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Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes Aires Almeida JUSTIÇA Outubro de 2009 Jus@ça retribu@va É, em geral, o que se faz ou se procura fazer nos tribunais – Aplicar penas (cas@go) – Compensar danos (reparação) Jus@ça 2 Questões filosóficas sobre a jus@ça retribu@va Ex: Qual a finalidade das penas? – Dissuasão? – Reabilitação? – Prevenção? – Compensação? Jus@ça 3 Jus@ça distribu@va É o que o governo faz ou procura fazer, principalmente através dos impostos, redistribuindo depois os recursos ou a riqueza produzida pelas pessoas. Jus@ça 4 JusAça distribuAva = JusAça social Jus@ça 5 Problema: O que é uma sociedade justa? Jus@ça 6 ou Quais os princípios gerais em que se deve basear uma sociedade justa? Jus@ça 7 Uma sociedade em que há, ao mesmo tempo, pessoas muito ricas e pessoas muito pobres pode ser justa? Jus@ça 8 Uma sociedade em que todas as pessoas usufruem da mesma riqueza é necessariamente justa? Jus@ça 9 Jus@ça 10 Diferença de rendimento entre os mais ricos e os mais pobres Sociedade A 1 000 € por mês Sociedade B 10 000 € por mês Qual destas sociedades é mais justa, supondo que o custo de vida é aproximadamente o mesmo nas duas? Jus@ça 11 Rendimento dos mais ricos Rendimento dos mais pobres Sociedade A 1 500 € por mês 500 € por mês Sociedade B 12 000 € por mês 2 000 € por mês Igualitarismo O igualitarista dá prioridade à igualdade social: o estado deve intervir para evitar desigualdades sociais, transferindo riqueza dos mais ricos para os mais pobres através dos mecanismos de tributação (impostos) e redistribuição (subsídios, apoios do estado). Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes Aires Almeida Jus@ça 12 Liberalismo O liberal dá prioridade à liberdade individual: o estado só deve intervir para garan@r necessidades gerais, como a segurança (polícia) ou a defesa do próprio estado (exército) e pouco mais. Interferir na vida das pessoas, transferindo riqueza de uns indivíduos para outros sem o seu consen@mento, é violar os seus direitos individuais. Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes Aula aberta de Filosofia Jus@ça 13 Mas será que há possibilidade de acordo sobre como deve estar distribuída a riqueza numa sociedade justa e sobre a intervenção do estado na vida das pessoas? Jus@ça 14 • A cada um segundo as suas necessidades? • A cada um segundo o seu esforço? • A cada um segundo os seus talentos? • A cada um segundo o seu mérito? • Uma combinação de tudo isto? Jus@ça 15 Deverá o estado intervir no senAdo de garanAr ... Diz o inteligente: Numa sociedade justa os mais inteligentes devem poder ganhar mais. Jus@ça 16 Diz o menos inteligente: Numa sociedade justa o mais importante para a distribuição da riqueza não deve ser a inteligência de cada um. Jus@ça 17 Diz o trabalhador: Numa sociedade justa os mais trabalhadores devem poder ganhar mais do que os que trabalham menos. Jus@ça 18 Diz o preguiçoso: Numa sociedade justa a distribuição da riqueza não deve depender de se trabalhar muito ou pouco. Jus@ça 19 Diz o rico: Numa sociedade justa os ricos não devem ser prejudicados só por serem ricos. Jus@ça 20 Diz o pobre: Numa sociedade justa os pobres não devem ter menos acesso à riqueza só por terem nascido pobres. Jus@ça 21 Duas dificuldades básicas 1. Que @pos de causas de desigualdade são erradas ou moralmente inaceitáveis? 2. Que métodos de interferir com a desigualdade são certos ou moralmente aceitáveis? Jus@ça 22 E possível evitar estes desacordos? O que fazer? Jus@ça 23 John RAWLS (1921-‐2002) Jus@ça 24 Teoria da Jus@ça como equidade Como encontrar os princípios da jus@ça correctos? Uma experiência mental: a posição original Jus@ça 25 O que caracteriza a posição original é cada indivíduo estar a coberto de um véu de ignorância: uma espécie de amnésia generalizada acerca dos factos par@culares da sua vida e das suas próprias capacidades. Jus@ça 26 Porquê o véu de ignorância? Porque só assim se pode garan@r a imparcialidade na avaliação e escolha dos princípios da jus@ça. Jus@ça 27 Para que as inclinações e aspirações par-culares, bem como as concepções de cada um sobre o seu próprio interesse, não afectem os princípios adoptados. O objec-vo é excluir aqueles princípios que seria racional tentar fazer aprovar [...], em função do conhecimento de certos dados que são irrelevantes do ponto de vista da jus-ça.John Rawls Jus@ça 28 Na posição original, os membros da sociedade ficam numa situação equita@va. Jus@ça 29 Nesta posição, acabaríamos por acordar livre e racionalmente numa sociedade que nos garan@sse: Jus@ça 30 1. igualdade de direitos e deveres básicos; 2. que as desigualdades só seriam admissíveis se todos beneficiassem com isso, em especial os mais desfavorecidos; 3. que ninguém deve ser beneficiado ou prejudicado pela sorte natural ou pelas circunstâncias sociais. Jus@ça 31 Princípio da liberdade: todos os indivíduos beneficiam das mesmas liberdades básicas (as liberdades polí@cas, a liberdade de consciência e de expressão e as liberdades da pessoa). Jus@ça 32 O princípio da diferença: Se as desigualdades na distribuição da riqueza acabarem por beneficiar todos, especialmente os mais desfavorecidos, então jus@ficam-‐se. Jus@ça 33 O princípio da oportunidade justa: as desigualdades na distribuição da riqueza são aceitáveis apenas na medida em que resultam de uma igualdade de oportunidades. Jus@ça 34 Mas por que haveríamos de preferir estes princípios a quaisquer outros? Porque o mais racional é jogar pelo seguro, isto é, escolher uma sociedade na qual o pior que nos poderia acontecer fosse o melhor possível; estes princípios são os únicos que nos permitem garan@r isso. Jus@ça 35 Pior resultado possível Melhor resultado possível Opção A Pobreza extrema Riqueza extrema Opção B Pobreza acentuada Riqueza acentuada Opção C Pobreza moderada Riqueza moderada Jus@ça 36 O princípio maximin (maximizar o mínimo) DUAS PERGUNTAS FINAIS 1. Será que a teoria da jus@ça proposta por Rawls está de acordo com o princípio u@litarista “o maior bem para o maior número”? 2. Será a teoria da jus@ça de Rawls uma boa resposta ao problema da jus@ça social? Jus@ça 37
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