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Violência Obstétrica

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VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
Acadêmicas: Ana Júlia, Andrieli S, Danusa e Deborah.
Apesar da violência obstétrica ter chance de acontecer em qualquer fase da gravidez, é no parto que essas mulheres se encontram mais frágeis e susceptíveis a tais acontecimentos. A LEI Nº 17.097, DE 17 DE JANEIRO DE 2017, dispõe sobre a implantação de medidas de informação e proteção à gestante e parturiente contra a violência obstétrica no Estado de Santa Catarina. A mesma considera violência obstétrica todo ato praticado pelo médico, pela equipe do hospital, por um familiar ou acompanhante que ofenda, de forma verbal ou física, as mulheres gestantes, em trabalho de parto ou, ainda, no período puerpério.
De acordo com a lei, considerar-se-á ofensa verbal ou física, dentre outras, as seguintes condutas:
I – tratar a gestante ou parturiente de forma agressiva, não empática, grosseira, zombeteira, ou de qualquer outra forma que a faça se sentir mal pelo tratamento recebido;
II – fazer graça ou recriminar a parturiente por qualquer comportamento como gritar, chorar, ter medo, vergonha ou dúvidas;
III – fazer graça ou recriminar a mulher por qualquer característica ou ato físico como, por exemplo, obesidade, pelos, estrias, evacuação e outros;
IV – não ouvir as queixas e dúvidas da mulher internada e em trabalho de parto;
V – tratar a mulher de forma inferior, dando-lhe comandos e nomes infantilizados e diminutivos, tratando-a como incapaz;
VI – fazer a gestante ou parturiente acreditar que precisa de uma cesariana quando esta não se faz necessária, utilizando de riscos imaginários ou hipotéticos não comprovados e sem a devida explicação dos riscos que alcançam ela e o bebê;
VII – recusar atendimento de parto, haja vista este ser uma emergência médica;
VIII – promover a transferência da internação da gestante ou parturiente sem a análise e a confirmação prévia de haver vaga e garantia de atendimento, bem como tempo suficiente para que esta chegue ao local;
IX – impedir que a mulher seja acompanhada por alguém de sua preferência durante todo o trabalho de parto;
X – impedir a mulher de se comunicar com o “mundo exterior”, tirando-lhe a liberdade de telefonar, fazer uso de aparelho celular, caminhar até a sala de espera, conversar com familiares e com seu acompanhante;
XI – submeter a mulher a procedimentos dolorosos, desnecessários ou humilhantes, como lavagem intestinal, raspagem de pelos pubianos, posição ginecológica com portas abertas, exame de toque por mais de um profissional;
XII – deixar de aplicar anestesia na parturiente quando esta assim o requerer;
XIII – proceder a episiotomia quando esta não é realmente imprescindível;
XIV – manter algemadas as detentas em trabalho de parto;
XV – fazer qualquer procedimento sem, previamente, pedir permissão ou explicar, com palavras simples, a necessidade do que está sendo oferecido ou recomendado;
XVI – após o trabalho de parto, demorar injustificadamente para acomodar a mulher no quarto;
XVII – submeter a mulher e/ou bebê a procedimentos feitos exclusivamente para treinar estudantes;
XVIII – submeter o bebê saudável a aspiração de rotina, injeções ou procedimentos na primeira hora de vida, sem que antes tenha sido colocado em contato pele a pele com a mãe e de ter tido a chance de mamar;
XIX – retirar da mulher, depois do parto, o direito de ter o bebê ao seu lado no Alojamento Conjunto e de amamentar em livre demanda, salvo se um deles, ou ambos necessitarem de cuidados especiais;
XX – não informar a mulher, com mais de 25 (vinte e cinco) anos ou com mais de 2 (dois) filhos sobre seu direito à realização de ligadura nas trompas gratuitamente nos hospitais públicos e conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS);
XXI – tratar o pai do bebê como visita e obstar seu livre acesso para acompanhar a parturiente e o bebê a qualquer hora do dia.
	Esse tipo de violência pode ser cometida tanto pelos profissionais como pela própria instituição (maternidade, hospital). Os profissionais envolvidos podem ser qualquer um que preste atendimento a essa mulher, como recepcionistas, maqueiros, auxiliares de serviços gerais, seguranças, diretores, entre outros. Entretanto, sabe-se que essas práticas são mais comuns de serem realizadas por médicos e enfermeiras (obstetras ou não), técnicos e auxiliares de enfermagem. 
A enfermagem obstétrica pode fazer uma grande diferença nestas condutas posturais e violentas da assistência, sendo uma categoria profissional capaz de gerar mudança neste histórico brasileiro com a consolidação de uma assistência segura ao processo de parto e nascimento, incentivado atualmente pelo programa de humanização da Rede Cegonha (SANTOS, 2016).
Deste modo é dever da Enfermagem incorporar em suas práticas de cuidado às mulheres, ações de enfrentamento e de prevenção dos agravos nas situações de violência. No Parto Humanizado o papel do profissional de enfermagem é relevante, assistindo à parturiente e o concepto em todos os momentos. É tão importante na vida da mulher, que as premissas do Parto Humanizado sejam respeitadas, como forma de ressaltar a presença do profissional de enfermagem, realizando suas atividades laborais com embasamento científico e prestando assistência de enfermagem de qualidade, ou seja, segura e livre de danos (SANTOS, 2016).
Um bom exemplo de boas práticas obstétricas são os sete passos propostos pela “Cartilha do Projeto Gênero, Violência e Direitos Humanos”, no qual a Enfermagem Obstétrica moderna pode se espelhar:
1) Explique para a paciente, de uma maneira que ela possa entender o que você acha que ela tem, o que você pode fazer por ela, e como ela pode colaborar;
2) Conheça e respeite as evidências científicas. Ajude a promover o direito das mulheres à sua integridade corporal e a usufruir dos progressos da ciência. Evite procedimentos invasivos, dolorosos e arriscados, a não ser que eles sejam estritamente indicados;
3) Apesar de suas condições de trabalho às vezes serem difíceis, trate a paciente com uma pessoa, com o devido respeito. Se você não tiver tempo para ouvi-la, procure trabalhar em parceria com seus colegas no serviço de saúde. Promova o direito à condição de pessoa, a estar livre de tratamento humilhante;
4) Reconheça e promova o direito das pacientes ao acompanhante de sua escolha no pré-natal e no parto;
5) Promova o direito ao acesso ao leito e à equidade na assistência;
6) Informe a mulher sobre seus direitos relacionados à maternidade e à reprodução; 
7) Invista em você mesmo, busque mais satisfação e realização no seu trabalho. Procure atualizar-se e reciclar-se. Você não está só: junte-se a uma rede de assistência ao parto humanizado.
Recomenda-se como método contra a violência obstétrica o conhecimento das mulheres sobre seus direitos incluindo a elaboração e o respeito ao plano de parto, exigindo a presença do acompanhante de sua escolha em todos os setores das maternidades.
Sabe-se que historicamente diversos marcos político-legais foram instaurados que buscam a melhoria dos atendimentos e estimulam os profissionais a adotarem práticas mais humanizadas, vale destacar o Programa de Saúde Materno-Infantil (PSMI), o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN), a Política Nacional de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PNAISM), o Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, a Rede Cegonha. 
Estes programas e políticas representam um avanço na tentativa de garantir os direitos e a autonomia das mulheres. Representa, também, um esforço do MS para garantir mais informação, acesso e respeito durante a assistência obstétrica, assim como reforça a compreensão de que o parto não é apenas um conjunto de procedimentos e técnicas, o que contribui para desmistificar a assistência ao parto normal (SANTOS, 2017).
Além disso, é importante ressaltar que o Código de Ética que rege a profissão (tanto da classe médica quando da enfermagem) fundamentam-se nos princípiosda bioética: beneficência, não maleficência, justiça e autonomia. Portanto, estes profissionais devem fundamentar suas ações nesses princípios os quais visam proporcionar a valorização da vida e dignidade da parturiente.
Outro fator contribuinte para a redução dessa prática é o empoderamento da mulher, este se dá principalmente através do conhecimento e permite que ela conheça as opções e a dê o direito de decidir. Diversas práticas educativas em saúde mostram-se como uma estratégia de caráter efetivo, como rodas de conversa, consultas no pré-natal, entrega de cartilhas, visitas a instituição que irão realizar o parto, conhecer a equipe, etc. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Lei Nº 17.097, de 17 de janeiro de 2017. Dispõe sobre a implantação de medidas de informação e proteção à gestante e parturiente contra a violência obstétrica no Estado de Santa Catarina. ALESC. Disponível em: <http://leis.alesc.sc.gov.br/html/2017/17097_2017_Lei.html> Acessado em 19/09/2017
SILVA, Michelle Gonçalves Da et al. Violência obstétrica na visão de enfermeiras obstetras. Northeast Network Nursing Journal, v. 15, n. 4, 2014. Disponível em: <http://www.periodicos.ufc.br/rene/article/view/1121>. Acesso em 19/09/2017
SILVA, Thamiles Sena da et al. A extensão universitária e a prevenção da violência obstétrica. Revista Ciência em Extensão, v. 13, n. 1, p. 176-189, mar. 2017. ISSN 16794605. Disponível em: <http://ojs.unesp.br/index.php/revista_proex/article/view/1589/1360>. Acesso em 19/09/2017
SANTOS, Mayara Guimarães. A Violência Obstétrica sob o olhar de Profissionais da Saúde. Goiânia 2017. Repositório UFG. Disponível em: <http://repositorio.bc.ufg.br/tede/bitstream/tede/7601/5/Dissertac%CC%A7a%CC%83o%20-%20Mayara%20Guimara%CC%83es%20Santos%20-%202017.pdf>. Acesso em 19/09/2017
SANTOS, Amália Lucia Machry et al. Violência obstétrica: uma revisão narrativa. Disciplinarum Scientia, v. 17, n. , p 163-169, 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010271822017000100218&script=sci_abstract&tlng=es>. Acesso em 27/09/2017

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