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FATORES PSICOSSOCIAIS DE RISCO NO TRABALHO COM FOCO EM ESTRESSE OCUPACIONAL E SÍNDROME DE BURNOUT

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FATORES PSICOSSOCIAIS DE RISCO NO TRABALHO COM FOCO EM ESTRESSE OCUPACIONAL E SÍNDROME DE BURNOUT
INTRODUÇÃO 
O significado do trabalho tem se modificado através do tempo, tanto em seu sentido prático, quanto na vida diária. Inicialmente na Grécia antiga, no século V A.C., era dividido em trabalho intelectual e o trabalho destinado aos escravos advindos das guerras, sendo considerado mais pesado. Aparecendo também na mitologia grega como um instrumento de castigo aplicado pelos deuses como meio de punir quando desobedecidos de alguma forma. Já na idade média o sistema feudal predominou, no qual os escravos passaram a ser chamados de servos, porém sem muitas mudanças no sistema de trabalho e nas condições vividas pela sociedade da época. 
(Ornellas e Monteiro, 2006)
A Revolução Industrial foi um grande marco na história, havendo avanços tecnológicos, evolução do sistema de trabalho e o surgimento do capitalismo. Os trabalhos rurais e manuais passaram a ser substituídos por vagas nas empresas que estavam expandindo cada dia mais, porém a carência de mantimentos e o sofrimento que haviam motivado estes trabalhadores a mudar de ramo permaneceram, além do crescimento desordenado da cidade e de bairros inadequados para uma habitação saudável devido à chegada de grande número de pessoas em busca de novas oportunidades.
(Ornellas e Monteiro, 2006)
Esse novo modo de organização de trabalho passou a apresentar características negativas com relação ao trabalhador, como a falta direitos trabalhistas e ramificação do método de produção, o que motivou descontentamento nos trabalhadores, que não viam mais o resultado de seu trabalho, eram desvalorizados e sofriam fortes pressões para permanecer no emprego, visto que se saíssem havia muitos outros desempregados esperando por uma oportunidade. Com o processo de supremacia das máquinas e o capital que comandava, iniciou-se uma revolta dos contratados das fábricas, visto que em vários âmbitos estavam em situação desfavorável.
(Ornellas e Monteiro, 2006)
 O mercado foi expandindo, e as fábricas passaram a dar lugar para as linhas de montagem, na qual se buscava mais rapidez na produção através de um sistema padronizado. Os objetos produzidos tinham que ser precisamente iguais, por isso, todos os trabalhadores deveriam seguir um padrão específico, sem levar em conta suas questões subjetivas. Além de estarem subordinados e recebendo cobranças de todos os lados. Este método de organização fez com que muitos trabalhadores desenvolvessem doenças por causa no excesso de tempo gasto na empresa, de produção e de esforços físicos cobrados pelos patrões. Todas as consequências psíquicas e físicas afetaram os trabalhadores não apenas dentro do ambiente no qual colocavam suas atividades em prática, mas reverberavam também quando chegavam a casa e não conseguiam se desvincular da jornada do dia, afetando sua vida em âmbito geral. A pressão por qualidade total e a necessidade de conquistar os clientes foi outro motivador do crescimento das demandas por parte dos trabalhadores.
(Ornellas e Monteiro, 2006)
Ainda hoje, o discurso de que a qualquer momento há possibilidade de se perder o emprego é algo muito presente, o que mexe com o único meio de subsistência que o operário e sua família têm, de modo que se sentem absorvidos e impotentes diante da situação. O fato das empresas não serem mais familiares faz com que a possibilidade de descartar funcionários fosse seja mais comum, devido à falta de contato e laços de amizade nas empresas. Sendo a hierarquia criada, na qual cada um lida apenas com o número necessário de pessoas para efetuar suas obrigações outro reforçador. A desumanização das empresas dá abertura para que casos de assédio moral ocorram. As relações passageiras no ambiente ocupacional faz com que muitos se sintam sozinhos, entristecidos e forçados a viver sempre em ritmo de competição. Visualizando seu companheiro de trabalho como um representante de dor.
(Borsoi, 2007)
O contexto de trabalho fala muito sobre o sujeito, pois geralmente é o meio de sustento do grupo ao qual pertence, a atividade que mais ocupa tempo de seu dia, influenciando em suas experiências diárias e em sua identidade. Porém, dificilmente se associa problemas e questões psíquicas ao trabalho, focando sempre que a fonte está presente depois da carga horária de exercício da profissão.
(Borsoi, 2007)
Fala-se muito sobre qualidade de vida, porém coloca-se pouco em prática. A linha de montagem que inicialmente era tratada com algo positivo e para melhoria nas condições de trabalho foi utilizada de modo a trazer consequências negativas. Casos de LER/ DORT vêm aumentando com o passar do tempo. Estresse, angústia ansiedade estão presentes no cotidiano e trazem riscos psicossociais, que é tudo aquilo que tem potência para trazer danos sociais, psicológicos e físicos, como depressão e transtornos de ansiedade. Sendo o trabalho do psicólogo de suma importância dentro das corporações.
(Borsoi, 2007)
REVISÃO DE LITERATURA 
	É inevitável falar de saúde do trabalhador dentro da psicologia, por ser um assunto que atravessa a grande parte da população. Segundo Bernardo, Nogueira e Bull (2011), houve um crescente destaque no assunto de saúde mental relacionado ao trabalho. Deve-se levar em conta que a saúde é um amplo campo, que vai desde o físico até o psíquico, passando pela capacidade de adaptação física, social e psíquica. Existem problemas no mundo do trabalho que vão desde os discutidos a muito tempo e que não foram solucionados, até muitos outros que vão surgindo. E tem-se discutido sobre o quanto mudanças no mundo do trabalham causam riscos psicossociais, entre outros (Costa e Santos, n.d).
	O significado do trabalho mudou, e isso foi o que possivelmente fez com que houvesse a crescente do índice de riscos psicossociais. A organização que tinha tomada de decisões mais centralizadas, que era a forma tradicional, cai, trazendo a evolução do meio laboral, que requer equipes dinâmicas, mutáveis, multiprofissionais e com maiores exigências que a anterior. A exigência de capacidade física diminui, mas as psicossociais crescem. Ao considerar a saúde trabalhador, deve se levar em conta a chamada globalidade de riscos, e todas as situações que cada tipo de trabalho implica (Costa e Santos, n.d).
	São considerados riscos psicossociais por exemplo, o envelhecimento de pessoas ativas, a insalubridade no local de trabalho, falta de segurança, tanto da continuidade do trabalho quando a insegurança física, como a falta de equipamentos de proteção individual. Também situações constrangedoras vividas eventualmente no local de trabalho, ambientes competitivos e que possuem desavenças (Costa e Santos, n.d).
	A definição de riscos psicossociais não se encaixa em conceitos definitivos, porém dentre alguns está a definição, segundo Costa e Santos (n.d) está a dada pela Organização Internacional do Trabalho, de 1986 “os fatores psicossociais no trabalho como (...) fatores suscetíveis de influenciar a saúde, o rendimento e a satisfação no trabalho e que consistem em interações do ambiente de trabalho, do conteúdo, da natureza e das condições de trabalho (...)” (Costa e Santos, n.d).
	Uma outra definição, segundo Costa e Santos (n.d) é dada pela Agencia Europeia para Segurança e Saúde no Trabalho que é “(...)esses riscos como sendo aqueles aspetos do projeto de trabalho e da organização e gestão do trabalho, e seus contextos sociais e ambientais, que têm o potencial para causar dano psicológico, social ou físico. ” (Costa e Santos, n.d, p. 43) e “Gollac & Bodier (2011) referem que os riscos psicossociais são os riscos para a saúde criados pelo trabalho através de mecanismos sociais e psíquicos” (Costa e Santos, n.d).
	Um fator de risco dentro do trabalho, pode ser a diferença entre o trabalho em que o sujeito foi contratado para fazer e, ao chegar na organização, o que ele realmente é convocado a fazer. É provável que haja um sofrimentopois ele está preparado para executar uma determinada tarefa, a que ele se mostrou capaz ao ser selecionado para trabalhar. Porém é notável que muitos trabalhadores são convocados a um trabalho que se distancia disto, o que causar constrangimentos (Costa e Santos, n.d).
	Em um estudo com profissionais da área de saúde, foi visto que esses trabalhadores relataram ter sofrido “6.2% assédio sexual, 8,7% agressões físicas e 28,3% agressões psicológicas”. As mulheres referem ter sofrido diversas formas de violência em maior proporção que os homens. ” (Costa e Santos, n.d). O que é preocupante em larga escala, pois, se mulheres sofreram mais que homens, abre espaços para duas violências simultâneas, uma devido ao seu local de trabalho e outra simplesmente por ser mulher.
	Há uma diferença que se percebe em relação ao gênero e a forma que se enfrenta o trabalho “A rotina no trabalho e a falta de autonomia e apoio social são fatores que afetam as mulheres e não os homens. ” (Costa e Santos, n.d). Mulheres sofrem tanto com um problema já falado, do machismo diretamente, sendo desrespeitadas por serem mulheres, quanto com dupla ou tripla jornada, pois cuidados com a casa e com os filhos é visto como responsabilidade da mulher. Então, como visto, para a mulher a uma maior dificuldade de conciliar a vida profissional com a vida pessoal (Costa e Santos, n.d).
	Stress ocupacional e burnout têm estimulado investigações, e sobre este último, sabe-se que está ligado a problemas físicos e psíquicos “Verifica-se que uma das suas dimensões, a exaustão emocional, é diretamente associada com o absentismo, a intenção de deixar o local de trabalho, a alienação e o uso de bebidas alcoólicas” (Costa e Santos, n.d).
	Existem distúrbios mentais para categorias de trabalho que específicos, como professores, diaristas, policiais, bombeiros, operadores de telemarketing, entre outros, acometidos com depressão, burnout, estresse, problemas com álcool, etc. Também existem ocorrências de suicídios causados pelo trabalho “(...) estima-se que, na França, têm ocorrido mais de trezentos suicídios no trabalho por ano (...) (Bernardo et al., 2011).
	Bernardo et al. (2011) falam de uma precariedade tanto para quem está no mercado formal quanto para quem está fora dele, e falam de uma “precariedade subjetiva”, que vem do problema de não poder confiar em suas rotinas, não poder aproveitar a experiências daqueles mais antigos da organização, não se sentir em casa, entre outros fatores. Essa pessoa não tem controle sobre seu trabalho, ele não pode apostar outros conhecimentos em seu trabalho pois não há abertura para isso. Essa falta de domínio sobre o trabalho causa baixa autoestima e consequentemente, sofrimento ao trabalhador.
	Bernardo et al. (2011) trazem resultados de uma pesquisa realizada numa montadora de automóveis que adotavam o modelo toyotista. Foi percebida uma forte indicação de que naquele contexto ocorria a precariedade subjetiva, através da fala dos trabalhadores, que em sua maioria eram jovens com menos de 25 anos. Houveram falas preocupantes como “ritmo alucinante”, “trabalho incessante”, “loucura”, “desespero”, “estresse”, “depressão” que apareceram de forma espontânea nas falas dos trabalhadores ao descrever suas atividades laborais” (Bernardo et al., 2011) onde não há muito o que se questionar quanto ao sofrimento desses trabalhadores.
	Trabalhadores que vivem nesse ritmo, muitas vezes possuem consciência do quanto isso pode ser adoecedor, porém preferem continuar nessa pressão, pois têm medo do desemprego. Uma fala registrada na pesquisa citada acima é “Eu aguentava muito! Mas comecei a correr na parte médica porque tava estressado. Não tava aguentando mais! Não aguentava mesmo! (...)” (Bernardo et al., 2011). Torna-se comum o trabalhador chegar ao limite do que seu corpo aguenta por insegurança “Em tal conjuntura, na qual impera o medo do desemprego, os trabalhadores se submetem a situações que não aceitariam em circunstâncias mais favoráveis. ” (Bernardo et al., 2011).
	Não pode deixar de ser levado em conta que “(...) a adoção de um discurso que visa a legitimar as propostas de organização do trabalho é possível justamente pelo poder propiciado pela ameaça (direta ou velada) de demissão. ” (Bernardo et al., 2011). Quando os gestores dizem, mesmo em tom de brincadeira, que outras pessoas gostariam de estar no lugar daquele trabalhador, ele está dizendo que aquela pessoa é plenamente substituível, mostrando o quanto ele não possui um valor individual para aquela organização. E também fazendo com que esse trabalhador se sobrecarregue e consequentemente adoeça apenas para não perder seu emprego.
	A psicologia não se restringe apenas ao tratamento e prevenção de doenças mentais, mas também no esforço para executar recursos que tenham como resultado melhores condições de saúde para a população. Sendo assim um ótimo exemplo a psicologia organizacional do trabalho, em que procura ajudar não só a empresa como também o indivíduo que trabalha nela, para que exista um ambiente benéfico para ambas as partes. 
	Esse profissional atua diretamente no ambiente de trabalho por ter conhecimentos teóricos e práticos sobre como a saúde mental e física (que conduz a uma serie de reações psicológicas individuais e ocupacionais) podem ser ocasionadas por diversos fatores que estão presentes em uma empresa, loja, firma, ou qualquer que seja o local de trabalho do sujeito em questão. 			
	O impacto do trabalho na vida das pessoas pode ser positivo, mas para isso é necessário que haja uma relação satisfatória com o mesmo, e assim podendo ser evitado por exemplo o estresse ocupacional e burnout, que são os mais comuns de serem adquiridos diante da má condição de trabalho. 
	O estresse é a forma física e emocional de como o sujeito reage a tal situação que o leva ao esgotamento, a pressão. Sendo comum aparecer em situações de adaptar-se a algo novo, regras que foram implementadas recentemente, normas e paradigmas impostos pela sociedade. Esse, se encaixa não só no ambiente de trabalho como em qualquer circunstância da vida, na família, na sociedade e etc. Sair da zona de conforto, pode levar a pessoa apresentar novas habilidades e conhecimentos, mas também pode gerar estresse. Tal reação, pode produzir mudança no comportamento físico (dor de cabeça, aumento de pressão, etc.) como também emocional (apatia, desânimo, ansiedade, etc.).
	Já o estresse ocupacional é excepcionalmente ocasionado em ambiente de trabalho, em que o indivíduo tenta atingir metas definidas, níveis de prestígio e padrões de comportamento que o grupo cultural impõe e espera de seus integrantes (Helman, 1994), de forma que a frustração na realização desses aspectos pode desencadear o estresse e sendo prolongado, pode gerar doenças graves, como o estresse ocupacional. 
	Burnout consiste em uma desistência, visto que o indivíduo deixa de investir em seu trabalho e aparentemente torna-se incapaz de se envolver emocionalmente com o mesmo, ou seja, denota um estado de esgotamento de energia associado a uma intensa frustação com as situações do seu ambiente de trabalho. Podendo provocar sinais aparentes diante da sua forma de trabalho, como menos produtividade, insatisfação, insônia, dor de cabeça, são alguns dos sintomas apresentados por essa doença. É importante salientar diante dessas questões que não é o trabalho em si que gera o adoecimento, mas sim as situações que envolvem determinada função.
RESULTADOS 
Foram realizadas breves entrevistas com duas funcionárias da Creche Escola Espaço Criativo, sendo uma delas a gestora e a outra uma funcionária do colégio. 
Primeiramente o grupo entrevistou a gestora e foram levantadas questões acerca da instituição e de suas relações de trabalho. Ela apontou em sua fala o reconhecimento que um ambiente de trabalho ruim pode ser causador de adoecimento tanto físico quanto mental e explicitou sua preocupação de criar um ambiente agradável de trabalho dentro da medida do possível, visto que isso também dependedos próprios funcionários. Além disso, em suas respostas, ela se mostrou receptiva a fazer reuniões e intervenções caso alguma situação abalasse o equilíbrio laboral.
Foi perguntado também se era utilizada alguma técnica de prevenção e cuidado da saúde mental dos funcionários. A gestora afirmou que faz uso, empregando pausas no meio do expediente e que no final do dia há sempre um momento de interação entre funcionários e gestoras.
A segunda entrevistada foi uma funcionária que se mostrou bastante satisfeita e realizada com o seu emprego atual. Ela informou que possui uma ótima relação com os colegas de trabalho e com as gestoras, sendo todos tratados com igualdade. Para ela as condições de trabalho são boas, sem grandes estressores e ela desempenha só a função para a qual foi designada.
Analisando as informações obtidas através das entrevistas e da revisão bibliográfica feita até então, pode se inferir que essa instituição se configura em um ambiente satisfatório e saudável para se trabalhar. O ambiente ofertado é agradável, o emprego não impõe demasiada competitividade entre os funcionários, não há longas jornadas de trabalho, há camaradagem entre os colegas e etc. todas essas características levam esta organização a obter um diagnóstico organizacional favorável neste primeiro momento.
Apesar de existir boas condições de trabalho, não se deve pressupor que tudo sempre se manterá nesse patamar. Também é importante ressaltar que por se tratar de uma instituição fundada recentemente os problemas podem vir a surgir e se complicar ao longo do tempo, o que mostra a necessidade de se atentar para que esse ambiente não se torne um ambiente de trabalho adoecedor no futuro. 
Além disso, segundo Bernard (2011), existem distúrbios mentais para algumas profissões específicas, entre elas os profissionais da educação, sobretudo os professores, tem grande números de casos de Burnout, depressão, problemas com estresse e abuso de álcool. Nesta conjuntura escolar, portanto, há a necessidade de uma maior atenção, dado que se trata de uma categoria de risco.
Em suma, na instituição escolar abordada, uma intervenção organizacional prévia e constante possibilitará manter os aspectos positivos já apresentados, prevenir o adoecimento, construir estratégias de enfrentamento grupais mais elaboradas. enfim, conceber um ambiente trabalhista promovedor de saúde e qualidade de vida, onde os funcionários possam atingir suas metas de trabalho e de desenvolvimento pessoal, ainda contribuindo de forma efetiva para as necessidades da instituição.
METODOLOGIA E CRONOGRAMA NA PROPOSTA
4.1 Objetivo Geral
Contribuir para a perpetuação e manutenção do clima saudável no ambiente de trabalho, tanto para as funcionárias quanto para as gestoras.
4.2 Objetivos Específicos: 
Promover uma constante harmonização do ambiente;
Trabalhar com as funcionárias para que estas entendam seus direitos e sintam-se seguras ao questionarem ou reivindicarem algo.
Trabalhar com as gestoras para que não aja estranhamento ou atitudes extremas quando alguma funcionária não se mostrar satisfeita e reivindicar algo;
Promover um local seguro para resolução de possíveis desentendimentos futuros;
Metodologia
A presente proposta prevê a implantação de um plano de intervenção com a equipe da Creche Escola Espaço Criativo que será executado em duas etapas, as quais ocorrerão paralelamente. 
A primeira etapa consiste na divisão da equipe entre funcionárias e gestoras. Criando assim dois grupos distintos, baseados na função que desempenham, para a aplicação mensal de rodas de conversas. Dessa forma, os direitos, as questões e desafios que perpassam cada um dos grupos poderão ser abordados mais especificamente.
A segunda etapa ocorrerá quinzenalmente integrando toda a equipe (os dois grupos), onde questões mais abrangentes acerca da organização de trabalho, de problemáticas que desequilibrem o bem-estar no ambiente laboral e estratégias de enfrentamento serão discutidas. Além disso, dinâmicas de integração serão propostas para a aproximação e desenvolvimento do trabalho em equipe. 
4.4 Cronograma 
O cronograma previsto estabelece encontros com duração de aproximadamente 1 hora. Os encontros feitos com o Grupo de Funcionárias e com o Grupo das Gestoras, separadamente, serão feitos uma vez por mês na primeira semana do mês. O grupo da equipe do colégio completa terá encontros quinzenais.
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando os autores apontados, fica claro como as relações de trabalho nos moldes da atualidade tem se tornado um causador de riscos psicossociais. Nesse sentido, é necessário um movimento contrário a essa dinâmica, visto que más condições trabalhistas levam a diversas complicações tais como impactos negativos na saúde (física e mental), falta de satisfação pessoal, queda do rendimento e uma variedade de questões que impactam contundentemente todos os campos da vida dos indivíduos acometidos.
Conclui-se que a Psicologia Organizacional do trabalho é esse movimento de contraposição. Embora ainda sejam encontrados muitos desafios e resistências pelas instituições e até mesmo as pessoas, é missão da Psicologia romper essas barreiras e atuar impulsionando e propiciando ambientes de trabalhos mais saudáveis, dignos e humanos.
REFERÊNCIAS 
FONSECA, R. T. M. Saúde mental no trabalho: coletânea do fórum de saúde e segurança no trabalho do Estado de Goiás. Goiânia, 2013.
SIEVERS, Laíse; MÜLLER, Fernanda. Saúde mental do trabalhador: relações entre a síndrome de burnout e o estresse. Santa Catarina, 2016.

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