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1 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA BÁSICA 1. OGA, SEIZI – Fundamentos de Toxicologia, Atheneu, 2ª ed., 2003. (3ª ed. 2008) 1. MOREAU, R.L.M.;SIQUEIRA, M.E.P.B.S. – Toxicologia Analítica, Guanabara Koogan, 2008. 2. KLAASSEN, C.D.; AMDUR, M. O.; DOULL, J. (eds). Fundamentos Em Toxicologia de Casarett e Doull. 2 ed. Artmed, 2012. COMPLEMENTAR 1. SHIBAMOTO T; BJELDANES LF. Introdução À Toxicologia Dos Alimentos. 2ª Ed. Elsevier, 2014. 2. OLSON K R. Manual de Toxicologia Clínica, 6ª Ed. Artmed, 2013 3. CAMPOLINA D; FILHO AA. Toxicologia na Pratica Clínica. 2ª Ed, Folium, 2013 4. SILVEIRA SISINNO CL; CYRINO OLIVEIRA-FILHO ED. Princípios de Toxicologia Ambiental. 1a Ed. Editora Interciência,2013. 5. QUEIROZ S, LIMA L. Tratado de Toxicologia Ocupacional, Editora Biblioteca 24 horas, 2a edição, 2015. INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA Prof. Dr. Wilson Roberto Malfará INTRODUÇÃO À TOXICOLOGIA Toxicologia: ciência que estuda os efeitos decorrentes da interação de determinada substância com um organismo vivo. Agente Tóxico: substância química que quando introduzida no organismo sob determinadas condições provoca alterações fisiológicas nocivas. DIVISÃO Toxicologia Experimental Toxicologia Analítica Toxicologia Clínica ou médica OBJETIVOS Prevenção Diagnóstico Tratamento Toxicologia Ocupacional Toxicologia de Medicamentos Toxicologia Ambiental Toxicologia de Alimentos Toxicologia Social/Forense Ecotoxicologia ÁREAS DE ATUAÇÃO PARACELSUS (1493-1541) What is there that is not poison? All things are poison and nothing [is] without poison. Solely the dose determines that a thing is not a poison” 2 HOMEM História da Civilização (1500 a.C.) Venenos Animais Plantas Tóxicas Metais Toxicologia Ciência que estuda efeitos nocivos decorrentes de substâncias químicas no organismo HOMEM Século XX Medicamentos Aditivos Praguicidas Toxicologia Ciência que estuda as maneiras seguras de se expor substâncias químicas. Contaminantes Síntese Química Benefício da Era Tecnológica INTOXICAÇÃO - Exposição intensa a um agente tóxico - Sinais e sintomas Exposição cinética dinâmica clínica EFEITOS AGENTE TÓXICO agente propriedades físico - químicas condições da exposição susceptibilidade dose via de administração duração da exposição freqüência da exposição propriedades físico - químicas condições da exposição condições da exposição susceptibilidade dose via de administração duração da exposição freqüência da exposição dose via de administração duração da exposição freqüência da exposição sistema biológico T O X I C I D A D E RISCO X PERIGO Ferner, 1992 3 RISCO X PERIGO EXPOSIÇÃO VS TOXICIDADE Toxicante 1 Toxicocinética 2 Interação com a molécula alvo 3 Disfunção/dano celular 4 Reparo inapropriado Toxicante 1 Toxicocinética 2 Interação com a molécula alvo 3 Disfunção/dano celular 4 Reparo inapropriado T O X I C I D A D E Exposição Toxicante distribuição sítio alvo reabsorção absorção bioativação distribuição sítios de armazenamento excreção eliminação pré-sistêmica desintoxicação toxicante Sítio alvo molécula alvo Klaassen, 1996 Exposição Toxicante distribuição sítio alvo reabsorção absorção bioativação distribuição sítios de armazenamento excreção eliminação pré-sistêmica desintoxicação toxicante Sítio alvo molécula alvo Klaassen, 1996 Perigo Capacidade da substância para causar um efeito adverso. Risco Probabilidade de ocorrência de perigo sob condições específicas de exposição. Avaliação do Risco Processo pelo qual o perigo, a exposição e o risco são determinantes. Manejo do Risco Processo através do qual são avaliadas as opções políticas e selecionada a medida regulatória mais apropriada com base nos resultados da avaliação do risco nos interesses sociais, econômicos e políticos. AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE FASE TOXICOCINÉTICA Large intestines Small intestines ABSORÇÃO / DISTRIBUIÇÃO FATORES E CARACTERÍSTICAS GERAIS DE IMPORTÂNCIA PARA O ESTUDO TOXICOLÓGICO • FASE DE EXPOSIÇÃO • FASE TOXICOCINÉTICA 4 - Toxicidade - Condições de exposição: – dose – via de administração – formulação – tempo e frequência de exposição – interações – fatores individuais: sexo, patologias, peso, nutrição FATORES / RISCO CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO Duração da exposição 24 h sub-aguda 1 mês sub-crônica 1-3 meses crônica > 3 meses Exposição Aguda Exposição Repetida Efeitos imediatos Efeitos imediatos Efeitos retardados Efeitos crônicos DL 50 Agente DL50 mg/kg Etanol 10.000 Sulfato Ferroso 1.500 Fenobarbital Sódico 150 Sulfato de Estricnina 2 Nicotina 1 TCDD (dioxina) 0,001 CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO: FREQÜÊNCIA DA EXPOSIÇÃO Toxicante Meia Vida Efeitos Crônicos Benzeno t½ = 90 min. Trombocitopenia Leucopenia Anemia Leucemia (grupo 1) Tolueno t½ = 12 h. Síndrome Psico- orgânica Irreversibilidade do Efeito CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO: FREQÜÊNCIA DA EXPOSIÇÃO Toxicante Meia Vida Efeitos Crônicos Cádmio 30 anos Nefropaita Crônica Osteomalácia / Osteoporose Hipertensão Carcinogênese (grupo 1) Chumbo > 20 anos Neuropatia Periférica Nefropatia Crônica Anemia Hipertensão Carcinogênese (grupo 2B) Acúmulo do Toxicante MECANISMOS DE AÇÃO TÓXICA Asfixia - mecânica: butano, nitrogênio - bioquímica: CO, CO2, NO2 - - citotóxica: CN- Inativação enzimática: O.F., carbamatos, CN- , fluoroacetato, metais. Disfunção de membrana: solventes, anestésicos, tetrodotoxina, saxitoxina 5 MECANISMOS DE AÇÃO TÓXICA Interferência com neurotransmissores: atropina, cocaína, benzodiazepínicos, barbitúricos, toxina tetânica, estricnina Estresse oxidativo: paracetamol Lipoperoxidação: paraquat Teratogênese Carcinogênese Relação dose - resposta Klaassen, 1996 “Disciplina de amplas possibilidades e de profunda dimensão pelo fato de não se resumir apenas ao estudo da ciência Hipocrática, mas de se constituir da soma de todas as especialidades médicas acrescidas de fragmentos de outras ciências” França MEDICINA LEGAL Antropologia Genética Entomologia Química Física Ecologia Balística Dactiloscopia Documentoscopia Sociologia Economia Odontologia Filosofia Informática Biologia Toxicologia MULTIDISCIPLINAR Toxicologia Forense 30/01/2002-20h49 Polícia vai pedir novos exames toxicológicos no corpo de Cássia Eller A polícia vai pedir uma contraprova dos exames toxicológicos realizados no sangue, na urina e nas vísceras da cantora Cássia Eller. Os exames realizados pelo IML (Instituto Médico Legal) do Rio de Janeiro deram negativos, como revelou a Folha na semana passada, e não constataram a presença de drogas nem de álcool. A polícia quer que os exames sejam repetidos em um laboratório externo, com tecnologia avançada. Considera que o resultados dos exames contradiz depoimentos informandoque Cássia teria usado cocaína e bebido antes de morrer. Um dos policiais envolvidos na investigação disse que pedir uma contraprova não é questionar a competência técnica do IML, mas apenas tentar ouvir a opinião de outros técnicos, com equipamentos mais modernos, para ver se um outro exame consegue perceber mais coisas que o feito no IML. Por enquanto, esse policial disse não considerar necessário exumar o corpo da cantora, embora essa hipótese não esteja completamente descartada. A polícia também investiga a hipótese de erro médico. Parentes, amigos e a companheira da cantora, Eugênia Martins, podem ser chamados a depor novamente. ACUSAÇÕES REBATIDAS. A Casa de Saúde Santa Maria, no Rio de Janeiro, nega que Cássia Eller tenha sido vítima de erro médico e questionou a perícia realizada pelo Ministério Público, que condenou a aplicação do medicamento Plasil. "O que surpreende é que o laudo é baseado apenas em hipóteses", disse o advogado da clínica. Segundo ele, como não há nenhum laudo que comprove que a cantora tivesse ingerido álcool ou outra droga, querer afirmar que a morte tenha sido resultado da combinação com o Plasil é "simplificar demais". O advogado lembrou que o laudo do IML foi inconclusivo sobre a hipótese de Cássia Eller ter ingerido álcool ou droga e que esta hipótese é baseada apenas em depoimentos de amigos e familiares que afirmam "não ter certeza". A clínica sustenta que todo o procedimento médico realizado foi padrão e que o Plasil foi dado quando a cantora chegou, apresentando sintomas de náuseas. Toxicologia Forense 6 Terça, 26 de Outubro de 2004 - 16h25 Ministério Público sugere erro médico na morte de Cássia Eller Um parecer de duas peritas do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro aponta que a cantora Cássia Eller pode ter morrido devido a um erro médico e não por overdose, como se especulou à época. Segundo a perícia, o medicamento ministrado foi Plasil, o que poderia ter provocado a parada cardíaca na cantora. Toxicologia Forense TOXICOLOGIA FORENSE “Potencialmente, toda morte pode ter sido causada por uma intoxicação” Cravey & Baselt, 1981 “O único sinal seguro de intoxicação é a identificação da substância no corpo” Plenck - Elementa Medicine et Chirurgiae, 1781 Toxicologia Forense “O estudo e a aplicação da Toxicologia com os propósitos da Lei” American Board of Forensic Toxicology “Identificar qualitativamente e determinar quantitativamente substâncias tóxicas em amostras biológicas humanas, interpretando os resultados de forma a obter o máximo de informações para auxiliar na resolução de casos jurídicos” Stewart e Stolman (1961) Atua sobre indivíduos vivos e mortos - Acidentes de trânsito; brigas - Teste de drogas em ambiente de trabalho - Esporte - Casos Postmortem – causa da morte TOXICOLOGIA FORENSE Existem drogas envolvidas no caso ? Qual a quantidade da droga utilizada ? Quando foi utilizada a droga ? A droga utilizada causou a morte do indivíduo ? TOXICOLOGIA FORENSE 7 Evidências do uso de drogas Intoxicação oral - conteúdo estomacal Congestão pulmonar Edema pulmonar Investigação da cena do caso Injeção intravenosa – local da injeção Porque as análises toxicológicas são importantes? Mito: • Todo caso de overdose terá como evidência fragmentos da droga no estômago. Fato: • A maioria dos casos fatais por consumo de drogas/venenos não apresentam nenhum sinal específico durante o exame necroscópico. TOXICOLOGIA ANALÍTICA Aspectos Clínicos Forenses Regulatórios “Elements of Toxicologie” Chapuis (1873) Identificação do agente tóxico Natureza do agente tóxico TOXICOLOGIA ANALÍTICA Gases, voláteis, corrosivos, metais, orgânicos não voláteis 8 TOXICOLOGIA ANALÍTICA Toxicologia Analítica Detecção quantitativa e qualitativa Alimento Água Ar Solo Fluídos Biológicos Tecidos Ar Exalado TOXICOLOGIA ANALÍTICA Toxicologia Analítica Avaliar a intensidade da exposição Prevenção Tratamento Reconhecimento TOXICOLOGIA ANALÍTICA Ocupacional Alimentos Ambiental Medicamentos Social Toxicologia Analítica TOXICOLOGIA ANALÍTICA Clínica Forense Regulatório Toxicologia Analítica TOXICOLOGIA ANALÍTICA Médico-legais Regulatórios Toxicologista Pericial Forense Sistema Judicial Legislação Vigente TOXICOLOGIA ANALÍTICA Analito Natureza da Matriz Química Analítica Toxicologia Analítica 9 ANÁLISES TOXICOLÓGICAS Objetivos: Prevenir Diagnosticar Auxiliar no tratamento FINALIDADE DA ANÁLISE - Primeira questão a ser respondida, - Auxilia no planejamento analítico Social/Forense Farmacodependência Controle da dopagem Monitorização terapêutica Urgência Outros: alimentos, ambiental, ocupacional FINALIDADE DA ANÁLISE QUAL O AGENTE TÓXICO ??? Agente tóxico desconhecido: métodos gerais (triagem) Agente tóxico conhecido: gases, voláteis, metais, venenos orgânicos fixos. Utilizam-se métodos específicos Deve-se ter conhecimento da Toxicocinética e da Toxicodinâmica do agente tóxico. QUAL O AGENTE TÓXICO ??? Toxicodinâmica: Através dela pode-se analisar um efeito provocado pelo agente tóxico. QUAL O AGENTE TÓXICO ??? 10 Toxicocinética: Através dela sabe-se se procuramos o agente tóxico inalterado ou um produto de biotransformação. QUAL O AGENTE TÓXICO ??? Finalidade forense: urina, sangue, conteúdo/lavado gástrico, vísceras, ossos, cabelo, unhas, conteúdo de frascos, comprimidos, etc Monitorização terapêutica: soro, plasma ou saliva QUAL AMOSTRA UTILIZAR ??? Finalidade ocupacional: sangue e urina Dopagem: urina Farmacodepêndencia: urina e cabelo. Urgência: sangue, urina e conteúdo/lavado gástrico. QUAL AMOSTRA UTILIZAR ??? A toxicocinética é importante na escolha da amostra biológica. Alguns parâmetros cinéticos são importantes. QUAL AMOSTRA UTILIZAR ??? Velocidade de absorção / tempo para atingir a concentração plasmática de pico: Importante na escolha entre conteúdo/lavado gástrico e sangue. QUAL AMOSTRA UTILIZAR ??? Distribuição: Substâncias com distribuição elevada permanecem no sangue em pequenas quantidades. Ex: organofosforados. QUAL AMOSTRA UTILIZAR ??? 11 Meia vida biológica (t1/2): Importante para escolher entre sangue e urina. Em geral, se o tempo de ingestão for maior que o tempo de meia vida, a urina já pode ser pesquisada. QUAL AMOSTRA UTILIZAR ??? Considerações importantes: Lavado gástrico: utilizar sempre a primeira porção, que está mais concentrada. Na dúvida entre qual amostra escolher, utilizar mais de uma delas, geralmente sangue e urina. QUAL AMOSTRA UTILIZAR ??? AMOSTRA x AGENTE TÓXICO Lavado gástrico: agente inalterado. Sangue: agente inalterado e/ou biotransformado, ou efeito provocado pelo agente tóxico Urina: agente tóxico inalterado e/ou biotransformado. Metodologias de análises Cadáver Coleta de amostras (fluidos e/ou tecidos) Triagem Negativo Positivo Preparação das amostras Descartar Cromatografia METODOLOGIA ANALÍTICA Clínica Forense TESTES PARA TRIAGEM - Testes rápidos em urina • Qualitativos • Reação de cor • Poucoespecíficos - C.C.D. • Qualitativa • Identifica pelo movimento • Comparação com padrões • Reconhecimento da classe EXTRAÇÃO DE FÁRMACOS Escolha do pH Henderson - Hasselbalch pKa – pH = log Ácidos Fracos [Não Ionizado] [Ionizado] 12 Cabelo Fármacos e Metabólitos Tempo Indefinido Reflete Exposição a Longo Prazo Cocaína no Cabelo de Múmia (+ 4000 mil anos) ANÁLISE DE FÁRMACOS ANÁLISE DE FÁRMACOS Vantagens Matriz Não Invasiva Coleta Simples Não Requer Supervisão Estabilidade Indefinida Homogeneidade da Matriz Preparo da Amostra Extração Líquido: Líquido (partição) NaCl “Salting-Out” METODOLOGIA ANALÍTICA Agitação Emulsão Evaporação: Ar e Nitrogênio Volume das Fases Remoção do Solvente Métodos Analíticos METODOLOGIA ANALÍTICA Imunoquímicos - Métodos de Triagem Cromatográficos - Métodos de Confirmação Propriedades Físico-Químicas:solubilidade e pKa Colheita e Armazenamento Amostra Amostragem Escolha do material biológico Anticoagulante, conservante Temperatura (-20oC, - 70oC) METODOLOGIA ANALÍTICA Preparo da Amostra “Clean up” ANÁLISE TOXICOLÓGICA CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA MATERIAL SUSPEITO • Placas de sílica gel • Extração meio alcalino com CHCl3: isopropanol (9:1) • Secar/ Retomar com MetOH • FM:1- MeOH/CHCl3 2-acetato etila/MeOH/amônia Ag. Cromogênicos: 1-tiocianato de cobalto AZUL 2-dragendorff LARANJA 13 CCD - exemplos Requerimento da amostra: detectável no cromatograma solúvel na FM estável à luz, oxigênio, solvente, não ser volátil Técnicas Cromatográficas • Separa substâncias químicas • São constituídas por uma fase estacionária, FM, detector CLAE / HPLC CG EMS CG/MS Fase móvel líquida Amostra é volatilizada Separação iônica Extraordinariamente sensível CONFIRMATÓRIOS CG - GC CG - GC 14 Extração em Fase Sólida Extração de compostos orgânicos de soluções líquidas. – Alternativa a extração líquido-líquido seringa amostra líquida partículas de polietileno (~ 20 µm) suporte sólido a base de sílica (~ 40 µm) SPE Preparação rápida da amostra Usado para “clean up” de amostra, concentração de analitos e extração seletiva Alta precisão analítica de resultados pelo uso de cartuchos descartáveis Economia de solvente com redução de custos, e custos de descarte Possibilidade de automação total do processo Grande variedade de formatos e fases Um Tipo Para Cada Necessidade Instrumentação para SPE 15 Instrumentação para SPE Procedimento de Extração em SPME Linearidade Especificidade Limite de Quantificação Limite de Detecção Precisão intra e inter - ensaios Recuperação Estabilidade PADRONIZAÇÃO ANALÍTICA FARMACODEPENDÊNCIA ÁLCOOL ETÍLICO Prof. Dr. Wilson Roberto Malfará “Parece improvável que a humanidade em geral seja algum dia capaz de dispensar os “Paraísos Artificiais”, isto é, a “... busca da auto-transcedência através das drogas” ou .... umas férias químicas de sí mesmo” Aldous Huxley FARMACODEPENDÊNCIA FARMACODEPENDÊNCIA Uma visão Toxicológica ou Social 16 FARMACODEPENDÊNCIA “...NÃO BEBO, NÃO FUMO, NÃO CHEIRO. DROGAS MATAM...” “Fernandinho Beira-Mar” FARMACODEPENDÊNCIA É um fenômeno biopsicosocial, conseqüência do consumo de uma substância, de maneira tão freqüente e reforçada, que o comportamento de consumo torna-se uma resposta dominante OGA, 2003 FARMACODEPENDÊNCIA “Um conjunto de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos que indicam que o indivíduo perdeu o controle do uso da droga e continua a usar a substância apesar das conseqüências adversas deste uso” (DSM-IV, 1994) Jornal Verdade – Rib. Preto CONTEXTO SOCIAL Tipo de droga Via de administração Quantidade de droga Tempo e freqüência de uso Qualidade da droga Toxicocinética Interação medicamentosa Contexto social Condições psicológicas e físicas do indivíduo DROGAS PSICOATIVAS AÇÃO FARMACODEPENDÊNCIA Comportamento ativo e repetitivo de busca ao fármaco ou droga Fármacos ou drogas reforçadores Reforço Positivo Reforço Negativo 17 FATORES DETERMINANTES DA FARMACODEPENDÊNCIA Reforço positivo Reforço negativo Potencial de reforço primário Velocidade Intensidade Reforço secundário Fatores ambientais, sociais e individuais - Preferência condicionada por lugar Neuroadaptação - Síndrome de abstinência - Tolerância (metabólica – farmacodinâmica) POTENCIAL DE REFORÇO Velocidade do efeito reforçador Via de Administração Intensidade do efeito reforçador Reforço Primário Reforço Secundário REFORÇO POSITIVO E NEGATIVO USO DE DROGASUSO DE DROGAS Comportamento de buscaComportamento de busca neurotransmissorneurotransmissor reforço negativoreforço negativo efeitos prazerososefeitos prazerosos síndrome de abstinênciasíndrome de abstinência reforço positivo reforço positivo neurotransmissorneurotransmissor NEUROADAPTAÇÃO DEPENDÊNCIA X TOLERÂNCIA DEPENDÊNCIA PSÍQUICA Desejo de tomar a droga para sentir a sensação que ela causa DEPENDÊNCIA FÍSICA Sintomas físicos, decorrentes da falta da substância TOLERÂNCIA Necessidade orgânica de doses cada vez maiores para o mesmo efeito Em oposição aos efeitos agudos das drogas, costumam produzir uma depleção dos níveis de DA, especialmente no NA ABSTINÊNCIA Modelos Animais 18 FARMACODEPENDÊNCIA FARMACODEPENDÊNCIA O Sistema de Recompensa Cerebral Circuito de Recompensa nucleus accumbens ATV Córtex Préfrontal ÁLCOOL ETÍLICO 19 If you need a drink to be social, that’s not social drinking NIDA “ É verdade que muitos foram seriamente prejudicados por “BEBIDAS EMBRIAGANTES”, mas ninguém parece pensar que esses danos vieram não de uma coisa ruim, mas do abuso de uma coisa muito boa” . Abraham Lincoln, 1842 Fonte: Almeida et cols., 1992. Galduróz et al., 1999. OPAS, 2001. Padrões de uso Dependência - 6,6 a 8,3% 10,9 a 15,4% - Masculino 1,2 a 2,5% - Feminino Uso nocivo ou de risco - 8 a 29% Baixo risco - 53,2% Abstinência - 35% USO • Um dos principais problemas de saúde pública do mundo • Custo de U$ 176 bilhões/ano (EUA) • Terceira causa de mortalidade evitável • Cirrose alcoólica 7a causa de óbito (Brasil, 1996) • 14% da população americana • 7,5 mortes/100.000 (EUA) FONTE: Volpicelli, 2001 FONTE: NIDA, 2000 ÁLCOOL ETÍLICO CRITÉRIOS PARA O DIAGNÓSTICO DE DEPENDÊNCIA DE ETANOL Dependência caracterizada pela presença de 3 ou mais critérios em 12 meses (DSM-IV, 1994) 1) Tolerância 2) Síndrome de Abstinência 3) Consumo de grandes quantidades ou por períodos 4) Maiores que o desejável 5) Dificuldade de controlaro uso 6) Aumento do tempo em atividades de obtenção, uso ou recuperação dos efeitos 7) Prejuízo das atividades sociais, profissionais ou recreativas 8) Manutenção do uso apesar de problemas físicos ou psicológicos • CH3-CH2-OH • Vd Alto • Metabolismo 10% excretado pelos pulmões e urina 90% rapidamente metabolizado pelo fígado Álcool Acetaldeído Ácido Acético Álcool Desidrogenase Sistema P450 Acetaldeído Desidrogenase • Absorção GENERALIDADES 20 Oxidação do Etanol • Cardiovasculares • Gastrintestinais • Endócrinos • Neurológicos • Principal ação: Depressor da atividade do SNC Aumenta a atividade GABA-A Inibe a transmissão glutamatérgica Outros: dopamina; serotonina (5-HT); opióide EFEITOS Maior Neurotransmissor inibitório Etanol facilita os efeitos do GABA GABA (Rang et al., 1999) EFEITOS Maior Neurotransmissor excitatório Receptor NMDA (N- methyl-D-aspartate) Glutamato (Fadda & Rossetti, 1998) Etanol reduz a atividade glutamatérgica EFEITOS Absorção T½a 0,33 - 5,4 h (> em doses altas)tmax em doses altas Biodisponibilidade 80% Distribuição Vd 0,55 l/kg %pp insignificante Biotransformação Excreção suor, urina, ar exalado, esperma leite materno acetaldeído desidrogenase acetaldeído aldeído acetato acetil Co-A ADH (90%) etanol Catalase CYP2E1 (10-35%) Vmax = 0,12g/h/kg t½ = 4-5 h TOXICOCINÉTICA TOXICOCINÉTICA 21 TOXICOCINÉTICA Metabolism of ethanol Pharmacology fifth edition – fig 42-6 ... EFEITOS ... S.N.C. : Depressora Sistema Renal : diurético Sistema Hepático : cirrose Sistema Cardiovascular : hipotensão/cardiomiopatias Sistema Digestivo : úlcera/ gastrite Temperatura corporal : hipotermia Sexualidade : impotência/esterilidade atrofia testicular Teratogenia : aumenta incidência de abortos Síndrome alcoólica fetal : anormalidades morfo e neurológicas, retardo mental e crescimento AÇÕES FARMACOLÓGICAS Fígado Cirrótico DIFERENÇAS Fígado Normal Fígado Cirrótico 22 Fluidificante da membrana celular Aumenta a inibição sináptica mediada pelo GABA Aumenta a síntese e liberação de NOR Atuação no sistema opióide aumento dopamina no NA Diminui a Ach (agudo) e ou tolerância (crônico) Alterações do glutamato (excitatório) Alterações no cálcio AÇÕES TÓXICAS ÁLCOOL / S.N.C. EFEITOS TÓXICOS DA EXPOSIÇÃO CRÔNICA AO ETANOL Sistema Hematológico • Anemia megaloblástica • Plaquetopenia • Leucopenia Sistema Gastrintestinal • Incidência de câncer no esôfago e estômago • Gastrite • Úlceras no estômago e duodeno • Pancreatite • Esteatose hepática • Hepatite alcóolica • Cirrose hepática Sistema Nervoso • Síndrome Wernicke-Korsakoff - encefalopatia Wernicke - psicose Korsakoff • Neuropatia periférica • Demência alcóolica EFEITOS TÓXICOS DA EXPOSIÇÃO CRÔNICA AO ETANOL Sistema Cardiovascular • Hipertensão • Coronariopatias • Miocardiopatias Sistema Endócrino •Hipoglicemia Síndrome Fetal • Retardo no desenvolvimento fetal • Disfunção no SNC • Malformações faciais diminui vias inibitórias diminui reflexos alterações visuais Depressão do SNC Efeitos tóxicos, principalmente no SNC Afeta a liberação de NTs se interpõe entre membranas aumentando a fluidez Etanol Danificação e diminuição da atividade de mitocôndrias e microtúbulos Efeitos tóxicos em diversos tecidos Forma adutos com proteínas e ácidos nucléicos Acetaldeído Etanol Toxicidade do etanol Até 86% dos Homicídios Abuso do Álcool está Associado com Até 70% dos Maltratos Domésticos 37 – 40% Agressões 20 – 36% Suicídios 40 – 50% Mortes de Trânsito Até 40% dos estupros 38% Abuso em Crianças 68% Homicídios Casuais Fonte: Cisler et al., 1999 IMPACTO DO ABUSO etanol (mg/100 mL sangue) efeitos 0,01 - 0,05 sóbrio 0,03 - 0,12 euforia 0,09 - 0,25 excitação 0,18 - 0,30 confusão 0,27 - 0,40 estupor 0,35 - 0,50 coma 0,45 morte ESTÁGIOS DA INTOXICAÇÃO 23 EUFORIA (0,1- 0,8 g álcool/L) depressão do centro da auto-censura fala eloqüente, gestos exagerados, labilidade emocional MÉDICO-LEGAL (0,8 - 3,0 g álcool/L) Depressão progressiva dos sentidos, incoordenação motora, apatia, vômito. COMA (3,0 - 4,5 g álcool/L) Arreflexia total, hipotermia, hipotensão, depressão respiratória MORTE (acima de 4,5 g álcool/L) Parada respiratória ESTÁGIOS DA INTOXICAÇÃO Bebida Volume (%) Cerveja sem álcool < 0,05 Cerveja baixo teor 0,05-1,2 Cerveja normal 3,0-4,0 Cerveja alto teor 8,0-11,0 Vinho 5,0-13,0 Bitter 14,0-20,0 Gin, vodka 37,5 Whisky 40,0 Licor 14,0-40,0 Cachaça 38,0-54,0 Absinto 68 QUÍMICA DO ETANOL Art. 277: “Todo o condutor de veículo automotor envolvido em acidentes ou que for alvo de fiscalização de trânsito, sob suspeita de haver excedido os limites previstos no Art. 276, será submetido a teste de alcoolemia, exames clínicos, perícia ou outro exame que, por meios técnicos ou científicos, em aparelhos homologados pelo CONTRAN, permitam certificar seu estado”. Art. 276: “A concentração de 0,6 g/L de sangue comprova que o condutor se acha impedido de dirigir veículo automotor”. LEGISLAÇÃO BRASILEIRA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA MINISTÉRIO DAS CIDADES Departamento Nacional de Trânsito Assessoria de Imprensa do Denatran Conselho Nacional de Trânsito estabelece requisitos para identificação de sinais de embriaguez Nesta sexta-feira foi publicada a Resolução 206 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que estabelece os requisitos para certificar ou caracterizar o consumo de álcool ou substâncias de efeito análogo, assim como os procedimentos que deverão ser adotados pela fiscalização. Com base na Lei 11.275, que alterou a redação dos artigos 165, 277 e 302 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), introduzindo a possibilidade de serem utilizadas outras provas em direito acerca dos notórios sinais de embriaguez, o Contran definiu as informações mínimas que deverão constar no auto de infração. De acordo com a redação dada pela Lei 11.275 ao artigo 277 do CTB caso o condutor se recuse a realizar testes, exames ou perícia já previstos poderão ser admitidas outras provas em direito. Com isso, a infração poderá ser caracterizada por meio dos notóriossinais resultantes do consumo de álcool ou dequalquer substância entorpecente. Contudo, sinais como, por exemplo: sonolência, odor de álcool no hálito, agressividade, exaltação, euforia, dispersão, dificuldade de equilíbrio, entre outros, deverão constar na ocorrência. A Resolução 206 revoga o texto da Resolução 81/98 consolidando assim em um único texto as informações referentes a todos os procedimentos de fiscalização de alcoolemia. Os órgãos e entidades executivos de trânsito e rodoviários terão prazo de até sessenta dias a partir da data de publicaçãodesta Resolução, para se adequarem aos procedimentos. LEI SECA LEI Nº 11.705, DE 19 JUNHO DE 2008. Altera a Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que ‘institui o Código de Trânsito Brasileiro’, e a Lei nº 9.294, de 15 de julho de 1996, que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros,bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas, nos termos do § 4º do art. 220 da Constituição Federal, para inibir o consumo de bebida alcoólica por condutor de veículo automotor, e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º - Esta Lei altera dispositivos da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro, com a finalidade de estabelecer alcoolemia 0 (zero) e de impor penalidades mais severas para o condutor que dirigir sob a influência do álcool, e da Lei no 9.294, de 15 de julho de 1996, que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas, nos termos do § 4o do art. 220 da Constituição Federal, para obrigar os estabelecimentos comerciais em que se vendem ou oferecem bebidas alcoólicas a estampar, no recinto, aviso de que constitui crime dirigir sob a influência de álcool. Art. 2º - São vedados, na faixa de domínio de rodovia federal ou em terrenos contíguos à faixa de domínio com acesso direto à rodovia, a venda varejista ou o oferecimento de bebidas alcoólicas para consumo no local LEI SECA Quem for flagrado desrespeitando esse limite será multado em R$ 955,00 e perderá a carteira de habilitação, e quem for pego comercializando bebidas alcoólicas em locais proibidos está sujeito a multa de R$ 1,5 mil. Segundo o texto, “compete à Polícia Rodoviária Federal a fiscalização e a aplicação das multas previstas”. 24 LEI SECA De acordo com a nova lei nº. 11.705, de 19 de junho de 2008, o motorista quando submetido ao teste do bafômetro, estará passível de multa de R$ 955 e suspensão de habilitação, se o resultado estiver acima de 0,1 mg de etanol por litro de ar expelido. Já os motoristas flagrados com uma dosagem superior a 0,3 mg de álcool por litro d e ar expelido no bafômetro, respondem criminalmente. A pena nesse caso pode variar de seis meses a três anos de prisão. DOSE X CONC. SG Bebida Dose 60 Kg 80 Kg Cerveja 1 copo 0,27g/L 0,19g/L Whisky 2 doses 0,54g/L 0,38g/L Vinho 2 taças 0,54g/L 0,38g/L Cachaça 3 doses 0,81g/L 0,57g/L TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA DE ETANOL Dissulfiram Inibidor da aldeído-desidrogenase Tiaprida Antagonista D2 dopamina Citalopram Fluoxetina Inibidores seletivos da recaptura de serotonina Ritanserina Odansetrone Antagonistas 5-HT Naltrexone Antagonista opióide Dissulfiran Álcool Acetaldeído Ácido Acético Álcool Desidrogenase Sistema P450 Acetaldeído Desidrogenase • Acúmulo de Acetaldeído: Rubor facial Cefaléia pulsátil Náuseas e Vômitos Taquicardia Fraqueza Turvação visual Hipotensão arterial Tontura Palpitação Dor torácica DISSULFIRAN SENSIBILIZANTES Etanol X antidepressivos Tricíclicos Etanol X Barbitúricos Etanol X Diazepan Comprometimento psicomotor INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA Recomendação para beber Recomendação para beber com pouco riscocom pouco risco Homens: Não mais que 2 drinques por dia Mulheres: Não mais que 1 drinque por dia Fonte: Dietary Guidelines for Americans, 1995. U.S. Departments of Agriculture and Health and Human Services, 1995. 25 O que é um drinque?O que é um drinque? UM DRINQUE / UMA DOSE 120 ml de vinho 1 coquetel Uma dose de destilado (whisky, vodka, pinga): 40 ml Um drinque equivale a 12g de etanol 350 ml de cerveja UM DRINQUE / UMA DOSE 120 ml de vinho 1 coquetel Uma dose de destilado (whisky, vodka, pinga): 40 ml Um drinque equivale a 12g de etanol 350 ml de cerveja Número, concentração e localização de pontos de venda Quanto a disponibilidade, o consumo Eficaz entre os jovens que iniciam o consumo Idade mínima para o consumo do álcool e tabaco Forma e nível de álcool na bebida • Disponibilidade Disponibilidade e os profissionais de saúde CONTROLE SOCIAL E POLÍTICO Estimula o consumo Voltada para público específico Associa o uso com alegria, sucesso, beleza Propaganda CONTROLE SOCIAL E POLÍTICO PROPAGANDA PROPAGANDA PROPAGANDA 26 TOXICOLOGIA ANALÍTICA ETANOL g/L Toxicologia Forense Toxicologia Clínica Estabelecer responsabilidade penal e civil Estado Clínico Medidas de Tratamento Intoxicação Aguda Acidente de Trânsito/Trabalho Delito Anti-social Causa “Mortis” Homicídios CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA / RESPOSTA Dose Concentração Plasmática Sinais e Sintomas Confirmar a Intoxicação Avaliar a Severidade da Intoxicação Avaliar a Velocidade de Eliminação ? ? DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA EMBRIAGUÊS 1- MATERIAL BIOLÓGICO • Sangue • Urina • Saliva • Liquor • Ar Expirado 2- COLETA • Assepsia – Iodo • Anticoagulantes – Heparina – 0,5 mg/ml Citrato de Sódio – 5 mg/ml Oxalato de Potássio – 10 mg/ml 3- CONSERVANTES E ARMAZENAMENTO • Prevenir as Alterações Biológicas Normais • Decomposição • Manutenção da Composição Química Fechamento Hermético / Baixas Temperaturas AMOSTRAS PÓS-MORTEM Fluoreto de sódio – 10 mg/ml 2 m – TºC Ambiente 10 m – 1ºC DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA EMBRIAGUÊS DETERMINAÇÃO DA ALCOOLEMIA Método de NICLOUX – Oxidação do Etanol pelo Dicromato de Potássio Álcool oxida Ácido Acético +6 +3 Cromo reduz Cromo 2K₂Cr₂O₇ + 3C₂H₅OH + 8H₂SO₄ ---- 2K₂SO₄ + 3Cr(SO₄)₃ + CH₃COOH + H₂O AMARELO VERDE TOXICOLOGIA ANALÍTICA Etanol no Sangue e Ar Exalado Fisher et al, 1968 Forense para Fins Médico-legais 27 Assalto facilitado por drogas ? Homem foi a uma festa com amigos. Deixou a festa e no caminho se encontrou com uma prostituta. Foi para o apartamento com ela. Homem ingeriu vários drinques e pegou no sono. Amigos retornaram para o apartamento repentinamente e conversaram com a prostituta. Prostituta deixou o apartamento, amigos foram embora e deixaram o homem dormindo no sofá. Homem foi encontrado morto no dia seguinte de manhã. Não foi encontrado a causa da morte durante o exame necroscópico. Análises Toxicológicas Etanol: sangue 1,3; vítreo 1,7; urina 2,4 g/L Triazolam: sangue 4 µg/L Valores de referências: Triazolam: aprox. 1-5 µg/L; ocasionalmente até 10 µg/L. Interpretação: A combinação etanol e triazolam foi suficiente para causar a morte. A concentração de etanol encontrada na análise toxicológica é devido ao consumo ou à formação após a morte? Interpretação dos Resultados Fatores que contribuem na elucidação Histórico de consumo de álcool Análise de diferentes amostras Corpo em decomposição (humor vítreo e urina) INTOXICAÇÃO POR ÁLCOOL ? INTOXICAÇÃO POR METANOL ? Acidente de trânsito grave Etanol não foi detectado, mas… Metanol na urina 5,30 g/L Metanol no fígado 1,90 e 3,0 g/L Metanol no baço 0,2 e 0,70 g/L EXPLICAÇÃO: Metanol que fica colocado na parte da frente do veículo para limpeza do para-brisa foi jogado sobre o corpo. O metanol foi absorvido pelos tecidos devido à ruptura da cavidade abdominal e da bexiga. INTOXICAÇÃO POR METANOL ? 28
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