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Perguntas e respostas sobre Nomenclatura e Sistematica

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1 
http://www.conchasbrasil.org.br/materias/faq/default.asp 
http://www.conchasbrasil.org.br/materias/faq/faq4.asp 
acessado em 02.iii.2009 
 
Respostas para perguntas mais freqüentes sobre Taxonomia, Sistemática, Classificação e 
Nomenclatura Zoológica, com exemplos em moluscos 
• O que é Taxonomia? E Classificação? 
• Existe diferença entre Taxonomia e Sistemática? 
• Por que os nomes das espécies são importantes? 
• Os nomes vulgares são suficientes para armazenar a informação biológica existente? 
• O que é o Código Internacional de Nomenclatura Biológica? 
• O que são táxons e categorias taxonômicas. Para que servem? 
• Quais categorias taxonômicas, em Zoologia, possuem desinências regulamentadas e fixas? 
• Como é que os táxons são descritos e classificados nas várias categorias taxonômicas? 
• Quais são os objetivos da nomenclatura biológica? 
• O que é uma espécie (ou um táxon) “incertae sedis”? 
• Nova combinação (com. nov). Por que os nomes dos autores das espécies aparecem às vezes 
entre parênteses, e outras vezes sem os parênteses? 
• Quais as regras principais para a formação de um nome genérico? 
• Quais as regras principais para a formação de um nome de espécie? 
• Transferência de espécie de um gênero para outro. O que acontece com o “nome” específico 
(epíteto específico) de uma espécie quando ela é transferida para outro gênero? 
• Considerar um nome como gênero ou subgênero pode alterar o epíteto específico do nome 
correto? 
• Dúvidas sobre o gênero gramatical de um nome, gênero ou espécie? 
• Quais os procedimentos para que a descrição de uma espécie nova seja considerada válida? 
• O que é série-tipo de uma espécie? 
• O que é “tipo”? 
• Quais os principais “tipos” do grupo da espécie (espécie e subespécie)? 
• Onde estão depositados os tipos das espécies brasileiras? 
• O que é localidade-tipo? 
• O que é nome válido? 
• O que é nome disponível? 
• Quais os critérios para que o nome seja considerado disponível? 
• O que são sinônimos? 
• O que é a Lei de Prioridade? 
• O que é um nomen novum (nom. nov.)? 
• O que é um nomem nudum ? 
• O que significa nome pré-ocupado? 
• O que é um homônimo? 
• Qual o significado de subespécie, forma e variedade? 
• Como se cita o nome do subgênero? 
• Dúvidas sobre autoria e data de publicação do nome de uma espécie animal? 
• O que significam as abreviaturas sp (ou spp.), cf. e aff. após o nome do gênero? 
• Nomen dubium . Quando o nome de uma espécie é considerado nomen dubium? 
• Como os organismos são classificados? Quais os fundamentos da Sistemática Filogenética ou 
Cladística? 
• A classificação cladística apresenta vantagens em relação à classificação construída com base 
apenas nas semelhanças? 
• Como se constrói um cladograma? 
• Qual a importância das categorias e táxons para a sistemática filogenética? 
• Quais tipos de táxons não são aceitos pela sistemática filogenética? 
• O que é grupo-irmão? 
• Como se transforma um cladograma em uma classificação? 
• Só existe uma classificação possível a partir de um cladograma? 
• É possível representar um cladograma sem utilizar uma figura ou uma classificação? 
 2 
O que é Taxonomia? E Classificação? 
A Taxonomia é a ciência responsável por descrever, nomear e classificar os organismos, atuais e 
extintos. O nome da espécie permite a indexação do conhecimento biológico. A Classificação – um 
sistema hierárquico de referência – possibilita com que a informação existente possa ser recuperada. 
Existe diferença entre Taxonomia e Sistemática? 
Para alguns especialistas, Taxonomia é sinônimo de Sistemática. Para outros, porém, a Sistemática 
envolve, além da Taxonomia, o estudo das relações de parentesco entre as espécies. Portanto, o 
objetivo de quem trabalha com sistemática não é apenas descrever a diversidade existente e elaborar 
um sistema geral de referência, mas também contribuir para a compreensão dessa diversidade. As 
classificações devem refletir a história filogenética e, portanto, possibilitar a previsão das 
características dos organismos atuais, além de recuperar as informações indexadas. Devem, também, 
possibilitar a inclusão de novas espécies no sistema, à medida que elas sejam descobertas e descritas. 
Por que os nomes das espécies são importantes? 
Existem aspectos da ciência aplicada diretamente relacionados com a Sistemática. Os nomes dos 
organismos e as informações associadas podem ter importância para a Agricultura, Saúde, Ecologia, 
Genética, Biologia Molecular e Biologia do Comportamento, entre outras áreas. A Biologia Aplicada 
depende das identificações corretas, que evitam gastos inúteis ou danos sérios. Por exemplo, a 
identificação correta de Achatina fulica permite a distinção dessa espécie de gastrópode invasor - uma 
praga agrícola e possível vetor de doenças ao homem e aos animais domésticos e de criação -, de 
outras espécies semelhantes, nativas do Brasil e inofensivas. Após a identificação correta, medidas 
adequadas para controle da praga podem ser adotadas. 
Os nomes vulgares são suficientes para armazenar a informação biológica existente? 
Nomes vulgares idênticos podem ser dados a espécies taxonômicas muito diferentes, o que pode 
acarretar grande confusão. Em Portugal, o nome berbigão é dado para um bivalve da família 
Cardiidae, Cerastoderma edule. Já no Brasil, berbigão é utilizado para designar a espécie 
Trachycardium muricatum (Cardiidae), também chamada de mija-mija ou rala-côco. Entretanto, 
berbigão também designa a espécie Anomalocardia brasiliana (Veneridae), conhecida ainda por 
maçunim, fumo-de-pedra, papa-fumo, pedrinha, samanguaiá, simaguaiá, simongoiá, sarro-de-peito e 
vôngoli (italianismo, plural de “vongola”). No Brasil, vôngoli também é utilizado para outra espécie, 
Protothaca pectorina (Veneridae), enquanto que na Itália “vongola verace” designa a espécie Tapes 
decussatus (Veneridae). 
O que é o Código Internacional de Nomenclatura Biológica? 
Para dar nomes e classificar os animais existe um conjunto de regras, reunidas no Código 
Internacional de Nomenclatura Zoológica. É importante salientar que o código não interfere na 
liberdade de pensamento, uma vez que não exerce influência sobre os conceitos biológicos seguidos 
pelos taxonomistas. As regras de nomenclatura apenas prescrevem a maneira de nomear as espécies 
e as outras categorias taxonômicas, não como definir os táxons. A edição mais recente do Código é a 
de 1999 (quarta edição), e está disponível na Internet, http://www.iczn.org/iczn/index.jsp. 
O que são táxons e categorias taxonômicas. Para que servem? 
Táxon é um conjunto de organismos que podem ser reunidos com base em uma definição particular. 
Por exemplo, Bivalvia é o táxon que engloba os moluscos possuidores de concha formada por duas 
valvas laterais, mantidas unidas por um ligamento dorsal. Categoria é o nome associado a um 
determinado táxon e que demonstra o nível de generalidade desse táxon em relação aos demais 
táxons. Por exemplo, os Bivalves são considerados na categoria Classe, de mesmo nível hierárquico 
que a Classe Gastropoda. A sequência abaixo apresenta algumas das categorias taxonômicas mais 
conhecidas e utilizadas, e suas posições relativas. Alguns prefixos, como por exemplo, “super-”, “sub-” 
e “infra-”, ampliam o número de categorias disponíveis. As categorias assinaladas com asterisco (*) 
foram instituídas por Linnaeus, e empregadas em suas primeiras classificações. O sistema lineano é 
uma convenção. A hierarquia deve ser memorizada para se ter a posição relativa dos táxons. 
REINO* 
 FILO 
 CLASSE* 
 ORDEM* 
 FAMÍLIA 
 GÊNERO* 
 ESPÉCIE* 
A classificação do berbigão ou vôngoli é a seguinte: 
Reino: Animal 
Filo: Mollusca 
Classe: Bivalvia 
Subclasse: Heterodonta 
Ordem: Veneroida 
Família: Veneridae 
Gênero: Anomalocardia 
Espécie: Anomalocardia brasiliana (Gmelin, 1791) 
 3 
Quais categorias taxonômicas, em Zoologia, possuem desinências regulamentadas e 
fixas?Superfamília (-oidea); Família (-idae); Subfamília (-inae); tribo (-ini); Subtribo (-ina). O código não 
trata de nomes acima do nível da categoria Superfamília. 
Como é que os táxons são descritos e classificados nas várias categorias taxonômicas? 
O taxonomista utiliza qualquer qualidade do organismo, que será denominada caráter ou 
característica taxonômica. Em geral, os caracteres taxonômicos são obtidos do estudo 
morfológico, mas também podem ser utilizadas características fisiológicas, bioquímicas, 
comportamentais, gênicas ou moleculares e outras. 
Quais são os objetivos da nomenclatura biológica? 
Os objetivos da nomenclatura biológica são possibilitar a comunicação e a indexação das informações 
existentes sobre os organismos. A nomenclatura assegura nome único e distinto para cada táxon, 
promovendo a estabilidade e a universalidade dos nomes científicos. 
Cada espécie possui um nome que consta de um binômio: um nome genérico, seguido de um nome 
(ou epíteto) específico. Por exemplo, o nome científico do berbigão ou vôngoli é Anomalocardia 
brasiliana (Gmelin, 1791). O primeiro aspecto que se pode notar é que essa espécie possui mais de 
um nome popular, o que pode originar confusões e atrapalhar a indexação de novas informações que 
continuam a ser obtidas sobre o molusco. Entretanto, o nome científico é um só. Ele deve ser escrito 
de maneira destacada, em caracteres itálicos ou sublinhado. Outro aspecto a ser ressaltado é que, em 
seguida ao nome da espécie, estão citados o nome do autor (Gmelin) e o ano em que a espécie foi 
descrita (1791). Segundo o código de nomenclatura zoológica, as informações referentes ao 
autor e à data de publicação não fazem parte do nome específico, mas são geralmente citados, pelo 
menos na primeira vez que se faz referência a ele no trabalho. Portanto, o nome científico do 
berbigão pode ser citado como Anomalocardia brasiliana (Gmelin, 1791), Anomalocardia brasiliana 
(Gmelin), ou apenas Anomalocardia brasiliana. 
O que é uma espécie (ou um táxon) “incertae sedis”? 
É uma espécie, ou um táxon supra-específico, que possui posição taxonômica incerta. Os 
taxonomistas não conseguem posicionar o táxon no sistema de classificação vigente. Comparar com 
“nomen dubium”, que possui conceito diferente. 
Nova combinação (comb. nov). Por que os nomes dos autores das espécies aparecem às 
vezes entre parênteses, e outras vezes sem os parênteses? 
Vamos analisar os nomes científicos de três espécies do gênero Anomalocardia: 
Anomalocardia flexuosa (Linnaeus, 1767) - China. 
Anomalocardia producta Kuroda & Habe, 1951 - Sudeste da Ásia e Japão. 
Anomalocardia brasiliana (Gmelin, 1791) - Brasil e Caribe. 
Pode ser observado que o nome do autor e a data dessas espécies aparecem ou não entre 
parênteses. Teria sido desatenção, falta de uniformidade ou uma opção? Na realidade, trata-se da 
observância de uma regra do código de nomenclatura zoológica. A ausência dos parênteses 
indica que a espécie foi descrita originariamente naquele gênero; a presença dos parênteses significa 
que a espécie foi originariamente descrita em outro gênero, sendo posteriormente transferida para a 
atual combinação. No caso da primeira espécie, Linnaeus descreveu a espécie como Venus flexuosa, 
em 1767. Schumacher, em 1817, descreveu o gênero Anomalocardia, designando como espécie-tipo 
do gênero Venus flexuosa Linnaeus, 1767, espécie da China, mas não incluiu a espécie brasileira na 
combinação atual. A espécie brasileira foi descrita por Gmelin (1791) como Venus brasiliana, e 
posteriormente transferida por Dall (1902) para o gênero Anomalocardia. É interessante observar que 
o autor (ou autores) que realiza novas combinações genéricas, não é citado no nome das espécies de 
animais. 
Quais as regras principais para a formação de um nome genérico? 
O nome do gênero (e também do subgênero) consiste de um substantivo no nominativo singular e 
deve ser palavra formada por mais de uma letra. Podem ser palavras masculinas, femininas ou 
neutras. A determinação do gênero gramatical do nome genérico é fundamental, pois o segundo 
nome do binômio (ou epíteto especifico) deve concordar gramaticalmente com ele. Alguns nomes de 
gêneros são dados em homenagem a pessoas, e o código apresenta as seguintes recomendações 
para formações desses nomes: se terminados em consoantes, utilizar os sufixos -ius, -ia (Spengler, 
Spengleria rostrata; William, Williamia krebsi), -ium; se terminados na vogal a: -ia; se terminados 
em vogal diferente de a: -us, -a (Fargo, Fargoa buschiana), -um. Existem outros sufixos, por 
exemplo, -ella, Cooper, Cooperella atlantica, gênero gramatical feminino. O nome do homenageado 
pode ser utilizado como prefixo, por exemplo, Mikado, imperador do Japão, Mikadotrochus notialis, 
ou Crassatella (Riosatella) riograndensis, em homenagem ao Prof. Eliézer Rios. O nome do gênero 
 4 
pode ser um conjunto de letras ou palavras, sem significado biológico algum, como em Piseinotecus 
Marcus, 1955; os professores Ernest e Eveline Marcus tiveram um gato chamado Teco. Uma noite, 
alguém pisou no rabo do Teco, que começou a miar. Daí Piseinotecus, gênero gramatical masculino, 
Piseinotecus divae. 
Quais as regras principais para a formação de um nome de espécie? 
O nome da espécie consiste de uma combinação binária, Gênero + espécie. O nome específico deve 
ser sempre uma palavra com mais de uma letra. Pode ser: 
- um adjetivo no nominativo singular, o qual deve concordar com o gênero gramatical do nome do 
gênero, masculino, feminino ou neutro. Em geral, a desinência é –us para o masculino, -a para o 
feminino e –um para o neutro, mas depende da declinação. Por exemplo, exiguus (m), a(f), um(n) é 
um adjetivo latino que significa pequeno. Foi utilizado nas seguintes espécies: Brachidontes exiguus, 
Janthina exigua e Vexillum exiguum. Nem sempre a terminação do adjetivo segue o padrão -us, -a, -
um. Por exemplo, o adjetivo “belo ou formoso”, em latim, é pulcher (m), pulchra (f), pulchrum (n). 
Como exemplos de nomes de espécies formados por nomes de gênero masculino, feminino e neutro, 
combinados com esse adjetivo, temos: Murex pulcher (m), Trigonostoma pulchra (f) e Calliostoma 
pulchrum (n). Outros adjetivos latinos com três terminações diferentes: glaber (m), glabra (f), 
glabrum (n) (= liso, sem pêlos); paluster (m), palustris (f), palustre (n) (= que vive nos pântanos). Os 
adjetivos latinos podem ter duas terminações distintas, sendo a mesma para o masculino e o 
feminino, como em fragilis (m), fragilis (f), fragile (n) (= frágil) ou mirabilis (m), mirabilis (f), mirabile 
(n), que significa maravilhoso, e foi empregado nas espécies Pedipes mirabilis (m), Strigilla mirabilis 
(m) e Triphora mirabile (n). Alguns adjetivos latinos possuem terminação única, qualquer que seja o 
gênero, como em bicolor (m), bicolor (f), bicolor (n) (= com duas cores), ou atrox (m), atrox (f), atrox 
(n) (= cruel). Em caso de dúvida, consultar o dicionário. 
- um substantivo no nominativo singular, usado em aposição. O substantivo em aposição não precisa 
concordar com o gênero gramatical do nome do gênero. Exemplos: Conus baiano, Conus carioca, 
Calliostoma hassler, e Turbonilla kaapor; baiano e carioca são substantivos que designam os 
habitantes de determinadas regiões do Brasil; Hassler é o nome de um navio norte-americano de 
pesquisas que visitou as costas do Brasil em 1872, e Kaapor é o nome de uma tribo de indígenas do 
Brasil. 
- um substantivo no genitivo. Utilizado para homenagear pessoas; se o homenageado for do sexo 
masculino, é empregada a desinência -i (singular, masculino), como em Adelomelon riosi, 
homenagem ao Dr. Eliézer Rios; se for do sexo feminino, é utilizada a desinência -ae (singular, 
feminino), como em Plicolinda zelindae, homenagem à Dra. Zelinda Margarida Leão. Se os 
homenageados forem dois homens, ou um casal, é utilizada a desinência -orum (masculino), como 
em Polystira coltrorum e Siratus coltrorum, homenagens aos irmãos José e Marcus Coltro, e 
Olivancillariabuckuporum, homenagem a Profa. Erika Helena e ao Dr. Ludwig Buckup. Se os 
homenageados forem duas mulheres, é utilizada a desinência -arum (f). Pode ser utilizado, também, 
em outras situações, como por exemplo, localidades geográficas: Nassarius antillarum (= Nassarius 
“das Antilhas”), Conus scopulorum (= Conus “dos rochedos”). Deve ser observado que, nesses casos, 
os genitivos não se alteram, não importando o gênero gramatical do nome do gênero, assim como 
ocorre com os nomes em aposição. 
Transferência de espécie de um gênero para outro. O que acontece com o “nome” 
específico (epíteto específico) de uma espécie quando ela é transferida para outro 
gênero? 
Se a espécie for transferida para outro gênero (ver “nome de autor entre parênteses”), o epíteto 
específico, quando adjetivo, deverá concordar com o gênero gramatical do novo gênero. Por exemplo: 
Natica é um nome feminino; Natica sulcata é situada, por alguns autores, no subgênero Stigmaulax 
(masculino), resultando a combinação Natica (Stigmaulax) sulcata. Se o subgênero for elevado a 
gênero, o adjetivo do epíteto específico (sulcatus, -a, -um) deverá combinar com o gênero do novo 
nome genérico, Stigmaulax (masculino), resultando a combinação Stigmaulax sulcatus. 
Considerar um nome como gênero ou subgênero pode alterar o epíteto específico do 
nome correto? 
Gmelin descreveu Buccinum caudatum Gmelin, 1791. Esse mesmo táxon foi descrito, 
subseqüentemente, por outros autores, recebendo as seguintes denominações (sinônimos juniores): 
Fusus cutaceus (Lamarck, 1816); 
Cassidaria cingulata Lamarck, 1822; 
Cymatium (Linatella) cingulatum peninsulum M. Smith, 1937; 
Cymatium (Linatella) neptunia Garrard, 1963. 
 5 
Se a espécie for considerada no gênero Linatella, seu nome correto é Linatella caudata (Gmelin, 
1791). Porém, Beu (1998) considerou Linatella como subgênero de Cymatium, e o nome da espécie 
passaria a ser Cymatium (Linatella) caudatum (Gmelin, 1791). Entretanto, já existe outra espécie de 
Cymatium com o mesmo epíteto específico: Cymatium (Ranella) caudatum (Gmelin, 1791), 
acarretando homonímia (= duas espécies distintas com o mesmo epíteto específico em um mesmo 
gênero), o que não é permitido pelo Código Internacional de Nomenclatura Zoológica. Pode ser 
observado que as duas espécies foram publicadas pelo mesmo autor (Gmelin), no mesmo ano (1791), 
no mesmo trabalho. Cumpre informar que Cymatium (Ranularia) caudatum (Gmelin, 1791) tem 
precedência de publicação, pelo número da página, e portanto Cymatium (Linatella) caudatum 
(Gmelin, 1791) é considerado um homônimo júnior secundário. O primeiro nome disponível para esse 
último táxon é Fusus cutaceus (Lamarck, 1816), e o nome correto resulta Cymatium (Linatella) 
cutaceum (Lamarck, 1816). 
Portanto, neste exemplo, o nome correto da espécie é distinto, caso Linatella seja considerado gênero 
ou subgênero: Linatella caudata (Gmelin, 1791) ou Cymatium (Linatella) cutaceum (Lamarck, 1816), 
respectivamente. 
Dúvidas sobre o gênero gramatical de um nome, gênero ou espécie? 
É preciso ter atenção, pois nem sempre o gênero gramatical de um nome de gênero é o que aparenta 
ser à primeira vista. Por exemplo, Calliostoma é neutro, mas costuma ser tratado na literatura como 
feminino, por terminar em –a. Porém stoma (= boca, abertura) é palavra grega, gênero gramatical 
neutro. Dessa forma o nome correto é Calliostoma militare e não Calliostoma militaris. Existe um 
dicionário de gêneros gramaticais de nomes científicos, disponível na Internet em “ Malacolog.Version 
3.3.3. ”, http://data..actnstsci.org/wasp/. Clicar em “the gender dictionaries”, preencher o quadro 
“epithet” com o nome do gênero ou espécie, clicar em “search” e aguardar o resultado. Por exemplo, 
a busca “Calliostoma” resulta “gender neuter”, e “militare” resulta “adjective”, “alternative endings: 
militaris, masculine, feminine”. 
Quais os procedimentos para que a descrição de uma espécie nova seja considerada 
válida? 
Os procedimentos estão previstos no Código de Nomenclatura Biológica. Os principais são os 
seguintes: o nome deve ser publicado em uma revista ou livro, que assegure divulgação com 
propósito de utilização científica. Cópias do trabalho devem estar disponíveis aos interessados, 
mediante venda ou distribuição gratuita. Após 1999, são considerados válidos nomes publicados de 
forma não convencional, na Internet, por exemplo, desde que o texto liste cinco Bibliotecas 
importantes que tenham recebido uma cópia do trabalho. 
Não são considerados trabalhos publicados: após 1930, manuscritos reproduzidos por fac-símile; 
fotografias; provas tipográficas; microfilmes; registros sonoros; etiquetas de exemplares; cópias de 
artigos não publicados; textos ou ilustrações distribuídos por meio eletrônicos (ex. Internet); resumos 
de artigos, painéis ou textos de palestras, apresentados em reuniões científicas. 
O que é série-tipo de uma espécie? 
São todos os exemplares em que o autor da espécie se baseou para fazer a descrição específica. Se o 
autor quiser excluir um ou mais exemplares examinados, sobre os quais possui dúvidas quanto à 
associação específica, deve assinalar claramente a exclusão. 
O que é “tipo”? 
“Tipo” é o padrão de referência que determina a aplicação precisa de um nome zoológico. O tipo de 
uma espécie nominal é um exemplar, o de um gênero nominal é uma espécie nominal, e o de uma 
família nominal é um gênero nominal. Por exemplo, o tipo de Conus henckesi Coltro, 2004 é um 
exemplar rotulado como “holótipo” e depositado na coleção malacológica do Museu de Zoologia da 
Universidade de São Paulo. Além desse holótipo, existem outros exemplares utilizados na descrição 
original da espécie e que foram designados como parátipos e depositados em outras coleções. O tipo 
do gênero Conus é a espécie Conus marmoreus Linnaeus, 1758. O tipo da família Conidae é o gênero 
Conus Linnaeus, 1758. 
O Código Internacional de Nomenclatura Zoológica recomenda que os holótipos, assim como os 
demais tipos (ver “principais tipos do grupo da espécie”), sejam depositados em instituições que 
possuam infra-estrutura para preservar os exemplares nas melhores condições e os mantenham 
acessíveis para estudos. 
Quais os principais “tipos” do grupo da espécie (espécie e subespécie)? 
Holótipo – exemplar único, designado ou indicado como espécime-tipo de um táxon nominal do 
grupo da espécie, por ocasião da publicação original. 
Parátipo - todo espécime de uma série-tipo além do holótipo. 
 6 
Síntipo - cada exemplar de uma série-tipo da qual não se designou holótipo. Antigamente os 
exemplares eram designados cótipos. 
Lectótipo - um, dentre vários síntipos, designado como o espécime-tipo de um táxon nominal do 
grupo da espécie. Essa designação é feita somente quando o autor original não designou um holótipo. 
Paralectótipo - cada um dos síntipos originais remanescentes após a seleção de um lectótipo. 
Neótipo - exemplar único designado como o espécime-tipo de um táxon nominal do grupo da 
espécie, nos casos em que o holótipo, lectótipo e todos os parátipos, paralectótipos ou síntipos, foram 
perdidos ou destruídos. 
Onde estão depositados os tipos das espécies brasileiras? 
A fauna brasileira foi, inicialmente, estudada por naturalistas estrangeiros, que visitaram o Brasil nos 
séculos 18 e 19. As coleções reunidas por esses naturalistas foram enviadas para a Europa. Os tipos 
das novas espécies então descritas estão depositadas, principalmente, nos grandes museus europeus. 
Somente no século 20 é que surgiram instituições brasileiras voltadas para os estudos de taxonomia e 
sistemática, e que passaram a reunir coleções contendo material-tipo. 
A atual legislação brasileira regulamenta essa matéria, e prevê que espécies (ou subespécies) a serem 
descritas pela ciência deverão, obrigatoriamente, ter o holótipo e parte dos demais espécimes da 
série-tipo (parátipos) depositados em coleção cadastrada no Cadastro Nacional de Coleções. 
O que é localidade-tipo? 
É o local geográfico onde foi coletadoo tipo (holótipo, lectótipo ou neótipo) de uma determinada 
espécie. Por exemplo, a localidade-tipo de Anomalocardia brasiliana, fornecida pelo autor (Gmelin, 
1792), é in Brasiliae litore, ou seja, “no litoral do Brasil”. Pode ser observado que, nesse caso, a 
indicação é bastante imprecisa. Em alguns casos, informações nos rótulos que acompanham os 
rótulos do material-tipo, podem restringir a localidade. Ao descrever uma espécie, o taxonomista 
deveria fornecer os dados mais precisos possíveis referentes à localidade-tipo. 
O que é nome válido? 
É o nome correto de um táxon. Um táxon pode ter vários nomes disponíveis, mas apenas um é o 
nome válido. Em geral, o nome válido é o nome mais antigo. 
O que é nome disponível? 
É um nome que satisfaz aos vários critérios de disponibilidade, previstos no Código Internacional 
de Nomenclatura Zoológica. Deve ser ressaltado que um nome disponível não é necessariamente 
um nome válido. 
Quais os critérios para que o nome seja considerado disponível? 
Dentre os vários critérios previstos pelo CINZ, os principais são: nome deve ter sido publicado; deve 
ser latino, latinizado, ou tratado como palavra latina; deve ser consistente com os princípios da 
nomenclatura binomial (há exceção prevista para nomes publicados antes de 1931). Deve ser 
observado que o nome é disponível, mesmo que se torne um sinônimo júnior. Ele pode ser 
empregado novamente, se a sinonímia for julgada equivocada, se for constatado que o sinônimo 
sênior é inválido ou não-disponível. 
O que são sinônimos? 
Cada um dos dois ou mais nomes aplicados ao mesmo táxon. O nome mais antigo é denominado 
sinônimo sênior, e o mais recente denominado sinônimo júnior. Sinônimo objetivo é cada um dos dois 
- ou mais - sinônimos baseados no mesmo tipo. Sinônimo subjetivo é cada um dos dois - ou mais - 
sinônimos baseados em tipos diferentes, mas que foram considerados como pertencentes ao mesmo 
táxon por zoólogos que os interpretaram como sinônimos. 
O que é a Lei de Prioridade? 
É a lei do CINZ que determina que o nome válido de um táxon é o nome disponível mais antigo 
aplicado a ele. Entretanto, existem exceções previstas no CINZ. Por exemplo, a Comissão 
Internacional de Nomenclatura Zoológica pode validar um nome mais recente. Foi o que 
aconteceu com Donax hanleyanus Phylippi, 1842, sinônimo júnior de Donax hilairea Guerin, 1832. O 
Prof. Walter Narchi (1983) solicitou à Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica a 
conservação do primeiro nome, justificando que o sinônimo sênior permaneceu sem uso na literatura 
zoológica durante mais de cinqüenta anos. A Comissão atendeu à petição, Donax hilairea Guerin, 
1832 foi considerado nomen oblitum (nom. obl. ou nome esquecido) e suprimido da lista de nomes 
válidos. O nome válido da espécie passou a ser Donax hanleyanus Philippi, 1842. 
O que é um nomen novum (nom. nov.)? 
Também denominado nome de substituição, é um nome novo publicado, ou um sinônimo disponível, 
adotado para substituir um nome mais antigo e válido, no caso deste estar pré-ocupado. Por exemplo, 
Terebra reticulata Simone & Veríssimo, 1995 é um homônimo júnior de Terebra reticulata Sowerby, 
 7 
1840. Os dois táxons são distintos, foram colocados no mesmo gênero (Terebra) e, portanto, não 
podem possuir o mesmo epíteto específico (reticulata). Assim sendo, Simone (1999) criou um nome 
novo para o homônimo mais recente: Terebra crassireticula Simone, 1999. 
O que é um nomem nudum? 
Nomen nudum (plural, nomina nuda) é o nome científico que não pode ser utilizado, pois não 
atende a um dos critérios previstos pelo Código Internacional de Nomenclatura Zoológica 
(CINZ) para ser considerado válido. 
A razão mais freqüente é o nome não ter sido publicado. Nesse caso, o nome é denominado in 
litteris. Todo nome in litteris é um nomen nudum. Morretes (1949), com base em rótulos de 
espécimes depositados em coleções, listou vários nomes de espécies in litteris em seu Ensaio de 
Catálogo dos Moluscos do Brasil, criando vários nomina nuda, como por exemplo, Megalobulimus 
garbei Ihering e Strophocheilus rubra Mezzalira. Outro exemplo, mais recente, é Drymaeus sentalus 
(sem autor e data), referida e ilustrada em Oliveira & Almeida, 1999, Conchas dos Caramujos 
Terrestres do Brasil (Ignácio Agudo, comunicação pessoal). 
Outra possibilidade é o nome ter sido publicado em desacordo com os critérios do CINZ. 
Importante observar que esses critérios variam segundo as diferentes edições do CINZ, e isso deve 
ser considerado ao se verificar a validade de um nome (CINZ, nomes publicados antes de 1931, art. 
12; após 1930, art.13; após 1999, artigo 16). Por exemplo, antes de 1931, uma simples referência a 
uma descrição ou figura existente na literatura é suficiente para validar o nome de uma espécie. Após 
1930, a proposta do nome deve ser acompanhada de uma descrição. 
Um nomen nudum pode ser utilizado, posteriormente, para designar o mesmo ou outro conceito do 
táxon, e passará a ser válido se os critérios previstos pelo código forem atendidos. Nesse caso, o 
nome científico passa a ter a autoria e a data dessa última publicação. Nomina nuda não deveriam ser 
referidos na literatura taxonômica, a não ser que haja real necessidade. 
O CINZ recomenda aos autores que em comunicações ou resumos não utilizem nomes de táxons que 
ainda não foram formalmente descritos e publicados. Caso o uso seja necessário, os autores deveriam 
deixar bem claro que tais NOMES NÃO DEVEM SER UTILIZADOS ATÉ SEREM PUBLICADOS (CNZI, 
recomendação 9A). 
O que significa nome pré-ocupado? 
Trata-se de um homônimo júnior, ou seja, um nome específico (chamado de “epíteto específico”) que 
já havia sido utilizado para outra espécie descrita no mesmo gênero. Ver exemplo em nomen 
novum. 
O que é um homônimo? 
Um dentre dois ou mais nomes iguais que designam diferentes táxons do grupo da espécie (espécie 
dentro do mesmo gênero, ou subespécies dentro de uma mesma espécie), ou diferentes táxons do 
grupo do gênero, ou dentro do grupo da família. Casos de homonímia devem ser analisados, para 
verificar se existe algum sinônimo júnior disponível para o táxon. Caso contrário, deve ser criado um 
nome novo (ver nomen novum). Na literatura existem casos pendentes, aguardando solução. Novas 
combinações podem acarretar problemas de homonímias. Por exemplo, dois táxons distintos, 
descritos em dois gêneros distintos, possuíam o mesmo epíteto específico, situação aceita pela 
nomenclatura zoológica: Syrinx marmorata Röding, 1798 (espécie do Mar Vermelho e Mediterrâneo) e 
Fusus marmoratus Philippi, 1846 (espécie do Atlântico). Posteriormente, ambas as espécies foram 
transferidas para o mesmo gênero, Fusinus, o que acarretou homonímia: Fusinus marmoratus 
(Röding, 1798) – homônimo sênior e Fusinus marmoratus (Philippi, 1846) – homônimo júnior. O nome 
da segunda espécie, mais recente, deve ser alterado, por estar pré-ocupado; entretanto, enquanto 
alguém não publicar a mudança, a espécie deve continuar a ser denominada F. marmoratus (Philippi, 
1846). 
Qual o significado de subespécie, forma e variedade? 
Na literatura zoológica, se observa que as espécies costumam ser divididas em unidades 
subespecíficas: subespécie, forma e variedade. Dentre estas, o Código Internacional de 
Nomenclatura Zoológica só reconhece e regulamenta a categoria subespécie. O nome da 
subespécie é um trinômio, sendo que o último termo corresponde ao nome subespecífico, por 
exemplo, Ranella australasia gemmifera (distribuição geográfica: África do Sul e Atlântico Oeste). 
Quando se reconhecem duas ou mais subespécies, automaticamente uma delas deve ter o mesmo 
nome do que a espécie - a espécie nominal, isto é a subespécie correspondente ao exemplar-tipo da 
espécie que foi subdividida, Ranella australasia australasia (distribuição geográfica: Pacífico Sudoeste). 
Ainda segundo o CINZ, a subespécie deve corresponder a uma raça geográfica. Portanto, 
subespécies distintas não podem ocorrer em simpatria, ou seja, em uma mesma localidade. Se 
ocorrerem,ou devem ser consideradas espécies distintas, ou variações morfológicas de uma mesma 
espécie. O CINZ não reconhece formas ou variedades; portanto, nomes atribuídos a essas duas 
 8 
categorias não têm validade em nomenclatura científica. Infelizmente, muitas das formas e variedades 
citadas na literatura antiga foram interpretadas como sendo subespécies em trabalhos mais recentes, 
sem a devida análise crítica dos aspectos biológicos. 
Como se cita o nome do subgênero? 
O nome de um subgênero, quando utilizado em combinação com o nome do gênero e o da espécie, 
deve ser colocado entre parênteses entre aqueles nomes, por exemplo: Thais (Stramonita) 
haemastoma. O nome do subgênero não faz parte do nome da espécie, não sendo contado como uma 
das palavras do nome binominal de uma espécie, ou do trinômio de uma subespécie. Alguns autores 
elevam o subgênero à categoria de gênero, o que resulta no binômio Stramonita haemastoma. (Ver 
“nova combinação” e “transferência de espécie de um gênero para outro”). 
Dúvidas sobre autoria e data de publicação do nome de uma espécie animal? 
Consultar o “site” http://www.biosis.org.uk ou diretamente o link 
http://www.biosis.org.uk/ion/search.htm. Basta digitar o nome científico no local apropriado e o 
programa busca o autor e a data correspondentes. 
O que significam as abreviaturas sp (ou spp.), cf. e aff. após o nome do gênero? 
Para citar uma espécie de um gênero, mas que não tenha sido identificada, faz-se uso da abreviatura 
“sp.”, que significa “espécie”. Por exemplo, Polystira sp., ou seja, uma espécie qualquer do gênero 
Polystira. Se for necessário fazer referência a várias espécies do gênero, a abreviatura a ser utilizada é 
“spp.”, “espécies”: Polystira spp. Deve ser observado que sp. ou spp. não são escritas em itálico ou 
sublinhadas. Quando o especialista não tem certeza sobre a identificação, é freqüente utilizar a 
abreviatura “cf.” que significa “confronte com, ou “compare com”: Polystira cf. florenceae . Quando 
não se consegue identificar uma espécie, se considera que ela deve ser uma espécie nova e afim de 
uma outra já descrita, utiliza-se a abreviatura aff., do latim affinis, i.e, parente, próxima. Como no 
primeiro caso, cf. e aff. não são escritas em itálico ou sublinhadas. 
Nomen dubium. Quando o nome de uma espécie é considerado nomen dubium? 
Nomen dubium (nom. dub.) é o nome cuja aplicação a qualquer táxon conhecido é incerta. Isso se 
deve a descrições ou ilustrações deficientes, que não possibilitam reconhecer a espécie. 
Epitonium eburneum (Potiez & Michaud, 1838) é um exemplo de nomen dubium. Clench & Turner 
(1951) apresentam uma pequena discussão sobre essa espécie, na página 288 (Clench, W.J. & R.D. 
Turner, 1951. The genus Epitonium in the western Atlantic. Part. I. Johnsonia 2(30): 249-288). Os 
autores não informam se existe material-tipo e onde estaria depositado. Informam que a distribuição 
geográfica é desconhecida. Consideram que não é possível decidir qual é essa espécie. Os poucos 
caracteres reconhecíveis na descrição deficiente e na ilustração considerada ruim são pouco 
informativos, e concordam com algumas espécies distintas! Comentam, ainda, que talvez seja 
semelhante a Epitonium lamellosum e a Opalia australis. Sugerem, por fim, que esse nome saia da 
lista das espécies do Atlântico oeste. Pelo exposto, apenas o exame do material-tipo poderá resolver o 
problema. Se estiver perdido, será extremamente difícil descobrir a qual táxon atribuir o nome E. 
eburneum. Se o material-tipo for localizado e estiver em boas condições talvez seja possível o 
reconhecimento. Talvez se possa retirar alguma informação nos rótulos que acompanham o material e 
que indiquem a procedência do(s) exemplar(es). Enquanto isso não acontece, não há como considerar 
se Epitonium eburneum é uma “espécie válida”, ou se é “sinônimo de outra espécie”. Deve ser 
ressaltado que o nome é disponível, embora seja considerado nomen dubium. 
Como os organismos são classificados? Quais os fundamentos da Sistemática Filogenética 
ou Cladística? 
A teoria da sistemática sofreu profundas modificações a partir de 1950, quando o entomólogo alemão 
Willi Hennig revolucionou o estudo das classificações biológicas. Hennig mostrou que a classificação 
dos organismos deve estar relacionada com a compreensão do parentesco filogenético, e não com a 
simples semelhança, uma vez que a diversidade existente é resultado do processo de ramificação das 
espécies ancestrais em espécies descendentes. O axioma fundamental da Sistemática Filogenética 
(também denominada cladismo) é que toda a natureza apresenta uma ordem hierárquica, 
conseqüência da história evolutiva dos organismos. Essa história pode ser descoberta e representada 
mediante um diagrama hipotético, denominado cladograma. A hipótese filogenética é construída com 
base nas novidades evolutivas compartilhadas pelos organismos (sinapomorfias), considerando-se que 
sejam expressas da maneira mais parcimoniosa possível (princípio da parcimônia). 
A classificação cladística apresenta vantagens em relação à classificação construída com 
base apenas nas semelhanças? 
Uma classificação biológica que se baseia na filogenia terá muito mais capacidade de previsão, 
possibilitará entender a evolução de todos os caracteres, mesmo aqueles ainda não considerados – 
por serem desconhecidos ou terem sido ignorados pelo taxonomista –, resultando em um sistema de 
 9 
referência mais eficiente. Tal classificação será útil para o sistemata, para o biólogo em geral, e para 
os pesquisadores das demais áreas correlacionadas à Biologia. 
Como se constrói um cladograma? 
Hennig levou em conta que os caracteres se transformam ao longo dos tempos, devido à evolução 
biológica. Portanto, determinado caráter pode se apresentar de maneiras diversas em diferentes 
ramos evolutivos. São os chamados estados do caráter. Por exemplo (Fig. 1), o caráter forma do 
espinho pode se manifestar como espinho liso ou espinho denteado (estado a e estado b, 
respectivamente). O estado b pode ter se originado a partir de a, ou vice-versa. Se soubermos em 
que sentido se deu a transformação (a para b, ou b para a), o caráter pode ser considerado 
polarizado, ou seja, passa a ser conhecido qual o estado primitivo (plesiomórfico) e qual o estado 
derivado (apomórfico). 
 
FIG 1. Caráter 1 “forma do espinho”, com dois estados, (a) espinho liso, (b) espinho denteado. 
 
FIG. 2. Polarização dos estados de um caráter, segundo o método do grupo externo; X, Y e Z, grupos externos; A + 
B+C, grupo interno. 
 
FIG 3. Duas possibilidades existentes de polarização dos estados do caráter 1, segundo a distribuição apresentada no 
cladograma da fig. 2. A hipótese mais parcimoniosa é a (1), pois implica em apenas um passo evolutivo (explicação no 
texto). 
Para determinar a condição do estado do caráter, Hennig considerou ser fundamental verificar como o 
caráter no grupo que está sendo estudado (grupo interno) se manifesta nos táxons proximamente 
relacionados (grupos externos). A decisão é baseada no princípio de parcimônia, ou seja, utiliza-se a 
hipótese mais simples, aquela que requer menos passos evolutivos. No exemplo acima, se nos grupos 
externos for observada a existência de espinho liso, fica evidente que esse é o estado primitivo: a 
condição espinho liso (grupos externos e grupo interno) teria de passar para espinho denteado (grupo 
interno). Portanto observa-se um passo evolutivo. A outra possibilidade seria menos parcimoniosa, 
pois implicaria que o estado primitivo, espinho denteado, teria que passar para espinho liso (nos 
grupos externo e interno) e para espinho denteado (no grupo interno). Portanto, dois passos 
evolutivos. Na prática, o estado do caráter que estiver presente tanto no grupo interno, quanto no 
externo, é considerado como condição ancestral (plesiomórfica), a partir da qual a nova condição 
derivada (apomórfica) originou-se. 
Uma vez que os estados dos caracteres estejam polarizados (ou seja, definiu-sese são 
plesiomórficos ou apomórficos), pode ser construída a matriz mostrando a distribuição dos estados 
dos caracteres nos diferentes táxons (fig. 4). Os táxons serão agrupados exclusivamente com base no 
 10 
compartilhamento de estados apomórficos (sinapomorfias). Tais grupos baseados em sinapomorfias 
são denominados monofiléticos, e podem ser utilizados na classificação. Grupos merofiléticos (não-
monofiléticos), baseados em plesiomorfias ou homoplasias, não podem ser utilizados nas 
classificações da Escola Filogenética. A hipótese mais parcimoniosa será aceita, enquanto que as 
demais serão rejeitadas. As incongruências constatadas serão consideradas homoplasias (fig. 5 , 
caráter 7). 
Homoplasias ocorrem quando o estado derivado se origina, a partir do primitivo, mais de uma vez, 
independentemente (convergência), ou quando o estado derivado sofre nova modificação, para uma 
situação semelhante ao estado anterior (reversão). Como exemplo de convergência podemos citar a 
existência de conchas pateliformes (em forma de chapéu chinês) em espécies de famílias com 
parentesco distante, como Acmaeidae e Siphonariidae. Como exemplo de reversão, temos a redução 
ou perda das conchas em vários moluscos com parentesco distante, como lesmas terrestres, lesmas 
marinhas (nudibrânquios), lulas e polvos. Apesar das semelhanças (conchas parecidas, ou conchas 
reduzidas ou ausentes), os estados derivados tiveram origens independentes, a partir de ancestrais 
distintos. 
Para Hennig, os táxons utilizados para a classificação não podem ser simplesmente agrupamentos de 
conveniência, criados arbitrariamente. Devem ser “grupos naturais”, que existem, possuem uma 
origem a partir de processos naturais, e podem ser descobertos. As novidades evolutivas (apomorfias) 
são os marcadores dos processos evolutivos anagenéticos (processos evolutivos que alteram as 
características morfológicas dos organismos, como as mutações) e cladogenéticos (processos 
evolutivos que causam a divisão de uma linhagem em dois ou mais ramos descendentes, como as 
barreiras geográficas). Portanto, somente os agrupamentos cuja realidade histórica seja suportada 
pela observação de pelo menos um caráter no estado derivado (grupos monofiléticos), podem ser 
utilizados para a classificação. 
Antes de Hennig admitia-se que as espécies poderiam ser primitivas ou derivadas, podendo ocorrer 
espécies intermediárias (algumas dessas espécies seriam os famosos “elos perdidos”). O mesmo valia 
para táxons supra-específicos. Entretanto, para Hennig os conceitos de “primitivo” e “derivado” 
(plesiomórfico e apomórfico) só devem ser aplicados para os caracteres, e não para os táxons onde 
ocorrem. As espécies apresentam um mosaico de características, algumas ocorrendo na condição 
plesiomórfica, outras na apomórfica, além das homoplasias, resultantes das convergências e 
reversões. Portanto, não existem espécies “primitivas” ou táxons “primitivos”. 
A teoria de Hennig foi aperfeiçoada e ampliada por autores subseqüentes, graças aos avanços nos 
fundamentos teóricos e às melhorias da computação. Em relação à polarização dos caracteres e à 
parcimônia, o progresso foi muito grande. Foram desenvolvidos vários programas de computador para 
elaborar as árvores filogenéticas e para verificar as modificações de cada caráter. Mais recentemente, 
métodos moleculares foram desenvolvidos, possibilitando o conhecimento da filogenia ao nível dos 
genes, e são utilizados em escala crescente. Assim, dispomos atualmente de uma metodologia capaz 
de formular hipóteses testáveis de parentesco, com base no exame de grande número de 
características de espécies atuais e fósseis. 
TÁXON/CARÁTER A B C 
1 1 1 1 
2 0 1 1 
3 0 0 1 
4 0 1 0 
5 1 0 0 
6 0 0 1 
7 1 0 1 
8 0 1 1 
FIG. 4. Matriz de distribuição dos estados dos caracteres 1 a 8, nos táxons A, B e C. Estados plesiomórfico (0) e 
apomórfico (1). 
 11 
 
 
FIG. 5. Dois cladogramas originados a partir dos dados apresentados na matriz da fig.3 : (a) hipótese mais 
parcimoniosa, com uma homoplasia (9 passos); (b) hipótese menos parcimoniosa, com duas homoplasias (10 passos). 
Estados sublinhados são homoplasias. 
Qual a importância das categorias e táxons para a sistemática filogenética? 
Qualquer classificação biológica utiliza o conceito de táxon: conjunto de organismos reunidos com 
base em uma definição particular. Categoria é o nome associado a um determinado táxon e que 
demonstra o nível de generalidade desse táxon em relação aos demais, ou seja, a categoria exprime o 
grau hierárquico existente entre os diferentes táxons. Uma vez que, de acordo com os códigos de 
nomenclatura biológica, algumas categorias são consideradas obrigatórias, elas são necessárias para 
formalizar qualquer proposta de classificação, seja ela filogenética ou não. 
Quais tipos de táxons não são aceitos pela sistemática filogenética? 
Táxons monofiléticos são aqueles cujos membros compartilham um ancestral comum exclusivo, e 
podem ser justificados por apresentarem características derivadas ou apomórficas (ver “como se 
constrói um cladograma”, fig. 2 , exs: XYZABC, Y ZABC, ZABC, ABC, X, Y, Z, A, B, C). Táxons 
parafiléticos são aqueles nos quais falta um táxon monofilético para torná-los monofiléticos, ou, 
segundo alguns autores, são táxons baseados em plesiomorfias (exs, fig.2 : XYZAB – para se tornar 
monofilético é preciso acresentar C; XYABC – para se tornar monofilético é preciso acrescentar Z; XYZ 
– para se tornar monofilético é preciso acrescentar ABC). Táxons polifiléticos são aqueles nos quais 
faltam dois ou mais táxons monofiléticos para torná-los monofiléticos, ou, segundo alguns autores, 
são táxons baseados em homoplasias (exs, fig.2 : XYBC – para se tornar monofilético é preciso 
acrescentar Z e A, XABC – para se tornar monofilético é preciso acrescentar Y e Z; XZ, para s etornar 
monofilético é preciso acrescentar Y e ABC). 
A sistemática filogenética só aceita classificações elaboradas com táxons monofiléticos, 
pois esses são os grupos naturais que refletem as relações evolutivas. Táxons parafiléticos ou 
polifiléticos não podem ser utilizados em classificações filogenéticas. 
O que é grupo-irmão? 
Grupo-irmão é o grupo monofilético mais próximo de outro grupo monofilético. Os dois grupos-irmãos 
compartilham um ancestral comum exclusivo. 
Em um cladograma, os pontos de onde divergem os ramos são denominados nós Considerando-se o 
nó mais basal do cladograma da fig.2 , temos dois grupos-irmãos, os grupos monofiléticos X e 
YZABC; no nó seguinte, Y é grupo-irmão de ZABC; finalmente, Z é grupo-irmão de ABC. No nó 
correspondente ao grupo ABC, três terminais partem do mesmo ponto (politomia), e nesse caso não 
existem grupos-irmãos evidentes. Enquanto a politomia não for resolvida, podem ser consideradas 
 12 
três possibilidades: A grupo-irmão de BC (e B grupo-irmão de C), ou B grupo-irmão de AC (e A grupo-
irmão de C), ou C grupo-irmão de AB (e A grupo-irmão de B). 
Como se transforma um cladograma em uma classificação? 
Na classificação filogenética, os táxons nomeados baseiam-se no padrão da história evolutiva, 
expresso pelo cladograma. Os agrupamentos hierárquicos evidenciados pela topologia do cladograma 
devem ser expressos inequivocamente na classificação. Isso implica em que, dada uma classificação, 
deve ser possível recuperar a topologia do respectivo cladograma original. Para elaborar 
classificações, só são utilizados táxons monofiléticos, mas podem ser utilizados procedimentos de 
subordinação, de seqüenciação ou mistos. 
No procedimento por subordinação, cada grupo-irmão existente no cladograma recebe categoria de 
mesmo nível hierárquico. No procedimento por seqüenciação, uma sequência de táxons do 
cladograma pode receber a mesma categoria associada. Cada procedimento tem vantagens e 
desvantagens (entre outras, número maior ou menor de categorias que devem ser empregadas e 
memorizadas, número de táxons que recebem nome, necessidade do uso de maior número de 
convenções, e ocorrênciade táxons redundantes – ver abaixo). Na prática, se utiliza o procedimento 
misto (parte subordinação e parte seqüenciação). 
Existem algumas convenções que devem ser adotadas para se transformar um cladograma em 
classificação. Cumpre destacar as seguintes. 
1. Algumas categorias são obrigatórias: filo, classe, ordem, família, gênero e espécie. 
2. Categorias obrigatórias devem ser empregadas, mesmo quando esse uso resultar em táxons 
redundantes, ou seja, o quando o mesmo táxon recebe, sucessivamente, categorias diferentes. 
No exemplo abaixo de classificação por subordinação, ordem X, família X e gênero X 
correspondem ao mesmo táxon X, com uma única definição, mas que está associado a três 
categorias distintas. Nesse exemplo, essas três categorias devem ser utilizadas por 
obrigatoriedade do código, não havendo nenhuma informação biológica adicional, correspondente 
a cada categoria. 
3. No sistema por seqüenciação, o táxon mais basal do cladograma é citado primeiro, e assim por 
diante. 
4. Sedis mutabilis. No sistema por subordinação, possíveis politomias ficam evidentes, pois mais 
de dois táxons terão a mesma categoria associada (ex. abaixo, gêneros A, B e C). Isso não 
acontece no procedimento por seqüenciação, no qual vários táxons podem apresentar a mesma 
categoria associada. Para evidenciar a politomia, acrescentam-se aos táxons correspondentes o 
termo latino sedis mutabilis, que indica que novas evidências podem alterar a sequência adotada. 
5. Vamos considerar o cladograma da fig.2, supor cada terminal como gênero, e propor 
classificações por seqüenciação e por subordinação. 
Classificação por Subordinação 
Vamos associar ao táxon XYZABC a categoria classe 
classe XYZABC 
ordem X 
família X 
gênero X 
ordem YZABC 
família Y 
gênero Y 
família ZABC 
subfamília Z 
gênero Z 
subfamília ABC 
gênero A 
gênero B 
gênero C 
 13 
Classificação por Sequenciação 
Vamos associar ao táxon XYZABC a categoria família, para evitar o uso de táxons redundantes. 
família XYZABC 
gênero X 
gênero Y 
gênero Z 
gênero A, sedis mutabilis 
gênero B, sedis mutabilis 
gênero C, sedis mutabilis 
Deve ser observado que, nos dois casos, com o auxílio das convenções adotadas, a topologia do 
cladograma original pode ser recuperada, a partir da classificação. Na classificação por seqüenciação, 
o gênero X é grupo-irmão do que segue abaixo; a seguir, Y é grupo-irmão do restante; Z é grupo-
irmão de ABC; e, finalmente, o uso de sedis mutabilis indica a politomia de ABC. Na classificação por 
subordinação, todos os grupos-irmão estão explicitamente indicados, e a existência de três táxons 
com mesma categoria associada já é uma indicação de que se trata de uma politomia. 
Só existe uma classificação possível a partir de um cladograma? 
Não. Vamos considerar os seis terminais da fig.2 como espécies. Podemos ter as seguintes 
classificações possíveis e metodologicamente corretas, de acordo com a sistemática filogenética: 
1. Um gênero: gênero XYZABC, com seis espécies 
2. Dois gêneros: gênero X com uma espécie, e gênero YZABC, com cinco espécies 
3. Três gêneros: gênero X com uma espécie, gênero Y com uma espécie, e gênero ZABC com 
quatro espécies 
4. Quatro gêneros: gênero X com uma espécie, gênero Y com uma espécie, gênero Z com uma 
espécie, e gênero ABC com três espécies. 
5. Seis gêneros, cada um com uma espécie: gêneros X, Y, Z, A, B, C. 
Observe que, de acordo com o cladograma da fig.2 , não existe a possibilidade de se considerar cinco 
gêneros, pois há uma politomia não resolvida (ABC). Não há informação que permita propor os 
gêneros AB ou BC. Entretanto, se considerarmos o cladograma da fig.5a , o gênero BC pode ser 
proposto, com duas espécies. 
Além dessas seis possibilidades, nenhuma outra proposta é aceitável, segundo a classificação 
filogenética. Por exemplo, os gêneros XYZ, XY, AZB, seriam parafiléticos, e XZ e XABC polifiléticos, e 
não são aceitáveis pois não possuem sustentação filogenética. 
A escolha fica sob a responsabilidade do sistemata que propõe a classificação, e deve se basear na 
maior qualidade de informação biológica associada aos táxons nomeados e com a menor utilização de 
táxons redundantes. A pior opção, sem dúvida alguma, seria utilizar seis gêneros, cada qual com uma 
espécie, o que acarretaria a existência de seis táxons redundantes. 
É possível representar um cladograma sem utilizar uma figura ou uma classificação? 
Sim, por meio de notação parentética. Cada grupo monofilético existente no cladograma é 
representado por meio de um par de parênteses. No cladograma da fig.2 podemos reconhecer os 
seguintes grupos monofiléticos: XYZABC, YZABC, ZABC, ABC, X, Y, Z, A, B, C. A representação do 
cladograma em notação parentética será: (X(Y(Z(ABC)))) 
Recomenda-se iniciar pelo grupo mais interno (ABC) e incluir, sucessivamente os grupos-irmãos 
(Z(ABC)), (Y(Z(ABC))), (X(Y(Z(ABC)))). Observe que o número de parênteses que “abrem” é ígual ao 
de parênteses que “fecham”, no caso quatro pares de parênteses. Observe, também, que é possível 
reconstruir o cladograma a partir da notação parentética, principiando-se, novamente, pelo grupo 
mais interno (ABC).

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