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Inibição Tumoral com Soro de Tubarão e Antiinflamatórios

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AVALIAÇÃO DA INIBIÇÃO TUMORAL DO 
SORO DE TUBARÃO ASSOCIADO A 
ANTIINFLAMATÓRIOS ESTEROIDAIS E NÃO 
ESTEROIDAIS
Paulo Roberto Soares de Goes Filho1, Sandra Maria de Torres2, Luiz André Rodrigues de Lima 3 ,George 
Chaves Jimenez4, Valdemiro Amaro da Silva Júnior5.
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________________
1. Primeiro Autor é Graduando em Medicina Veterinária, Universidade Federal Rural de Pernambuco. R. Dom Manuel de Medeiros, s/n, Dois 
Irmãos, Recife, PE, CEP 52171900. E-mail: paulorobgoes@yahoo.com.br
2. Segundo Autor é Pós-Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Federal Rural de Pernambuco. R. Dom Manuel de Medeiros, s/n, Dois 
Irmãos, Recife, PE, CEP 52171900. E-mail: sandramariavet@yahoo.com.br
3. Terceiro Autor é Pos-graduando em Biociencia Animal, Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal, Universidade Federal Rural de 
Pernambuco. R. Dom Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, CEP 52171900.
4. Quarto Autor é Professor do Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal Universidade Federal Rural de Pernambuco. R. Dom Manuel de 
Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, CEP 52171900.
5.Quinto Autor é Professor do Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal Universidade Federal Rural de Pernambuco. R. Dom Manuel de 
Medeiros, s/n, Dois Irmãos, Recife, PE, CEP 52171900.
Apoio financeiro: UFRPE e CNPq.
Introdução
Segundo Gonzáles (2000) os componentes
moleculares do soro de tubarão podem ser capazes de 
interagir com sistemas enzimáticos específicos da 
cascata do ácido araquidônico, promovendo assim um 
importante efeito antiangiogênico em determinadas 
variedades de tumores, contribuindo assim para a sua 
inviabilização metabólica. 
Furtado Neto (1993), trabalhando com células 
NK (Natural Killer) de cações-lixa, Ginglymostoma 
cirratum, sugeriu a ação destas células contra células-
alvo neoplásicas, admitindo que a técnica por ele 
empregada, em condições ideais, poderia caracterizar 
a capacidade imunológica de tubarões.
A compreensão do mecanismo de ação de 
substratos ativos sobre o processo de inibição de 
neoplasias em mamíferos possibilitará o 
desenvolvimento de ensaios objetivos que favoreçam o 
desenvolvimento de estudos que visem a obtenção de 
compostos farmacológicos mais eficazes na 
erradicação de tumores considerados agressivos, 
diminuindo o comprometimento da qualidade de vida 
do paciente portador deste tipo de patologia. 
O carcinoma de Ehrlich é uma neoplasia 
experimental transplantável de origem epitelial 
maligna, espécie-específica que se desenvolve em 
camundongos Mus musculus, albino suíço, por ser um 
tumor de fácil implantação e possibilitar a obtenção de 
resultados estáveis num curto intervalo temporal 
(HORAIVA & HAMM, 1958; TANNOCK, 1968; 
DAGLI, 1989).
Este trabalho objetiva determinar o 
percentual de inibição tumoral do soro de tubarão
cação-galhudo (carcharinus plumbeus) sozinho e em 
associação com antiinflamatórios esteroidais e não-
esteroidais. 
Material e Métodos
Quarenta camundongos Swiss com 60 dias de 
idade, pesando em média 33g, e mantidos sob 
condições normais de laboratório, sob luminosidade 
de 12x12 horas; foram submetidos à inoculação 
subcutânea na região dorso-lateral direita com 7,0 x 
106 células do carcinoma de Ehrlich na região axilar 
direita. Após 4 dias da inoculação, os animais foram 
divididos em 4 grupos experimentais (controle (n=10), 
tratado com soro de tubarão (n=10), tratado com 
dexametasona (1mg/Kg) + soro de tubarão (n=10), 
meloxican (0,6mg/Kg) + soro de tubarão (n=10)) e 
diariamente eles eram pesados, seus tumores medidos 
com paquímetro e submetidos a tratamento segundo o 
grupo experimental pertencente. Após 7 dias de 
tratamento os animais foram submetidos aos 
procedimentos de eutanásia e seus órgãos e tumores 
pesados e coletados para cálculo de inibição tumoral.
Resultados e Discussão
Na tabela 1 é possível observar o peso da 
massa tumoral durante todo o período experimental. 
Utilizou-se a massa tumoral no último dia experimental 
para efetuar o cálculo do percentual de inibição 
tumoral diário. Na figura 1 pode ser visibilizado os 
valores da inibição tumoral no último dia dos grupos 
tratados em relação ao controle. No grupo tratado com 
soro de tubarão foi possível observar que não houve 
inibição do Carcinoma de Ehrlich em relação ao grupo 
controle, exceto no quinto dia experimental. No 
entanto, no grupo tratado com dexametasona mais soro 
de tubarão é notória a inibição tumoral ao longo de 
todo o período experimental, sendo esta em média 
42,32% e apenas no último dia 61,6% em relação ao 
grupo tratado com Ringer. Os animais tratados com 
soro de tubarão mais meloxican não foi observado 
inibição tumoral, tendo esta associação uma ação 
negativa sobre o Carcinoma de Ehrlich. 
Na figura 2 pode ser observada o percentual 
de inibição tumoral diária ao longo de todo o período 
experimental. Notou-se que apenas a associação de 
soro de tubarão com dexametasona teve ação inibitória 
sobre o Carcinoma de Ehrlich durante todo o período 
experimental.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos ao Professor Valdemiro Amaro da 
Silva Júnior e a Pós-Graduanda Sandra Maria de 
Torres, ao professor George Chaves Gimenez dos
Departamentos de Morfologia e fisiologia Animal e
Departamento de Química da UFRPE 
respectivamente; a professora Ivone Antonia de Souza 
do Departamento de Antibiótico da UFPE, pelo 
fornecimento das células do carcinoma de Ehrlich e ao 
Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal da 
UFRPE por permitir o uso do espaço físico para a 
realização deste experimento.
Referências
[1] WELLER, D. Behavioural and social science research in 
cancer: time for action. Eur J Cancer. v.40(3), p.314-5, 
2004.
[2] JONES, C. T.; HUNT, R. D.; KING, N.W. Sistema Genital. 
In: JONES, C. T.; HUNT, R. D.; KING, N.W. Patologia 
Veterinária. 6. ed. São Paulo: Manole, p. 1169-1244, 2000.
[3] FREI, W.; DOBBERSTEIN,J.; MATTHIAS, D.; RUBARTH, 
S.; PALLASKE, G.; STÜNZI, H. Patologia Geral para 
Veterinários e Estudantes de Medicina Veterinária.Fundação 
Calouste Gulbenkian, Lisboa, 334 p., 1971
[4] FOLGUEIRA, M. A. A. K; BRENTANI, M. M. Câncer de 
mama. In: FERREIRA, C. G.; ROCHA, J. C. Oncologia 
molecular. Editora Atheneu, São Paulo, p. 135-144, 2004.
[5] SANTOS, J. A. Patologia Geral Dos Animais Domésticos 
(Mamíferos e Aves). Interamericana, Rio de Janeiro, 409 p, 
1986.
Dia Controle Soro
Soro + 
Dexametasona
Soro + 
Meloxican
1 0,11± 0,10 0,43 ± 0,66 0,05 ± 0,07 0,24 ± 0,43
2 0,18 ± 0,13 0,67 ± 0,61 0,06 ± 0,06 0,27 ± 0,22
3 0,29 ± 0,27 0,57 ± 0,64 0,17 ± 0,22 0,29 ± 0,26
4 1,75 ± 2,03 1,80 ± 1,42 0,42 ± 0,35 0,38 ± 0,40
5 0,93 ± 0,94 0,91 ± 0,73 0,25 ± 0,35 1,44 ± 2,39
6 0,54 ± 0,70 1,64 ± 1,72 0,24 ± 0,38 1,80 ± 3,31
7 1,2 ± 1,08 2,43 ± 1,92 0,35 ± 0,19 1,88 ± 2,58
Figura 1: Percentual de inibição tumoral do Carcinoma de 
Ehrlich no último dia do período experimental em 
camundongos Swiss controle em relação aos grupos tratados 
com soro de tubarão e os antiinflamatórios Dexametasona e 
Meloxican.
-60 -40 -20 0 20 40 60 80
Inibição tumoral (%)
Cont/Soro
Cont/S+Dex
Cont./S+Mel
G
ru
p
o
s
 e
x
p
e
ri
m
e
n
ta
is
-400 -300 -200 -100 0 100
Inibição Tumoral Diária (%)
1
2
3
4
5
6
7
D
ia
s
Cont/Soro Cont/S+Dex Cont./S+Mel
Figura2: Inibição tumoral diária ao longo do tratamento 
experimental
Tabela 1: Massa tumoral ao longo dos tratamentos em 
camundongos Swiss controle, em relação aos grupos tratados 
com soro de tubarão e os antiinflamatórios Dexametasona e 
Meloxican.

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