praticado no mercado.
XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente
à pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela Capes,
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pela Finep, pelo CNPq ou por outras instituições de fomento a pesquisa
credenciadas pelo CNPq para esse fim específico;
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia
elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado,
segundo as normas da legislação específica;
XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade
de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição
ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o
preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com
as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de
governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. (Incluído
pela Lei nº 9.648, de 1998)
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e
Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de
tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de
criação protegida.
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da
Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a
prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do
autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de
cooperação.
XXVII - na contratação da coleta,processamento e comercialização
de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com
sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou
cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda
reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis,
com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas,
ambientais e de saúde pública.
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou
prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade
tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão
especialmente designada pela autoridade máxima do órgão.
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender
aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas
em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao
preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo
Comandante da Força.
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XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou
privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de
assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de
Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na
Reforma Agrária, instituído por lei federal.
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto
nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004,
observados os princípios gerais de contratação dela constantes.
XXXII - na contratação em que houver transferência de tecnologia de
produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS, no âmbito
da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato
da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes
produtos durante as etapas de absorção tecnológica.
§ 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo
serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados
por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e
por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências
Executivas.
§ 2o O limite temporal de criação do órgão ou entidade que integre a
administração pública estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo
não se aplica aos órgãos ou entidades que produzem produtos
estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de
1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS. (Incluído
pela Lei nº 12.715, de 2012)”
Temos nos artigos 17 e 24 hipóteses para as quais a licitação pública
pode ser dispensada. Já o art. 25 prevê hipóteses de inexigibilidade de
licitação.
Reside a diferença entre dispensa e inexigibilidade no fato de que na
dispensa, apesar de haver possibilidade de disputa entre possíveis
licitantes, a lei permite que a Administração Pública celebre contrato sem a
realização da respectiva licitação.
No que se refere à inexigibilidade, a Administração deixará de
promover a licitação pelo fato de ser inviável a competição.
Leciona a eminente Maria Sylvia Di Pietro que “Nos casos de
inexigibilidade, não há possibilidade de competição, porque só existe um
objeto ou uma pessoa que atenda às necessidades da Administração; a
licitação é, portanto, inviável”.
Da leitura do art. 24 da Lei n° 8.666/93, se constata que pode ocorrer
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dispensa da licitação, em função:
- do valor;
- do objeto a ser contratado; e
- da pessoa.
Procedimento administrativo é um encadeamento de atos
administrativos tendentes a um resultado final e conclusivo. É uma
sucessão ordenada de atos, tendo cada um uma finalidade específica,
visando um só objetivo, que é selecionar a melhor proposta.
Estabelece o art. 38 da Lei n° 8.666/93, que:
“Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura
de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e
numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu
objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados
oportunamente:
I - edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;
II - comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art.
21 desta Lei, ou da entrega do convite;
III - ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro
administrativo ou oficial, ou do responsável pelo convite;
IV - original das propostas e dos documentos que as instruírem;
V - atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;
VI - pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação,
dispensa ou inexigibilidade;
VII - atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua
homologação;
VIII - recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e
respectivas manifestações e decisões;
IX - despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for
o caso, fundamentado circunstanciadamente;
X - termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;
XI - outros comprovantes de publicações;
XII - demais documentos relativos à licitação.
Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos
contratos, acordos, convênios ou ajustes devem ser previamente
examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da
Administração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)”.
Em todo procedimento administrativo, somente se pode passar para a
fase seguinte se a fase anterior tiver se exaurido, esgotado, terminado.
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Tendo algum ato pendente, não se pode passar para a fase seguinte.
O eminente ADILSON DE ABREU DALLARI, in “Aspectos
Jurídicos da Licitação”, Saraiva, SP, 1992, 3ª ed., pág. 41, transcreve
ementa de parecer do Exmo. Sr. Ministro RAFAEL MAYER, então
Consultor–Geral da República, nos seguintes termos:
“I – A dispensa de licitação para a contratação de serviços com
profissionais ou firmas de notória especialização ... supõe características
de notável singularidade no modo da prestação ou no resultado a obter,
não suscetíveis de execução senão por determinado profissional ou firma
especializada, em grau incomparável com os demais, portanto em
circunstância materialmente impossibilizante do confronto licitatório”.
E, quanto a doutrina, não é outra a conclusão, como se pode ver,
por todos, da ilustre Magistrada e Profª. LÚCIA VALLE FIGUEIREDO,
no dizer do mesmo Adilson Dallari, op. cit., pág. 38, um dos autores que
mais se dedicou e aprofundou no tema.
Realmente, como se colhe de seu “Direito dos Licitantes”, Malheiros,
SP,. 4ª ed., págs. 24 e segtes., em considerações que são tomadas como
razão de decidir, “Não basta que o profissional a ser contratado seja de
notória especialização. E mister que o serviço esteja compreendido
dentre aqueles expressamente enumerados e, sobretudo, que seja de
natureza singular. Em outro falar: é preciso a existência de serviço
técnico que, por sua especificidade, demande alguém notoriamente
especializado “.
Adiante, “Alia–se, de conseguinte, a notoriedade do contratado o
tipo de serviço, e, no caso concreto, as especificidades. Vale dizer:
porque precisa a Administração de tal singularidade, afasta–se a
licitação, por ser impossível.”
A singularidade, à sua vez, pode ser considerada segundo a
“singularidade de seu objeto, quer do ponto de vista subjetivo ou
objetivo”, acrescentando com CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE
MELLO, para endossar a afirmativa, “Não se licitam coisas desiguais”.
Acrescenta que a singularidade subjetiva é encontrada na notória
especialização, onde estarão conjugados os fatores especificidade e
notoriedade.
“Mas, quando se tratar de objeto singular, são suas peculiaridades
intrínsecas, e não as de seu executor, que inviabilizam a competição. A
hipótese de inexigibilidade será outra: a licitação é impossível por
inexistirem parâmetros de confronto, dadas as especificidades desejáveis
desse objeto”.
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E ainda, “ ... a primeira limitação encontrada pela Administração é a
natureza do objeto que pretenda contratar. A obra, o serviço ou, ainda, o
projeto deverão ser de tal ordem que impeçam ou tornem inútil o
confronto licitatório”.
E registra, com absoluta precisão, no que constitui o ponto central da
procedência desta demanda:
“Ressaltamos, desta maneira, que, nem sempre que haja contratação
com alguém notoriamente especializado existirá contratação válida. A par
disso, deverá existir inconveniência ou desnecessidade de licitar, dadas as
características do objeto a ser contratado, aliados à capacidade excepcional
do executor. Caso compareçam essas hipóteses – inconveniência ou
desnecessidade – e a escolha recaia em alguém notoriamente
especializado, estaremos diante de contratação válida”.
Dá como exemplo, a contratação de Burle Marx para fazer paisagismo
em uma escola municipal.
A administração não poderia fazê-lo sem licitação, presente desvio de
finalidade, muito embora ninguém duvide da notoriedade da sua
especialização.
Diferente, entretanto, acrescenta, “seria a hipótese da contratação de
Burle Marx para um projeto especial de paisagismo, que necessitasse de
suas características excepcionais. Nesta segunda hipótese, teríamos,
indiscutivelmente, contratação válida”.
Conclui, por fim, endossando a lição do emérito HELY: “Diante,
pois, da doutrina e dos dispositivos legais pertinentes, é forçoso concluir
que serviço técnico profissional especializado de natureza singular é um
dos enumerados no art. 12 do Decreto–lei 2.300/86, que, por suas
características individualizadoras, permite inferir seja o mais adequado
à plena satisfação do objeto pretendido pela Administração. Para a
contratação direta dos serviços dessa espécie, aplica–se o disposto no inc.
II do art. 23 do Estatuto; para a dos demais serviços técnicos
profissionais especializados, insistimos, a Administração, além da
melhor adequação ao objeto do contrato, precisa demonstrar a
inviabilidade da competição”.
Desta maneira, se constata que os casos de dispensa de licitação são
aqueles previstos em lei, todavia, não podem ser ampliados, vez que se
trata de exceção à regra geral da licitação. Apenas por lei a ampliação é
possível.
A dispensa em termos de licitação é só do procedimento de escolha da
melhor oferta, sendo exigido que permaneça o restante, como
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personalidade jurídica, capacidade técnica, idoneidade financeira,
regularidade fiscal, empenho prévio, celebração do contrato, publicidade.
Ressaltando, que as hipóteses legais de dispensa são: em razão do
pequeno valor; em razão de situações excepcionais; em razão do objeto; e
em razão da pessoa.
Objeto Licitável
OBJETO - Do latim objectus, de objicere (pôr diante), quer exprimir
a realidade, materialidade, a corporeidade das coisas: é, pois, o que
existe, que é visível e que se põe diante dos sentidos.
É tido, também, como finalidade, motivo, causa.
Objeto. No sentido jurídico, assim se diz a coisa, qualquer que seja,
sobre que recai o direito.
Diz-se, propriamente, objeto do direito para aludir ou indicar a coisa
sobre que incide um direito de fruição, de gozo ou de propriedade, em
virtude do que seu titular se vê protegido para que a possa fruir, gozar e
dispor, segundo os princípios legais.
Tudo que seja suscetível de apropriação, pode tornar-se objeto de
direito, bem assim tudo que possa ser atingido, pois que não somente as
coisas materiais ou imateriais, isto é, que tenham corpo ou não (corpóreas
e incorpóreas), como as próprias ações do homem apresentam-se como
objetos de direitos.
Nos contratos e nas obrigações, o objeto de direito entende-se a
prestação a ser cumprida ou o que é devido.
Assim, objeto da obrigação é aquilo que o devedor é obrigado a
cumprir e o credor pode dele exigir, consistindo no cumprimento não
somente de um fato positivo, a que se chama prestação, como de um fato
negativo, que se diz abstenção.
E o objeto do contrato entende-se aquele que se faz objeto da
obrigação, que se gera do contrato firmado.
O objeto de direito pressupõe a existência de um direito com os seus
demais elementos: sujeito, relação jurídica e coação.
A relação jurídica o prende ao sujeito, assegurando a coação a
proteção para que o titular do direito o possa possuir, fruir, gozar e
dispor, dentro da lei, sem qualquer molestação ou ofensa. (Vocabulário
Jurídico De Plácido ed Silva, Editora Forense, 1999, CD)
É licitável qualquer objeto de interesse da Administração, que uma ou
mais pessoa, física ou jurídica possa fornecer, consoante o disposto no art.
2° da Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993, cuja redação é a seguinte:
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“Art. 2º. As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras,
alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública,
quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de
licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e
qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e
particulares, em que haja um acordo de vontade para a formação de
vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a
denominação utilizada.”
Entende-se como objetos licitáveis apenas objetos que possam ser
fornecidos por mais de uma pessoa, especialmente porque a licitação
supõe disputa, concorrência, entre ofertantes.
Temos situações em que isso pode não se concretizar, ou seja, no caso
do objeto pretendido ser singular, sem equivalente perfeito quando só há
um ofertante, embora existam vários objetos de perfeita equivalência,
todos, entretanto, disponíveis por um único sujeito.
O legislador denomina-as como casos de “inexigibilidade de
licitação”, eis que inexiste possibilidade de competição, em razão de
somente existir um objeto ou uma pessoa que atenda ás necessidades da
Administração, de maneira que a licitação é inviável.
Temos diferença entre dispensa e inexigibilidade de licitação.
Na dispensa de licitação, há possibilidade de competição que
justifique a licitação, a lei faculta a dispensa, que fica inserida na
competência discricionária da Administração.
Na inexigibilidade da licitação, inexiste possibilidade de competição,
porque só existe um objeto ou uma pessoa que atenda ás necessidades da
Administração, onde a licitação é portanto inviável.
As obras e serviços, para que possam ser licitados, devem obedecer
os requisitos do art. 7°, da Lei n° 8.666/93, que traz:
“Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a prestação
de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à
seguinte sequência:
I - projeto básico;
II - projeto executivo;
III - execução das obras e serviços.
§ 1o A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da
conclusão e aprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos
relativos às etapas anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual
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poderá ser desenvolvido concomitantemente com a execução das obras e
serviços, desde que também autorizado pela Administração.
§ 2o As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e
disponível para exame dos interessados em participar do processo
licitatório;
II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a
composição de todos os seus custos unitários;
III - houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o
pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem
executadas no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo
cronograma;
IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas
estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da ConstituiçãoFederal, quando for o caso.
§ 3o É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos
financeiros para sua execução, qualquer que seja a sua origem, exceto nos
casos de empreendimentos executados e explorados sob o regime de
concessão, nos termos da legislação específica.
§ 4o É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de
fornecimento de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou
cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto básico
ou executivo.
§ 5o É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e
serviços sem similaridade ou de marcas, características e especificações
exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda
quando o fornecimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime
de administração contratada, previsto e discriminado no ato convocatório.
§ 6o A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade dos
atos ou contratos realizados e a responsabilidade de quem lhes tenha
dado causa.
§ 7o Não será ainda computado como valor da obra ou serviço, para
fins de julgamento das propostas de preços, a atualização monetária das
obrigações de pagamento, desde a data final de cada período de aferição
até a do respectivo pagamento, que será calculada pelos mesmos critérios
estabelecidos obrigatoriamente no ato convocatório.
§ 8o Qualquer cidadão poderá requerer à Administração Pública os
quantitativos das obras e preços unitários de determinada obra executada.
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§ 9o O disposto neste artigo aplica-se também, no que couber, aos
casos de dispensa e de inexigibilidade de licitação.”
Extraindo-se que tais requisitos são:
- Projeto básico;
- Orçamento detalhado;
- Recursos orçamentários; e
- Previsão no plano plurianual.
Restando descumpridos tais requisitos, ocorre a nulidade dos atos, e
responsabilização dos envolvidos, as quais podem ter caráter
administrativo, civil ou criminal, pois o art. 82 da Lei n° 8.666/93
preceitua:
“Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em
desacordo com os preceitos desta Lei ou visando a frustrar os objetivos da
licitação sujeitam-se às sanções previstas nesta Lei e nos regulamentos
próprios, sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu ato
ensejar.”
Relativamente a licitação para compras, observa-se os requisitos
constantes nos arts. 14 e 15 da Lei de Licitações, cuja redação é a seguinte:
“Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização
de seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para seu
pagamento, sob pena de nulidade do ato e responsabilidade de quem lhe
tiver dado causa.
Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão:
I - atender ao princípio da padronização, que imponha
compatibilidade de especificações técnicas e de desempenho, observadas,
quando for o caso, as condições de manutenção, assistência técnica e
garantia oferecidas;
II - ser processadas através de sistema de registro de preços;
III - submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes
às do setor privado;
IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para
aproveitar as peculiaridades do mercado, visando economicidade;
V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e
entidades da Administração Pública.
§ 1º. O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de
mercado.
§ 2º. Os preços registrados serão publicados trimestralmente para
orientação da Administração, na imprensa oficial.
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§ 3º. O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto,
atendidas as peculiaridades regionais, observadas as seguintes condições:
I - seleção feita mediante concorrência;
II - estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos
preços registrados;
III - validade do registro não superior a um ano.
§ 4º. A existência de preços registrados não obriga a Administração a
firmar as contratações que deles poderão advir, ficando-lhe facultada a
utilização de outros meios, respeitada a legislação relativa às licitações,
sendo assegurado ao beneficiário do registro preferência em igualdade de
condições.
§ 5º. O sistema de controle originado no quadro geral de preços,
quando possível, deverá ser informatizado.
§ 6º. Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço
constante do quadro geral em razão de incompatibilidade desse com o
preço vigente no mercado.
§ 7º. Nas compras deverão ser observados, ainda:
I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação de
marca;
II - a definição das unidades e das quantidades a serem adquiridas
em função do consumo e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida,
sempre que possível, mediante adequadas técnicas quantitativas de
estimação;
III - as condições de guarda e armazenamento que não permitam a
deterioração do material.
§ 8º. O recebimento de material de valor superior ao limite
estabelecido no artigo 23 desta Lei, para a modalidade de convite, deverá
ser confiado a uma comissão de, no mínimo, 3 (três) membros.”
De tal, extrai-se que tais princípios são:
- Adequada caracterização do objeto;
- Recursos orçamentários existentes; e
- Condições de armazenamento.
Descumpridos tais requisitos, ocorre a nulidade dos atos e a respectiva
responsabilidade administrativa, civil ou criminal de quem lhes deu causa,
consoante o disposto nos arts. 14 e 82, supra citados.
O brilhante advogado paulista Adjair Antonio de Oliveira,
relativamente ao objeto da licitação, leciona que:
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“Cumpre ao edital definir o objeto da disputa com precisão e clareza e
sem especificações excessivas ou desnecessárias.
A exigência de precisão deriva, de um lado, da necessidade de o
licitante saber a natureza e dimensão exata da prestação a que se obrigará;
de outro, da impossibilidade lógica de, em certame competitivo, confrontar
coisas distintas; por fim, do perigo das contratações inespecíficas,
propiciadoras e conluios de toda origem.
Na especificação do objeto, é vedado incluir características excessivas
ou irrelevantes para o adequado atendimento de necessidade pública
motivadora da licitação. Do contrário, sem nenhum proveito para
Administração, seria diminuída a competitividade, essencial ao certame, e
excluídos possíveis licitantes, em afronta à isonomia.” (OLIVEIRA, Adjair
Antônio de. LICITAÇÕES - SEGUNDO AS LEIS 8.666/93, 8.883/94 E
9.648/98. Matéria publicada na Revista da Faculdade de Direito da USF
Vol. 2 - 98, pág. 11)
Licitante
LICITANTE - Derivado de licitar, de liceri ou licitari, designa a
pessoa que oferece lanço ou faz licitação numa venda em almoeda.
Equivale a lançador em leilão.
Licitante. Equivale também àquele que participa de uma licitação
pública, nas modalidades especificadas em lei (nº 8.666, de 21.6.93, arts.
22 e 23). (Vocabulário Jurídico De Plácido e Silva. Editora Forense,
1999, CD).
Entende-se por licitante o que ou aquele que faz ofertas para comprar
alguma coisa pelo preço que aponta; lançador, licitante.
Licitante é todo aquele que se habilita e participa do processo
licitatório atendendo o ato da convocação, podendo ser pessoa física ou
jurídica e que proceda a entrega dos envelopes.
Por este conceito, quem pode ser licitante tem uma abrangência
enorme, porém, não podem ser licitantes, consoante o disposto no art. 9°
da Lei n° 8.666, de 21 de junho de 1993, cuja redação é a seguinte:
“Art. 9º. Não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação
ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles
necessários:
I - o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;
II - empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela
elaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto
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