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A sistemática filogenética, método de reconstrução de árvores evolutivas criado por Willi Hennig em 1955 É frequentemente considerada um novo paradigma que revolucionou as classificações biológicas quando comparado às escolas de sistemática anteriores Sistemática Filogenética ou Cladística • Mais objetivo, reproduzível e estatisticamente embasado ●Mudanças evolutivas são extremamente restritas, e que novas estruturas raramente surgem do nada, ● São produto de modificações adquiridas por estruturas já existentes ● Hennig concluiu que poderia ser reconstruída baseada nas similaridades e diferenças nas características dos organismos relacionados Hennig desenvolveu um método que permitia reconstruir a história de uma linhagem e as relações hierárquicas entre os taxa. O resultado se representa em um cladograma reflitir a verdadeira história evolutiva Sistemática Filogenética, portanto, é o campo da biologia que reconstrói a história evolutiva e estuda as relações entre os organismos Interpretando uma árvore filogenética ELEMENTOS DE FILOGENIA: Muito se diz da contribuição de Darwin e Wallace quanto à mutabilidade das espécies e do surgimento delas pela seleção natural. A grande relevância do trabalho de Darwin e Wallace se centra na robusta descrição do processo de seleção das espécies através da seleção natural e da grande sacada de que todos os organismos (eu repito com maior ênfase: TODOS) evoluíram do mesmo ancestral comum Ancestral Comum A árvore de Darwin em seus cadernos de notas, com a poética inscrição “I think”, “Eu penso” Ou seja, todas as espécies estão interconectadas por meio de espécies ancestrais e, portanto, integram a mesma árvore evolutiva. Esta árvore filogenética, criada por David Hillis, Derreck Zwickil e Robin Gutell, retrata as relações evolutivas de cerca de 3.000 espécies. Menos do que 1 por cento das espécies conhecidas estão representadas. Este é o ponto chave que vai de encontro à visão criacionista do mundo: ● Escala crescente “Scala Naturae ” A ideia de uma única árvore da vida Na contramão de Darwin e Wallace mutabilidade das espécies e seleção natural. Imutabilidade das espécies Entretanto a teoria de Darwin e Wallace não somente dizia que as espécies não eram imutáveis As variações fazem parte do processo de evolução das espécies e são imprescindíveis ao trabalho da seleção natural. Surgimento de novas espécies Desaparecimento de espécies antigas Interconexão de (ou conexão entre) todas as espécies Mesma árvore de descendência A ideia central de Darwin e Wallace é a filogenia A existência de uma filogenia de raiz única para todos os organismos, que os interconecta. Falar em ancestralidade de espécies e falar em filogenia é a mesma coisa. Única figura de “A origem das espécies” em sua primeira edição (1859) mostrando inter-relações entre espécies HISTÓRICO DAS ÁRVORES FILOGENÉTICAS ● As representações diagramáticas de espécies ou clados, conhecidas atualmente como árvores filogenéticas, são razoavelmente antigas. ● Até 1950, as árvores filogenéticas eram utilizadas como diagramas ramificados que expressavam como os autores achavam que os táxons relacionavam-se em termos de ancestralidade ● As árvores não eram acompanhadas de uma explicação sobre a escolha da utilização daqueles critérios Ninguém se preocupava em averiguar a existência de homoplasias e em garantir que os critérios selecionados refletissem homologia, não havia preocupação com a seleção satisfatória de grupos internos e grupos externos, com hipótese prévia de ancestralidade comum… Nada disso existia Essas árvores refletiam a opinião intuitiva dos autores quanto à semelhança entre os táxons. Portanto, são pouquíssimo informativas e interpretá-las é um trabalho duro e, em certos aspectos, impossível a homologia de uma estrutura sugere um ancestral comum uma homoplasia sugere evolução independente da mesma estrutura. O primeiro diagrama representando relações entre seres vivos foi publicado em 1801 pelo botânico Augustin Augier. Lamarck publicou a primeira representação diagramática dos animais em 1809 em seu “Philosophie Zoologique”. Em 1840 o geólogo americano Edward Hitchcock publicou a primeira árvore da vida baseada em dados paleontólogicos em seu “Elementary Geology”. Diagrama de Hitchcock em “Elementary Geology” Ernest Haeckel construiu várias árvores após a publicação de “A origem das espécies”. Nenhuma dessas representações apresentadas até agora são baseadas no método filogenético (que sequer existia) São ditas árvores “pré- hennigianas”. Com o aperfeiçoamento da filogenia, as árvores agora podem sistematizar e representar uma vasta gama de informações e tornar acessíveis detalhes da evolução dos grupos. Existem dois tipos básicos de Árvores Filogenéticas: os cladogramas e os filogramas. CLADOGRAMAS são simplesmente uma topologia de relações entre os táxons terminais, ou seja, o comprimento de seus ramos não representa unidades de tempo ou mudanças decorridas. Exemplos de cladogramas. A, B e C nos fornecem a mesma informação, a diferença entre eles é estética. B é outro tipo de representação gráfica de A. Em C houve o alinhamento dos ramos terminais no topo por estética. Retirado de Lopes e Ho. FILOGRAMAS se diferenciam nesse quesito, visto que seus ramos de diferentes tamanhos podem representar tanto as linhagens em relação ao tempo geológico, quanto o número de mudanças ocorridas entre elas ou o tempo gasto em sua divergência. **** O filograma que representa as linhagens no tempo geológico terá todos os ramos viventes (não extintos) terminando na mesma altura, pois esta representa o tempo atual, enquanto que os táxons extintos serão representados por um ramo que termina em determinada época geológica Filograma de ordens extintas e viventes de insetos em relação aos períodos geológicos e informações dos principais eventos de cada período Os filogramas de tempo de divergência entre clados terão uma escala de tempo transcorrido entre as separações dos ramos Nessa representação há uma escala de tempo indicada pela linha (0,2 milhão de anos). O tamanho de cada ramo representa o tempo envolvido na diferenciação da espécie em questão. Assim interpretamos que a espécie A levou um pouco mais de 0.4 mi anos para se divergir do ancestral a’; que a” levou menos de 0.2 mi anos para se divergir de a’; que B levou cerca de 0.6 mi anos para se divergir do ancestral a” e por aí em diante. Modificado de Lopes e Ho As árvores que somente expressam semelhanças fenotípicas sem supor filogenia do grupo são chamadas de fenogramas . As primeiras árvores que apareceram quase sempre são simplesmente fenogramas. Exemplo de Fenograma com quociente de semelhança que indica somente a divergência de formas (morfologia) entre organismos Como interpretar as árvores filogenéticas 1. Primeira coisa a ser compreendida: A árvore não indica linearidade nos eventos de evolução. Presumir isso é errado. Uma árvore não é uma escada: 2. Segunda coisa a ser compreendida: Árvores mostram relações de ancestralidade comum dos táxons terminais e sua história evolutiva em relação ao tempo. Cladogênese é o evento da quebra de uma espécie ancestral em duas espécies descendentes Terminologia Clados: Agrupamento que inclui um ancestral comum e todos os seus descendentes (viventes e extintos). Os clados são grupos monofilético Boa noite!
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