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Fitoterapia e Fitoterápicos Legislação Juliana Roman URI - Universidade Regional Integrada Curso de Farmácia PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO SUS Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos 1988 – Instituição da Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação (CIPLAN) Resolução CIPLAN nº 04/05/06/07/08 SUS – CONSTITUIÇÃO DE 1988 1996 - 10ª CNS 1999 - MS Inclusão dos procedimentos Consultas Médicas em ACP e Homeopatia na Tabela SIA/SUS 2002 - A Organização Mundial de Saúde/OMS lança o documento “Estrategia de la OMS sobre medicina tradicional / 2002- 2005” 2002- 1ª Conferência Nacional de Vigilância Sanitária 2003 – Relatório da 1ª Conferência Nacional de Assistência Farmacêutica, enfatiza acesso aos medicamentos fitoterápicos e homeopáticos no SUS; 2004 – Realizado Levantamento Nacional da Inserção da MNPC no SUS 2004 - MNPC(PIC) foi incluída como nicho estratégico de pesquisa dentro da Agenda Nacional de Prioridades em Pesquisa. 2005 – Decreto presidencial de 17/02/05 que cria o Grupo de Trabalho para elaboração da Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos Dezembro de 2005 - Aprovada no CNS Fevereiro de 2006: Documento Final da Política Aprovado por Unamidade no CNS Maio de 2006 Publicada a Portaria 971 Julho de 2006 – Publicada Portaria 1600 PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO SUS 62,9 50,0 35,8 34,9 1,7 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 Práticas Integrativas e Complementares - DISTRIBUIÇÃO POR MODALIDADE (%) Práticas Complementares fitoterapia homeopatia acupuntura medicina antroposofica Diretrizes - FITOTERAPIA 1. Estabelecimento de política de financiamento para o desenvolvimento de ações voltadas à implantação das plantas medicinais e da fitoterapia no SUS. 2. Incentivo à pesquisa e desenvolvimento de plantas medicinais e fitoterápicos, priorizando a biodiversidade do país. 3. Promoção do uso racional de plantas medicinais e dos fitoterápicos no SUS. 4. Elaboração da Relação Nacional de Plantas Medicinais e da Relação Nacional de Fitoterápicos 5. Garantia do acesso a plantas medicinais e fitoterápicos aos usuários do SUS. 6. Formação e educação permanente dos profissionais de saúde em plantas medicinais e fitoterapia. 7. Acompanhamento e avaliação da inserção e implementação das plantas medicinais e fitoterapia no SUS. 8. Fortalecimento e ampliação da participação popular e do controle social Relação Nacional de Plantas Medicinais e da Relação Nacional de Fitoterápicos - Alcachofra (Cynara scolymus L.) Tratamento dos sintomas de dispepsia funcional (síndrome do desconforto pós-prandial) e de hipercolesterolemia leve a moderada. Apresenta ação colagoga e colerética. Apresentação: cápsula, comprimido, drágea, solução oral e tintura. - Aroeira (Schinus terebinthifolius Raddi) Apresenta ação cicatrizante, anti-inflamatória e anti-séptica tópica, para uso ginecológico. Apresentação: gel e óvulo. - Babosa (Aloe vera (L.) Burm. F.) Tratamento tópico de queimaduras de 1º e 2º graus e como coadjuvante nos casos de Psoríase vulgaris. Apresentação: creme. - Cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana DC.) Coadjuvante nos casos de obstipação intestinal eventual. Apresentação: cápsula e tintura. - Espinheira-santa (Maytenus officinalis Mabb.) Coadjuvante no tratamento de gastrite e úlcera gastroduodenal e sintomas dispepsia. Apresentação: cápsula, emulsão, solução oral e tintura. - Guaco (Mikania glomerata Spreng.) Apresenta ação expectorante e broncodilatadora. Apresentação: cápsula, solução, oral, tintura e xarope. Relação Nacional de Plantas Medicinais e da Relação Nacional de Fitoterápicos - Garra- do-diabo (Harpagophytum procumbens) Tratamento da dor lombar baixa aguda e como coadjuvante nos casos de osteoartrite. Apresenta ação antiinflamatória. Apresentação: cápsula, comprimido. Hortelã (Mentha x piperita L.) Tratamento da síndrome do cólon irritável. Apresenta ação antiflatulenta e antiespasmódica. Apresentação: cápsula. - Isoflavona-de-soja (Glycine max (L.) Merr.) Coadjuvante no alívio dos sintomas do climatério. Apresentação: cápsula e comprimido. - Plantago (Plantago ovata Forssk.) Coadjuvante nos casos de obstipação intestinal habitual. Tratamento da síndrome do cólon irritável. Apresentação: pó para dispersão oral. - Salgueiro (Salix alba L.) Tratamento de dor lombar baixa aguda. Apresenta ação antiinflamatória. Apresentação: comprimido. - Unha-de-gato (Uncaria tomentos) Coadjuvante nos casos de artrites e osteoartrite. Apresenta ação antiinflamatória e imunomoduladora. Apresentação: cápsula, comprimido e gel. Farmácias Vivas As Farmácias Vivas foram concebidas ha quase três décadas como um projeto da Universidade Federal do Ceara (UFC), a partir dos ideais do professor Dr. Francisco Jose de Abreu Matos de promover a assistência social farmacêutica as comunidades, baseado nas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), com ênfase aquelas voltadas aos cuidados primários em saúde, e diante da observação de que boa parte da população do Nordeste do Brasil não tinha acesso aos serviços de saúde, utilizando plantas da flora local como único recurso terapêutico. O projeto Farmácias Vivas foi criado, então, como forma de devolver a ciência das plantas medicinais para a comunidade, levando-lhe o ensinamento do seu uso correto. Decreto 30.016, de 30 de dezembro de 2009 - Boas praticas para o cultivo, manejo, coleta, processamento, beneficiamento, armazenamento e dispensação de plantas medicinais, orientação para a preparação de remédios de origem vegetal, bem como a preparação de fitoterápicos e sua dispensação. Estabeleceu ainda três modelos de Farmácias Vivas, a partir dos tipos de atividades realizadas MS publicou a Portaria 886, que instituiu a Farmácia Viva no SUS, no âmbito municipal. Farmácias Vivas Farmacia Viva I Neste modelo, são desenvolvidas as atividades de cultivo, a partir da instalação de hortas de plantas medicinais em unidades de farmácias vivas comunitárias e/ou unidades do SUS, tornando acessível a população assistida a planta medicinal in natura e a orientação sobre a correta preparação e uso dos remédios caseiros. Farmacia Viva II Neste modelo, são realizadas as atividades de produção/ dispensação de plantas medicinais secas (droga vegetal). Para tanto, deve possuir uma adequada estrutura de processamento da matéria-prima vegetal, visando a tornar acessível a população a planta medicinal seca/droga vegetal. Poderá ainda desenvolver as atividades previstas no modelo I. Farmacia Viva III Este modelo se destina a preparação de “fitoterápicos padronizados”, preparados em áreas especificas para as operações farmacêuticas, de acordo com as Boas Praticas de Preparação de Fitoterápicos (BPPF), visando ao provimento das unidades do SUS. O modelo III poderá ainda realizar as atividades previstas para os modelos I e II. Farmácias Vivas Farmácias Vivas Cultura Afro Brasileira e Indígena no contexto da farmacognosia. A pesquisa etnofarmacológica, vertente relativamente nova do estudo de plantas medicinais, vem sendo reconhecida como um dos melhores caminhos para a descoberta de novas drogas, orientando os estudos de laboratório no direcionamento de uma determinada ação terapêutica, reduzindo significativamente os investimentos em tempo e dinheiro. Cultura Afro Brasileira e Indígena no contexto da farmacognosia. A herança africana Entre as plantas trazidas para o Brasil e que aqui mantêm seus nomes em Yorubá citam-se: • obí (Cola acuminata Schott e Endl.), da família Sterculiaceae; • orobô (Garcinia cola Heckel), famíliaGuttiferae; • fava de Aridam (Tetrapleura tetráptera Paub), família Leguminosae; e • akôkô (Newbouldia leavis Seem), família Bignoniaceae. Região Norte/ Nordeste /Sudeste Cultura Afro Brasileira e Indígena no contexto da farmacognosia. Após a abolição, o chamado refluxo migratório de africanos e seus descendentes levou para a África: milho, guiné, pinhão branco, ba-tata doce, fumo e algumas espécies de Annona (pinha, fruta de conde, graviola). Deixaram: Espécies africanas como a mamona, dendê, quiabo, inhames, tamarineiro e jaqueira, bem adaptadas, tornaram-se espontâneas A herança africana Cultura Afro Brasileira e Indígena no contexto da farmacognosia. No Rio de Janeiro e Salvador, observou-se um intenso consumo de espécies vegetais através dos terreiros de religião afro-brasileira. Nestes, os Babalorixás e Yalorixás (sacerdotes), portadores de conhecimento etnomédico, prescrevem o uso das folhas, raízes, sementes e cascas para fins medicinais, banhos, ebós e outros propósitos ritualísticos. Varíola, catapora, rubéola, sarampo e outras coqueluche, caxumba e tuberculose) são de responsabilidade de Obaluaê e Omolú. As doenças venéreas femininas, a falta ou excesso de “regras menstruais”, abortos, infertilidade e os demais distúrbios incluídos na categoria de “doenças de senhoras” ou “doenças da barriga”, constituem apelos ou “marcas” de Iemanjá e Oxum A impotência e a fertilidade masculinas aparecem ligadas a Xangô e a Exu, divindades viris do elemento fogo, sendo geralmente indicadas “garrafadas” cujos componentes em geral são plantas com características afrodisíacas e estimulantes. A herança africana Cultura Afro Brasileira e Indígena no contexto da farmacognosia. Terapêutica Yorubá - origem - sudoeste da Nigéria. As plantas estão sempre presentes através do uso das folhas, raízes, frutos e das árvores de várias representações simbólicas, bem como outros elementos naturais, insetos, cinzas, ossos, ovos e muitos outros objetos utilizados para a cura e prevenção de doenças. Os defumadores, as “Limpezas”, “Ebós de Saúde” e “Sacudimentos”, os banhos de ervas, de “Abô”, de mar e de cachoeira, as preces, os cânticos e danças são consideradas, em conjunto, ações terapêuticas. A herança africana Cultura Afro Brasileira e Indígena no contexto da farmacognosia. A herança indígena A primeira descrição metódica das plantas utilizadas com fins medicinais pela população indígena no Brasil é atribuída a William Pies, médico da expedição dirigida por Maurício de Nassau ao nordeste do Brasil durante a ocupação holandesa (1630-1654). Na época, foram descritas a ipecacuanha, o jaborandi e o tabaco. Em 1847, a convite de Von Martius, chegou ao Brasil o farmacêutico Theodor Peckholt, que acredita-se ter analisado mais de 6000 plantas, tendo publicado os resultados do seu trabalho em mais de 150 artigos científicos. Atribui-se a Peckholt o primeiro isolamento e descrição de uma substância química bioativa, a agoniadina, extraída das cascas de agoniada. Cultura Afro Brasileira e Indígena no contexto da farmacognosia. A herança indígena Uma outra importante aquisição para a terapêutica, obtida a partir das pesquisas etnofarmacológicas com grupos indígenas, foram os curares. Os curares são os famosos venenos para flechas, usadas pelos índios da América do Sul. Apesar de serem inócuos por via oral, uma só gota injetada na corrente sanguínea paralisa a vítima sem matá-la. Os curares e seus derivados naturais e sintéticos ainda hoje são usados como anestésicos locais ou relaxantes musculares pré-anestésicos. Cultura Afro Brasileira e Indígena no contexto da farmacognosia. A herança indígena Caapeba (Piper umbellatum) Abajerú (Chrisobalanus sp.) Urucum (Bixa orellana) Guaraná (Paulinia cupana.), de uso internacional como complemento alimentar, energético Copaíba (Copaifera officinalis) e a Andiroba (Carapa guyanensis), dessas, são extraídos óleos de reconhecida atividade nas afecções de pele Marapuama (Acanthis virilis), que adquiriu interesse internacional pela propagada atividade afrodisíaca
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