Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ANOREXÍGENOS Prof. MSc, Roberta Tesch – UFRJ - 2016 Definição Obesidade é uma doença? uma escolha? preguiça e comodismo? OBESIDADE É DEFINIDA COMO EXCESSO DE GORDURA CORPORAL DETERMINAÇÃO DA GORDURA CORPORAL Índice de massa corporal (IMC) = kg/m2 Definição Não distingue entre tecido gorduroso e muscular ou o peso relacionado a retenção de líquidos Classificação Causas Qual o maior reservatório de energia do corpo? Controle do peso Consumo de energia Absorção de energia Neuropeptídeos orexígenos: NPY: Neuropeptídeo Y Peptídeo AgRP: proteína relacionada ao agouti Neuropeptídeos anorexígenos: POMC: Peptídeo precursor pró- opiomelanocortina -MSH: hormônio estimulante de melanócito Feedback do tecido adiposo Feedback do tecido adiposo – controle termogênico Células adipócitas brancas X Células adipócitas marrons leptinaleptina NA β3 Ativação de fatores de transcrição (PPARγ) Transcrição de proteínas mitocondriais “desacopladas” (Diminuem fosforilação oxidativa Energia é liberada na forma de calor e não na forma de ATP) Centros da fome e da saciedade HIPOTÁLAMO LATERAL (CENTRO DA FOME) - A estimulação desta área causa fome NÚCLEOS VENTROMEDIAIS DO HIPOTÁLAMO (CENTRO DA SACIEDADE) - A estimulação desta área causa saciedade NTs = NA NTs = 5-HT e DA Neurotransmissores Complicações da obesidade Estatística Indicações para tratar obesidade ANOREXÍGENOS Ação central 1) Modulam a neurotransmissão catecolaminérgico - Anfepramona - Femproporex - Mazindol - Phentermina 2) Modulam a neurotransmissão serotoninérgica - Fenfluramina 3) Modulam a neurotransmissão catecolaminérgicos e serotoninérgica - Sibutramina 4) Modulam o sistema endocanabinoide - Rimonabanto Ação periférica - Orlistat - Acarbose Classificação dos anorexígenos Classificação dos anorexígenos Lista de Substâncias controladas Classe I – alto potencial de abuso e adicção mas sem uso terapêutico À Classe V – baixo potencial de abuso e adição e uso terapêutico legítimo Retirada dos EUA Europa e Canadá Anfetamina O primeiro anorexígeno - Anfetamina Levoanfetamina Dextroanfetamina Síntese - 1887 Primeiro uso - 1933 (descongestionante nasal) Primeira evidência de sua ação psicoestimulante: • Inibição do apetite e da fatiga • Aumento do metabolismo • Estimulação do centro respiratório Composição da pílula do arco- íris O primeiro anorexígeno - Anfetamina Composição da pílula do arco- íris Anfetamina O primeiro anorexígeno - Anfetamina Efeitos: Abuso, tolerância, dependência, psicose, depressão mental, agitação e insônia, taquicardia e hipertensão Na intoxicação: Acidificação da urina (cloreto de amônio) Clorpromazina (bloqueador dopaminérgico e alfa-adrenérgico) AMFEPRAMONA (Dietilpropiona) 1) Modulam a neurotransmissão catecolaminérgico N-desetilação Metabólito Etcationa Aumenta liberação de NA e inibe recaptação de DA Cinética Meia-vida = 6h Utilizada por períodos curtos (4-6 semanas) Posologia = 25mg, 3x/dia, 1h antes das refeições Contra-indicações Casos de glaucoma Hipertensão grave Gravidez e amamentação Diabetes Efeitos adversos Xerostomia (contribui para aparecimento de cáries, enfermidades periodontais) Efeitos trombocitopênicos e leucopênicos (propiciam maior incidência de infecções microbianas, dificuldade de cicatrização e hemorragia gengival) Pode provocar dependência física ou psíquica Distúrbios do sono, irritabilidade, falta de sensação de bem-estar AMFEPRAMONA (Dietilpropiona) 1) Modulam a neurotransmissão catecolaminérgico Cinética METABOLIZADO NO FIGADO A ANFETAMINA ELIMINAÇÃO RENAL Efeitos adversos • Xerostomia (contribui para aparecimento de cáries, enfermidades periodontais • VERTIGEM • TREMOR • CONFUSÃO • ANSIEDADE • ARRITMIA • CALAFRIOS FEMPROPOREX 1) Modulam a neurotransmissão catecolaminérgico Aumenta liberação de NA e inibe recaptação de DA Contra-indicações Casos de glaucoma Hipertensão grave Gravidez e amamentação Diabetes Cinética Meia-vida = 12-24h Utilizada por períodos curtos (4-6 semanas) Posologia = 1mg, 3x/dia, 1h antes das refeições Ou 2mg por dia 1h antes do almoço 1) Modulam a neurotransmissão catecolaminérgico MAZINDOL Inibir recaptação de NA e DA Efeitos adversos Xerostomia (contribui para aparecimento de cáries, enfermidades periodontais Taquicardia Nervosismo Insônia Visão borrada Alterações da libido Cefaléia Palpitações Paladar desagradável VANTAGEM: NÃO CAUSA EUFORIA! 1) Modulam a neurotransmissão catecolaminérgico 1) Modulam a neurotransmissão catecolaminérgico PHENTERMINA Aprovada em 1959 para uso a curto-prazo (≤ 12 semanas) como anorexígeno, bem tolerada Alguns efeitos adversos a longo prazo: hipertensão, taquicardia, dor de cabeça, insônia, ansiedade e risco de dependência Retirada pela EMEA em 2001 Uso nos EUA e Austrália Popularizou-se a partir de sua associação com a Fenfluramina. Aproximadamente 18 milhões de prescrições da associação Phen-Fen foram emitidas nos EUA. Classe IV Aumenta liberação de NA e inibe recaptação de DA 2) Modulam a neurotransmissão serotoninérgica FENFLURAMINA Efeito maior sobre a sinalização serotoninérgica, que está diretamente envolvida na ativação de POMC no sistema melanocortina hipotalámico via receptores 5HT2C Aumenta a secreção e reduz a recaptação de 5-HT Risco de valvulopatia cardíaca pelo agonismo dos receptores 5HT2B Metabólito norfenfluramina Absorvida por via oral Metabolizada no fígado e eliminada pelos rins Metabólitos norfenfluramina e ácido m-trifluorometil-hípúrico 2) Modulam a neurotransmissão serotoninérgica FENFLURAMINA Meia-vida 14-30h Em doses terapêuticas deprime o SNC sendo sedativa (bom para obesos ansiosos) Além de efeito central provoca perda de peso por metabolismo periférico (efeito glicolítico) Início gradual 20mg de manhã e noite (1ª semana) Aumento de 20mg por semana até 60mg/dia (obesos leves) ou 80mg/dia (obesos moderados) ou 120mg/dia (obesos graves) Efeitos adversos: Náuseas, sedação, diarréia, pesadelos, palpitações, calafrios, retenção de líquido, alopecia Intoxicação: Vômitos, midríase, nistagmo, tremores, hiperreflexia, sudorese, taquicardia, convulsões, coma, e morte por parada cardíaca Potencializa o efeito hipotensor da guanetidina e o efeito depressor de outros depressores o SNC 2) Modulam a neurotransmissão serotoninérgica Inibe recaptação de 5H-T, NA e menor extensão DA. Inibe o centro da fome: aumenta o função da 5-HT nos receptores 5HT2A e 5HT2C Aumenta a taxa metabólica Pelo aumento da função da NA periférica, mediada por receptores β3 Antecipa e prolonga a sensação de saciedade 3) Modulam a neurotransmissão catecolaminérgicos e serotoninérgica SIBUTRAMINA Efeitos: Reduz acentuadamente o ganho de peso por diminuição da ingesta calórica pelo aumento das respostas à saciedade pós-ingestão, e aumenta o gasto de energia por aumentar a taxa metabólica Produz redução da circunferência da cintura, diminui níveis plasmáticos de triglicerídeos e LDL, com aumento de HDL. São observados efeitos benéficos sobre a hiperinsulinemia e a taxa de metabolismo da glicose SIBUTRAMINA 3) Modulam a neurotransmissão catecolaminérgicos e serotoninérgica Metabolizada por CYP4A4: Monodesmetilsibutramina e Didesmetilsibutramina Meia-vida =1,1h Metabólitos ativos tem 14-16h de meia vida Ligação à proteínas plasmáticas = 97% (sibutramina) e 94% (metabólitos ativos) Eliminação renal Posologia, 10mg/dia e pode ser aumentada para 15mg/diaPerda de peso em 4 semanas SIBUTRAMINA 3) Modulam a neurotransmissão catecolaminérgicos e serotoninérgica No Brasil – recomendações da ANVISA Femproporex: 50,0 mg/dia; Anfepramona: 120,0 mg/dia; Mazindol: 3,00 mg/dia; Sibutramina: 15,0 mg/dia 4) Modulam o sistema endocanabinoide Sistema canabinóide: Cannabis sativa: efeitos psicoativos, alucinógenos e sedativos. Princípio ativo psicoativo: 9-THC. Década de 90: Identificação dos alvos moleculares do THC: receptores canabinóides CB1 e CB2 Identificação dos endocanabinóides: Anandamida e a 2- aracdonoil-glicerol (2-AG) Ativação de CB1: indução do apetite (Larica). Ativação central: hipotálamo Ativação periférica: aumento da secreção de grelina. Os ECBs estão aumentados no plasma de obesos. A restrição alimentar aumenta os níveis hipotalâmicos e plasmáticos dos ECBs, que diminuem quando os animais são alimentados. 4) Modulam o sistema endocanabinoide Sistema canabinoide: Identificação dos alvos moleculares do THC: receptores canabinoides CB1 e CB2 Identificação dos endocanabinoides: Anandamida e a 2- aracdonoil-glicerol (2-AG) 4) Modulam o sistema endocanabinoide 1)via sistema mesolímbico, reforçando e incentivando a procura por alimentos com capacidade de proporcionar mais prazer 2) via hipotálamo, agindo “sob demanda” para induzir o apetite, modulando ou regulando substâncias orexígenas ou anorexígenas quando de uma restrição alimentar 3)Controle da lipogênese no tecido adiposo (aumenta expressão de lipases) Ações dos endocanabinoides 4) Modulam o sistema endocanabinoide RIMONABANTO Agonista inverso CB1 Aprovado pela EMEA em 2006 e retirado em 2008 Efeito adverso central: depressão, ansiedade e desejo suicida Outros moduladores que estavam em desenvolvimento foram descontinuados Novos moduladores de ação periférica: não atravessam a BHE 4) Modulam o sistema endocanabinoide Anorexígenos de ação periférica ORLISTAT Análogo estável da lipstatina, um inibidor da lipase que ocorre naturalmente produzido pelo Streptomyces toxytricini Enzima inativa não hidrolisa a gordura proveniente dos alimentos em ácidos graxos livres e monoglicerideos absorvíveis Inibição irreversível pelo Orlistat Anorexígenos de ação periférica - Orlistat Absorção: Indetectável após adm oral de dose única de 360mg Distribuição: In vitro se liga em mais de 99% à proteínas (albumina e lipoproteínas) Biotransformação: Pré-sistematicamente na parede do TGI à metabólitos fracamente ativos Eliminação: Fezes, 83% não modificado Posologia: 120mg, 3x/dia, tomadas durante ou até uma hora após as 3 principais refeições Anorexígenos de ação periférica - Orlistat Efeitos Adversos: Cólicas abdominais, flatulência, urgência para evacuar e aumento das evacuações e perdas oleosas Pode ser necessária uma terapia suplementar com vitaminas lipossolúveis Contraindicado em pacientes com síndrome de má-absorção crônica Anorexígenos de ação periférica - Orlistat Anorexígenos de ação periférica - Cetilistat Apresentou eficácia comparável ao rimonabanto e orlistat! Apresenta 90% menos efeitos severos gastrointestinais! Efeito adversos: Flatulência Fezes moles Diarreia Dor e distensão abdominais Anorexígenos de ação periférica - Acarbose ACARBOSE Inibidor de α-glicosidase Enzimas localizada no intestino delgado; Promovem hidrólise de dissacarídeos e amido clivando a ligação α-glicosídica •Administração antes das refeições acompanhado de fibras ou amido; •Eliminação renal; •Podem influenciar a absorção de propranolol, ranitidina e digoxina
Compartilhar