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O USO DAS BRINCADEIRAS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL E NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP 
CURSO DE PEDAGOGIA
AURIANA DA SILVA CAMPOS
O USO DAS BRINCADEIRAS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM, NA EDUCAÇÃO INFANTIL E NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR
SANTARÉM
2015
AURIANA DA SILVA CAMPOS
O USO DAS BRINCADEIRAS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM, NA EDUCAÇÃO INFANTIL E NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR
Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado na Universidade Paulista como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia. 
Orientador: Prof.ª Esp. Adenilce Freire Bispo Rego.
SANTARÉM 
2015
AURIANA DA SILVA CAMPOS
O USO DAS BRINCADEIRAS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM, NA EDUCAÇÃO INFANTIL E NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR
Trabalho de Conclusão de Curso - TCC, apresentado à Universidade Paulista/UNIP, como requisito para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia.
APROVADO EM: ____/____/______. 
BANCA EXAMINADORA
 ___________________________________________________ 
1° Membro
 
___________________________________________________ 
2° Membro
 ___________________________________________________
 Adenilce Freire Bispo Rego – UNIP (Orientador)
Santarém
Novembro de 2015
A Deus, meus pais, irmãos, avos e aos demais membros da minha família que contribuíram me incentivando para que esse sonho fosse realizado.
Assim como aos meus amigos e todos aqueles que me ajudaram na realização do meu TCC acreditando no meu trabalho.
AGRADECIMENTOS
A Deus, que me deu forças e coragem para enfrentar as dificuldades que tive durante a minha graduação, agradeço muito a ele pelas conquistas que me proporcionou.
Aos meus pais e irmãos e a todos os meus parentes e amigos pela atenção, amor e incentivo dedicado direta ou indiretamente durante a minha caminhada.
E aos meus amigos do curso e aos demais que conquistei durante os três anos da graduação, pela amizade e companheirismo durante os anos que convivemos juntos.
A todas as professoras que me incentivaram e me ensinaram a buscar meu espaço no mercado de trabalho.
	
Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível, e de repente você estará fazendo o impossível.
São Francisco de Assis.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo Analisar como a brincadeira pode auxiliar o ensino na educação infantil. Para isso, abordaremos a concepção de infância vista nos diferentes momentos da sociedade, passando do período da Antiguidade até os dias de hoje. Dessa forma apresentaremos o conceito de jogo, brinquedo e brincadeira, bem como, apontaremos os benefícios que o brincar proporciona à criança. Mostraremos o lúdico e a brincadeira na escola na concepção de Vygotsky, Piaget e Wallon. Dessa maneira, discutiremos quais são as formas de brincadeiras utilizadas na educação infantil, conheceremos qual é a importância do lúdico para o desenvolvimento social e cultural da criança e descreveremos as mudanças do Lúdico, no que se refere as brincadeiras tradicionais e as da modernidade. Assim, destacaremos a figura do professor como mediador do processo de ensino aprendizagem e identificaremos de que forma a brincadeira moderna é utilizada como ferramenta auxiliar na educação infantil.
PALAVRAS-CHAVE: Criança; Ludicidade; Professor; Brincadeira; Jogo.
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.
ABSTRACT
This paper aims to analyze how the game can complement the teaching in early childhood education. For this, we will address the conception of childhood seen in different stages of society, through the period of antiquity to the present day. Thus we present the concept of play, toy and play as well as we will point out the benefits that playing provides the child. We show the playful and play at school in the design of Vygotsky, Piaget and Wallon. In this way, we will discuss what are the types of plays engaged in early childhood education, we will know what is the importance of playfulness to the social and cultural development of children and describe the changes Ludic, as regards the traditional games and modernity. So, we highlight the teacher's figure as a mediator of the teaching learning process and identify how the modern game is used as an auxiliary tool in early childhood education.
KEYWORDS: Children; Playfulness; Professor; Play; Game.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................10
1. O LÚDICO NO DECORRER DA HISTÓRIA..........................................................11
1.1. O lúdico auxiliando a educação...........................................................................13
2. AS BRINCADEIRAS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM................16
3. A CONTRIBUIÇÃO DOS PRINCIPAIS TEÓRICOS DO LÚDICO ........................22
3.1. Comenius............................................................................................................22
3.2. Rousseau............................................................................................................22
3.3. Froebel................................................................................................................23
3.4. Montessori...........................................................................................................24
3.5. Dewey.................................................................................................................24
3.6. Vygotsky.............................................................................................................26
3.7. Piaget..................................................................................................................27
3.8. Wallon.................................................................................................................28
4. O LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL DA CRIANÇA.............................30
4.1. O lúdico e as brincadeiras do terceiro milênio....................................................33
4.2. A brincadeira moderna como ferramenta de aprendizagem..............................34
5. METODOLOGIA....................................................................................................36
RESULTADO.............................................................................................................37
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................38
REFERÊNCIAS.........................................................................................................39
APÊNDICE................................................................................................................41
INTRODUÇÃO
A brincadeira é grande fornecedora de ampla estrutura básica para mudança da necessidade e da consciência, criando um novo tipo de atividade em relação ao real. Nela aparecem à ação na esfera imaginativa numa situação de faz de conta, a criação das intenções voluntárias e a formação dos planos da vida real e das motivações, constituindo-se no mais alto nível de desenvolvimento pré-escolar.
Desta maneira, a brincadeira traz situações nas quais a criança constitui significados do aprendizado dos papeis sócias a serem desenvolvidos por ela no futuro. Assim, o brincar para a criança é como uma fonte de lazer, que traz conhecimentos, sendo parte integrante das atividades educativas, é através do brincar que se facilita o processo de desenvolvimento e aprendizagem.
Neste contexto, este trabalho se propõe a analisar como a brincadeira pode auxiliar o ensino na educação infantil. Discorrerá sobre o lúdico e a brincadeira na escola na concepção de Vygotsky, Piaget e Wallon. Verificará quais são as formas de brincadeiras utilizadas na educaçãoinfantil. 
Desta maneira, explicará qual é a importância do lúdico para o desenvolvimento social e cultural da criança. Também, irá expor as mudanças do Lúdico, no que se refere as brincadeiras tradicionais e as da modernidade e Identificará de que forma a brincadeira moderna é utilizada como ferramenta auxiliar na educação infantil.
	
1. O LÚDICO NO DECORRER DA HISTÓRIA
Segundo Lopes (2002) o lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que significa "jogo”. Assim, se achasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. Desta maneira, o lúdico passou a ser reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano. 
Neste sentido, o lúdico apresenta valores específicos para todas as fases da vida humana. Assim, na idade infantil e na adolescência a finalidade é essencialmente pedagógica. De acordo com Leal (2011) a criança e mesmo o jovem opõem uma resistência à escola e ao ensino, porque acima de tudo ela não é lúdica, não costuma ser prazerosa.
O lúdico se expressa desde os primitivos nas atividades de dança, caça, pesca, lutas. Na Grécia antiga, Platão afirmava que os primeiros anos de vida da criança deveriam ser ocupados por jogos. Com o cristianismo, os jogos vão sendo deixados de lado, considerados profanos, sem significação (LEAL, 2011, p.32).
A cultura lúdica faz parte da história do ser humano. Dessa maneira, a partir do século XVI, os humanistas começam a valorizar novamente o jogo educativo, percebendo a importância do processo lúdico na formação da criança.
De modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. De acordo com Leal apud Antunes (2005) as implicações da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo. Desta maneira, nas décadas de 1930 a 1950, os jogos infantis foram descuidados em relação ao período anterior, neste momento a atenção esta voltada para os jogos de adultos.
Desta maneira, de 1920 até a década de 1960, o jogo era observado como meio de se diagnosticar o comportamento das crianças e adultos. Assim, entre 1960 e 1970 Roberts e Sutton-Smith realizaram uma analise dos jogos reconhecendo que os mesmos se manifestam de maneiras diferentes dependendo da personalidade e da cultura que se é aplicado. 
Assim, de 1950 a 1970 foi destacada a importância da existência de comunicação no jogo. Garvey e Bernaott (1975) Pesquisaram sobre a comunicação no jogo e enumerando os vários tipos de comunicação. No começo da década de 1950, Piaget, realizou estudos sobre o jogo visando a sua importância, evidenciando a relação entre compreensão e aprendizagem. 
Huizinga em 1938 estabeleceu que o jogo apresenta duas faces, uma em que determinado momento é tido como atividade não séria, ou seja, livre e em outro momento é tido como séria, onde exige da criança certa disciplina para desenvolver as atividades (LEAL, 2011, p. 35). 
Neste contexto, em todos os momentos da história da humanidade o jogo foi visto como algo primordial no desenvolvimento da criança e em nossa realidade vem acompanhando a evolução das novas tecnologias e dos novos recursos que estão sendo disponibilizados. Assim, os meios de aprender insinuam-se de varias formas e de diferentes linhas pedagógicas, fato que permitiu a escola ampliar suas perspectivas de ensino. 
O jogo não é naturalmente educativo, mas se torna educativo pelo processo metodológico adotado, ou seja, por meio de jogos e brincadeiras que o professor pode desenvolver metodologias que contribuam com o desenvolvimento. No entanto, é preciso ter clareza de que o jogo pode possibilitar o encontro de aprendizagens. É uma situação que comporta forte potencial simbólico, que pode ser fator de aprendizagem, mas de maneira inteiramente aleatória, dificilmente previsível. (LEAL apud BROUGÈRE, 2002).
Novos métodos pedagógicos sugerem que sejam utilizadas atividades lúdicas como forma de facilitar a motivação do aluno, além de sua adaptação e socialização do mesmo no seio escolar, pois é através do lúdico, que a criança sendo motivada se adapta no ambiente no qual está inserido, aprendendo a conviver no dia-a-dia com as pessoas que compõe ao seu meio social.
Na teoria de Piaget os jogos não são apenas uma forma de entretenimento para gastar a energia das crianças, mas meios que enriquecem o desenvolvimento intelectual. Assim, a ludicidade, tão importante para a saúde mental do ser humano é um espaço que merece atenção dos pais e educadores, pois é o espaço para expressão mais genuína do ser, é o espaço e o direito de toda a criança para o exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos.
De acordo com Leal (2011) o lúdico possibilita o estudo da relação da criança com o mundo externo, integrando estudos específicos sobre a importância do lúdico na formação da personalidade. Desta maneira, através da atividade lúdica e do jogo, a criança forma conceitos, seleciona ideias, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o crescimento físico e desenvolvimento e, por meio dele vai se socializando com as demais crianças.
A educação lúdica esteve presente em várias épocas, povos e contextos e forma hoje uma vasta rede de conhecimento no campo da Educação.
Neste sentido, o entendimento da cultura lúdica é um conhecimento historicamente construído ao longo do tempo e, consequentemente, foi mudando conforme as sociedades, se modificando dentro das sociedades e períodos históricos.
1.1 O lúdico auxiliando a educação
	
Segundo Campos (2011) o lúdico é qualquer atividade que executamos e que pode dar prazer, que tenhamos espontaneidade em executá-la. Assim, quando fazemos porque queremos ou por interesse pessoal. Desta maneira, nos referimos tanto à criança quanto para o adulto. 
(...) começamos a perceber a possibilidade, a facilidade de se aprender, quando estamos brincando, pois na atividade lúdica, como na vida, há um grande número de fins definidos e parciais, que são importantes e sérios, porque consegui-los é necessário ao sucesso e consequentemente, essencial a satisfação que o ser humano procura, a satisfação oculta, neste caso seria o de aprender (CAMPOS, 2011, p. 20).
O lúdico está adquirindo uma considerável atenção no meio acadêmico pela grande quantidade de contribuições para o seu conceito e reflexão. No entanto, alguns ainda não constataram a veracidade de sua aplicação e sistematização enquanto ferramenta pedagógica. 
Através das atividades lúdicas as crianças adquirem marcos de referenciais significativos que lhes permitem conhecer a si mesmas, descobrir o mundo dos objetos e o mundo dos outros, experimentando também, situações de aventura, ação e exploração, como características impostergáveis da infância.
É com o jogo que as crianças fixam convicções de justiça, solidariedade e liberdade. São resolvidas situações problemáticas, adaptando-se de forma ativa a sociedade em que vivem. Segundo Campos apud Marcellino (1997) ao tratar do lúdico foca a abordagem que se busca, o lúdico não como algo isolado ou associado a uma determinada atividade, mas como um componente cultural historicamente situado que pode transcender aos momentos de lazer, como seu uso na Educação.
As instituições de Educação Infantil têm restringido as atividades das crianças aos exercícios repetitivos, motora e, ao mesmo tempo em que bloqueiam a organização independente das crianças para as brincadeiras, essas práticas não estimulam a criatividade dos alunos, como se suas ações simbólicas servissem apenas para explorar e facilitar ao educador a transmissão de determinada visão do mundo, definida, em principio, pela instituição educacional (CAMPOS, 2011, P.32).
Nesse contexto, se as instituições fossem organizadas em torno do brincar infantil, elas poderiam cumprir suas funções pedagógicas, privilegiando a educação da criança em uma perspectiva criadora, voluntária e consciente.Campos apud Wayskop (1995) afirma que não se pode mais conceber que uma pessoa que passa pela escola saia sem entrar em contato com valores humanos essenciais, e que depois, fora da escola, comete atos grotescos, pois, a escola deve ensinar para além da Matemática, Língua Portuguesa, Educação Física, enfim, deve ensinar a pessoa a ser feliz e fazer as outras pessoas felizes. 
Desempenhar a ludicidade dentro de um processo educativo é procurar a construção de bases através de práticas e vivências, possibilitar que este indivíduo modifique seu foco de atenção e consiga enxergar além da realidade das sombras e possa vislumbrar a possibilidade de desenvolver plenamente suas potencialidades.
Para Gomes (2004) a ludicidade é uma dimensão da linguagem humana, que possibilita a expressão do sujeito criador que se torna capaz de dar significado à sua existência, ressignificar e transformar o mundo. Dessa forma, a ludicidade é uma possibilidade e uma capacidade de se brincar com a realidade, ressignificando o mundo.
Como expressão de significados que tem o brincar como referência, o lúdico representa uma oportunidade de (re) organizar a vivência e (re) elaborar valores, os quais se comprometem com determinado projeto de sociedade. Pode contribuir, por um lado, com a alienação das pessoas: reforçando estereótipos, instigando discriminações, incitando a evasão da realidade, estimulando a passividade, o conformismo e o consumismo; por outro, o lúdico pode colaborar com a emancipação dos sujeitos, por meio do diálogo, da reflexão crítica, da construção coletiva e da contestação e resistência à ordem social injusta e excludente que impera em nossa realidade (GOMES, 2004, p. 36).
A ludicidade é uma necessidade em qualquer idade e não pode ser vista apenas como divertimento. O desenvolvimento do lúdico na educação facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara um estado interior fértil, facilita a comunicação, expressão e construção do conhecimento. 
O ato de brincar das crianças permite um mergulho na sua trajetória ao longo dos tempos, acumulando informações, esse é o entendimento da prática lúdica. Assim, esse processo, retratado em cada ação e em cada jogo, permite conhecer um pouco da evolução. Para dessa maneira, entender o brincar das crianças no cenário das civilizações é conhecer um pouco da cultura lúdica. 
	A Educação pelo lúdico propõe uma nova postura existencial cujo modelo é um novo sistema de aprender brincando, inspirado numa visão de educação para além da instrução. Assim, para que se torne realidade é necessário que os educadores reconheçam o real significado do lúdico para aplica-lo adequadamente, estabelecendo a relação entre o brincar e o aprender.
O jogo, nas suas diversas formas, auxilia no processo ensino-aprendizagem, tanto no desenvolvimento psicomotor, isto é, no desenvolvimento da motricidade fina e ampla, bem como no desenvolvimento de habilidades do pensamento, como a imaginação, a interpretação, a tomada de decisão, a criatividade, o levantamento de hipóteses, a obtenção e organização de dados e a aplicação dos fatos e dos princípios a novas situações que, por sua vez, acontecem quando jogamos, quando obedecemos a regras, quando vivenciamos conflitos numa competição (...) (CAMPOS, 2011, p. 45). 
	
Na Educação Infantil o desenvolvimento de atividades lúdicas deve ser considerado como prioridade nas atividades pedagógicas inseridas no planejamento escolar realizado pelos professores e coordenadores. Assim, essa compreensão visa à flexibilidade e a dinamização das atividades realizadas ao longo de toda a prática docente, oportunizando a eficácia e significação da aprendizagem.
É imprescindível enxergar com novos olhos o verdadeiro universo mágico e encantador do lúdico em sala de aula e consequentemente, entendendo-se aí toda a prática cotidiana do aluno, visto que, é na educação infantil que as crianças são capazes de construir a aprendizagem através do brincar, criando e imaginando situações de representações simbólicas entre o mundo real e o mundo a ser construído com base nas suas expectativas e anseios. (CAMPOS, 2011, p. 47).
Através da atividade lúdica a criança se prepara para a vida, aprendendo a cultura do meio em que vive, a ele se integrando, adaptando-se às condições que o mundo lhe oferece e instruindo-se a competir, cooperar com seus semelhantes e conviver como um ser social.
Por outro lado, os educadores não devem ficar na posição de meros transmissores de informações e conhecimentos sistemáticos, mas sim como mediadores desses conhecimentos. Assim, devem oportunizar condições para que por meio do desenvolvimento dessas atividades, onde a criança possa construir de forma autônoma o seu próprio conhecimento.
2. AS BRINCADEIRAS NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM
As brincadeiras são ferramentas importantes para o desenvolvimento social e cultural, tendo como base o professor como mediador dos jogos e das brincadeiras nas aprendizagens no contexto escolar.
Segundo Magalhães apud Miranda (2002) as brincadeiras e os jogos nas séries iniciais proporcionam um rico material pedagógico, pois é através desse método de ensino que pode ser analisada a socialização, a afeição, a motivação e a cognição das crianças para acompanhar o desenvolvimento e as habilidades integradas nessa faixa etária.
“[...] O jogo e a brincadeira devem ser entendidos como um dispositivo facilitador para a criança perceber os conteúdos” (MAGALHÃES, 2013, p.13). 
Desta maneira, as brincadeiras no ensino infantil são amplas e devem ser utilizadas de acordo com as faixas etárias, por áreas de desenvolvimento, por tipos de estímulos, por utilizações ou não de certos objetos (brinquedos). Devem-se considerar, ainda, algumas brincadeiras tradicionais de âmbito social e não escolares já praticadas antes mesmo de seu ingresso na escola. 
Os jogos de construção envolvem a criança no conhecimento físico, com a estrutura do espaço. Assim, quando uma criança tenta montar uma casa, com parede e telhado, momento em que ocorre a percepção de espaço físico cria, assim, seu próprio imaginário. 
Assim, o jogo tradicional é parte de uma cultura lúdica, sendo importante resgatar, na educação infantil, que esses jogos contribuem em diversas atividades da criança. Os professores devem optar por esses jogos como forma de recursos metodológicos, contribuindo para o desenvolvimento da inteligência da criança visando à aprendizagem. 
Os jogos tradicionais da pré-escola, com a mediação do professor, dão qualidade ao ensino e à aprendizagem, satisfazendo a necessidade e o desenvolvimento da criança, assim como seus valores, possibilitando o estímulo, favorecendo a atividade física, motora, sensorial e afetiva. Segundo Magalhães apud Friedmann (1996) por meio de diversas atividades lúdicas, a criança expressa seus anseios e seus sentimentos entrando em conflitos entre si. 
Fica extremamente claro que o brinquedo é uma das formas da criança interagir e resolver conflitos. E a participação social do adulto se faz necessário em seu âmbito familiar (MAGALHÃES apud ABERASTURY, 2007). É importante que o professor proponha atividade lúdica que desperte o interesse da criança, pois são fatores que contribuem para a construção de conhecimento. 
O professor tem um papel importante na interação da brincadeira, porém ele não pode interferir na atividade, deve explicar as regras e motivar a cooperação das crianças diante da atividade proposta, não levando em conta se as regras do jogo estão sendo totalmente respeitadas. Desta maneira, o educador tem como princípios básicos fazer a mediação das aprendizagens com propostas motivadoras que envolvam emocionalmente a participação de todos, motivando a solucionar problemas e resolver conflitos. 
É no brincar que são estabelecidos diferentes vínculos, habilidades e competências nos diversos contextos sociais, assumindo as relações que possuem com os outros. Assim, o papelprincipal do professor é mediar essas atividades com a finalidade sempre de desenvolver a socialização. 
Neste contexto, é necessário que o professor valorize a autoestima da criança na brincadeira, estimulando e fazendo com que a criança tenha independência nas escolhas das brincadeiras e dos brinquedos, além de deixar com que as crianças escolham seus próprios amigos, valorizando os papéis que elas irão assumir em um determinado tema e enredo, na qual esteja o desenvolvimento ligado à vontade de brincar. 
Os brinquedos só terão sentido profundo se vierem representados pelo brincar, ou seja, o ato de brincar é importante, deve fazer parte do cotidiano das crianças, e é necessária a participação dos adultos, pois favorece tanto a aprendizagem das crianças quanto destes, ou seja, o adulto, ao brincar com a criança, tem um repertório rico de experiências e aumenta não só suas informações intelectuais, mas o seu nível linguístico. Por exemplo, na brincadeira de construção, o adulto sabe calcular melhor a proporção de equilíbrio, e, com isso, ganha em organização e direção, abrindo novos horizontes para as descobertas (ALMEIDA, 2000, p. 19).
Com a brincadeira a criança demonstra, de forma abstrata, a visão que ela possui de bem e do mal. É por meio do brincar que o adulto pode acompanhar e analisar o que ela entende e qual sua visão sobre determinados assuntos e sobre o adulto que ela convive. Por meio da brincadeira, o adulto se reconhece na criança e pode tomar isso como uma abordagem para exploração de conhecimento ou mudanças de si mesmo. 
No processo educativo é essencial se analisar o âmbito social e familiar na qual a criança vive, pois, muitos dos problemas de aprendizagem se dão devido a algum trauma ou problemas familiares e, nesse aspecto, a forma de ensino tradicional se torna uma forma mais difícil ainda para essa criança se desenvolver, tanto para formação cidadã (adaptação de regras) quanto na aprendizagem escolar (ler e escrever). 
Nesse âmbito, uma forma de ensino mais prazerosa se torna essencial para um bom desempenho da criança. Kishimoto (1994) afirma que a criança, ao repetir a brincadeira no contato interativo com os adultos, descobre regras, ou seja, a sequência de ações que compõem a modalidade de brincar. Além disso, as brincadeiras interativas contribuem para o desenvolvimento cognitivo e, ao mesmo tempo, a aprendizagem das falas. 
Para a criança ser vista como ser social, sua aprendizagem deve ocorrer de forma espontânea. O ato de brincar faz com que ela assimile conhecimentos do cotidiano social, como por exemplo, brincar de faz de conta com temas familiares, profissionais; ela toma um lugar onde existe socialmente e demonstra como ela vê aquele sujeito ou de que forma é representado esse sujeito a ela (KISHIMOTO, 2011, p.29). 
Desta maneira, os brinquedos quando são utilizados com o enfoque de aprendizado de conhecimento e desenvolvimento de habilidades, deixam de ser somente um objeto para o ato de brincar e começam a ser vistos como material pedagógico; e o professor deve mediar essa ação em busca de finalidades específicas para dada atividade. 
Os jogos pedagógicos devem ser usados com bastante cautela com um bom planejamento de aula, na qual se respeite e acompanhe o progresso dos alunos. Para Magalhães apud Antunes (2008) não importa a quantidade de jogos que você vai usar, o importante é selecionar jogos que mexam com a criatividade e raciocínio dos alunos, um jogo com qualidade que não desestimule os alunos a achar a solução e que tenha a intenção explícita de provocar a aprendizagem significativa, estimulando a construção de novos conhecimentos e que despertem o desenvolvimento de uma habilidade operatória. 
De acordo com o Referencial Curricular Nacional de Educação Infantil (BRASIL, 1988), a Educação Infantil contribui em diversas formas com elementos culturais, cumprindo um papel socializador que possibilita o desenvolvimento da identidade da criança por meio das aprendizagens. Assim, é por meios das atividades diversificadas, como as brincadeiras, que devem ser acompanhadas em situações pedagógicas, que se enriquece o processo do desenvolvimento infantil com ações que favoreçam o desenvolvimento da criança. 
Segundo o RCNEI, é por meio das brincadeiras que as crianças recriam e estabilizam aquilo que sabem, e o professor deve trabalhar com diferentes jogos, especialmente aqueles que possuem regras e com atividades didáticas planejadas, pois dessa forma o professor estará mediando não só as brincadeiras, mas também a aprendizagem. 
Os jogos e as brincadeiras são fundamentais no processo que envolve o indivíduo e a cultura. Através da cultura são adquiridas as especificidades de acordo com cada grupo, pois cada grupo de criança conhece e aprende a se constituir como seres pertencentes ao grupo. Na concepção de Magalhães apud Miranda (2002) os jogos e as brincadeiras são elementos importantes, e é por meio deles que se dá a construção da identidade cultural. 
Assim, os jogos dentro da sala de aula são como um convite entusiasmado para a criança permanecer ali e se interessar cada vez mais pelo ensino, promove o estímulo e a participação ativa em aula, uma forma de promover um bom aprendizado e não causar trauma em estudar.
De acordo com Magalhães apud Miranda (2002) o jogo se torna atraente, pois a criança está em ação o tempo todo, uma forma desafiadora e mobilizadora da curiosidade, uma forma em que a criança na cansa para obter o conhecimento e internaliza regras para formação de futuros cidadãos.
No entanto, o professor deve despertar o interesse das crianças de forma lúdica, estimulando seus conhecimentos, ou seja, o professor deve ser animador e guia, e ao mesmo tempo, desafiador. Segundo Almeida (2000) é necessário que o professor faça uma mediação, transformando a prática em conhecimentos novos, mediante as redescobertas atuais no processo de interação da criança com a linguagem, com a lógica matemática e com a transdisciplinaridade e deve ser a base de um trabalho pedagógico. 
Através do brincar a criança desenvolve um processo de socialização, interagindo com outras crianças, desempenhando papéis de aceitação como as regras dos jogos e das brincadeiras, bem como as atitudes e os preconceitos, valorizando as diferenças sociais. 
As brincadeiras estão presentes em aspectos de recreação, no desenvolvimento físico e mental da criança e é por isso que toda a abordagem do brincar amplia o conhecimento e a compreensão no contexto social da vida. De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1988) um dos objetivos essenciais são as brincadeiras de faz de conta que são estimuladas e fazem parte do mundo social das crianças. 
De acordo com Magalhães (2013) por meio da Educação Infantil, são estimuladas as brincadeiras e os jogos de construção, ocorrendo a aprendizagem através da mediação do professor. Assim, o ensino infantil oferece diversos tipos de jogos e brincadeiras, bem como os jogos tradicionais, didáticos, corporais, e é fundamental a presença do adulto e do professor. 
Para que ocorra a aprendizagem são necessários materiais adequados. De acordo com Magalhães apud Almeida (2000) os jogos e as brincadeiras preparam professores para uma plena introdução do lúdico na escola, e é preciso que o professor tenha pleno domínio do conhecimento sobre os fundamentos essenciais da educação infantil lúdica, pois são condições suficientes para socializar, além de cumprir com metas fundamentais, pois os jogos e as brincadeiras enriquecem a aprendizagem. Desta maneira, o trabalho da Educação Infantil deve ser muito mais do que simplesmente jogos e brincadeiras, ou seja, deve estar voltado para a plena cidadania.
Desta maneira, quando tratarmos de educação infantil, deve-se lembrar da brinquedoteca e de que dentro do espaço escolar é sempre importante explorar mais os ambientes que se destinem ao lúdico, ao prazer, à criatividade, à autoestima, ao desenvolvimento de pensamento e da ação, da construçãode conhecimento e das habilidades, um ambiente onde se explore todos os sentidos de uma forma prazerosa e estimuladora para uma aprendizagem significativa. 
Educar não se limita a repassar informações, mas é ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade. Educar é preparar para a vida. O ato de brincar está totalmente ligado ao prazer e à imaginação, portanto, é por meio desse ato que pode-se motivar a criatividade, levando em conta que a brincadeira é prova constante e evidente da imaginação e da criatividade (MAGALHÃES apud MIRANDA, p. 56, 2002). 
Nesta contextualização, através do brincar observa-se a satisfação que as crianças sentem ao participar de brincadeiras e de atividades lúdicas, tendo sinais de alegrias como risos, com certas excitações que são componentes de prazer. Assim, a compreensão do brincar vai muito mais além dos impulsos parciais, e os significados das atividades lúdicas na vida das crianças podem ser compreendidos pelos aspectos como preparação para a vida, a liberdade e a ação, com possibilidade de repetições de novas experiências, realização simbólica dos desejos pelos prazeres obtidos.
3. A CONTRIBUIÇÃO DOS PRINCIPAIS TEÓRICOS DO LÚDICO PARA AS BRINCADEIRAS E OS JOGOS 
Os teóricos que foram considerados mais significativos, cujas contribuições direcionam as atividades lúdicas na educação, segundo Aranha (2002) foram, Comenius, Rosseau, Froebel, Montessori, Dewey, Vygotsky, Piaget e Wallon. Desta maneira, as ideias desses teóricos tem como premissa principal a criança como um indivíduo que precisa de atenção no seu processo de formação.
3.1. Comenius
Comenius (1999) enfatiza que a aprendizagem acontece por meio da prática, ele valorizava o uso de atividades lúdicas, acreditava que brincadeiras e jogos ofereciam resultado positivo no processo de ensino – aprendizagem. Também, buscou tornar a aprendizagem mais eficaz e atraente. É nessa etapa que deve se aproveitar a forma lúdica para melhor formar a criança.
Desta maneira, as crianças na primeira fase escolar são seres com maior capacidade para a aprendizagem. Elas estão em período de crescimento, de vivenciar o novo, é uma fase ideal para explorar e projetar seu interesse pela descoberta, usando temas que sejam interessantes de acordo com a faixa etária a ser trabalhada.
3.2. Rousseau 
	
Seguindo o direcionamento e o rumo deixado por Comenius, os pedagogos do século das luzes, refletiram sobre a infância, a educação destinada às crianças pequenas e o papel do lúdico no desenvolvimento da criança, anunciando o começo da psicologia infantil. Essa nova compreensão acerca da educação imprime uma preocupação em relação às diferenças entre adulto e criança. Portanto, a educação torna-se fator de grande importância.	
Na concepção de Rousseau o contato da criança com a natureza desenvolverá a curiosidade para buscar o conhecimento. A criança, segundo ele deve ser livre para realizar suas atividades, logo na primeira etapa da educação infantil, valorizando a criança dentro da primeira infância. 
Para Rousseau, a educação deve ser baseada na atividade, a aquisição da aprendizagem é realizada através das experiências. Assim, para que a criança obtenha um desenvolvimento global eficaz, nos aspectos cognitivos, sensoriais, psicomotores deve-se deixar que ela viva cada fase de sua vida, no seu devido tempo. Ele não aceitava determinadas restrições direcionadas às crianças nos primeiros anos de vida. 
Neste contexto, a falta de liberdade prejudicava a criança, e a que a vida educacional das crianças, em especial na primeira fase escolar, deveriam seguir um caminho agradável, livre e natural assim como a natureza.
	
3.3. Froebel
Froebel foi o pioneiro em compreender a importância dos jogos e brincadeiras como fonte do desenvolvimento da criança de maneira adequada. Criador e fundador do jardim de infância; ele comparava a criança como uma planta, pois a mesma sendo um ser vivo precisaria de elementos fundamentais para o seu desenvolvimento como carinho e cuidados especiais desde a mais simples para que possa crescer forte, sadio e tornar-se um adulto equilibrado.
Para o teórico, através do lúdico a criança teria mais condições de viver melhor sempre acrescentando os brinquedos e jogos direcionados, livres ou espontâneos. De acordo com Aranha (2002) Froebel conseguiu perceber o significado e a importância das atividades lúdicas para o desenvolvimento sensório-motor, criando meios de para aprimorar a capacidade intelectual da criança através da relação com brinquedos estimulando a criatividade, imaginação e experiências vivenciadas.
Froebel defendia o valor do lúdico na infância e a expressão de liberdade como um meio para o ensino. E a proposta de Froebel se caracterizava no caráter lúdico, pois esse era o fator determinante da aprendizagem das crianças.
3.4. Montessori
Montessori, criou um método próprio de ensino pesquisando e observando crianças com problemas mentais. A teórica ocupa papel de destaque pelas novas técnicas introduzidas nos jardins de infância e nas primeiras séries do ensino formal. Seus jogos são atraentes e instrutivos destinados a proporcionar uma educação sensorial, estimulando a observação, entre esses materiais didáticos encontram-se objetos relacionados à coordenação motora e à visualização do tempo e do espaço, todos com formas muito diversificadas e coloridas.
Segundo Aranha (2002) todo o trabalho de Montessori se apoia sobre uma série de materiais didáticos, organizados em grupos: material de exercícios para a vida cotidiana, material sensorial, de linguagem, de matemática e de ciências. Os materiais compreendem quebra-cabeças, letras em madeira ou lixa, diferentes alfabeto para compor palavras, formas variadas, barra de contagem, algarismos em lixa e madeira, conjuntos de contas coloridas, entre outros. 
Nesse sentido, o material é de livre escolha do aluno e seu uso ocorre a partir do ritmo de cada um. Cada tipo de material é autocorretivo o que permite que a própria criança avalie seu progresso. Trabalhando em ritmo individual, cada criança passa de forma própria pelos materiais necessários.
A pedagogia montessoriana levava em consideração a importância do tamanho do ambiente escolar o mesmo deveria ser condizente com o tamanho da criança e todo material didático pertinente à estimulação psicomotora e sensorial. O espírito da criança, para a educadora italiana, se formaria mediante os estímulos externos que precisam ser determinados. 
De acordo com os fundamentos da didática montessoriana, a criança é livre, mas livre apenas na escolha dos objetos sobre que possa agir. Esses objetos são sempre os mesmos e típicos para cada gênero de atividade. Assim, o conjunto de jogos ou material que criou para os jardins de infância e suas lições materializadas para o ensino primário. Para ela, as atividades manuais e físicas com objetos definidos ajudavam à organização interna das crianças.
3.5. Dewey
Dewey foi um dos primeiros a chamar a atenção para a capacidade de pensar dos alunos. O teórico acreditava que, para o sucesso do processo educativo, bastava um grupo de pessoas se comunicando e trocando ideias, sentimentos e experiências sobre as situações práticas do dia a dia. 
Desta maneira, a experiência educativa é, para Dewey, reflexiva, resultando em novos conhecimentos, reflexão e ação, devem estar ligadas, são parte de um todo indivisível. Dewey acreditava que só a inteligência dá ao homem a capacidade de modificar o ambiente a seu redor.
O desenvolvimento, tanto da vida infantil quanto a vida adulta consideradas em suas condições específicas, é a orientação das energias e das forças latentes para formação de hábitos de observação e reflexão que tornam a experiência inteligente. Por isso a educação da criança jamais deve prescindir das aptidões da criança: “A criança é possuidora, por certo, de aptidões especiais: desprezar esta circunstância é mutilar ou deformar os órgãos de que depende seu desenvolvimento.” (ARANHA apudDEWEY, 1979, p. 53). 
Neste sentido, a educação da criança busca desenvolver suas aptidões para lidar com os problemas do mundo adulto. A educação do adulto é um reencontro com a infância: 
“E com referência à curiosidade simpatizante, às reações francas e à receptividade mental poderemos dizer que o adulto se desenvolve à medida que se reaproxima da infância” (ARANHA apud DEWEY, 1979, p. 54). 
Assim para o teórico, a educação que atua sobre a expansão da experiência presente a torna uma mola propulsora para as experiências seguintes, cujas condições históricas, sociais, pessoais são imprevisíveis: 
“Sendo grande a necessidade de preparação para uma vida em
contínua evolução, urge empregarem-se todas as energias para tornar-se a experiência presente a mais rica e significativa possível. E como o
presente insensivelmente se transforma em futuro, segue que, assim
procedendo, também temos tomado em conta o futuro.” (ARANHA apud DEWEY, 1979, p. 60) 
Desta maneira, o prolongamento do chamado período da infância, favorecendo a aquisição dos “variados e novos modos de controle”, através da inteligência, que contribuem para o progresso social. Para Dewey, o desenvolvimento infantil tem sua base na vida social da criança. Desta forma, ele visualiza a escola e podemos estender a todos os espaços educativos – como um ambiente que deve oportunizar a livre expressão da vida em comunidade.
3.6. Vygotsky 
Para Vygotsky, a brincadeira e o jogo são atividades específicas, a criança cria novamente a realidade simbolicamente. É uma atividade social, dentro do meio cultural e social. Em Oliveira apud Vygotski (1998) observamos que o brinquedo cria uma Zona de Desenvolvimento Proximal na criança.
Segundo Oliveira (1999) sabendo que a aquisição do conhecimento se dá através das zonas de desenvolvimento: a real e a proximal. A zona de desenvolvimento real é a do conhecimento já adquirido, é o que a pessoa traz consigo, já a proximal, só é atingida, de início com o auxílio de outras pessoas mais capazes, que já tenham adquirido esse conhecimento. 
As maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação. Oliveira apud Vygotsky (1991) classifica o brincar em três fases da seguinte forma: a primeira fase a criança começa a se distanciar de seu primeiro meio social, representado pela mãe, começa a falar, a andar e a movimentar-se em volta das coisas. 
Nesta fase, o ambiente a alcança por meio do adulto e pode-se dizer que a fase estende-se até em torno dos sete anos. A segunda fase é caracterizada pela imitação, a criança copia os modelos dos adultos. A Terceira fase é marcada pelas convenções que surgem de regras e convenções a elas associadas. 15 Segundo ele, a criança usa as interações sociais como formas privilegiadas de acesso a informações: aprendem a regra do jogo, por exemplo, através dos outros e não como o resultado de um engajamento individual na solução de problemas. 
Desta maneira, aprende a regular seu comportamento pelas reações, quer elas pareçam agradáveis ou não.
3.7. Piaget 
Jean Piaget (1896-1980) nascido na Suíça, embora não fosse pedagogo, muito influenciou a pedagogia do século XX. Suas primeiras obras aparecem na década de vinte e logo provoca viva repercussão, sobretudo a psicologia genética, que investiga o desenvolvimento cognitivo da criança desde o nascimento até a adolescência. 
Para Piaget o jogo é essencial para a criança, diferentemente de Vygotsky, ele divide o jogo por faixa etária, Piaget elaborou uma “classificação genética baseada na evolução das estruturas”. (ARANHA apud PIAGET apud, 1997) e classificou os jogos em três grandes categorias que correspondem às três fases do desenvolvimento infantil:
 Fase sensório-motora (do nascimento até os 2 anos aproximadamente): a criança brinca sozinha, sem utilização da noção de regras.
 Fase pré-operatória (dos 2 aos 5 ou 6 anos aproximadamente): as crianças
adquirem a noção da existência de regras e começam a jogar com outras crianças
jogos de faz-de-conta.
 Fase das operações concretas (dos 7 aos 11 anos aproximadamente): as crianças aprendem as regras dos jogos e jogam em grupos. Esta é a fase dos jogos de regras como futebol, damas, etc. 
Assim segundo Aranha (2002) Piaget, classificou os jogos correspondendo a um tipo de estrutura mental, percebendo o jogo como uma atividade natural no ser humano. Inicialmente a atividade lúdica surge como uma série de exercícios motores simples. Sua finalidade é o próprio prazer do funcionamento, estes exercícios consistem em repetição de gestos e movimentos simples como agitar os braços, sacudir objetos, emitir sons, caminhar, pular, correr, etc. 
Embora estes jogos comecem na fase maternal e durem predominantemente até os 2 anos, eles se mantém durante toda a infância e até na fase adulta. Por exemplo, andar de bicicleta, moto ou carro. Posteriormente o jogo simbólico aparece predominantemente entre os 2 e 6 anos. 
A função desse tipo de atividade lúdica, de acordo com Piaget, “consiste em satisfazer o eu por meio de uma transformação do real em função dos desejos, ou seja, tem como função assimilar a realidade” (ARANHA apud PIAGET, 1997).
A criança tende a reproduzir nesses jogos as relações predominantes no seu meio ambiente e assimilar dessa maneira a realidade e uma maneira de se auto expressar. Esse jogo-de-faz-de-conta possibilita à criança a realização de sonhos e fantasias, revela conflitos, medos e angústias, aliviando tensões e frustrações. Na fase adiante os 7 e 11 -12 anos, começam a aparecer com mais frequência desenhos, trabalhos manuais, construções com materiais didáticos, representações. 
Piaget não considera este tipo de jogo como sendo um segundo estágio e sim como estando entre os jogos simbólicos e de regras. O teórico apresenta ainda o jogo de regras, entretanto este começa a se manifestar por volta dos cinco anos, desenvolve-se principalmente na fase dos 7 aos 12 anos. Este tipo de jogo continua durante toda a vida do indivíduo (esportes, trabalho, jogos de xadrez, baralho, RPG, etc.). Os jogos de regras são classificados em jogos sensório-motores (exemplo futebol), e intelectuais (exemplo xadrez). 
O que caracteriza o jogo de regras é a existência de um conjunto de leis imposto pelo grupo, sendo que seu descumprimento é normalmente penalizado, e uma forte competição entre os indivíduos. O jogo de regra pressupõe a existência de parceiros e um conjunto de obrigações (as regras), o que lhe confere um caráter eminentemente social. Este jogo aparece quando a criança abandona a fase egocêntrica possibilitando desenvolver os relacionamentos afetivo-sociais.
3.8. Wallon 
De acordo com Aranha (2002) Wallon foi um estudioso que se dedicou ao psiquismo humano na perspectiva genética, ele defendeu a gênese da pessoa, na qual justifica o seu interesse pela evolução psicológica da criança. Para Wallon, o fator mais importante para a formação da personalidade não é o meio físico, mas sim o social. O autor chama a atenção para o aspecto emocional, afetivo e sensível do ser humano e elege a afetividade, intimamente fundida com a motricidade, como desencadeadora da ação e do desenvolvimento da ação e do desenvolvimento psicológico da criança.
Wallon enfoca a motricidade no desenvolvimento da criança, ressaltando o papel que as aquisições motoras desempenham progressivamente para o desenvolvimento individual. Segundo ele, é pelo corpo e pela sua projeção motora que a criança estabelece a primeira comunicação com o meio, apoio fundamental do desenvolvimento da linguagem. 
É a incessante ligação da motricidade com as emoções, que prepara a gênese das representações que, simultaneamente, precede a construção da ação, na medida em que significa um investimento, em relação ao mundo exterior. Deste modo, Wallon o define o jogo como uma atividade voluntária da criança. Se imposta, deixa de ser jogo; é trabalho ou ensino. Ao classificar os jogosinfantis, apresenta quatro categorias: Jogos funcionais, Jogos de ficção, Jogos de aquisição e Jogos de fabricação.
a) Jogos funcionais
Caracterizam-se por movimentos simples de exploração do corpo, através dos sentidos. A criança descobre o prazer de executar as funções que a evolução da motricidade lhe possibilita e sente necessidade de pôr em ação as novas aquisições, tais como: os sons, quando ela grita, a exploração dos objetos, o movimento do seu corpo. Esta atividade lúdica identifica-se com a “lei do efeito”. Quando a criança percebe os efeitos agradáveis e interessantes obtidos nas suas ações gestuais, sua tendência é procurar o prazer repetindo suas ações.
b) Jogos de ficção 
Atividades lúdicas caracterizadas pela ênfase no faz-de-conta, na presença da situação imaginária. Ela surge com o aparecimento da representação e a criança assume papéis presentes no seu contexto social, brincando de “imitar adultos”, “casinha”, “escolinha”, etc.
c) Jogos de aquisição
Desde que o bebê, “todo olhos, todo ouvidos”, como descreve Wallon, se empenha para compreender, conhecer, imitar canções, gestos, sons, imagens e histórias, começam os jogos de aquisição.
d) Jogos de fabricação
São jogos onde a criança se entretém com atividades manuais de criar, combinar, juntar e transformar objetos. Os jogos de fabricação são quase sempre as causas ou consequências do jogo de ficção, ou se confundem num só. Quando a criança cria e improvisa o seu brinquedo: a boneca, os animais que podem ser modelados, isto é, transforma matéria real em objetos dotados de vida fictícia. 
Wallon destaca que os jogos influenciam o caráter emocional, fazendo com que a criança demonstre seu interesse pelas relações sociais nos momentos do jogo e seus aspectos relativos à socialização. Assim, o lúdico e infância não podem ser dissociados, toda atividade da criança deve ser espontânea, livre de qualquer repressão, antes de tornar-se subordinada a projetos de ações mais extensas e transformadas. Desta maneira, o jogo é uma ação voluntária, caso contrário, não é jogo, mas sim trabalho ou ensino.
4. O LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E CULTURAL DA CRIANÇA
O lúdico sempre esteve presente em nossa sociedade, sendo visto na maioria das vezes como algo agradável, quando não obrigatório. Para Kishimoto (1998) a cultura lúdica é produzida por movimentos internos e externos, por meio dos quais a criança adquire e constrói essa cultura brincando. 
Esse processo se torna mais explícito quando segundo Kishimoto (2000) a brincadeira surge como uma maneira de sair do mundo real e se projetar em um universo inexistente, um universo em que a criança se torne o que quiser, mostrando assim seus desejos. 
Desta maneira, ao imitar o outro as crianças experimentam diversas possibilidades de ações onde estão inseridas, diferenciando elementos originais trazidos para o presente, permitindo recuperar o passado no presente, projetando-o para o futuro, abrindo-se para o novo. Assim, percebe-se que durante a brincadeira a criança projeta todo o seu conhecimento adquirido e acumulado para o momento lúdico, permitindo que este se torne um momento de diversão, conhecimento e possibilidades para novas aprendizagens. 
As palavras brincadeira e brinquedo possuem um campo semântico direcionado ao universo da criança, proporcionando que aflore memórias, imagens e imaginações. Para Andrade e Marques (2003) a brincadeira para os autores citados é vista como uma atividade espontânea, em que reúnem memórias, relações interpessoais, trocas de cultura, liberdade, projeção com o mundo existente, descanso e contentamento ao indivíduo. 
Dentro do ponto de vista da brincadeira temos o termo jogo, visto por muitos educadores ou pela família, como sendo apenas um momento de recreação, ou como algo sem importância, no qual se deixa a criança na mesma atividade por horas, apenas para passar o tempo ou para não dar trabalho. 
Muitos autores mostram seus posicionamentos a partir de pesquisas realizados sobre o lúdico temos. Andrade e Marques (2003) afirmam que o jogo aparece muitas vezes com o sentido de brincadeira ou brinquedo, e outras vezes ela explicita a presença de regras ou utilização de algum material. Tal afirmação nos remete a criação de novos jogos e coloca como exemplo o tabuleiro cooperativo que para jogar, a criança necessita de princípios de cooperação, sendo que os jogadores necessitam atingir juntos um único objetivo, ganham todos se colaborarem e perdem juntos se não colaborarem. 
Desta forma, este jogo pode ser exemplificado hoje como o jogo de corrida de bastão, em que todos devem atingir juntos um mesmo objetivo. Kishimoto (2000) comenta que para Vygotsky (1989) o brincar, tem origem na situação imaginária criada pela própria criança, por meio da qual seus desejos podem ser todos realizados. Dessa forma: 
As crianças querem satisfazer certos desejos que muitas vezes não podem ser satisfeitos imediatamente. Por exemplo: uma criança quer ocupar o papel da mãe, porém, esse desejo não pode ser realizado imediatamente (Kishimoto, 2000, p.61). 
Neste contexto, esse mundo é visto como a brincadeira, pois a imaginação é tida como atividade consciente que não está presente na criança muito pequena. Kishimoto (2000) cita que Piaget nos mostra que o brincar representa uma fase de desenvolvimento da inteligência marcada pelo domínio de assimilação sobre a acomodação e tem função de consolidar a experiência passada. 
Desta maneira, o brincar não pode ser visto apenas no presente, pois ao brincar a criança tenta resolver problemas do passado e também projeta-se para o futuro. Para Kishimoto apud Caillois (1958) as características do jogo são apresentadas com “... a liberdade de ação do jogador, separação do jogo em limites tanto de espaço quanto de tempo, o caráter improdutivo de não criar nem bens nem riqueza e suas regras. 
Desta maneira, quando se joga não se pode criar coisa alguma, não demonstrando um resultado final à criança, mostrando que o importante é apenas o processo do brincar e não aquisições de conhecimento ou desenvolvimento de qualquer habilidade.
Na concepção de brincar de Kishimoto (2000) o brinquedo é o objeto de grande importância para as crianças e vem sendo utilizado nas mais diversas formas. Desta maneira, os brinquedos acompanham as crianças desde os tempos antigos, os quais não foram inventados por fabricantes especializados, e sim por oficinas de entalhadores de madeira, sendo vistos como produto secundário das indústrias manufatureiras. Com o passar dos anos tem-se a preocupação com o brinquedo educativo. 
De acordo com Kishimoto (2000), o brinquedo educativo vem dos tempos do Renascimento, sendo entendido como um recurso que ensina, desenvolve e educa a criança de forma prazerosa. Segundo ela o brinquedo tem as seguintes funções:
[...] função lúdica: o brinquedo propicia diversão, prazer e até
desprazer, quando escolhido voluntariamente; e função educativa: o
brinquedo ensina qualquer coisa que complete o indivíduo em seu
saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo (KISHIMOTO, 2000, p. 37).
Assim, o brinquedo não pode ser visto apenas como um objeto com o qual a criança se diverte e se distrai, e sim como uma forma de conhecer a si mesma, os indivíduos que a cercam e o mundo que a rodeia. Segundo Andrelo apud Kuhlmann (1998) o brinquedo é visto como instrumento de socialização, instrumento educacional, proporcionando às crianças uma grande quantidade de noções intelectuais. 
	
4.1. O lúdico e as brincadeiras do terceiro milênio
Com avanço da industrialização e consequentemente com a diminuição do espaço, o ato de brincar acaba mudando de foco. Percebemos com o breve contexto histórico já apresentado no início deste capítulo que tivemos várias transformações em nossa sociedade que acarretaram diversos ajustes pela mesma, e o brincar é um deles. 
 De acordo com Andrelo (2010) antes a brincadeira acontecia em ambientes abertos e espaçosos com muitas crianças,e percebemos que com o tempo esse tipo de brincadeira acaba se tornando mais escassa. Antigamente as crianças brincavam de amarelinha, bonecas feitas de madeira ou de outro objeto, pião entre outros. Hoje muitas dessas brincadeiras foram substituídas pelo vídeo game e o computador. 
Para Andrelo apud Benjamin (1994.) a criança do mundo de hoje se atrai cada vez mais pelo mundo adulto e em consequência disso, não possui tempo para vivenciar brincadeiras “utilizadas" pelos seus pais, pois os mesmos não possuem tempo para transmiti-las. Dessa forma, podemos perceber que este ato deveria, portanto ser uma atividade necessária e fundamental para a criança. 
Entretanto acaba sendo cada vez menos favorecida. De acordo com Oliveira (2005) várias funções cognitivas estão interligadas com o brincar: o afeto, a motricidade, a linguagem, a representação entre outros. Entendemos que a brincadeira auxilia no equilíbrio afetivo da criança, desenvolve condições para uma transformação da consciência, pois exige dos pequenos formas complexas de relacionamento com o mundo. 
Desta maneira, o ato de brincar é algo espontâneo e natural da criança, e percebemos isso quando observamos a transição do seu crescimento. Segundo a autora, quando se ainda bebê muitas das tentativas de explorar o ambiente é que irão dar base à futura atividade lúdica. 
Assim, em torno dos quatro meses segundo Andrelo (2010) o pequeno inicia sua atividade lúdica brincando e descobrindo seu corpo e os objetos que estão à sua volta. Entre os quatro e seis meses afirma que a criança adquire modos de elaborar a angústia da perda; percebendo que tanto as pessoas quanto os objetos podem aparecer e desaparecer. 
Depois dos três anos a criança já consegue fazer uma imagem total do corpo, após os cinco inicia-se a preferência por diferentes brincadeiras; os meninos brincam de fantasias e as meninas preferem brinquedos mais tranquilos, como bonecas, fazer comida, entrando assim no universo de aprendizagens femininas (ANDRELO, 2010, p. 25). 
A importância do brincar para as crianças é de grande importância, vê-se que antes mesmo de vir ao mundo elas já apresentam tentativas de explorar o ambiente e consequentemente quando nascem, iniciam a vida escolar, o explorar, o descobrir e o entender vai se tornar cada vez mais atrativo. 
	
4.2. A brincadeira moderna como ferramenta de aprendizagem
Dessa forma, percebe-se um fator positivo em relação ao processo de industrialização, o qual como já fora mencionado corroborou para o crescimento das cidades, pois muitas pessoas saíram dos campos a procura de empregos e melhores condições de vida, porém para as crianças esse momento foi de muita
perda, pois os ambientes que aconteciam as brincadeiras em grupos foram
minimizados. 
De acordo com a história que a brincadeira não era utilizada como forma de aprendizado, mais sim como recreação. Mesmo com o passar de muitos anos observa-se que muitas instituições e profissionais ainda agregam o termo brincar à recreação não dirigida (ANDRELO, 2010, p. 30).
Andrelo apud Andrade (2007) relata sua observação feita em uma creche, onde as atividades realizadas ao ar livre tinham somente integração entre crianças de diferentes idades. Na quadra as crianças levavam bola, giz, corda e no pátio a professora levava um saco de brinquedos estragados e sucatas. A autora relata que não havia programação de atividades, as crianças então faziam o que queriam, e eventualmente as professoras brincavam com as mesmas. 
Andrelo apud Andrade (2007) menciona ainda a falta de atenção dos adultos frente às brincadeiras livres, muitas vezes por falta de informação ou interesse dos mesmos acabam vendo esse momento tão importante para a criança como sendo uma mera distração. Nota-se isso também na fala de Andrade e Marques (2003) em que o adulto vê a brincadeira apenas como um passatempo, já para a criança o brincar é uma questão de sobrevivência, é uma ferramenta para que ela possa compreender o mundo e intervir em sua vida. 
Assim, embora tenha-se discutido muito para que fosse modificada a concepção de que o brincar é uma atividade que merece ser utilizada como ferramenta de aprendizagem, ela continua em muitos espaços educacionais sendo empregada como passatempo ou mera recreação, deixando com que oportunidades de ensino sejam agregadas a esse momento. 
 
“A criança “[...] brinca com substâncias materiais e imateriais que lhe são ofertadas. A criança brinca com o que tem nas mãos e com o que tem na cabeça” (BROUGÈRE, 2001, p. 105)”. 
Para que essa atividade seja desenvolvida com empenho, compete ao educador propor atividades ligadas a esse momento como instrumento de ensino e aprendizagem. A partir dessa perspectiva Andrade e Marques (2003, p.39) asseguram “[...] Não existe criança desinteressada, existe educador que não pescou a linguagem adequada da criança [...]”. 
Neste sentido, quando brinca a criança diferentemente do que ocorria antigamente, a criança hoje é vista como um sujeito de direitos e que carece ter suas necessidades físicas, psicológicas, cognitivas, emocionais e sociais supridas, ela é considerada um ser competente, tem suas necessidades, modos de agir e pensar que lhe são próprios, é considerada como alguém que tem a sua própria identidade. 
Apesar da grande mudança ocorrida referente à concepção que se
tem de infância, um fato persistiu: o brincar que durante muito tempo vem
acompanhando essas crianças ainda está presente em nossa sociedade de uma
maneira diferente e com outros olhares.
5. METODOLOGIA
A Metodologia é a aplicação de procedimentos e técnicas que devem ser observados para construção do conhecimento, com o propósito de comprovar sua validade e utilidade nos diversos âmbitos da sociedade. Desta forma, todas as ciências caracterizam-se pela utilização de métodos científicos; em contrapartida, nem todos os ramos de estudo que empregam estes métodos são ciências. 
A pesquisa é um procedimento formal com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para descobrir verdades parciais. Ela significa muito mais do que apenas procurar a verdade: é encontrar respostas para questões propostas, utilizando métodos científicos.
Desta maneira, a Pesquisa é o estudo dos caminhos, dos instrumentos usados para se fazer à ciência. É uma disciplina instrumental a serviço da pesquisa. Ao mesmo tempo em que visa conhecer caminhos do processo cientifico, também problematiza criticamente, no sentido de indagar os limites da ciência, seja com referência à capacidade de conhecer, seja com referência à capacidade de intervir na realidade. 
5.1. Característica do estudo
A pesquisa é compreendida como um processo investigativo que objetiva compreender os problemas ou fenômenos naturais, políticos, econômicos e sociais. Assim, este trabalho se embasará na modalidade bibliográfica, na pesquisa documental e na pesquisa tecnológica, que envolverá livros sobre a temática em questão, artigos da internet e Trabalhos de Conclusão de Curso sobre como a brincadeira pode auxiliar o ensino na educação infantil.
Segundo Severino (2007) o interesse da Pesquisa está voltado para o estudo de indivíduos, grupos comunidades, instituições, entre outros campos, ou seja, o objeto/ fonte e abordado em seu meio ambiente próprio. Ela é de fundamental importância para a comprovação de ideias provenientes de um processo investigativo. 
RESULTADOS
O desenvolvimento infantil está em processo acelerado de mudanças, as crianças estão desenvolvendo suas potencialidades precocemente em relação às teorias existentes. Assim, diante de tais avanços em geral, a criança deste final de século e de milênio também está evoluindo.
Segundo Lopes (2002), a escola está engatinhando com a teoria do construtivismo, tomando corpo pouco a pouco, mas a criança não pode esperar e está superando estes avanços. Assim, se a criança parece ser mais esperta, desenvolve-se antes do tempoprevisto, pois algumas habilidades foram estimuladas precocemente, é porque tem permissão para expressar suas vontades e seu intelecto é muito mais estimulado. 
No entanto, ela tem diferentes formas de ansiedade, de medos e insegurança com os quais o educador tem que estar preparado para lidar. Os métodos tradicionais de ensino estão cada vez menos atraentes para a criança, ela quer participar, questionar, atuar e não consegue ficar por muito tempo sentada, ouvindo uma aula expositiva. 
É muito mais fácil e eficiente aprender por meio de jogos, e isso é válido para todas as idades, desde o maternal até a fase adulta. A brincadeira em si possui componentes do cotidiano e o desenvolvimento desperta o interesse do aprendiz, que se torna sujeito ativo do processo, e a confecção dos próprios jogos é ainda muito mais emocionante do que apenas brincar e jogar.
De acordo com Leal (2011) os jogos e as brincadeiras preparam professores para uma plena introdução do lúdico na escola, e é preciso que o professor tenha pleno domínio do conhecimento sobre os fundamentos essenciais da educação infantil lúdica, pois são condições suficientes para socializar, além de cumprir com metas fundamentais, pois os jogos e as brincadeiras enriquecem a aprendizagem.
Através desta Pesquisa, conclui-se que por meio da Educação Infantil, são estimuladas as brincadeiras e os jogos de construção, ocorrendo a aprendizagem através da mediação do professor. Assim, o ensino infantil oferece diversos tipos de jogos e brincadeiras, bem como os jogos tradicionais, didáticos, corporais, e é fundamental a presença do adulto e do professor. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através das atividades lúdicas as crianças adquirem marcos de referenciais significativos que lhes permitem conhecer a si mesmas, descobrir o mundo dos objetos e o mundo dos outros, experimentando também, situações de aventura, ação e exploração, como características impostergáveis da infância.
É com o jogo que as crianças fixam convicções de justiça, solidariedade e liberdade. São resolvidas situações problemáticas, adaptando-se de forma ativa a sociedade em que vivem. Desta maneira, ao tratar do lúdico foca a abordagem que se busca, o lúdico não como algo isolado ou associado a uma determinada atividade, mas como um componente cultural historicamente situado que pode transcender aos momentos de lazer, como seu uso na educação.
Segundo Magalhães apud Miranda (2002) os jogos e brincadeiras nas séries iniciais proporcionam um rico material pedagógico, pois é através desse método de ensino que pode ser analisada a socialização, a afeição, a motivação e a cognição das crianças para acompanhar o desenvolvimento e as habilidades integradas nessa faixa etária.
Em síntese, as brincadeiras no ensino infantil são amplas e devem ser utilizadas de acordo com as faixas etárias, por áreas de desenvolvimento, por tipos de estímulos, por utilizações ou não de certos objetos (brinquedos). Desta forma, os jogos e as brincadeiras são ferramentas importantes para o desenvolvimento social e cultural, tendo como base o professor como mediador dos jogos e das brincadeiras nas aprendizagens no contexto escolar.
REFERÊNCIAS
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APÊNDICE
UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
	
AURIANA DA SILVA CAMPOS
PRÉ - PROJETO
SANTARÉM/PA 2015
1 INTRODUÇÃO
A brincadeira é grande fornecedora de ampla estrutura básica para mudança da necessidade e da consciência, criando um novo tipo de atividade em relação ao real. Nela aparecem à ação na esfera imaginativa numa situação de faz de conta, a criação das intenções voluntárias e a formação dos planos da vida real e das motivações, constituindo-se no mais alto nível de desenvolvimento pré-escolar.
Desta maneira, a brincadeira traz situações nas quais a criança constitui significados do aprendizado dos papeis sócias a serem desenvolvidos por ela no futuro. Assim, o brincar para a criança é como uma fonte de lazer, que traz conhecimentos, sendo parte integrante das atividades educativas, é através do brincar que se facilita o processo de desenvolvimento e aprendizagem.
Neste contexto, esta pesquisa se propõe a analisar como a brincadeira pode auxiliar o ensino na educação infantil. Discorrerá sobre o lúdico e a brincadeira na escola na concepção de Vygotsky, Piaget e Wallon. Verificará quais são as formas de brincadeiras utilizadas na educação infantil. Explicará qual é a importância do lúdico para o desenvolvimento social e cultural da criança. Também, irá expor as mudanças do Lúdico, no que se refere as brincadeiras tradicionais e as da modernidade e Identificará de que forma a brincadeira moderna é utilizada como ferramenta auxiliar na educação infantil.
Desta forma, também se buscará conhecer qual é a contribuição da brincadeira para e educação e mais especificamente, qual é a importância da brincadeira na educação infantil?
2 PROBLEMATIZAÇÃO
Acompreensão do brincar vai muito mais além dos impulsos parciais, e os significados das atividades lúdicas na vida das crianças podem ser compreendidos pelos aspectos como preparação para a vida, a liberdade e a ação? A brincadeira, enquanto processo assimilativo, participa do conteúdo da inteligência, à semelhança da aprendizagem.
Assim, o uso das brincadeiras no processo de ensino aprendizagem, na educação infantil e na prática pedagógica do professor é necessário? Desta maneira, de que forma serão utilizados os procedimentos metodológicos que envolvam as brincadeiras e que possam contribuir para o processo educacional da criança?
Neste sentido, através deste trabalho se responderá o questionamento: qual é a contribuição da brincadeira para e educação? Como também, qual é a importância da brincadeira na educação infantil? Assim se averiguará:
Como o lúdico e a brincadeira se configuram na educação infantil? 
Quais são as metodologias e o entendimento sobre as atividades de brincadeiras na escola?
 
3 JUSTIFICATIVA
O desenvolvimento infantil está em processo acelerado de mudanças, as crianças estão desenvolvendo suas potencialidades precocemente em relação às teorias existentes. Assim, diante de tais avanços em geral, a criança deste final de século e de milênio também está evoluindo.
Segundo Lopes (2002), a escola está engatinhando com a teoria do construtivismo, tomando corpo pouco a pouco, mas a criança não pode esperar e está superando estes avanços. Assim, se a criança parece ser mais esperta, desenvolve-se antes do tempo previsto, pois algumas habilidades foram estimuladas precocemente, é porque tem permissão para expressar suas vontades e seu intelecto é muito mais estimulado. 
No entanto, ela tem diferentes formas de ansiedade, de medos e insegurança com os quais o educador tem que estar preparado para lidar. Os métodos tradicionais de ensino estão cada vez menos atraentes para a criança, ela quer participar, questionar, atuar e não consegue ficar por muito tempo sentada, ouvindo uma aula expositiva. 
É muito mais fácil e eficiente aprender por meio de jogos, e isso é válido para todas as idades, desde o maternal até a fase adulta. A brincadeira em si possui componentes do cotidiano e o desenvolvimento desperta o interesse do aprendiz, que se torna sujeito ativo do processo, e a confecção dos próprios jogos é ainda muito mais emocionante do que apenas brincar e jogar.
De acordo com Leal (2011) os jogos e as brincadeiras preparam professores para uma plena introdução do lúdico na escola, e é preciso que o professor tenha pleno domínio do conhecimento sobre os fundamentos essenciais da educação infantil lúdica, pois são condições suficientes para socializar, além de cumprir com metas fundamentais, pois os jogos e as brincadeiras enriquecem a aprendizagem.
Por meio da Educação Infantil, são estimuladas as brincadeiras e os jogos de construção, ocorrendo a aprendizagem através da mediação do professor. Assim, o ensino infantil oferece diversos tipos de jogos e brincadeiras, bem como os jogos tradicionais, didáticos, corporais, e é fundamental a presença do adulto e do professor. 
A presente pesquisa objetiva discutir sobre a importância da brincadeira na educação infantil, na primeira etapa da educação básica, visando à ludicidade como caminho para a aprendizagem e a construção do conhecimento através de jogos e brinquedos. 
Na teoria de Piagetiana, a brincadeira não recebe uma conceituação específica. Ela é entendida como uma ação assimiladora e aparece como forma de expressão da conduta, dotada de características metafóricas como espontânea, prazerosa, semelhantes às do Romantismo e da Biologia. Segundo Kishimoto (2013) Piaget distingue a construção de estruturas mentais da aquisição de conhecimentos, quando coloca a brincadeira dentro do conteúdo dentro da inteligência e não na estrutura cognitiva.
4 OBJETIVOS 
4.1. GERAL
Analisar como a brincadeira pode auxiliar o ensino na educação infantil.
4.2. ESPECÍFICOS
Discorrer sobre o lúdico e a brincadeira na escola na concepção de Vygotsky, Piaget e Wallon.
Verificar quais são as formas de brincadeiras utilizadas na educação infantil.
Conhecer qual é a importância do lúdico para o desenvolvimento social e cultural da criança.
Descrever as mudanças do Lúdico, no que se refere as brincadeiras tradicionais e as da modernidade.
Identificar de que forma a brincadeira moderna é utilizada como ferramenta auxiliar na educação infantil.
5 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo Lopes (2002) o lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que significa "jogo”. Assim, se achasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. Desta maneira, o lúdico passou a ser reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano. 
Neste sentido, o lúdico apresenta valores específicos para todas as fases da vida humana. Assim, na idade infantil e na adolescência a finalidade é essencialmente pedagógica. De acordo com Leal (2011) a criança e mesmo o jovem opõem uma resistência à escola e ao ensino, porque acima de tudo ela não é lúdica, não costuma ser prazerosa.
O lúdico se expressa desde os primitivos nas atividades de dança, caça, pesca, lutas. Na Grécia antiga, Platão afirmava que os primeiros anos de vida da criança deveriam ser ocupados por jogos. Com o cristianismo, os jogos vão sendo deixados de lado, considerados profanos, sem significação (LEAL, 2011, p.32).
A cultura lúdica faz parte da história do ser humano. Dessa maneira, a partir do século XVI, os humanistas começam a valorizar novamente o jogo educativo, percebendo a importância do processo lúdico na formação da criança.
De modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. De acordo com Leal apud Antunes (2005) as implicações da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo. Desta maneira, nas décadas de 1930 a 1950, os jogos infantis foram descuidados em relação ao período anterior, neste momento a atenção está voltada para os jogos de adultos.
Segundo Leal (2011) o lúdico é qualquer atividade que executamos e que pode dar prazer, que tenhamos espontaneidade em executá-la. Assim, quando fazemos porque queremos ou por interesse pessoal. Desta maneira, nos referimos tanto à criança quanto para o adulto. 
(...) começamos a perceber a possibilidade, a facilidade de se aprender, quando estamos brincando, pois na atividade lúdica, como na vida, há um grande número de fins definidos e parciais, que são importantes e sérios, porque consegui-los é necessário ao sucesso e consequentemente, essencial a satisfação que o ser humano procura, a satisfação oculta, neste caso seria o de aprender (LEAL, 2011, p. 20).
O lúdico está adquirindo uma considerável atenção no meio acadêmico pela grande quantidade de contribuições para o seu conceito e reflexão. No entanto, alguns ainda não constataram a veracidade de sua aplicação e sistematização enquanto ferramenta pedagógica. 
Através das atividades lúdicas as crianças adquirem marcos de referenciais significativos que lhes permitem conhecer a si mesmas, descobrir o mundo dos objetos e o mundo dos outros, experimentando também, situações de aventura, ação e exploração, como características impostergáveis da infância.
É com o jogo que as crianças fixam convicções de justiça, solidariedade e liberdade. São resolvidas situações problemáticas, adaptando-se de forma ativa a sociedade em que vivem. Segundo Leal apud Marcellino (1997) ao tratar do lúdico foca a abordagem que se busca, o lúdico não como algo isolado ou associado a uma determinada atividade, mas como um componente cultural historicamente situado que pode transcender aos momentos de lazer, como seu uso na Educação.
Os jogos e as brincadeiras são ferramentas importantes para o desenvolvimento social e cultural, tendo como base o professor como mediador dos jogos e das brincadeiras nas aprendizagens no contexto

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