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Caso 001/2017 Miami/Nevada: Rachel Chase/ Estupro e homicídio qualificado RESUMO DO CASO A vítima foi gravada pelas câmeras de segurança entrando no prédio que reside por volta das 21:00h do dia 02/07/2017, entrou em seu apartamento e 40 minutos depois, entra no mesmo prédio um homem não identificado trajando jaqueta azul e boné preto, é presumível que o suspeito conheça o lugar, pois evitou mostrar o rosto em todas as câmeras de vigilância de trânsito das proximidades e pela câmera do prédio da vítima, o que indica premeditação. As 22:05h a polícia foi chamada por uma testemunha não identificada que relatou ouvir gritos de socorro e barulhos de objetos quebrando, às 22:15h a polícia chegou ao local, encontrando a casa da vítima aberta sem sinais de arrombamento o que leva a crer que a vítima conhecia o agressor, a casa estava revirada, com sinais de luta e a vítima encontrada no chão da sala numa possa de sangue e já sem vida, os peritos criminais chegaram para analisar a cena do crime às 23:00, isolaram a área e iniciaram os testes de fluorescência e luminescência, e coletaram diversas amostras de sangue, cabelo e sêmen para enviar para processamento no laboratório. O legista analisou a temperatura do fígado da vítima e constatou que a mesma havia sido assassinada poucas horas atrás, em análises preliminares já afirmou também que houve atividade sexual forçada, o corpo então foi liberado para o necrotério para demais exames. A equipe de investigação no momento aguarda a liberação das amostras pelo laboratório, para dar andamento às investigações. Peritos responsáveis Fernanda C.C. Sampaio Mota Janilda Alves de Lima Wagner Penga da Silva RELATÓRIO DO LABORATÓRIO DE PERÍCIA CRIMINAL As amostras de cabelo foram colocadas cada uma em um eppendorf identificado, em seguida foram adicionados 250 μl de CTAB para destruir a membrana do DNA. No eppendorf foram colocadas três bolinhas de aço para ser macerado (bullet), e então completado com 450 μl de CTAB (total 700) e misturado levemente por imersão, foi centrifugado por 10 minutos, então retirado o sobrenadante rico em proteína do eppendorf e transferido para outro recipiente e encubado por 45 minutos em banho Maria, foi adicionado 700 μl de SEVAG para desnaturar as proteínas e separar dos aminoácidos, centrifugado a 700 r.p.m por 1 minuto. Com pipetas cortadas foi retirado o sobrenadante para outros eppendorf e descartado o restante, foi então adicionado 700 μl de isopropanol a -20 ºC e colocado no freezer até o dia seguinte. No dia seguinte ao abrir o laboratório os eppendorf foram retirados do freezer e centrifugados a 13.000 r.p.m por 10 minutos e jogado fora o material, então foi adicionado 1 ml de etanol 70% para limpar o DNA, centrifugado a 13.000 r.p.m por 5 minutos e descartado o conteúdo e colocado para secar no papel toalha, depois foi adicionado 25 μl de T.E quente para armazenar o DNA, e esperado 5 minutos em banho Maria. Depois da extração o próximo passo foi o PCR. PCR Extração, Amplificação e Sequenciamento de DNA Amostras de sangue, cabelo e saliva, já extraídos o DNA Mg Free Mg (TAQ auxiliada por ele) Primer 1 Foward 5’ Primer 2 Reverse 3’ DNTP – (Nucleotídeos livres para grudar na fita de DNA) BSA (reagente que elimina os metabólitos) Água milliq 2 μl de DNA 0,05 TAQ polimerase (bactéria Thermus aquaticus) Todos esses ingredientes foram reunidos num tubo de eppendorf e colocados no termociclador, onde obtivemos três fases no PCR, e cada fase com uma temperatura diferente: 1 - Desnaturação onde a fita de DNA se separou (95º C) 2 -Anelamento os Primers se ligaram na molécula de DNA (57 a 63 ºC) 3 - Extensão, Taq polimerase estendeu a fita de DNA (72 ºC) Foi então acrescentado Brometo de etídio para visualização do gel de eletroforese. A leitura do gel mostrou o DNA que foi passado pelo CODIS revelando que tal DNA pertence a um prisioneiro de Rikers. O teste apontou 99% de compatibilidade com o prisioneiro e o mesmo percentual com o suspeito de jaqueta azul filmado na cena do crime, dessa forma os testes de DNA foram refeitos três vezes segundo o protocolo do laboratório de perícia, seguindo todos os passos citados acima, e em todas as tentativas o mesmo resultado foi encontrado. Descartamos então qualquer problema de contaminação de amostra ou erro de análise. Caso 001/2017 Miami/Nevada: Rachel Chase/ Estupro e homicídio qualificado O relatório foi recebido e imediatamente a perícia iniciou uma investigação para verificar se o prisioneiro havia deixado o presídio de alguma forma, após analisar todas as câmeras de segurança da casa de detenção foi constatado que o detento em momento algum deixara o presídio, o que deixou a perícia em uma encruzilhada, como um homem preso há mais de 10 anos, que jamais deixou a cadeia desde então, poderia ter deixado seu DNA em uma cena de crime há 1 semana? Os registros médicos do detento foram analisados, assim como os de nascimento, e descobriu-se que nunca teve nenhum irmão gêmeo registrado, o laboratório foi questionado, contudo deram as mesmas respostas, afirmando impossibilidade de erro nos relatórios. Dessa forma a polícia pegou uma foto recente do prisioneiro e passou a realizar diligências pelo bairro onde ocorreu o crime, abordando várias pessoas e questionando se já viram o homem da foto, sem resultados. A eficácia da perícia criminal e laboratorial passou a ser questionada pela mídia, que satirizava afirmando que a polícia queria acusar um homem preso de ter cometido um crime impossível, a foto do detento foi divulgada em todos os jornais como vítima de perseguição policial. Um mês após o crime a polícia recebeu uma ligação que afirmou ter visto o homem que apareceu nos jornais em uma propriedade distante da cidade, a polícia imaginou se tratar de um trote, pois o homem dos jornais estava preso, porém na falta de mais evidências resolveram averiguar a denúncia. Uma operação discreta foi montada para vigiar a área e após uma noite inteira de espera, o suspeito foi encontrado, abordado e levado para o departamento de investigação que encaminhou amostra de saliva para o laboratório que confirmou que o dna do homem capturado era o mesmo do prisioneiro e da cena do crime (o gel de eletroforese mostrou as mesmas combinações anteriores em um percentual de 99% ). Dessa forma descobriu-se que o homem em questão mesmo não tendo registro, era irmão gêmeo do prisioneiro, e mesmo não tendo tido contato algum com o irmão durante toda a vida, apresenta os mesmos distúrbios psicológicos e comportamento violento. Ele tinha conhecimento do parentesco, através da divulgação da prisão do irmão há 10 anos atrás, pelo mesmo motivo que ele era preso agora e desde então vem cometendo crimes por imaginar que jamais seria pego. Ao ser questionado disse que escolheu a vítima aleatoriamente na rua há vários dias e vinha acompanhando sua rotina desde que a viu, ele aguardou uma oportunidade, entrou no prédio e a fez abrir a porta dizendo que era entregador e tinha uma encomenda para ela, dessa forma cometeu o estupro como já era de costume, e por fim assassinou a vítima imaginando não deixar vestígios, como o DNA apresentava 99% de compatibilidade, o suspeito questionou a falta de mais evidências para sua condenação, uma vez que havia um DNA praticamente idêntico ao dele, que pertencia ao irmão. Dessa forma o laboratório realizou um teste de dermatoglifia, onde constatou- se que as digitais colhidas na cena do crime eram mesmo do suspeitoe não do prisioneiro, como os gêmeos apresentam diferentes digitais, as evidências não puderam ser mais questionadas e o suspeito foi preso na Rikers, aguardando julgamento. TESTE DE DERMATOGLIFIA
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