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Material de estudo de 2º semestre Economia EAD

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DIRETORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
 
 
 
Economia 
 
 
Organizador: 
Adrea Itiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2017 
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
 
 
 
 
 
 
Economia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha catalográfica realizada pela bibliotecária Dalila Tessitore - CRB 
 
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
Economia 
 
 
 
 
 
 
Presidência da Mantenedora 
Dr. José Fernando Pinto da Costa 
 
Reitoria 
Dr. José Fernando Pinto da Costa 
 
Pró-Reitoria de Ensino e Extensão 
Profa. Carina Maria Alves Cecchi 
 
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e 
Pesquisa 
Prof. Ismael Giglio 
 
Diretoria Acadêmica 
Profa. Fernanda Cristina Guassu 
 
Diretoria Executiva de EaD 
Profa. Carina Maria Alves Cecchi 
 
Coordenação de EaD 
Juliana Alves 
Coordenação de Tecnologia 
Educacional 
Lusana Caroline Costa de Araújo 
Veríssimo 
 
Autoria 
Adrea Itiro 
 
Analista Editorial EaD Sênior 
André Luis Dolencsko 
 
Analista de Conteúdo EaD 
Gabriel da Silva Leles 
 
Coordenação de Bibliotecas 
Edilson Teles Gomes Junior 
 
Bibliotecária 
Dalila Tessitore 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 
 
Caro (a) Aluno (a), 
 
Seja bem-vindo (a) aos estudos de mais uma disciplina fundamental em seu curso. A “Ciência 
da Escassez”, como é chamada a economia, nos mostra que, no sistema econômico, é necessário 
fazer escolhas e saber o que e quanto produzir, como produzir e para quem produzir. Mas como 
saciar os desejos ilimitados de consumo de uma sociedade que tem seus recursos limitados? 
Lançaremos um olhar para a história, a fim de identificarmos a evolução do pensamento 
econômico, sobretudo as bases teóricas e todos os conceitos que atualmente os profissionais 
desta área fazem uso. Aproveite todas as orientações de estudos apresentadas neste material, 
faça as leituras e pesquisas indicadas e não deixe de esclarecer as suas dúvidas. Por isso, bons 
estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA ................................................................................ 1 
UNIDADE 1: INTRODUÇÃO À ECONOMIA E EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO 
ECONÔMICO ............................................................................................................ 4 
1. CONCEITOS INICIAIS .......................................................................................................... 4 
2. CAPITALISMO, SOCIALISMO E AS HISTÓRIAS DE PRODUÇÃO ........................................... 5 
3. FLUXO DA ATIVIDADE ECONÔMICA .................................................................................. 8 
4. TEORIA ECONÔMICA ......................................................................................................... 9 
5. FASE PRÉ-CIENTÍFICA (DA GRÉCIA ANTIGA ATÉ 1750) .................................................... 11 
6. FASE CIENTÍFICA – FISIOCRACIA (SÉCULO XVIII) .............................................................. 12 
7. TEORIA CIENTÍFICA: ADAM SMITH (1723-1790) ............................................................. 12 
8. TEORIA NEOCLÁSSICA E AS CONTRIBUIÇÕES DE JOHN KEYNES ...................................... 12 
UNIDADE 2: INTRODUÇÃO DA MICROECONOMIA E TEORIA DA PRODUÇÃO E DE 
CUSTOS .................................................................................................................. 15 
1. DEMANDA DE MERCADO ................................................................................................ 15 
2. OFERTA DE MERCADO ..................................................................................................... 17 
3. EQUILÍBRIO DE MERCADO ............................................................................................... 19 
4. ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA (EPD) .................................................................... 21 
4.1. DEMANDA ELÁSTICA ................................................................................................... 22 
4.2. DEMANDA INELÁSTICA ................................................................................................ 22 
4.3. DEMANDA DE ELASTICIDADE PREÇO-UNITÁRIA ......................................................... 22 
4.4. DISPONIBILIDADE DE BENS SUBSTITUTOS .......................Erro! Indicador não definido. 
4.5. ESSENCIALIDADE DO BEM ................................................Erro! Indicador não definido. 
4.6. IMPORTÂNCIA DO BEM, QUANTO A SEU GASTO, NO ORÇAMENTO DO CONSUMIDOR
 Erro! Indicador não definido. 
5. TEORIA DA PRODUÇÃO ................................................................................................... 23 
5.1. FATOR DE PRODUÇÃO E TIPO DE REMUNERAÇÃO ..................................................... 24 
6. TEORIA DE CUSTOS .......................................................................................................... 27 
6.1. CUSTOS TOTAIS ........................................................................................................... 27 
6.2. CUSTOS DE OPORTUNIDADE E CUSTOS CONTÁVEIS ................................................... 27 
6.3. MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS ....................................................................................... 27 
7. ESTRUTURAS DE MERCADO ............................................................................................ 29 
7.1. MONOPÓLIO ............................................................................................................... 30 
7.2. CONCORRÊNCIA PURA OU PERFEITA .......................................................................... 31 
 
 
 
7.3. OLIGOPÓLIO ................................................................................................................ 32 
8. GRAU DE CONCENTRAÇÃO ECONÔMICA ........................................................................ 33 
UNIDADE 3: INTRODUÇÃO A MACROECONOMIA E CONCEITOS DE PNB E PIB .......... 35 
1. CONCEITO DE POLÍTICA MACROECONÔMICA ................................................................ 35 
1.2. INTRUMENTOS DA POLÍTICA MACROECONÔMICA..................................................... 36 
2. PRODUTO NACIONAL, DESPESA NACIONAL E RENDA NACIONAL .................................. 37 
3. IDENTIDADE BÁSICA DAS CONTAS NACIONAIS ............................................................... 39 
4. POUPANÇA AGREGADA E INVESTIMENTO AGREGADO .................................................. 43 
5. PRODUTO INTERNO BRUTO - PIB .................................................................................... 44 
6. PRODUTO NACIONAL BRUTO – PNB ............................................................................... 44 
7. SALÁRIO REAL E SALÁRIO NOMINAL ............................................................................... 45 
UNIDADE 4: INFLAÇÃO, SISTEMA FINANCEIRO, SETOR EXTERNO E POLÍTICA FISCAL 48 
1. INFLAÇÃO ........................................................................................................................ 48 
2. MOEDA E SISTEMA FINANCEIRO ..................................................................................... 50 
3. CONCEITO DE OFERTA DE MOEDA .................................................................................. 52 
4. TAXA DE CÂMBIO ............................................................................................................ 55 
5. BALANÇO DE PAGAMENTOS ........................................................................................... 59 
6. SETOR PÚBLICO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ....................................................62 
7. POLÍTICA FISCAL EXPANSIVA E RECESSIVA ...................................................................... 64 
 
 
 
 
 
UNIDADE 1: INTRODUÇÃO À ECONOMIA E EVOLUÇÃO DO 
PENSAMENTO ECONÔMICO 
 
 
OBJETIVOS 
 
 Compreender os conceitos inicias que embasam a economia, tais como capitalismo, 
socialismo, as teorias de produção e atividade econômica; 
 Analisar as contribuições das fases pré-científica e científica; 
 Compreender as contribuições das teorias científicas e neoclássicas. 
 
 
CONTEÚDOS 
 
1. CONCEITOS INICIAIS 
 
“Economia” é uma palavra que origina do grego óikos (casa) e nómos (norma, lei), 
resultando no termo oikosnomos que pode ser entendido como “administração de uma casa ou 
do Estado”. Nesse sentido, uma pessoa “econômica” é alguém que sabe cuidar dos recursos 
financeiros e materiais que possui e de administrá-los com o objetivo de satisfazer suas 
necessidades. 
Para responder essa questão, vejamos primeiro qual o conceito de economia. 
Juntamente com outras áreas do conhecimento, como, por exemplo, o direito, a psicologia e a 
política, a economia é uma ciência social, pois analisa o funcionamento da sociedade. O que as 
diferencia é o ponto de vista sob o qual fazem isso. No caso da economia, a preocupação é o 
comportamento humano no que se refere à produção, troca e consumo de bens e serviços. 
Uma sociedade, por mais rica que seja, não tem recursos produtivos ou fatores de 
produção suficientes para satisfazer as infinitas e renovadas aspirações dessa mesma sociedade. 
Tem-se então, um problema de escassez: recursos limitados contrapondo-se a necessidades 
ilimitadas. A questão central da economia está na forma de utilizar os recursos produtivos 
limitados, de forma a atender ao máximo as necessidades humanas ilimitadas. 
 O que, e quanto produzir? 
 
 
 
 
Diante da impossibilidade de produzir tudo e em quantidades infinitas, o primeiro 
problema econômico fundamental é decidir quais bens e serviços serão produzidos e suas 
respectivas quantidades. Produzir armas e/ou alimentos? Se decidir produzir apenas alimentos, 
qual a quantidade? 
 Como produzir? 
Tendo em vista o volume de recursos produtivos e a melhor tecnologia existente no 
momento, a sociedade deve escolher o método de produção mais eficiente, ou seja, o que 
apresente o menor custo de produção possível. Produzir utilizando mais mão de obra ou mais 
máquinas? 
 Para quem produzir? 
Após se escolher o que e quanto produzir e como produzir, o próximo problema a ser 
resolvido é decidir como os bens e serviços produzidos serão distribuídos na sociedade. A 
produção será igualmente distribuída ou quem se beneficiará mais, ou menos? 
Esses três problemas econômicos fundamentais serão resolvidos de maneiras distintas, 
tendo em vista o sistema econômico vigente na sociedade em questão. Basicamente, temos dois 
sistemas econômicos: o sistema econômico capitalista ou economia de mercado e o sistema 
econômico socialista ou economia centralizada. 
 
2. CAPITALISMO, SOCIALISMO E AS HISTÓRIAS DE PRODUÇÃO 
 
Atualmente, a maior parte dos países é capitalista. Suas principais características são: 
 Regido pelas forças de mercado (oferta e demanda); 
 Predomínio da propriedade privada dos fatores de produção. 
Os três problemas econômicos fundamentais (o que e quanto produzir, como produzir 
e para quem produzir) são resolvidos predominantemente pelo mecanismo de mercado, ou 
seja, pela oferta e demanda. A Rússia foi o primeiro país a adotar o socialismo após a Revolução 
de 1917. Os defensores desse sistema consideravam injusto o capitalismo e que era possível 
substituí-lo por um modelo diferente. A partir de 1989, com a queda do muro de Berlim, a maior 
parte dos países socialistas aderiu à economia de mercado. Suas principais características são: 
 Propriedade pública dos fatores de produção; 
 Planejamento econômico. 
Os três problemas econômicos fundamentais (o que e quanto produzir, como produzir 
e para quem produzir) são resolvidos por um órgão central de planejamento, a quem cabe 
elaborar os planos de produção de todos os setores econômicos. 
 
 
 
A Curva de Possibilidades de Produção (CPP) é um conceito teórico que busca mostrar 
como a questão da escassez obriga uma sociedade a realizar escolhas entre as alternativas de 
produção. Imagine uma economia que só produza dois bens, máquinas e alimentos. Supondo-
se que estão sendo utilizados todos os fatores de produção disponíveis e a melhor tecnologia 
disponível, as alternativas de produção seriam: 
 
 
 
A alternativa A mostra uma situação em que todos os recursos produtivos disponíveis 
são utilizados apenas na produção de máquinas (25 mil). Se o desejo for produzir 30 toneladas 
de alimentos (alternativa B), necessariamente a produção de máquinas deverá diminuir para 20 
mil, pois agora os recursos produtivos, que antes eram utilizados para se produzir apenas 
máquinas, serão deslocados para a produção de alimentos também. 
Assim ocorrerá, sucessivamente, com as demais alternativas até chegarmos ao ponto E, 
em que produzimos apenas alimentos (70 toneladas) e nada de máquinas. 
 
 
Figura 1: Curva de Possibilidades de Produção 
 
 
 
 
Como observamos, devido à escassez de recursos é preciso fazer escolhas. O custo de 
oportunidade é a expressão utilizada para exprimir os custos no que se refere às alternativas 
sacrificadas, ou seja, toda vez que fazemos uma escolha, incorremos em um custo de 
oportunidade. Por exemplo, se você pode ir ao cinema ou assistir ao futebol e optou por ir ao 
cinema, o custo de oportunidade de ir ao cinema é medido pelo que você deixou de fazer (no 
caso, assistir ao futebol). Em uma sociedade que produz apenas dois bens (X e Y), o custo de 
oportunidade é medido a partir do grau de sacrifício de se deixar de produzir parte de um bem 
X para se produzir mais de outro bem (Y). 
Analisando a tabela 1, o custo oportunidade de se passar da alternativa B para C é de 5 
mil máquinas, ou seja, para aumentar a produção de alimentos em 30 toneladas são sacrificadas 
(deixadas de produzir) 5 mil máquinas. Do mesmo modo, o custo de oportunidade de se passar 
da alternativa E para D é de 10 toneladas de alimentos, ou seja, para aumentar a produção de 
zero para 10 mil máquinas são sacrificadas 10 toneladas de alimentos. 
O formato côncavo em relação à origem da curva de possibilidades de produção é 
explicado pelo fato de os custos de oportunidade serem decrescentes, ou seja, acréscimos iguais 
na produção de um determinado bem resultam em decréscimos cada vez maiores do outro bem. 
Mas por que esses decréscimos são cada vez maiores? 
A explicação é de que os recursos utilizados na produção de determinado bem podem 
não ser tão eficientes quando transferidos para a fabricação de outro bem. Vejamos o caso da 
mão de obra. Inicialmente, os sacrifícios são menores, pois para aumentarmos a produção de 
um bem X, transferimos apenas os trabalhadores que não eram tão eficientes na produção do 
bem Y. Entretanto, com o passar do tempo, as quantidades sacrificadas na produção do bem Y 
são cada vez maiores, já que deslocaremos trabalhadores menos adaptados à produção do bem 
X. 
Um deslocamento da curva de possibilidades de produção para a direita significa um 
crescimento econômico, ou seja, o país aumentou as quantidades dos dois bens produzidos. Isso 
ocorre apenas quando há um aumento na quantidade de recursos produtivos e/ou quando 
ocorre um progresso tecnológico. A curva de possibilidades de produção pode se deslocar 
também para a esquerda. Isso ocorre apenas quando há uma redução na quantidade de 
recursos produtivos e/ouquando ocorre um retrocesso tecnológico. Nesse caso, as novas 
alternativas de produção desse país serão compostas de quantidades menores dos dois bens 
produzidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. FLUXO DA ATIVIDADE ECONÔMICA 
 
A expressão “fluxo circular da atividade econômica” retrata como funciona uma 
economia de mercado (capitalista) e a forma como os indivíduos interagem nesse sistema, 
buscando atingir seus objetivos individuais. Considere uma economia livre da interferência do 
governo e que não mantenha transações com o exterior (economia fechada). As famílias são 
proprietárias dos fatores de produção e os fornecem às empresas, por meio do mercado de 
fatores de produção. Por outro lado, as empresas produzem bens e serviços a partir da utilização 
dos fatores de produção e os fornecem às famílias por meio do mercado de bens e serviços. 
Essas relações formam o chamado fluxo real da economia. 
A contrapartida do fluxo real é o fluxo monetário. Esse fluxo mostra a remuneração dos 
fatores de produção (salários, juros, lucros, aluguéis e royalties) e o pagamento pelos bens e 
serviços. Os preços e também as quantidades dos bens e serviços são determinadas no mercado, 
ou seja, pela demanda e oferta. É dessa maneira que o problema econômico “o que e quanto 
produzir” é solucionado. 
Do mesmo modo, é o mercado de fatores de produção o responsável pelos seus 
respectivos preços, que indicarão às empresas como produzir. O problema econômico é 
equacionado no mercado de fatores de produção. Assim, quanto maior a participação na renda, 
maior a participação das famílias. 
 
 
Figura 2: Fluxo Circular da Renda (Vasconcellos & Garcia, 2006, p. 4) 
 
Para entendermos o funcionamento de uma economia, é importante levar em 
consideração que os bens podem ser classificados de diversas maneiras. Quando vendidos para 
 
 
 
consumo ou utilização final, ou seja, já passaram por todos os processos produtivos, são 
chamados bens finais. As matérias-primas, como o açúcar utilizado por uma fábrica de biscoitos 
ou o tecido utilizado na indústria têxtil, que ainda sofrerão novas transformações até se 
tornarem bens finais, são classificados como bens intermediários. 
Os bens finais, por outro lado, podem ser classificados em bens de capital e bens de 
consumo. Máquinas e equipamentos utilizados na fabricação de outros bens, mas que não se 
desgastam totalmente no processo produtivo são denominados bens de capital. O automóvel 
utilizado pelo taxista na produção do serviço de transporte é um exemplo de bem de capital. No 
entanto, quando se destina diretamente ao atendimento das necessidades humanas é 
denominado bem de consumo, e pode ser durável ou não durável. Assim, um automóvel 
utilizado para satisfazer apenas às necessidades diretas de uma pessoa de se locomover é um 
bem de consumo durável. Já o açúcar, para o consumo de uma família, é definido como bem de 
consumo não durável, pois serve apenas para suprir uma necessidade básica do homem de se 
alimentar. 
 
 
4. TEORIA ECONÔMICA 
 
Antes de prosseguirmos, é essencial compreendermos como a Economia aborda 
determinados temas. Para Vasconcellos & Garcia (2006), a teoria econômica está dividida em 
quatro áreas de estudos: Microeconomia, Macroeconomia, Economia Internacional e 
Desenvolvimento Econômico. Inicialmente precisamos compreender as diferenças entre 
Microeconomia e Macroeconomia. 
Microeconomia deriva da palavra grega mikros, que significa “pequeno”. Nesse sentido, 
analisa o comportamento da economia em detalhes, ou seja, o comportamento dos agentes 
econômicos individuais (famílias, empresas e governos) e mercados específicos. Por outro lado, 
macroeconomia deriva da palavra grega makros, que significa “grande”. Analisa o 
 
 
 
comportamento geral da economia, ou seja, se concentra no panorama geral e desconsidera os 
pequenos detalhes. 
Na tabela 3 apresentamos alguns exemplos de análises microeconômicas e 
macroeconômicas. Basicamente as diferenças estão na abordagem empregada. Nos três 
exemplos de microeconomia, estamos analisando apenas uma parcela do país (emprego na 
indústria de refrigerantes; comparação dos juros cobrados em duas modalidades de crédito e a 
produção apenas de automóveis). Do outro lado, ao analisar o comportamento geral da 
economia (emprego no Brasil; os juros e a produção no país) estamos realizando uma análise 
macroeconômica. 
 
 
Tabela 3: Exemplos de Análises Microeconômica Macroeconômica 
 
Assim, fica mais fácil entendermos porque muitas vezes ouvimos o governo falar que o 
em- prego no país aumentou, quando você acaba de ficar desempregado. O que ocorre é que 
quando o governo fala isso, ele está realizando uma análise macroeconômica e você uma análise 
microeconômica. Ou seja, no conjunto do país, foram criados mais empregos; contudo, não 
significa que isso ocorreu em todos os setores do país. Outro aspecto importante é diferenciar 
a economia positiva da economia normativa. A análise positiva busca explicar os fatos da 
realidade, já a normativa envolve dizer o que deveria ser. 
Quando afirmamos “se o preço da carne aumentar, o consumo desse produto diminui” 
é uma análise positiva, pois não envolve juízo de valor (opinião) e é uma análise do fato em si. 
Por outro lado, afirmações como “o preço da carne deveria diminuir” é uma análise normativa, 
visto que envolve juízo de valor e é uma análise do que deveria ser. 
Segundo Vasconcellos & Garcia (2006, p.10), “a economia é uma ciência social e utiliza 
fundamentalmente uma análise positiva, que deve explicar os fatos da realidade”. Todavia, 
como a economia aborda o comportamento humano, ela frequentemente sofre a interferência 
de novos valores, do que consideramos uma coisa boa ou má. 
A Economia Internacional, analisa as relações econômicas entre residentes e não 
residentes de um país. Estas relações econômicas envolvem transações financeiras e transações 
 
 
 
com bens e serviços onde são abordados os principais aspectos das relações de um país com o 
resto do mundo. 
O Desenvolvimento Econômico, preocupa-se essencialmente com a melhoria do padrão 
de vida de sociedade ao longo do tempo. Nesta área é dado enfoque para as questões 
estruturais e de longo prazo, como por exemplo: Estratégias de crescimento, progresso 
tecnológico e infraestrutura. 
 
5. FASE PRÉ-CIENTÍFICA (DA GRÉCIA ANTIGA ATÉ 1750) 
 
A fase pré-científica engloba três períodos históricos: 
 
Figura 3 - Períodos históricos da fase pré-científica 
 
Durante a antiguidade, tanto na Grécia, quanto na Roma Antiga não havia um 
pensamento econômico estruturado e independente. As discussões econômicas apareciam 
como coadjuvantes em meio a temas centrais sobre política, filosofia e moral. Na Idade Média, 
entre os séculos XI e XIV, ocorre a intensificação do comércio entre as várias regiões da Europa. 
Com o intuito de moralizar os interesses pessoais, a Igreja condenou a cobrança de juros e 
defendeu o preço justo. 
O Mercantilismo é o conjunto de práticas econômicas implementadas pelos governos 
absolutistas entre 1450 e 1750 na Europa, com o objetivo de aumentar a riqueza das nações. 
Para Vasconcellos e Garcia (2006, p.16), “Apesar de não representar um conjunto técnico 
homogêneo, o mercantilismo tinha algumas preocupações explicitas sobre a acumulação de 
riqueza de uma nação.”. 
Segundo os mercantilistas, a riqueza de um país estava associada ao acúmulo de metais 
preciosos (ouro e prata). Assim, defendiam a manutenção de saldos positivos no comércio 
 
 
 
(exportações maiores que as importações) mediante a interferência direta do Estado, 
estimulando as expor- tações e limitandoao máximo as importações. 
 
6. FASE CIENTÍFICA – FISIOCRACIA (SÉCULO XVIII) 
 
A fisiocracia é a escola do pensamento econômico que surgiu na França no século XVIII. 
Seu principal representante é François Quesnay (1694-1774), que publicou o livro Tableau 
Economique (Quadro Econômico), em 1758. Diferentemente dos mercantilistas, a fisiocracia 
entendia que a terra era a única fonte de riqueza de uma nação, e a agricultura, o setor mais 
importante na economia, ou seja, a indústria e o comércio seriam totalmente dependentes do 
que a natureza podia oferecer. Os fisiocratas acreditavam na existência de uma ordem natural 
suprema. Sendo assim, viam como desnecessária qualquer espécie de regulamentação por parte 
do governo. 
 
7. TEORIA CIENTÍFICA: ADAM SMITH (1723-1790) 
 
Adam Smith é considerado o fundador da moderna teoria econômica e o primeiro a 
elaborar um modelo abstrato completo e relativamente coerente do sistema capitalista 
(Troster; Mochon, 2003). Sua principal obra é A Riqueza das Nações (1776). Smith acreditava 
que, em ambiente de livre concorrência, sem a interferência do Estado, uma mão invisível 
conduziria a economia ao equilíbrio. Ou seja, se todos fossem realmente livres para perseguirem 
e alcançarem seus próprios interesses, isso resultaria em um benefício para toda a sociedade. 
Smith defende que a causa da riqueza de uma nação é o trabalho humano. A partir do exemplo 
de uma fábrica de alfinetes mostra que, quanto maior a especialização do trabalhador, maior a 
divisão do trabalho e maior o nível de produtividade. 
 
8. TEORIA NEOCLÁSSICA E AS CONTRIBUIÇÕES DE JOHN KEYNES 
 
O principal representante da escola neoclássica é Alfred Marshall (1842-1934), que, em 
1890, publicou o livro Princípios de Economia. Essa obra serviria como referência até a metade 
do século XX. Seguindo os preceitos do pensamento clássico de crença na existência das forças 
de mercado e de um sistema autor regulável, os neoclássicos passariam a se preocupar com 
questões claramente microeconômicas. 
Novas teorias envolvendo o comportamento dos consumidores foram desenvolvidas, 
baseando-se na premissa de que os indivíduos procuram maximizar seus benefícios. Assim, 
 
 
 
seguindo o raciocínio dos economistas clássicos, concluíam que, se todos os indivíduos agissem 
dessa maneira, os benefícios para o conjunto da sociedade também seriam maximizados. 
A Matemática passou a ser utilizada amplamente. Equações algébricas e gráficos 
tornaram-se instrumentos importantes como expressão das teorias econômicas. Nosso último 
autor, John Maynard Keynes (1883-1946) é considerado o último grande economista britânico 
que influenciou diretamente o desenvolvimento da teoria econômica. Sua principal obra foi A 
Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda (1936). Essa obra é importante não apenas 
porque trouxe novas explicações para os problemas econômicos, mas, particularmente, em 
função da maneira distinta de analisar a economia e o papel do Estado na sociedade. 
Ao contrário dos economistas clássicos que acreditavam na existência de forças de 
mercado, Keynes defendia que esse equilíbrio automático nem sempre ocorria. Assim, em 
momentos de crise, o Estado deveria atuar, aumentando os gastos públicos. Keynes defende 
que em momentos de retração econômica ao aumentar os gastos, o Estado injeta dinheiro na 
economia que, por sua vez, se multiplica. É o que ficou conhecido como multiplicador de gastos 
ou multiplicador keynesiano. 
A ideia básica de Keynes é simples. A fim de manter o pleno emprego na economia, o 
governo deve gerar déficits orçamentários quando a economia entrar em recessão. A baixa 
atividade econômica resultaria do fato de o setor privado não estar investindo o suficiente. O 
pensamento keynesiano influenciou diretamente o governo norte-americano no período da 
Grande Depressão em 1929. Com o objetivo de tirar a economia da grave crise, o então 
presidente, Franklin Delano Roosevelt, em 1933, implementou o New Deal (novo acordo). 
Entre as medidas lançadas no New Deal estava o aumento nos investimentos do governo 
em obras de infraestrutura. As ideias de Keynes influenciaram fortemente a tomada de decisões 
de vários governos no mundo, no período da pós-segunda guerra mundial até o início da década 
de 1970. 
 
PESQUISA OBRIGATÓRIA 
 
Clique aqui e leia o artigo que complementa os estudos desta unidade a partir do enfoque 
brasileiro. 
LEAL, I. Z. C. C.; DE CARVALHO, A. L. B. D. Uma introdução à história econômica. Economia 
e Sociedade, Campinas, v. 17, n. 3 (34), p. 539-548, dez. 2008. Disponível em 
<http://www.scielo.br/pdf/ecos/v17n3/08.pdf> Acesso em agosto de 2016 
 
 
 
 
 
PONTOS DE REFLEXÃO 
 
 
REVISÃO 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Nesta unidade compreendemos os conceitos inicias que embasam a economia, tais 
como capitalismo, socialismo, as teorias de produção e atividade econômica; 
 Analisamos as contribuições das fases pré-científica e científica; 
 Finalizamos com a compreensão das contribuições das teorias científicas e 
neoclássicas. 
 
MANKIW, N.G. Introdução à economia. São Paulo: Thomson Learning, 2007. 
PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de economia. 4ª Ed. São Paulo: Pioneira, 2003. 
STIGLITZ, J. E.; WALSH, C. E. Introdução à microeconomia. 3ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 
2003. 
TROSTER, R. L.; MOCHON, F. Introdução à economia. São Paulo: Makron Books, 2002. 
VASCONCELLOS, M. A.S; GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. São Paulo: Saraiva, 
2006. 
No caso de uma sociedade, diante da questão da escassez, é necessário fazer escolhas, 
dada a escassez dos recursos ou fatores de produção, associada às necessidades ilimitadas 
do homem, originando os problemas econômicos fundamentais: O que, e quanto 
produzir? Como produzir? Para quem produzir? 
 
 
 
 
UNIDADE 2: INTRODUÇÃO DA MICROECONOMIA E TEORIA DA 
PRODUÇÃO E DE CUSTOS 
 
 
OBJETIVOS 
 
 Compreender os conceitos relacionados à demanda, oferta e equilíbrio de mercado, 
bem como relacioná-los às teorias de produção e custo; 
 Analisar as estruturas de mercado, tais como monopólio, concorrência pura ou perfeita 
e oligopólio; 
 Refletir sobre o conceito de grau de concorrência econômica e articulá-lo os estudos 
abordados. 
 
CONTEÚDOS 
 
1. DEMANDA DE MERCADO 
 
Você já deve ter escutado frases do tipo “a procura por passagens aéreas está muito 
alta”. Mesmo aquelas pessoas que nunca estudaram economia entendem que estamos nos 
referindo ao comportamento do consumidor. Do ponto de vista teórico, “a demanda ou procura 
pode ser definida como a quantidade de certo bem ou serviço que os consumidores desejam 
adquirir em determinado período de tempo.” (VASCONCELLOS; GARCIA, 2006, p. 38). 
Contudo, a escolha do consumidor pode sofrer a influência de apenas uma das variáveis 
em determinado momento. Mas como podemos ter certeza disso? Com o objetivo de analisar 
o impacto de cada uma dessas variáveis isoladamente, utilizamos a hipótese do coeteris paribus 
(tudo o mais permanece constante). 
Segundo a Lei Geral da Demanda, “Há uma relação inversamente proporcional entre a 
quantidade demandada e o preço do bem, coeteris paribus” (VASCONCELLOS; GARCIA, 2006, p. 
38). Isso quer dizer que a cada preço menor a quantidade demandada aumenta, e a cada preço 
maior, a quantidade demandada diminui, supondo-se que todas as outras variáveis não se 
alterem. 
 
 
 
 
A tabela mais a frente representa uma escala de demanda, que mostra as várias 
alternativas de preços de um bem e suas respectivas quantidades demandadas, coeteris paribus.De acordo com a lei geral da demanda, se, ao preço de R$ 1,00, os consumidores desejam 
adquirir 11.000 unidades de um bem qualquer, a um preço maior de R$ 3,00 a quantidade 
demandada diminui para 9.000 unidades e assim por diante. Além disso, se ao preço de R$ 10,00 
os consumidores desejam adquirir 2.000 unidades, a um preço menor de R$ 8,00 a quantidade 
demandada aumenta para 4.000 unidades. 
Assim, variações na quantidade demandada de um determinado bem, decorrem de 
variações no preço do próprio bem, coeteris paribus. Graficamente, representam movimentos 
ao longo da curva. 
 
 
Tabela: Escala de Demanda (Vasconcellos & Garcia, 2006, p.39) 
Podemos também representar graficamente a curva de demanda (ver figura 3.1). No 
eixo vertical, estão inseridas as alternativas de preços e, no eixo horizontal, as quantidades 
demandadas. A curva de demanda é inclinada negativamente, o que demonstra a relação 
inversamente proporcional entre o preço e a quantidade demandada. 
 
 
Curva de Demanda 
 
 
 
Você já pensou por que a curva de demanda é inclinada negativamente? A explicação é 
resultado da combinação do efeito substituição e do efeito renda. Por exemplo, suponha a 
demanda por Coca-Cola: 
 
EFEITO SUBSTITUIÇÃO 
 
Refrigerantes são bens substitutos na demanda. Se o preço do Refrigerante A subir 
demasiadamente, os consumidores passarão a demandar o Refrigerante B, reduzindo assim sua 
demanda por Coca-Cola, coeteris paribus; 
 
EFEITO RENDA 
 
Se aumentar o preço do Refrigerante A, tudo o mais constante (renda do consumidor e 
preço de outros bens permanecem estáveis), o consumidor perde poder aquisitivo e a demanda 
por esse produto diminui, embora seu salário monetário não tenha sofrido nenhuma alteração. 
Quando toda a curva de demanda se desloca? Quando quaisquer umas das variáveis que afetam 
a demanda desse bem (preço dos outros bens, renda do consumidor, gostos e preferências do 
consumidor, entre outros), com exceção do preço do próprio bem, sofrerem alterações. 
Quando toda a curva de demanda se desloca? Quando quaisquer umas das variáveis que 
afetam a demanda desse bem (preço dos outros bens, renda do consumidor, gostos e 
preferências do consumidor, entre outros), com exceção do preço do próprio bem, sofrerem 
alterações. 
 
2. OFERTA DE MERCADO 
 
“A oferta pode ser definida como as várias quantidades que os produtores desejam 
oferecer ao mercado em determinado período de tempo. ” (VASCONCELLOS; GARCIA, 2006, p. 
42). 
 
 
 
 
 
Assim, a tomada de decisão do empresário em ofertar, é mais ou menos diretamente 
influenciada por essas variáveis, seja por uma isoladamente, ou por mais simultaneamente. Com 
o objetivo de analisar, como de fato cada uma das variáveis afeta a oferta, usamos também a 
hipótese do coeteris paribus (tudo o mais permanece constante). 
A lei geral da oferta afirma que “há uma relação diretamente proporcional entre a 
quantidade ofertada e o preço do bem, coeteris paribus. ” (VASCONCELLOS; GARCIA, 2006, p. 
42). Significa que a cada preço maior de um bem, a quantidade que os produtores desejam 
oferecer aumenta também. Por outro lado, a cada preço menor a quantidade ofertada diminui. 
Em ambos os casos se supõe que todas as outras variáveis não se alterem. 
A tabela a seguir representa as várias alternativas de preços e as respectivas quantidades 
que os produtores desejam oferecer. Ao preço de R$ 1,00 a unidade, os produtores desejam 
ofertar 1.000 unidades de um bem. A um preço maior de R$ 3,00 a quantidade ofertada 
aumenta para 3.000 unidades e assim por diante. Observando a escala, verificamos que está de 
acordo com a lei geral da oferta, pois a relação entre preço e quantidade caminha no mesmo 
sentido. 
 
Tabela: Escala de Oferta (Vasconcellos & Garcia, 2006, p. 43) 
 
 
 
 
 
 
Figura: Curva de Oferta (Vasconcellos & Garcia, 2006, p.43) 
 
Um preço maior aumenta a quantidade ofertada, não apenas porque estimula os 
produtores já estabelecidos no ramo, como também porque provoca a entrada de novas 
empresas. Quando o preço diminui, a relação direta com a quantidade ofertada caminha no 
mesmo sentido, ou melhor, o preço diminui e a quantidade ofertada também diminui. Nesse 
caso, isso decorre do fato de que as empresas serão deslocadas para a produção de outros bens 
cujos preços não se alteraram. Em todos esses casos, estamos supondo que todas as outras 
variáveis permanecem constantes. Assim, variações na quantidade ofertada de um determinado 
bem decorrem de variações no preço desse bem. 
Variações na oferta de um determinado bem decorrem de variações em quaisquer umas 
das variáveis que afetam a oferta desse bem (preço dos outros bens, preço/custo dos fatores de 
produção, mudanças na tecnologia, mudanças climáticas), com exceção do preço do próprio 
bem. Graficamente, representam deslocamentos de toda a curva de oferta. 
 
3. EQUILÍBRIO DE MERCADO 
 
Em um mercado altamente competitivo, formado por bens totalmente idênticos, o 
preço é determinado pela interação da demanda e oferta. Na tabela a seguir temos as 
quantidades demandadas e ofertadas, a cada preço, e as situações de mercado de um bem 
qualquer. A representação gráfica aparece na figura a seguir. 
 
 
 
 
 
 
Tabela: Demanda e Oferta (Vasconcellos & Garcia, 2006, p. 45) 
 
 
Nesse tipo de mercado há uma tendência natural ao equilíbrio de mercado. Veremos 
agora como isso funciona! Na tabela anterior, existe apenas um único preço (R$ 6,00) em que 
as quantidades demandadas e ofertadas são iguais (6.000 unidades). A esse preço, dizemos que 
o mercado está em equilíbrio. 
Na intersecção das curvas de oferta e demanda (ponto E), teremos o preço e 
a quantidade de equilíbrio, isto é, o preço e a quantidade que atendem às 
aspirações dos consumidores e produtores simultaneamente. 
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2006, p. 45). 
 
 
Figura: Equilíbrio de Mercado (Vasconcellos & Garcia, 2006, p.45) 
 
 
 
 
Se a quantidade demandada for maior do que a do equilíbrio, teremos uma “escassez 
da mercadoria”. Ocorrerá uma competição entre consumidores, uma vez que as quantidades 
demandadas serão maiores do que as ofertadas. Nessa situação, muitos consumidores estarão 
dispostos a pagar um preço mais elevado pelo produto e os preços de fato se elevarão. Com o 
aumento do preço, a quantidade demandada diminuirá, pois, alguns consumidores desistirão 
de adquirir o produto. Por outro lado, em resposta ao aumento dos preços, os produtores 
elevam a produção, aumentando a quantidade ofertada. Portanto, a tendência é a diferença 
entre as quantidades demandadas e ofertadas reduzindo-se cada vez mais, a cada elevação do 
preço da mercadoria, chegando finalmente ao ponto de equilíbrio. 
Se a quantidade ofertada for maior do que a do equilíbrio, teremos um “excesso de 
produção da mercadoria”. Esse acúmulo de estoque de mercadorias provocará um aumento na 
concorrência entre os produtores que reduzirão o preço buscando eliminar o estoque. Com a 
redução do preço, a quantidade demandada aumentará e a quantidade ofertada diminuirá. 
Assim sendo, a tendência é a diferença entre as quantidades demandadas e ofertadas 
reduzindo-se, cada vez mais, a cada redução do preço da mercadoria, chegando finalmente ao 
ponto de equilíbrio. Veremos mais adiante que em setores com pouca ou nenhuma competição 
o equilíbrio não é atingido. 
 
4. ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA (EPD) 
 
No decorrer do curso, aprendemos que existe uma relação inversamente proporcional 
entre os preços de um bem e as quantidades demandadas, coeteris paribus. Assim, seja para 
um carro popular quanto para um carro de luxo, se opreço diminui a quantidade demandada 
aumenta e se o preço aumenta a quantidade demandada diminui. 
A elasticidade-preço da demanda é o conceito teórico que busca responder a essa 
questão. Matematicamente, podemos representar da seguinte maneira: 
 
 
 
Dependendo do bem, as quantidades demandadas podem aumentar ou reduzir em 
proporção maior, menor ou igual à variação dos preços. Portanto, a elasticidade-preço da 
 
 
 
demanda é classificada como demanda-elástica, demanda inelástica ou demanda preço-
unitária. 
 
4.1. DEMANDA ELÁSTICA 
 
Uma variação percentual no preço (∆%P) provoca uma variação na quantidade de- 
mandada (∆%Qd) relativamente maior, coeteris paribus. Assim, dizemos que a quantidade 
demandada do bem é muito sensível as variações de seu preço. Em módulo a |Epd| > 1. 
 
 
 
4.2. DEMANDA INELÁSTICA 
 
Uma variação percentual no preço (∆%P) provoca uma variação na quantidade de- 
mandada (∆%Qd) relativamente menor, coeteris paribus. Dizemos, então, que a quantidade 
demandada do bem é pouco sensível a variações de seu preço. Em módulo a |Epd| < 1. 
 
 
 
4.3. DEMANDA DE ELASTICIDADE PREÇO-UNITÁRIA 
 
Uma variação percentual no preço (∆%P) provoca uma variação na quantidade de- 
mandada (∆%Qd) da mesma magnitude, porém, em sentido inverso, coeteris paribus. Em 
módulo a |Epd| = 1. 
 
 
 
Por exemplo: 
 
 
 
 
Caso uma empresa queira aumentar sua receita total o que ela deverá fazer com os 
preços dos seus produtos? Aumenta ou diminui? 
 
Dependerá da reação dos consumidores, isto é, do grau de elasticidade-preço da 
demanda do bem. 
 
• Bem de Demanda Elástica: 
 
 
 
• Bem de Demanda Inelástica: 
 
 
 
• Bem de Elasticidade Preço Unitário: 
 
 
 
Em um bem que apresenta a demanda elástica, como o carro popular, qualquer 
aumento no preço provoca uma redução proporcionalmente maior na quantidade demandada. 
Desse modo, a receita total tende a diminuir. 
Já para o carro de luxo, um aumento no preço provoca uma redução proporcionalmente 
menor na quantidade demandada. Por ser voltada a um público de alta renda, uma variação no 
seu preço compromete muito pouco a procura por esse produto. Assim, a receita total aumenta. 
 
5. TEORIA DA PRODUÇÃO 
 
Esse processo pode, contudo, ser realizado de maneiras diferentes dependendo da 
combinação de fatores que a empresa utilizar. Quando são empregados mais mão-de-obra, 
dizemos que é um método de produção intensivo em trabalho. Quando empregamos mais 
máquinas e equipamentos temos um método de produção intensivo em capital. 
No cotidiano, cada vez mais, observamos as transformações ocorridas nos métodos 
produtivos das empresas, cada vez mais intensivos em capital/tecnologia. Tomemos como 
 
 
 
exemplo os bancos. É nítido que, com o passar do tempo, os bancos estão aumentando seus 
investimentos em tecnologia mediante o uso de mais equipamentos. 
Como o empresário escolhe qual método de produção deverá utilizar? Logicamente essa 
decisão passa pelos custos menores que veremos mais adiante. A função de produção é, no 
entanto, uma ferramenta importante. A função produção indica a quantidade máxima que se 
pode obter de um produto, por unidade de tempo, a partir da utilização de determinada 
quantidade de fatores de produção e mediante a escolha do processo de produção mais 
adequado. 
 
 
Onde: q = quantidade produzida do bem em determinado período de tempo. 
 
x1, x2, x3, ... , xn = quantidades utilizadas de cada fator de produção em determinado 
período de tempo. 
 
Para efeitos didáticos, a função de produção costuma ser representada resumidamente: 
 
Onde: 
N = quantidade utilizada de mão-de-obra 
K = quantidade utilizada de capital 
 
No processo produtivo, as empresas dispõem de uma série de fatores de produção, 
classificados em fatores de produção variáveis e fatores de produção fixos. 
Os fatores de produção variáveis são aqueles cujas quantidades variam quando o 
volume de produção varia. Mão-de-obra e matérias-primas são exemplos, pois conforme 
aumenta ou diminui a quantidade produzida, o volume produzido também varia. Os fatores de 
produção fixos são aqueles cujas quantidades não variam quando o produto varia. As instalações 
da empresa, no curto prazo, são fatores de produção fixos, tendo em vista que as quantidades 
variam apenas em longo prazo. 
 
5.1. FATOR DE PRODUÇÃO E TIPO DE REMUNERAÇÃO 
 
 
 
 
Os fatores de produção chamados recursos de produção da economia, são constituídos 
pelos recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), terra, capital e tecnologia. A cada 
fator de produção corresponde uma remuneração ao seu proprietário, conforme quadro abaixo: 
 
 
Tabela: Fator de redução e tipo de remuneração 
 
 
 
O curto prazo é o horizonte de tempo em que pelo menos um fator de produção é fixo, 
já o longo prazo é o horizonte de tempo em que todos os fatores de produção são variáveis. 
Suponha uma siderúrgica que produz aço e utilize basicamente três fatores de produção: 
 
No curto prazo, a siderúrgica só pode aumentar sua produção aumentando a quantidade 
de mão-de-obra e minério de ferro. No longo prazo, é possível aumentar a produção 
aumentando a quantidade de todos os fatores de produção, inclusive o tamanho da siderúrgica. 
Se dezoito meses é o tempo necessário para aumentar o tamanho da siderúrgica, dezoito meses 
é o curto prazo e, mais que isso, o longo prazo dessa siderúrgica. 
O curto e o longo prazo de cada empresa dependem do grau de complexidade de seu 
processo de produção. Setores que apresentam um grau de complexidade maior têm um curto 
prazo maior do que de outros setores. Comparando uma padaria a uma siderúrgica, o curto 
prazo da siderúrgica é maior, pois, para ampliar as suas instalações, é necessário um tempo 
maior do que para uma padaria. 
Suponha que, no curto prazo, a quantidade produzida dependa somente de uma 
variação da quantidade utilizada do fator variável, isto é, depende de uma variação da 
quantidade de mão-de-obra. A tabela abaixo mostra o que ocorreria. 
 
 
 
 
 
Produto total: mede a quantidade produzida. 
 
 
Produtividade média do trabalho: mede o quanto, em média, cada trabalhador produz. 
 
 
 
 
Produtividade marginal do trabalho: mede o quanto a produção total varia cada vez que se 
acrescente mais um trabalhador na produção. 
 
 
 
 
Na tabela anterior, por que em determinado momento a cada trabalhador adicionado, 
a produção para de aumentar e, mais adiante, a produção decai? Porque chega um instante em 
que o espaço físico se torna pequeno em relação ao número de trabalhadores. A lei dos rendi- 
mentos decrescentes explica isso. 
E no longo prazo, por que isso não ocorre? Porque todos os fatores de produção são 
variáveis. A quantidade produzida depende, portanto, da variação da quantidade utilizada de 
 
 
 
todos os fatores de produção, isto é, de uma variação da quantidade de mão-de-obra e de 
capital. 
 
6. TEORIA DE CUSTOS 
 
6.1. CUSTOS TOTAIS 
 
O Custo Total (CT) de produção é dado pela soma do Custo Fixo Total (CFT) e o Custo 
Variável Total (CVT). 
 
 
 
O Custo Variável Total representa a parcela dos custos totais que depende da produção 
e por isso muda com a variação do volume de produção. A folha de pagamentos do pessoal está 
ligada diretamente à produção, e os gastos com matérias-primas, normalmente, são os 
principais itens desse custo. O Custo Fixo Total é a parcela dos custos totais que independe da 
produção e, por isso, não muda com a variação do volume de produção. O aluguel da fábrica e 
osgastos com o pessoal da parte administrativa representam os itens do custo fixo. 
 
6.2. CUSTOS DE OPORTUNIDADE E CUSTOS CONTÁVEIS 
 
Os custos contábeis são aqueles que exigem um desembolso monetário (custos 
explícitos). Por exemplo, o gasto com o aluguel da sede da empresa. Os custos de oportunidade 
são os custos relativos aos insumos pertencentes à empresa e que não envolvem desembolso 
monetário (custos implícitos). Imagine o caso de uma firma que não tem o custo contábil do 
aluguel já que o prédio é próprio. Apesar de não desembolsar nenhum valor, o proprietário está 
deixando de receber uma quantia. Assim, o custo de oportunidade é o que ganharia se alugasse 
o imóvel e utilizasse o valor correspondente ao do prédio em outra aplicação no mercado 
financeiro. 
 
6.3. MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS 
 
Segundo a Teoria Microeconômica Tradicional, o objetivo de qualquer empresa é a 
maximização de lucros. Assim, o Lucro Total (LT) é dado pela diferença entre as receitas das 
vendas da empresa (RT) e seus custos totais de produção (CT). 
 
 
 
 
 
 
 
Com o objetivo de maximizar seus lucros, a empresa escolherá o nível de produção para 
o qual a diferença entre receita total e custo total seja a maior possível. Afinal, quando a 
empresa maximiza seu lucro? Isso ocorre quando a receita marginal (RMg) é maior do que o 
custo marginal (CMg), quando este é crescente. 
 Receita Marginal (RMg): é o acréscimo da receita total da empresa quando esse 
vende uma unidade adicional do seu produto. 
 Custo Marginal (CMg): é o acréscimo do custo total da produção da empresa 
quando esse produz uma unidade adicional do seu produto. 
Vejamos então o que acontece: 
Rmg = Cmg (quando o Cmg é decrescente) ► empresa deve continuar a produzir, pois 
cada unidade adicional fabricada aumenta ainda mais seus lucros, já que sua Rmg é maior que 
o Cmg. 
RMg > CMg ► empresa deve continuar a produzir, pois cada unidade adicional fabricada 
aumenta seus lucros, já que sua Rmg é maior que o Cmg. 
RMg < CMg ► empresa deve reduzir a produção, pois cada unidade adicional que deixa 
de ser fabricada aumenta seus lucros, já que seu Cmg é maior que a Rmg. 
 
 
 
 
 
 
 
De acordo com a tabela 4.2, a empresa maximizará seu lucro quando o nível de produção 
for igual a 8 unidades. Ou seja, quando a receita marginal for igual ao custo marginal e o lucro 
máximo for de R$ 5,00. Mas por que o lucro máximo não ocorre quando a produção for de 1 
unidade? Por- que, apesar de o custo marginal ser realmente igual à receita marginal, nesse 
caso, o custo marginal é ainda decrescente. 
 
7. ESTRUTURAS DE MERCADO 
 
Cada mercado apresenta características diferentes que afetam não só os produtores 
como também os consumidores. Basicamente podemos classificar os mercados de bens e 
serviços em: monopólio, concorrência perfeita, concorrência monopolista e oligopólio. 
 
 
 
 
 
 
Entretanto, quais são as características que os diferenciam? O número de empresas que 
compõem o mercado, o tipo do produto fabricado (produtos homogêneos, idênticos ou 
diferencia- dos) e se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado. 
 
7.1. MONOPÓLIO 
 
O que caracteriza um monopólio é a existência de uma única empresa que domina todo 
o mercado, sendo que o produto não tem substitutos próximos. A presença de apenas uma 
empresa ocorre, pois existem barreiras à entrada de novas firmas. Mesmo que outras empresas 
almejem participar desse mercado, as dificuldades serão tão grandes que isso não ocorrerá. 
As principais barreiras são a proteção de patentes, o controle sobre o fornecimento de 
matérias-primas básicas, a exigência de um elevado nível de capital e a existência de monopólio 
puro ou natural. Um exemplo de proteção de patentes está presente na criação de um novo 
medicamento. Quando um laboratório farmacêutico desenvolve um remédio novo, ele o 
registra em seu nome com o objetivo de evitar que outros se beneficiem de sua criação. Assim, 
por lei, se outro fabricante quiser produzi-lo terá que pagar por isso. 
Quando uma única empresa tem acesso à principal matéria-prima utilizada no 
desenvolvi- mento de um produto, isso se torna também uma barreira à entrada de novas 
firmas. Nos Estados Unidos, há muito tempo, a Alcoa, uma das maiores fabricantes de alumínio 
do mundo, foi acusada pelo governo de ser monopolista por controlar praticamente toda a 
reserva de bauxita do país. 
O monopólio puro ou natural ocorre quando pelas próprias características do 
empreendimento, é mais barato ter uma única empresa do que ter duas ou várias outras. Por 
 
 
 
que a SABESP (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) é a única empresa a 
oferecer o serviço de água encanada em São Paulo? A resposta é que os custos fixos dos 
encanamentos seriam tão elevados que não compensariam os investimentos, dado que cada 
empresa deverá construir os seus próprios encanamentos com o objetivo de oferecer os seus 
serviços. 
A falta de concorrência permite que, mesmo no longo prazo, a empresa monopolista 
mantenha os seus lucros extraordinários. Por outro lado, em um mercado altamente 
concorrencial, se um setor apresenta lucros muito altos, isso tende a atrair a entrada de novas 
empresas o que reduz os lucros no longo prazo. 
 
PESQUISA OBRIGATÓRIA 
 
 
7.2. CONCORRÊNCIA PURA OU PERFEITA 
 
Em uma concorrência pura ou perfeita há um número muito grande de empresas no 
setor, sendo que nenhuma delas tem o poder de alterar o funcionamento desse segmento. Isso 
decorre do fato de os produtos oferecidos por participante serem idênticos. Nesse tipo de 
estrutura, não há barreiras à entrada de novas empresas no mercado, o que faz com que no 
longo prazo os lucros extraordinários desapareçam. Diferentemente de um mono- pólio, em um 
setor altamente concorrencial, ao apresentar lucros muito altos tende a atrair novas empresas 
o que, no longo prazo, reduz os lucros. 
Qual o setor no país que apresenta todas essas características? Concluiremos que 
nenhum, pois os bens tendem a se diferenciar de algum modo. O mercado de pizzarias na cidade 
de São Paulo é composto por inúmeros estabelecimentos comerciais. Contudo não podemos 
afirmar que se trata de uma concorrência pura ou perfeita, visto que mesmo uma pizza de 
mozzarella nem sempre é igual. Mas por quê? A diferenciação aparece na qualidade da matéria-
Clique aqui e leia o artigo que faz uma discussão sobre a realidade das empresas de 
pequeno porte com relação às disputas pelo monopólio 
GUERRA, O.; TEIXEIRA, F. A sobrevivência das pequenas empresas no desenvolvimento 
capitalista. Rev. Econ. Polit. vol.30 no.1 São Paulo Mar. 2010. Disponível em 
<http://dx.doi.org/10.1590/S0101-31572010000100008> Acesso em agosto de 2016 
 
 
 
prima, na localização do empreendimento, no atendimento, na qualificação do profissional 
entre outros. 
Assim a concorrência pura ou perfeita é uma estrutura de mercado irreal, que não existe 
de fato. O setor que mais se aproxima é o de hortifrutigranjeiros, no qual os produtos tendem a 
ser mais parecidos. Em um mercado de concorrência monopolista temos um grande número de 
firmas, assim como em uma concorrência pura ou perfeita. No entanto, em um mercado de 
concorrência monopolista, cada empresa fabrica um produto diferenciado, mas com substitutos 
próximos. 
Por conta da diferenciação do produto, cada empresa tem certo poder sobre os preços 
cobrados. Isso torna esse tipo de mercado mais realista que o de concorrência perfeita que tem 
os produtos completamente idênticos. A concorrência dessa estrutura de mercado surge 
também em função da não existência de barreirasà entrada de novas firmas, o que, no longo 
prazo, faz com que os lucros extraordinários desapareçam. Dessa maneira, no mundo real, os 
mercados altamente concorrenciais tendem a ser exemplos de mercados de concorrência 
monopolista. 
 
7.3. OLIGOPÓLIO 
 
Essa estrutura de mercado é um meio termo entre um monopólio e um setor de 
concorrência. No oligopólio, pode existir um pequeno ou um grande número de empresas, mas 
o que o caracteriza é que apenas um pequeno número delas domina o setor. Mas o quanto seria 
um pequeno número? Não há um número exato. Podemos medir isso, por exemplo, pela 
participação de cada empresa no volume total de vendas do setor. 
Quanto ao produto oferecido pelas empresas, em um oligopólio, podemos ter tanto 
bens idênticos quanto diferenciados. Na maior parte dos casos, os bens são diferenciados. O 
controle do setor, por parte de um número reduzido de empresas, é consequência também da 
ocorrência de barreiras à entrada de novas firmas no segmento em questão. No longo prazo 
permanecem os lucros extraordinários, porém menores do que em um setor monopolista, no 
qual o grau de concentração é máximo. 
No oligopólio, a concorrência entre as empresas aparece via preços ou promoções. 
Entretanto, pelo fato de serem poucas que dominam o setor, muitas vezes se juntam e 
combinam os preços a serem cobrados, e a participação de cada empresa no mercado. Essa 
prática é chamada cartel. Na maioria dos países, incluindo o Brasil, o cartel é proibido por lei, 
pois fere a lei da concorrência, não oferecendo ao consumidor o direito de escolher livremente 
o que deseja. 
 
 
 
Atualmente o cartel mais famoso é a OPEP (Organização dos Países Produtores de 
Petróleo), cujos integrantes são os principais países produtores e exportadores de petróleo do 
mundo, tais como a Venezuela, Arábia Saudita, Nigéria. 
 
8. GRAU DE CONCENTRAÇÃO ECONÔMICA 
 
Podemos medir o grau de concentração de um determinado setor por meio da 
participação do valor do faturamento das quatro maiores empresas de cada ramo de atividade 
sobre o total faturado no ramo respectivo. O índice varia de 0% a 100%. Quanto mais próximo 
de 100%, maior é o grau de concentração desse mercado e quanto mais próximo de 0%, menor 
é o grau de concentração. 
No Brasil, o CADE (Conselho Administrativo de Direito Econômico), órgão ligado ao 
Ministério da Justiça, é o responsável por fiscalizar as empresas e assim não permitir que as 
mesmas abusem economicamente. Esse controle ocorre, entre outras maneiras, analisando os 
casos de fusões. 
 
PONTOS DE REFLEXÃO 
 
 
 
REVISÃO 
 
 Nesta unidade compreendemos os conceitos relacionados à demanda, oferta e 
equilíbrio de mercado, bem como relacioná-los às teorias de produção e custo; 
 Analisamos as estruturas de mercado, tais como monopólio, concorrência pura ou 
perfeita e oligopólio; 
 Finalizamos com a reflexão sobre o conceito de grau de concorrência econômica e 
articulamos aos estudos abordados. 
 
Com base nos conceitos estudados nesta unidade, defina o que é o que é o curto e o longo 
prazo de uma empresa? 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANKIW, N.G. Introdução à economia. São Paulo: Thomson Learning, 2007. 
PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de economia. 4ª Ed. São Paulo: Pioneira, 2003. 
STIGLITZ, J. E.; WALSH, C. E. Introdução à microeconomia. 3ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 
2003. 
TROSTER, R. L.; MOCHON, F. Introdução à economia. São Paulo: Makron Books, 2002. 
VASCONCELLOS, M. A.S; GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. São Paulo: Saraiva, 
2006. 
 
 
 
UNIDADE 3: INTRODUÇÃO A MACROECONOMIA E CONCEITOS 
DE PNB E PIB 
 
OBJETIVOS 
 
 Compreender o conceito de política macroeconômica, bem como as suas 
terminalidades tais como produto nacional, despesa nacional e renda nacional; 
 Estudar os conceitos de identidade básica, poupança agregada, investimento agregado 
e relacioná-los à temática; 
 Compreender os conceitos de produto interno bruto e produto nacional bruto, além de 
relacioná-los ao salário real e ao salário nominal. 
 
 
CONTEÚDOS 
 
1. CONCEITO DE POLÍTICA MACROECONÔMICA 
 
A Macroeconomia, diferentemente da Microeconomia, estuda a economia em sua 
totalidade. Na verdade, oferece uma visão global da economia de um país. Da mesma maneira 
que a política microeconômica está associada a medidas que afetarão apenas determinados 
segmentos, a política macroeconômica engloba um conjunto de medidas implantadas pelo 
governo que, de alguma maneira, afetará a economia como um todo. 
Basicamente são quatro os objetivos de uma política macroeconômica: 
 Alto nível de emprego; 
 Estabilidade de preços (inflação baixa e estável); 
 Distribuição socialmente justa da renda; 
 Crescimento econômico. 
Um dos grandes problemas enfrentados pelos governantes é que, apesar desses 
objetivos, estarem diretamente interligados, por outro lado, são conflitantes. Isso ocorre 
porque, em muitos casos, o custo de se alcançar um objetivo é o agravamento de outro. 
Veremos mais adiante que o Plano Real (julho de 1994) conseguiu a estabilidade de preços, mas 
à custa de um aumento do desemprego. No período de 1968-1973, denominado “Milagre 
Econômico”, o Brasil presenciou uma época sem precedentes de alto crescimento econômico; 
todavia, o efeito colateral foi a piora na distribuição de renda do país. 
 
 
 
Para atingir os objetivos almejados, o governo dispõe de uma série de ferramentas, os 
instrumentos de política macroeconômica: política fiscal, política monetária, política cambial, 
política comercial e política de rendas. Ao longo do curso, analisaremos cada um deles com 
maiores detalhes. Com o objetivo de acompanhar a situação econômica de um país e, 
consequentemente, implementar as políticas macroeconômicas, cada país conta com uma série 
de indicadores. No Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é o órgão oficial 
do governo brasileiro responsável por essa mensuração e acompanhamento. 
 
1.2. INTRUMENTOS DA POLÍTICA MACROECONÔMICA 
 
A política macroeconômica envolve a atuação do governo sobre a capacidade produtiva 
e as despesas planejadas com o objetivo de permitir que a economia opere no pleno emprego, 
com baixas taxas de inflação, com distribuição de renda justa e crescimento sustentável e 
contínuo. Os principais instrumentos utilizados pelo Governo para atingir tais objetivos são: 
 
POLÍTICA FISCAL 
 
Refere-se a todos os instrumentos de que o governo dispõe para arrecadar tributos 
(política tributária) e controlar suas despesas (política de gastos). A política tributária é utilizada 
para estimular ou inibir os gastos de consumo do setor privado. Por exemplo, quando o Governo 
tem interesse em inibir os gastos do setor privado, ele pode aumentar os tributos, fazendo com 
que tenhamos menos dinheiro em circulação na sociedade em virtude desses pagamentos e 
inibindo o consumo. Caso o Governo tenha interesse em aumentar os gastos do setor privado, 
ele poderá realizar o processo inverso, reduzindo os tributos. Em consequência, sobrará mais 
dinheiro para o setor privado que elevará o consumo e aumentará seus gastos. 
 
POLÍTICA MONETÁRIA 
 
Refere-se à atuação do Governo sobre a quantidade de moeda e títulos públicos 
existentes na economia. 
 Emissões; 
 Reservas compulsórias; 
 Open market; 
 Redescontos; 
 Regulamentação sobre crédito e taxa de juros. 
 
 
 
Assim, se, por exemplo, o objetivo do Governo for o controle da inflação, a medida 
adequada é reduzir o volume monetário da economia, reduzindoa quantidade de dinheiro 
disponível na sociedade. Para isso, pode-se, por exemplo, aumentar a taxa de juros, aumentar 
as reservas compulsórias, entre outros instrumentos. No entanto, se o objetivo for aumentar o 
volume monetário da economia, pode-se reduzir a taxa de juros e a taxa de compulsório. 
 
POLÍTICA CAMBIAL 
 
São políticas que atuam sobre as variáveis relacionadas ao setor externo da economia. 
A política cambial refere-se à atuação do governo sobre a taxa de câmbio. As autoridades 
monetárias podem fixar a taxa de câmbio (regime de taxas fixas de câmbio) ou permitir que ela 
seja flexível e determinada pelo mercado de divisas (regime de taxas flutuantes de câmbio). 
 
POLÍTICA DE RENDAS 
 
A política de rendas refere-se à intervenção direta do governo na formação de renda 
(salários, aluguéis), com o controle e congelamento de preços. Alguns tipos de controle 
exercidos pelas autoridades econômicas podem ser considerados dentro do âmbito das políticas 
monetária, fiscal ou cambial. Por exemplo, o controle de taxas de juros e da taxa de câmbio. 
Entretanto, os controles sobre preços e salários situam-se em categoria própria de política 
econômica. A característica especial é que, nesses controles, os preços são congelados e os 
agentes econômicos não podem responder às influências econômicas normais do mercado. 
 
2. PRODUTO NACIONAL, DESPESA NACIONAL E RENDA NACIONAL 
 
O produto nacional é o “valor de todos os bens e serviços finais, medidos a preços de 
mercado, produzidos em dado período de tempo” (VASCONCELLOS & GARCIA, 2006, p.126). 
 
 
 
 
 
Onde: 
 
p = preço unitário dos bens e serviços finais; 
q = quantidades produzidas dos bens e serviços. 
PN = ∑ pi .qi 
 
 
 
 
Exemplo: Suponha um país que produza apenas sacas de café, fogões, bilhetes de metrô 
e consultas médicas no ano de 2008. O produto nacional desse país será resultado da somatória 
dos preços multiplicados pelas consecutivas quantidades produzidas de cada bem ou serviço em 
2008. Portanto, conforme a tabela abaixo, o Produto Nacional desse país imaginário é de R$ 
11.605,00. 
 
 
 
Bens e Serviços Preço (p) 
Quantidade (q) Preço x 
Quantidade 
Sacas de café 200,00 15 3.000,00 
Fogões 400,00 20 8.000,00 
Bilhetes de metrô 2,10 50 105,00 
Consultas médicas 100,00 5 500,00 
Produto Nacional 
( ∑ ) 
 
11.605,00 
 
Um aspecto importante é que, no produto nacional, não podemos contabilizar os bens 
intermediários (matéria-prima), pois eles já estão embutidos nos preços dos bens e serviços 
finais (produtos acabados). A despesa nacional é o “gasto dos agentes econômicos com o 
produto nacional no período.” (VASCONCELLOS & GARCIA, 2006, p. 127). 
Quem são os agentes econômicos? São as famílias, as empresas, o governo e os demais 
países. O produto nacional de um país é comprado por quem? Pelas famílias, ao consumirem os 
bens e serviços finais, as empresas ao investirem, pelo governo, ao aumentar os gastos públicos 
e pelos outros países, ao comprarem nossas mercadorias (exportações). Como a despesa 
nacional é apenas os gastos com o produto nacional deduzimos as importações. 
 
 
PN = ∑ pi .qi = p sacas de café . q sacas + p fogões . q fogões+ ... + p bilhetes de metrô . q 
bilhetes + p consultas médicas . q 
 
 
 
Onde: 
 
C= consumo das famílias; 
I= investimento das empresas; G= gastos do governo; X= exportações; M= importações; 
(X-M) = despesas líquidas do setor externo. 
 
A renda nacional é “a soma dos rendimentos pagos aos fatores de produção no 
período” (VASCONCELLOS & GARCIA, 2006, p. 127). 
 
 
 
RN = w + j + l 
 
Onde: 
 
w= salários; 
j= juros; 
a= aluguéis; 
l= lucros. 
 
3. IDENTIDADE BÁSICA DAS CONTAS NACIONAIS 
 
Ao acessarmos o site do IBGE (www.ibge.gov.br) verificamos que há uma identidade 
entre o produto nacional, a despesa nacional e a renda nacional para cada período. Ou seja: 
 
PN=DN=RN 
 
Onde: 
 
 Ótica da Produção → PN (Produto Nacional); 
 
 
 
 Ótica da Despesa → DN (Despesa Nacional); 
 Ótica da Renda → RN (Renda Nacional). 
 
Na tabela logo mais abaixo, temos o exemplo de uma economia formada apenas por 
famílias e três empresas, sem a participação do Estado e do resto do mundo (economia fechada). 
A empresa A é uma fazenda, produtora de trigo e, por hipótese, não tem gastos com bens 
intermediários. A empresa B, um moinho, que fabrica farinha de trigo e adquire toda a produção 
de trigo da fazenda. A empresa C, uma padaria, compra toda a produção de farinha de trigo do 
moinho e a vende aos consumidores finais. 
A empresa A, que produz trigo, não tem gastos com matérias-primas por hipótese e as 
únicas despesas são os gastos com os salários, os juros, os aluguéis e os lucros. Esse último item 
é classificado como despesa, já que, do ponto de vista econômico, o lucro é a remuneração da 
capacidade empresarial. A receita da empresa A resulta da venda de toda a produção para o 
moinho (empresa B). 
A empresa B, um moinho que produz farinha de trigo, tem como despesas o dinheiro 
gasto com a compra de matéria-prima (o trigo), da fazenda e os gastos com salários, juros, lucros 
e aluguéis. Do lado das receitas, temos o total das vendas da farinha de trigo para a padaria. A 
empresa C, a padaria, tem como despesas o gasto com a farinha de trigo e os salários, lucros, 
juros e aluguéis. A receita é formada pelo valor das vendas de pães adquiridos pelos 
consumidores. 
Mas qual é o valor do produto nacional, da despesa nacional e da renda nacional? Como 
vimos, segundo a identidade básica das contas nacionais, o valor dos três indicadores devem ser 
iguais. O valor do produto nacional é resultado do total de bens e serviços finais produzidos. 
Qual é o bem final desse país? É o pão e, portanto, o produto nacional é R$ 390,00. E a despesa 
nacional? O único item de despesa é o gasto dos consumidores que é R$ 390,00 também. Por 
último, a renda nacional é a soma de salários, juros, lucros e aluguéis pagos pelas três empresas. 
Assim, o valor da renda nacional é de R$ 390,00. 
 
PN = DN = RN = 390 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Despesas Receitas 
Salários 80 Vendas de trigo para a empresa B 140 
Juros 30 
Aluguéis 20 
Lucros 10 
Total 140 Total 140 
Tabela - Exemplo de uma Economia a Dois Setores: famílias e empresas. 
Empresa A (Produção de trigo em $). Fonte: Adaptado de Vasconcellos & Garcia 
(2006, p.128-129). 
 
 
 
 
Despesas Receitas 
 
Compra de trigo da empresa A 140 
 
Vendas de farinha de trigo 
 para a empresa C 245 
Salários 50 
Juros 10 
Aluguéis 15 
Lucros 30 
105 
Total 245 Total 245 
Tabela - Empresa B (Produção de farinha de trigo em $). 
Fonte: elaborado pela autora baseado em Vasconcellos & Garcia (2006, p.128-129). 
 
Despesas Receitas 
 
Compra de farinha 
 
Vendas de pães para os 
 
de Trigo da empresa B 245 consumidores finais 390 
Salários 60 
 
Juros 20 
Aluguéis 30 
Lucros 35 
 145 
 
 
 
Total 390 Total 390 
Tabela - Empresa C (Produção de pães em $). 
Fonte: Adaptado de Vasconcellos & Garcia (2006, p.128-129). 
No mundo real, o governo calcula o produto nacional, por meio do que denominamos 
valor adicionado, ou seja, a diferença entre o faturamento e o custo dos bens intermediários em 
cada estágio de produção. 
 
 
Estágio 
de 
Produção 
Vendas no Período Custo dos Bens 
Intermediários 
Valor 
Adicionado 
Produção de Trigo 140 0 140 
Produção de Farinha 245 140 105 
Produção de Pão 390 245 145 
Total 390 
 
Tabela: Exemplode Valor Adicionado. 
Fonte: Adaptado de Vasconcellos & Garcia (2006, p.128). 
 
 
Valor Adicionado = Faturamento - Custos dos bens intermediários 
 
Na tabela acima, calculamos o valor adicionado em cada etapa de produção com base 
no exemplo anterior. Observe que o produto nacional é igual a R$ 390,00, ou seja, a soma do 
valor adicionado nos três estágios de produção. 
 
 
 
Estágio 
de 
Produção 
Vendas no Período Custo dos Bens 
Intermediários 
Valor 
Adicionado 
Produção de Trigo 140 0 140 
Produção de Farinha 245 140 105 
Produção de Pão 390 245 145 
Total 390 
 
Tabela -: Exemplo de Valor Adicionado. 
Fonte: Adaptado de Vasconcellos & Garcia (2006, p.128). 
 
 
 
 
 
 
PESQUISA OBRIGATÓRIA 
 
 
 
4. POUPANÇA AGREGADA E INVESTIMENTO AGREGADO 
 
A poupança agregada é a “parcela da Renda Nacional (RN) que não é Consumida (C) no 
período” (VASCONCELLOS & GARCIA, 2006, p. 129). 
 
S = RN - C 
 
O investimento agregado é o gasto com bens que foram produzidos, mas não foram 
consumidos no período e que aumentam a capacidade produtiva da economia nos períodos 
seguintes (VASCONCELLOS & GARCIA, 2006, p. 130). Assim, o investimento representa não 
apenas o investimento em bens de capital (máquinas e equipamentos), mas também a variação 
de estoques. 
Segundo Vasconcellos & Garcia (2006) não são computados como investimentos 
econômicos a compra de ações, por exemplo, pois é uma mera transferência financeira, não 
aumentando a capacidade de produção. Cabe notar que o “investir em ações” não é 
investimento para a economia, mas é considerado quando a empresa emissora de ações compra 
bens de capital com esse dinheiro. A aquisição de bens usados também não é investimento 
econômico, pois significa que alguém “desinvestiu” e já foi computado como investimento 
anteriormente. 
 
 
Clique aqui e leia o artigo que complementa os estudos sobre o conceito de 
macraeconomia a partir da inclusão do enfoque estruturalista 
 
PEREIRA, L. C. B.; GALA, P. Macroeconomia estruturalista do desenvolvimento. Rev. Econ. 
Polit. vol.30 no.4 São Paulo Out./Dec. 2010. Disponível em 
<http://dx.doi.org/10.1590/S0101-31572010000400007> Acesso em agosto de 2016 
 
 
 
5. PRODUTO INTERNO BRUTO - PIB 
 
Outro conceito importante é o PIB per capita, que mede o quanto em média cada 
habitante teria, se a distribuição de renda fosse total- mente igual. O cálculo do PIB per capita é 
resultante da divisão do PIB total pelo total de habitantes do país. 
 
 
 
6. PRODUTO NACIONAL BRUTO – PNB 
 
O Produto Nacional Bruto (PNB) é a “renda que efetivamente pertence aos residentes 
do país” (VASCONCELLOS; GARCIA, 2006, p.135). Vejamos o exemplo da Nintendo que é uma 
empresa japonesa. Se instalar uma fábrica na China, o valor de toda a produção dessa fábrica 
será contabilizado no PIB da China, pois foi produzida dentro dos limites territoriais chineses. 
No entanto, a parcela dos lucros obtida na China pela Nintendo será contabilizada no PNB 
japonês, pois essa renda pertence efetivamente ao Japão. 
Suponha um pequeno país que produza apenas bananas. Nesse caso, para calcularmos 
o PIB desse país, basta multiplicar o preço de cada dúzia da banana pela quantidade produzida, 
respectivamente, em cada ano. 
 
ANO PREÇO (P) QUANTIDADE 
(Q) EM DÚZIAS 
PIB = PREÇO X 
QUANTIDADE 
2000 2,00 200 400,00 
2001 4,00 200 800,00 
 
Tabela : Exemplo de Cálculo do PIB Nominal. 
 
 
O valor do PIB em 2001 é maior que em 2000. Podemos afirmar realmente que o país 
cresceu, ou seja, aumentou sua produção de bananas de um ano para outro? Não, porque a 
tabela acima mostra o PIB nominal, no qual não é descontada a inflação. Analisando a tabela, 
verificamos que o país não cresceu, pois apesar do valor do PIB ter aumentado, isso ocorreu em 
função da inflação (preço da banana ter dobrado de R$ 2,00 para R$ 4,00), já que a quantidade 
produzida se manteve em 200 dúzias. Assim, se calcularmos o PIB real, descontando a inflação, 
veremos que o PIB não se alterou. 
PIB per capita = PIB total 
nº de habitantes 
 
 
 
 O PIB nominal é medido a preços correntes, do próprio ano (sem descontar a inflação 
no período). O PIB real é medido a preços constantes de um dado ano qualquer, chamado ano 
base. Os preços ficam fixados nesse ano, como se a inflação a partir de então fosse zero. Dessa 
maneira, podemos medir o crescimento real, da produção física (quantidade produzida), livre 
do efeito da inflação. 
Para transformar o PIB nominal em real é necessário deflacioná-lo, ou seja, extrair o 
crescimento da inflação no período. Para isso, utilizamos um índice geral de preços que 
represente esse crescimento da inflação. Podemos fazer isso também com salários, 
faturamentos das empresas entre outros. 
 
 
 
Ano 
PIB Nominal em 
bilhões de R$ 
 
Índice de Preços 
PIB Real (ano-
base 2000) em 
bilhões de R$ 
2000 800 100 800 
2001 880 110 800 
 
Tabela - Exemplo de Cálculo do PIB Nominal 
 
Apesar de o PIB nominal ter aumentado entre os dois anos, quando calculamos o PIB 
real (livrando-o do efeito da inflação), verificamos que o crescimento real (quantidade 
produzida) foi zero. 
 
7. SALÁRIO REAL E SALÁRIO NOMINAL 
 
Enquanto o salário nominal mostra a quantidade de dinheiro recebida, o salário real 
mede o poder aquisitivo, ou seja, a quantidade de bens e serviços que se pode adquirir. 
 
PIB real = PIB nominal x 100 
Índice geral de 
preços 
PIB real 2001 = PIB nominal 2001 x 100 
Índice geral de preços 2001 
 
PIB real 2001 = 880 x 100 
110 
 
 
 
 
Meses (1) 
Salário Nominal 
(R$) 
(2) 
Índice de preços 
(3) 
Salário real (R$) 
Janeiro 2005 500 100 500,0 
Janeiro 2006 508 102 498,0 
 
 
 
 
 
 
Na tabela acima a quantidade de dinheiro recebida aumentou em 1,6% passando de R$ 
500,00 para R$ 508,00 (salário nominal). No entanto, a taxa de inflação no período foi de 2% 
(índice de preços passou de 100 para 102). Portanto, o salário real passou de R$ 500,00 para R$ 
498,00, o que significa que, apesar de estar recebendo maior quantidade de dinheiro, houve 
uma redução do poder de compra do salário. 
 
 
PONTOS DE REFLEXÃO 
 
 
 
 
 
Salário real 2006 = Salário nominal 2006 x 100 
Índice geral de preços 2006 
 
Salário real 2006 = 508 x 100 
102 
Com base nos conceitos estudados nesta unidade, elabore uma dissertação e resposta a 
seguinte pergunta: o que o governo busca atingir quando implementa um conjunto de 
políticas macroeconômicas? 
 
 
 
 
REVISÃO 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Nesta unidade compreendemos o conceito de política macroeconômica, bem como as 
suas terminalidades tais como produto nacional, despesa nacional e renda nacional; 
 Estudamos os conceitos de identidade básica, poupança agregada, investimento 
agregado e relacioná-los à temática; 
 Finalizamos com a compreensão dos conceitos de produto interno bruto e produto 
nacional bruto, além de relacioná-los ao salário real e ao salário nominal. 
 
MANKIW, N.G. Introdução à economia. São Paulo: Thomson Learning, 2007. 
PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de economia. 4ª Ed. São Paulo: Pioneira, 2003. 
STIGLITZ, J. E.; WALSH, C. E. Introdução à microeconomia. 3ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 
2003. 
TROSTER, R. L.; MOCHON, F. Introdução à economia. São Paulo: Makron Books, 2002. 
VASCONCELLOS, M. A.S; GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. São Paulo: Saraiva, 
2006.

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