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Pontifícia Universidade Católica – PUC-Rio Metodologia da Pesquisa Leila Menezes Duarte Thayssa Godinho Campos A crise do paradigma dominante A crise daquele modelo até então hegemônico se dá por diversos fatores da comunicação entre diversas condições teóricas e sociais. Santos propõe um paradigma emergente que seria não só um modelo científico, seria também um paradigma social. Boaventura de Sousa Santos vem ao encontro de um novo tempo voltado para uma sociedade que possa compartilhar com seus cientistas, pois tanto as ciências naturais quanto às ciências sociais tem um papel central na sociedade. Formam assim os três tópicos do terceiro capítulo: todo o conhecimento-natural é científico-social, todo o conhecimento é local e total, todo o conhecimento é autoconhecimento. O autor destaca, inicialmente, quatro condições teóricas que contribuíram para a crise do paradigma dominante. A primeira, a teoria da relatividade de Einstein onde o ponto-chave se encontrava na divisão entre simultaneidade de eventos em locais diversos, não havendo simultaneidade universal, aquele tempo e espaço absoluto de Newton deixam de existir, pois se pode concluir que as leis da física e geometria são baseadas em medições locais. “Einstein constitui o primeiro rombo no paradigma da ciência moderna, um rombo, aliás, mais importante mais importante do que o Einstein foi subjectivamente capaz de admitir.” (SANTOS, 2010, p. 40); A segunda, chamada de mecânica quântica demonstra que não se pode medir um objeto sem interferir nele, “a tal ponto que o objeto que sai de um processo de medição não é o mesmo que lá entrou” (SANTOS, 2010, p. 25). As leis da física então são probabilidades; A terceira condição teórica a qual acaba por questionar o rigorismo matemático como regra absoluta da constituição da natureza está baseada na teoria de Gödel. A principal consequência dessa teoria é possibilitar a formulação de proposições “indecidíveis” mesmo à matemática, proporções que não podem ser matematicamente nem refutadas, nem demonstradas. A quarta, caracterizada como o avanço do conhecimento nas áreas da microfísica, química e biologia (segunda metade do século XX) representada principalmente pela teoria de Prigogine, quebra do modelo de mecanicismo linear do modelo de Newton, o desenvolvimento de um movimento convergente entre ciências naturais e sociais, caracterizado em grande parte pela transdicisplinaridade, designado como o “paradigma da auto-organização” (SANTOS, 2010, p. 29). Estas séries de condições teóricas apresentadas propiciaram uma profunda reflexão epistemológica sobre o conhecimento científico. Nos últimos parágrafos do texto são apresentadas, em aspectos genéricos, algumas condições sociais proporcionadas pela crise do paradigma dominante. Bibliografia: SANTOS, Boaventura de Souza. Um discurso sobre as ciências. São Paulo: Editora Cortez, 2010.
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