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Sistematização da Assistência de Enfermagem na Pediatria

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DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM 
DISCIPLINA: Enfermagem no cuidado à Criança e ao Adolescente 
Elaboração: Professora Elisangela Argenta Zanatta e Lucineia Ferraz 
 
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA PEDIATRIA 
 
 A SAE é um processo de pensamento sistemático essencial para a enfermagem, 
pois contribui para o atendimento das necessidades de saúde dos usuários. O Processo de 
Enfermagem (PE) é o método utilizado para sistematizar a assistência, pois propicia 
condições para individualizar e administrar a assistência, possibilitando maior integração 
do enfermeiro com o usuário, família e comunidade e também com a equipe de saúde. 
Atualmente a forma mais conhecida para a execução do PE consiste em cinco fases 
sequenciais e inter-relacionadas: coleta de dados ou histórico de enfermagem, diagnóstico 
de enfermagem, planejamento de enfermagem, implementação e avaliação (BRÊTAS et al, 
2013). 
 Segundo Brêtas et al (2013) a consulta de enfermagem consiste na assistência 
sistematizada e privativa do enfermeiro, que segue todas as etapas do PE e está 
respaldada pela Lei do Exercício Profissional (nº 7498/86) assegurada pelo COFEN 
(Resolução nº 358/2009). 
As consultas de enfermagem de puericultura tem o propósito de acompanhar o 
crescimento e desenvolvimento infantil, realizar orientações e prevenir agravos. Essas 
ações são de baixo custo para o sistema e integram família e profissionais de saúde, no 
sentido de estimular a corresponsabilidade no cuidado à criança (CHAGAS et al, 2016). 
O enfermeiro precisa empoderar a família no processo de cuidar tornando-os 
protagonistas do cuidado. Além disso, sua atenção deve ir além dos determinantes físicos, 
observando o contexto socioeconômico, cultural e familiar em que a criança vive, pois, 
qualquer fragilidade que afete a mãe, a criança e a família, pode representar uma ameaça 
à saúde infantil (CHAGAS et al, 2016). 
 
ROTEIRO DA CONSULTA DE ENFERMAGEM 
 
1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO 
 
 
 
Antes de iniciar a consulta de Enfermagem é necessário conferir a existência de 
alguns equipamentos e condições necessárias, sendo: temperatura da sala, balança, régua 
ou fita métrica, higienização das mãos, ter escuta sensível e ser empático com a 
criança/família. (CHRISTOFFEL, 2006) 
Local:__________________________________________________________________ 
Data:___________________________________________________________________ 
Identificação da criança: ___________________________________________________ 
Data de nascimento: _______________________________________________________ 
Identificação dos Pais: 
Nome: __________________________________________________________________ 
Endereço:________________________________________________________________ 
Escolaridade:_____________________________________________________________
Estado civil:______________________________________________________________ 
Idade: __________________________________________________________________ 
Telefone: ________________________________________________________________ 
 
2 ANAMNESE 
Gestação, parto e intercorrências clínicas na gravidez:____________________________ 
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________ 
Dados do nascimento: 
( ) parto normal ( ) cesariana 
Triagem neonatal: 
( ) Teste do Pezinho_______________________________________________________ 
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________ 
( ) Teste da Orelhinha______________________________________________________ 
Mamadas (observar e questionar sobre facilidades e dificuldades):____________________ 
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________ 
Interação mãe-bebê:_______________________________________________________ 
 
 
 
3 EXAME FÍSICO 
 
 Durante o exame físico explicar os procedimentos à família e estimulá-los a participar 
ativamente, respondendo ao que é perguntado e auxiliando nos procedimentos 
(CHRISTOFFEL, 2006; WONG, HOCKENBERRY, 2011). 
Deve ser relaizado completo, céfalo-caudal, na primeira consulta do RN, utilizado as 
técnicas básicas: inspeção, palpação, ausculta e percussão. Nas consultas subsequentes 
a monitorização do crescimento dever ser rotina, por meio da avaliação do peso, altura e 
perímetro cefálico (CHAGAS et al, 2016). 
Medidas antropométricas do RN: 
Peso...................Estatura...................PC....................PT.................... 
 
Sinais vitais: 
FC: ___________________________________________________ 
FR:____________________________________________________ 
PA: ____________________________________________________ 
TEMP. AXILAR: _________________________________________ 
 
Postura: o RN a termo fica em uma postura predominantemente flexora, isto é, com as 
coxas parcialmente separadas, quadris, joelhos, tornozelos, cotovelos e ombros 
confortavelmente flexionados (CHRISTOFFEL, 2006) 
Reflexos: estes são testados conforme quadro que segue abaixo 
 
REFLEXOS PRIMITIVOS 
 
AVALIAÇÃO DOS 
REFLEXOS 
RESPOSTA NORMAL 
Reflexo de Babinski Estimular a região externa do 
pé no sentido do calcanhar 
para os dedos 
O RN hiperestende os artelhos, faz uma 
dorsoflexão do grande artelho e abre os 
artelhos para fora. 
- Desaparece após um ano de idade. 
Reflexo pupilar corneano Em um ambiente escuro, 
momentaneamente, colocar 
uma luz brilhante nos olhos do 
RN. 
O RN pisca os olhos, ambas pupilas se 
contraem. 
- Persiste por toda a vida 
 
 
 
 
Reflexo de engatinhar Colocar o RN deitado de 
barriga para baixo, em uma 
superfície plana 
O RN tenta engatinhar para frente, 
usando braços e pernas. 
- Desaparece por volta de 6 semanas. 
Reflexo oculocefálico ou 
“olhos de boneca” 
Com o RN em posição supina, 
vire lentamente a cabeça do 
RN para esquerda ou direita 
Os olhos permanecem estacionados 
(virados para trás). Não se ajustam à 
nova posição da cabeça. 
- Desaparecem quando a fixação ocorre, 
se persistir indica dano neurológico. 
Reflexo assimétrico do 
pescoço/ 
tonicocervical 
ou 
defesa 
Com movimento rápido vire a 
cabeça do RN para qualquer 
lado 
O RN estende as extremidades do lado 
para o qual a cabeça foi virada e flete as 
extremidades do lado oposto. 
- Desaparece em 3 ou 4 meses. 
Reflexo de galant Usando a unha, gentilmente, 
estimule um lado da coluna 
espinhal, da cabeça até as 
nádegas. 
O tronco do RN se curva para o lado 
estimulado. 
- Desaparece com 4 semanas de vida. 
Reflexo de 
apreensão/palmar 
Colocar o dedo na palma do 
RN 
O RN agarra o dedo do examinador. 
Diminui após 3 meses, sendo substituído 
por movimento voluntário. 
Reflexo plantar Colocar o dedo contra a base 
dos artelhos do RN 
Os artelhos se curvam para baixo e 
agarram o dedo do examinador. 
- Diminui aos 8 meses. 
Reflexo de moro ou 
abraço 
Súbita, mas gentilmente, deixar 
a cabeça do RN cair para trás 
(em relação ao tronco) 
O RN estende e abduz todas as 
extremidades bilateralmente e 
simetricamente formando um “C” com o 
polegar e indicador e depois flete as 
extremidades. Normalmente a criança 
chora. 
- Desaparece após 3 a 4 meses (mais 
visível nos 2 primeiros meses) 
Reflexo de procura Tocar a bochecha ou o canto 
da boca do RN com o dedo (o 
mamilo também deve 
desencadear esse reflexo) 
O RN vira a cabeça em direção aoestímulo, abre a boca e procura a fonte 
do estímulo. 
- Persiste por toda a 1ª infância. 
Reflexo de marcha Segure o RN de pé e coloque 
um pé levemente sobre uma 
superfície plana 
O RN fará movimentos para caminhar, 
alternando os pés quando um deles tocar 
a superfície. Idade de desaparecimento 
indeterminada. 
Reflexo de sucção Colocar o dedo do próprio RN 
em sua boca (o mamilo 
também deve desencadear 
esse reflexo) 
O RN suga o dedo ou o mamilo. Deve-se 
observar a sucção forte, rítmica, 
coordenada com a deglutição. 
 
 
 
Reflexo de extrusão O RN empurra a língua para 
fora quando sua ponta é tocada 
pelo dedo ou mamilo 
Extrusão contínua da língua ou com 
movimentos repetitivos ocorre com 
anomalias do SNC. 
Desaparece por volta dos 4- 6 meses. 
Espirro Resposta espontânea dos 
condutos nasais à irritação ou 
obstrução. 
Provoca espirros. 
- Persiste por toda a vida. 
Tosse Irritação da mucosa da laringe 
ou árvore brônquica 
Provoca tosse. Geralmente presente um 
dia após o nascimento. 
- Persiste por toda a vida. 
Fonte: CHRISTOFFEL (2006, p.32-33); KENNER (2001, p. 46-47) ; WILSON, HOCKENBERRY (2012) 
 
O texto que segue foi elaborado à partir dos seguintes autores: Christoffel (2006), 
Kenner (2001), Brêtas et al 2013 e Wong, Hockenberry, Wilson (2011) e Wilson, 
Hockenberry (2012). 
 
Pele e mucosas: coloração, turgor, pregas, milium sebáceo, hemangiomas (crescimento, 
geralmente, benigno dos vasos sanguíneos), manchas (Ex: mancha mongólica – lesão 
pigmentada azul, benigna, aparecem em 10% dos bebês de raça branca e em 80% de raça 
negra, desaparece espontaneamente nos primeiros anos de vida), lanugem, descamação 
da pele – impetigo - dermatite de fraldas. 
 
Cabeça e face: formato do crânio, tamanho, ao nascer apresenta duas fontanelas que 
permitem o crescimento do cérebro, até atingir seu tamanho normal, sendo elas: 
Fontanela anterior: formato de diamante medindo 2,5 por 4,0 cm apresenta fechamento 
completo em tono dos 12 aos 18 meses. 
Fontanela posterior: apresenta formato triangular, medindo 0,5 a1,0 cm, apresentando 
fechamento completo em torno dos 2 a 3 meses de vida. As fontanelas devem ser 
achatadas, macias e firmes. 
Orelhas: devem estar posicionadas na linha horizontal com o canto do olho externo. 
Observar forma, tamanho, simetria, implantação, curvatura. Dar orientação quanto ao 
exame de acuidade auditiva/teste da orelhinha (emissão de ruído próximo ao ouvido e 
observar a resposta - Lei Federal nº 12.303/2010 tornou obrigatória e gratuita sua 
realização) 
 
 
 
Olhos: simetria, estrabismo, sobrancelhas, cílios, movimentos palpebrais, edema, 
secreções purulentas, catarata. 
 Exoftalmia: protrusão do globo ocular 
 Enoftalmia: globo ocular afundado 
 Hipertelorismo: distância exagerada entre os dois olhos 
 Estrabismo: convergente ou divergente 
 Nistagmo: movimento oscilatório do globo ocular 
 
Conjuntiva: tracionar a pálpebra inferior para baixo enquanto a criança olha para cima e 
observar: 
 Cor rósea, rede vascular levemente desenhada, porém, podem estar pálidas, 
ictéricas, hiperemiadas ou com presença de secreção. Observar presença de 
conjuntivite. 
Pupilas: avaliar forma, tamanho, movimento e reação à luz. 
As pupilas são normalmente arredondadas e de tamanho igual (isocoria), negras. 
Pupila dilatada (midríase); pupila contraída (miose) e tamanho desigual (anisocoria) 
 
Nariz: forma, integridade cutânea, permeabilidade, presença de secreção 
serossanguinolenta. 
 
Boca: presença de dentes (benignos, mas podem estar associados a defeitos congênitos), 
palato intacto, fenda palatina, fissura labial (lábio leporino), monilíase oral. 
- Úvula na linha média; 
- Frênulo de lábio superior; 
- Frênulo de língua 
 
Pescoço: curto, grosso. 
Observar mobilidade e tônus, presença de linfonodos palpáveis; 
 
Tórax: simetria e forma (cilíndrico com ângulo de 90º). Assimetria pode ser determinada 
por formação incorreta do coração, da coluna ou do arcabouço costal. Ingurgitamento das 
 
 
 
mamas e/ou presença temporária de leite (em ambos os sexos). Respiração abdominal e 
irregular. Respiração predominantemente torácica e com retração indica dificuldade 
respiratória. 
 
Coração: ausculta estertores bolhosos desaparecem nas primeiras horas de vida. A 
presença de estertores ou sibilos pode representar uma patologia. A presença de sopro é 
comum e pode desaparecer em alguns dias, se este permanecer em algumas semanas é 
provável que seja manifestação de malformação congênita cardíaca. 
 
Abdômen: arredondado, globoso. Auscultar se há peristalse presente. 
Fígado: palpável 2 a 3 cm do rebordo costal direito. 
Baço: extremidade pode ser palpável na primeira semana. 
Rins: principalmente o esquerdo, podem ser palpados 1 a 2 cm acima do umbigo. 
Cordão umbilical: normalmente branco e gelatinoso nas primeiras horas, com duas artérias 
e uma veia, começa a secar em poucas horas. Presença de secreção fétida no coto 
umbilical. 
Pulsos femorais: iguais bilateralmente 
Detectar a presença de massas abdominais. 
 
Quadril: realizar a manobra de Ortolani 
- Manter os membros inferiores do RN em flexão nos joelhos e quadris e em adução e 
rotação interna. Enquanto mantém a flexão passiva, deve-se executar a um movimento de 
abdução acompanhado de rotação externa. É considerado o teste mais seguro para 
verificação do deslocamento do quadril. 
 
 
 
 
 
Genitália: observar aspecto, secreção e sangramento. 
 
Masculina: 
Pênis: até o primeiro ano de vida pode apresentar dificuldade de retração do prepúcio 
devido a presença de aderências fisiológicas, que vão sendo absorvidas durante o primeiro 
ano de vida. Observar: integridade, higiene, tamanho e coloração. Fimose 
 
Bolsa escrotal: observar tamanho, forma, consistência, aspecto da pele (rugosa). Palpar a 
bolsa à procura dos testículos, caso não estejam palpar os canais inguinais do períneo. 
Hidrocele: presença de líquido na túnica vaginal que envolve os testículos; 
Criptorquia lateral: ausência de um testículo; Criptorquia bilateral (ausência dos dois 
testículos). 
Meato urinário: examinar observando sua localização 
 Normospádia situa-se no centro da extremidade 
 Hipospádia (ventral), 
 Epispádia (dorsal). 
 
Feminina: a higiene sempre deve e feita de cima para baixo. Verificar se há secreção 
vagina (devido a hormônios maternos). Grandes lábios cobrem os pequenos lábios e o 
 
 
 
clitóris. Clitóris proeminente, pequenos lábios podem ter verniz caseoso e esmégma nas 
pregas. 
Intróito anal: aberto e pérvio. 
 
Coluna vertebral: normalmente plana e arredondada, intacta, sem aberturas, massas ou 
curvas proeminentes. 
 
Membros: observar coloração, temperatura, perfusão e a presença de edema. Os dedos 
devem ser examinados. Pé torto congênito (abdução da parte anterior do pé). 
 
Observar a presença de fraturas e paralisias, flexão, pulsos, reflexos, tônus e força. 
 
Genuvaro Genuvalgo 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANAMNESE E EXAME FÍSICO DO LACTENTE E INFANTE 
 
 Este roteiro para a consulta de enfermagem foi adaptado de Zanetello, Ribeiro, 
Perrone (2006) e Wilson, Hockenberry (2012). A consulta de enfermagem deve ser 
realizada em um ambiente adequado, que favoreça a privacidade, o acolhimento, a escuta 
e a troca de informações entre profissionais e familiares. Deve-se pensar em um espaço 
que mantenham a criança calma, permitindo que ela se sinta segura e acolhida. 
 Equipamentos estranhos e possivelmente ameaçadores devem ser colocadosfora 
do campo de visão da criança. Se possível, a sala deve dispor de brinquedos (bonecas, 
bichos de pelúcia, jogos), ser decorada. 
Importante dar tempo para a que a criança possa brincar e se familiarizar: 
 Ao conversar com o enfermeiro; 
 Ao fazer contato visual; 
 Ao aceitar o equipamento; 
 Ao permitir o contato físico; 
 
Zanetello, Ribeiro, Perrone (2006), estabelecem os seguintes passos e condutas 
para a sua efetivação. 
 
1 ANAMNESE 
É construída com base no prontuário (dados de identificação, história pregressa, 
problemas e diagnósticos registrados, condutas), na entrevista e na realização do exame 
físico. 
 Alguns itens que devem ser abordados durante a anamnese: 
Aleitamento 
materno 
Frequência, tempo e alternância das mamadas, regurgitação, 
eructação, facilidades e dificuldade 
Cuidados com a 
nutriz 
Revisão pós-parto, problemas com as mamas, condutas 
adotadas, alimentação e hidratação, medicação, fumo, 
bebidas alcoólicas, sono, repouso e lazer 
 
 
 
Inicio do desmame 
(se ocorreu) 
Idade, motivo e alimentação complementar 
Alimentação mista 
(se recebeu) 
Tipo de leite, preparo, frequência, quantidade, como foi 
oferecido, regurgitação, eructação. 
No caso de uso de outros alimentos: como são preparados, 
horário, quantidade. Se a criança come sozinha, ambiente 
das refeições, problemas evidenciados. Líquidos ingeridos, 
tipo e frequência. 
Eliminação 
intestinal e urinária 
Frequência urinária e na troca das fraldas, consistência, cor 
e cheiro da urina e fezes. Controle dos esfíncteres (se a 
criança tiver mais que 18 meses). 
Sono e repouso Horário, tempo, local, tipo de sono. 
Higiene corporal Banho (tipo, horário, produtos usados) Higiene do períneo, 
higiene das fraldas, higiene oral (frequência e produtos) 
 
Recreação e 
estimulação 
Tipo, local, quem é o cuidador, se a criança recebe sol 
(horário) 
Creche/escola Horário, dificuldades 
Passado mórbido Doenças que já teve. Infecções respiratórias e diarreias 
Imunizações Quais as vacinas que recebeu? Onde? Quando? Reações? 
Ambiente familiar Com quem vive? Quais as condições do ambiente (fumo, 
álcool) Mãe trabalha fora: quem cuida 
Habitação Tipo, ventilação, posição solar, esgoto, lixo, animais 
domésticos (vacinados?) 
Acidentes 
ocorridos (atentar 
para a questão da 
violência) 
 
FONTE: adaptado de Zanetello, Ribeiro e Perrone (2006, p.64-68) 
 
 
 
 
 
2 EXAME FÍSICO 
Para sua realização é imprescindível captar a confiança da criança e solicitar sua 
colaboração. Deve ser realizado o mais rápido possível. O enfermeiro deve iniciá-lo tocando 
gentilmente a criança em um local que não a assuste, se for necessário é importante simulá-
lo em um ursinho ou boneca. Observar que as mãos estejam aquecidas e cuidar para não 
despir toda a criança. 
O exame físico da criança deve seguir alguns elementos essenciais, segundo a 
etapa do desenvolvimento. 
Comprimento_____________________________________________________________ 
Peso____________________________________________________________________ 
PC_____________________________________________________________________ 
Temperatura_____________________________________________________________ 
Pulso___________________________________________________________________ 
Respiração_______________________________________________________________ 
Pressão arterial___________________________________________________________ 
Aspecto geral____________________________________________________________ 
Condições da pele e higiene________________________________________________ 
Cabeça_________________________________________________________________ 
Pescoço________________________________________________________________ 
Olhos___________________________________________________________________ 
Orelhas_________________________________________________________________ 
Nariz___________________________________________________________________ 
Boca e orofaringe_________________________________________________________ 
Tórax (pulmões e coração)_________________________________________________ 
Abdômen_______________________________________________________________ 
Genitália 
( ) Masculina_____________________________________________________________ 
( ) Feminina______________________________________________________________ 
Ânus___________________________________________________________________ 
Dorso e membros_________________________________________________________ 
 
 
 
 
Exame neurológico 
- Estado mental___________________________________________________________ 
- Função motora___________________________________________________________ 
- Função sensorial (testar visão e audição)______________________________________ 
________________________________________________________________________ 
- Reflexos (acordo com a idade)_______________________________________________ 
- Fala___________________________________________________________________ 
 
Avaliação dos reflexos 
REFLEXOS PRIMITIVOS 
 
AVALIAÇÃO DOS 
REFLEXOS 
RESPOSTA NORMAL 
Reflexo de Babinski Estimular a região externa do 
pé no sentido do calcanhar 
para os dedos 
O RN hiperestende os artelhos, faz uma 
dorsoflexão do grande artelho e abre os 
artelhos para fora. 
- Desaparece após um ano de idade. 
Reflexo pupilar corneano Em um ambiente escuro, 
momentaneamente, colocar 
uma luz brilhante nos olhos do 
RN. 
O RN pisca os olhos, ambas pupilas se 
contraem. 
- Persiste por toda a vida 
 
Reflexo de engatinhar Colocar o RN em posição 
pronada, em uma superfície 
plana 
O RN tenta engatinhar para frente, 
usando braços e pernas. 
- Desaparece por volta de 6 semanas. 
Reflexo oculocefálico ou 
“olhos de boneca” 
Com o RN em posição supina, 
vire lentamente a cabeça do 
RN para esquerda ou direita 
Os olhos permanecem estacionados 
(virados para trás). Não se ajustam à 
nova posição da cabeça. 
- Desaparecem quando a fixação ocorre, 
se persistir indica dano neurológico. 
Reflexo assimétrico do 
pescoço/ 
tonicocervical 
ou 
defesa 
Com movimento rápido vire a 
cabeça do RN para qualquer 
lado 
O RN estende as extremidades do lado 
para o qual a cabeça foi virada e flete as 
extremidades do lado oposto. 
- Desaparece em 3 ou 4 meses. 
Reflexo de 
apreensão/palmar 
Colocar o dedo na palma do 
RN 
O RN agarra o dedo do examinador. 
Diminui após 3 meses, sendo substituído 
por movimento voluntário. 
Reflexo plantar Colocar o dedo contra a base 
dos artelhos do RN 
Os artelhos se curvam para baixo e 
agarram o dedo do examinador. 
- Diminui aos 8 meses. 
 
 
 
Reflexo de moro ou 
abraço 
Súbita, mas gentilmente, deixar 
a cabeça do RN cair para trás 
(em relação ao tronco) 
O RN estende e abduz todas as 
extremidades bilateralmente e 
simetricamente formando um “C” com o 
polegar e indicador e depois flete as 
extremidades. Normalmente a criança 
chora. 
- Desaparece após 3 a 4 meses (mais 
visível nos 2 primeiros meses) 
Reflexo de procura Tocar a bochecha ou o canto 
da boca do RN com o dedo (o 
mamilo também deve 
desencadear esse reflexo) 
O RN vira a cabeça em direção ao 
estímulo, abre a boca e procura a fonte 
do estímulo. 
- Persiste por toda a 1ª infância. 
Reflexo de marcha Segure o RN de pé e coloque 
um pé levemente sobre uma 
superfície plana 
O RN fará movimentos para caminhar, 
alternando os pés quando um deles tocar 
a superfície. Idade de desaparecimento 
indeterminada. 
Reflexo de sucção Colocaro dedo do próprio RN 
em sua boca (o mamilo 
também deve desencadear 
esse reflexo) 
O RN suga o dedo ou o mamilo. Deve-se 
observar a sucção forte, rítmica, 
coordenada com a deglutição. 
Reflexo de extrusão O RN empurra a língua para 
fora quando sua ponta é tocada 
pelo dedo ou mamilo 
Extrusão contínua da língua ou com 
movimentos repetitivos ocorre com 
anomalias do SNC. 
Desaparece por volta dos 4- 6 meses. 
Espirro Resposta espontânea dos 
condutos nasais à irritação ou 
obstrução. 
Provoca espirros. 
- Persiste por toda a vida. 
Tosse Irritação da mucosa da laringe 
ou árvore brônquica 
Provoca tosse. Geralmente presente um 
dia após o nascimento. 
- Persiste por toda a vida. 
 
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM 
 
Após essa avaliação, em que são identificados os problemas, parte-se para a 
elaboração dos diagnósticos de enfermagem. Nesse momento o enfermeiro tem que 
interpretar e tomar decisões. 
 Nessa etapa, segundo Wong e Hockenberry (2011) o enfermeiro organiza os dados 
coletados em categorias a fim de identificar áreas de importância e toma uma das seguintes 
decisões: 
 
 
 
 Nenhum problema de saúde relacionado a alguma disfunção – nenhuma 
intervenção é indicada. 
 Há risco de problemas de saúde relacionados a alguma disfunção: são 
necessárias intervenções a fim de facilitar a promoção da saúde. 
 Reais problemas de saúde relacionados a alguma disfunção: são necessárias 
intervenções a fim de facilitar a promoção da saúde. 
Partindo dessas considerações busca-se pelos diagnósticos de enfermagem da 
NANDA. 
 
PLANEJAMENTO 
 Depois que o diagnóstico de enfermagem tiver sido identificado, deve ser elaborado 
o plano de cuidados. O objetivo final do plano de cuidados é converter o diagnóstico de 
enfermagem em um estado de saúde desejado. Este deve ser estabelecido antes que as 
intervenções possam ser desenvolvidas (WONG, HOCKENBERRY, 2011). 
 
IMPLEMENTAÇÃO 
 Começa quando o enfermeiro coloca em ação a intervenção escolhida, fazendo 
observações a fim de avaliar o resultado da intervenção (WONG, HOCKENBERRY, 2011). 
 
EVOLUÇÃO 
 Consiste no último passo da tomada de decisão. O enfermeiro reune dados para 
determinar se a meta foi atingida, o plano precisa de modificações, e/ou outra alternativa 
deveria ser levada em consideração. A evolução ou completa o PE ou serve debase para 
a escolha de outras alternativas em prol da solução dos problemas (WONG, 
HOCKENBERRY, 2011) 
 
REFERÊNCIAS 
 
CHAGAS et al. Consulta de enfermagem em puericultura. In: SOUZA, FGM; 
COSTENARO RGS (org). Cuidado de Enfermagem à criança e ao adolescente na 
Atenção Básica de Saúde. Porto Alegre: Moriá Editora, 2016. 
 
 
 
 
CHRISTOFFEL MM. Promoção da saúde do recém-nascido e sua família. In: Programa 
de Atualização em Enfermagem: saúde da criança e do adolescente: PROENF/ 
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