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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO NORTE CURSO DE PSICOLOGIA A crise do Paradigma Dominante sob a perspectiva de Boaventura de Sousa Santos Manaus – AM 2017 EDERON DA CUNHA PIMENTEL EUCYR COSTA DE FARIAS JUNIOR EWERTON PALHETA FERNANDES JANAINA RIBEIRO DA SILVA KAROLINE CASTRO RIBEIRO REGINA CÉLIA F. DE MACENA SUZANY PINHEIRO MAGALHÃES TACIANA PIRES DE SOUZA A crise do Paradigma Dominante sob a perspectiva de Boaventura de Sousa Santos Trabalho apresentado à disciplina de: Epistemologia em Psicologia, do 4º Período do curso de Psicologia como requisito para obtenção da nota parcial da 2º ARE. Manaus – AM 2017 SUMÁRIO Apresentação................................................................................................ p.04 Observação da Realidade............................................................................. p.05 Pontos-Chave.................................................................................................p.06 Teorização......................................................................................................p.08 Hipóteses de Solução.....................................................................................p.12 Referencias.....................................................................................................p.15 3 Apresentação “Por que o Paradigma Dominante das Ciências entrou em crise? E qual foi a solução encontrada na perspectiva de Boaventura de Sousa Santos?” O presente trabalho tem como foco e objetivo principal responder a tal pergunta, pois ela é o ponto base para este estudo. Através deste trabalho, temos o intuito de elucidar o conhecimento a respeito da Crise do Paradigma Dominante, enfocando as principais condições que desencadearam a crise, como a esta ocorreu e qual a solução para a mesma. Para chegarmos a uma resposta utilizaremos como método investigativo o “Arco de Maguerez”, com o suporte da pesquisa bibliográfica, a fim de se obter uma visão mais clara da problemática. O Arco de Maguerez consiste em um método investigativo, que conta com 5 etapas em sua produção. A primeira etapa é a da Observação da realidade e definição do problema. É o início de um processo de apropriação de informações pelos participantes que são levados a observar a realidade em si, com seus próprios olhos, e a identificar-lhes as características, a fim de, mediante os estudos, poderem contribuir para a transformação da realidade observada. A segunda etapa, que são os pontos-chave podem ser expressos de forma variada: questões básicas que se apresentam para o estudo; afirmações sobre aspectos do problema; tópicos a serem investigados; ou, ainda, por outras formas. A terceira etapa – a da Teorização – é o momento de construir respostas mais elaboradas para o problema. Os dados obtidos, registrados e tratados, são analisados e discutidos, buscando-se um sentido para eles, tendo sempre em vista o problema. A quarta etapa – a das Hipóteses de Solução –,a criatividade e a originalidade devem ser bastante estimuladas para se pensar nas alternativas de solução.Por fim, a última etapa – a da Aplicação à Realidade – é aquela que possibilita o intervir, o exercitar, o manejar situações associadas à solução do problema. 4 Observação da Realidade Por que o Paradigma Dominante das Ciências entrou em crise? E qual foi a solução encontrada na perspectiva de Boaventura de Sousa Santos? 5 Pontos-Chave Condições Sociais e Teóricas A crise do paradigma dominante é o resultado interativo de uma pluralidade de condições, dentre elas, as principais são as teóricas e sociais. Sobre as condições teóricas, pode-se começar fazendo uma observação aparentemente trivial, mas bastante relevante, que é a identificação dos limites e das insuficiências estruturais do paradigma cientifico moderno e o resultado do grande avanço no conhecimento que ele propiciou. O aprofundamento do conhecimento permitiu ver a fragilidade dos pilares em que se funda. Quanto as condições teóricas, pode-se destacar como as principais contribuições para a crise do paradigma dominante: • A revolução cientifica iniciada com Einstein e sua teoria da subjetividade da relatividade; • A mecânica quântica, que relativizou as leis de Newton no domínio da microfísica, com Heisenberg e Bohr; • O rigor da matemática, com as contribuições de investigação de Gödel, com o teorema da incompletude e os teoremas sobre a impossibilidade; • O avanço do conhecimento nas áreas da microfísica, química e biologia na segunda metade do século XX. No que diz respeito as condições sociais, não se trata detalhadamente, devido a sua complexidade e extensão. Boaventura de Sousa Santos salienta dois efeitos principais oriundos da industrialização da ciência, quais sejam, a estratificação da sociedade científica, com a proletarização de inúmeros cientistas, e a investigação capital-intensivista, que tornou impossível o livre acesso a equipamentos, aumentando o fosso de desenvolvimento científico entre países ricos e pobres. 6 Crise profunda e irreversível O Paradigma dominante tem como base a racionalidade cientifica, tendo em vista que se consolidou a partir da revolução cientifica no final do século XVI, considerando inicialmente apenas as ciências naturais e apenas no século XIX passou a considerar as ciências sociais. Por conta deste modelo de ciência racional, o Paradigma dominante aceita apenas uma forma de conhecimento como verdadeiro, aquele que segue os seus preceitos. A ciência moderna pressupõe um mundo sem mudanças, em que prevalecem a segurança e a previsibilidade em todos os sentidos da vida. Com isso, é possível formular leis que serão ferrenhamente respeitadas e obedecidas, sejam elas leis naturais ou sociais. Essa ideia de mundo-maquina proporciona um melhor funcionamento social e cientifico na era moderna. A previsibilidade dos fenômenos naturais e sociais fundamentou o determinismo mecanicista que irá sustentar a ciência moderna. A crise começou a despontar, quando percebeu-se que apesar dos ganhos em rigor, a ciência perdeu a capacidade de auto-regulação. Com isso, as ideias de autonomia da ciência e do desinteresse do conhecimento, findaram com o fenômeno global de industrialização. A partir disto, percebeu-se que a ciência perdeu sua autonomia, sendo agora submetida aos centros de poder econômicos, políticos e sociais, que agora passariam a determinar as prioridades cientificas. 7 Teorização Condições Teóricas e Sociais As condições que desencadeadoras da crise do paradigma dominante são de cunho teórico e social, ainda que inicialmente as ciências sociais fossem postergadas do âmbito cientifico. Dentre as condições propostas, a teórica é mais abrangente e de maior impacto em relação a crise, pois são nas teorias que a ciência se constitui. De acordo com Boaventura de Sousa Santos (2008), “Einstein constitui o primeiro rombo no paradigma da ciência moderna, um rombo, aliás, mais importante do que o que Einstein foi subjetivamente capaz de admitir. [...]” (Santos, 2008, p. 41). Einstein foi um dos pioneiros na quebra do paradigma dominante, com sua teoria geral da relatividade. Essa teoria veio revolucionar as concepções de tempo e espaço e com isso, a teoria de Newton sobre tempo e espaço absolutos deixam de existir. Essa descoberta é o primeiro marco na derrubada do paradigma dominante. O segundo marco da queda do paradigma dominante, segundo Boaventura (2008) se refere a mecânica quântica. Para ele, “Se Einsteinrelativizou o rigor das leis de Newton no domínio da astrofísica, a mecânica quântica fê-lo no domínio da microfísica. Heisenberg e Bohr demonstram que não é possível observar ou medir um objeto sem interferir nele, sem o alterar, e a tal ponto que o objeto que sai de um processo de medição não e o mesmo que lá entrou.” (Santos, 2008, p.43) Com isso, provou-se que o conhecimento que se obteve até então sobre as leis da física não são absolutos e que pode-se apenas aspirar resultados aproximados e que tais leis são apenas probabilísticas. A terceira condição teórica para a crise do paradigma dominante encontra-se no Teorema da Incompletude de Gödel. Boaventura (2008) afirma que “O teorema da incompletude (ou do não completamente) e os teoremas sobre a impossibilidade, em certas circunstancias, de encontrar dentro de um dado sistema formal a prova da sua consistência vieram mostrar que, mesmo seguindo à risca as regras da logica matemática, é possível formular proposições indecidíveis, proposições que se não podem demonstrar nem refutar, sendo que 8 uma dessas proposições é precisamente a que postula o caráter não contraditório do sistema.” (Sousa, 2008, p.45). Com isso, as investigações de Gödel vem demonstrar que o rigor da matemática carece de fundamento. A partir disso é possível não só questionar o rigor da matemática, como também redefini- lo enquanto forma de rigor que se opõe a outras formas de rigor alternativo, uma forma de rigor cujas condições de êxito na ciência moderna não podem continuar a ser concebidas como naturais e obvias. A quarta e última, porém não menos importante condição para a crise do paradigma dominante se trata do avanço dos conhecimentos nas áreas da microfísica, química e biologia nos últimos vinte anos. Boaventura (2008) menciona a obra do físico-químico Ilya Prigogine, sua teoria das estruturas dissipativas e o princípio da ordem através de flutuações. Essa teoria estabelece que em sistemas abertos, a evolução explica-se por flutuações de energia que em determinado momento desencadeiam reações espontâneas que, por via de mecanismos não lineares, pressionam o sistema para além de um limite máximo de instabilidade e o conduzem a um novo estado macroscópico. “A importância desta teoria está na nova concepção da matéria e da natureza que propõe, uma concepção dificilmente compaginavel com a que herdamos da física clássica. Em vez da eternidade, a história; em vez do determinismo, a imprevisibilidade; em vez do mecanicismo, a interpenetração, a espontaneidade e a auto-organização; em vez da reversibilidade, a irreversibilidade e a evolução; em vez da ordem, a desordem; em vez da necessidade, a criatividade e o acidente. A teoria de Prigogine recupera inclusivamente conceitos aristotélicos tais como os conceitos de potencialidade e virtualidade que a revolução cientifica do século XVI parecia ter atirado definitivamente para o lixo da história.” (Santos, 2008, p. 48) Todas essas condições teóricas da crise do paradigma dominante tem por objetivo propiciar uma profunda reflexão sobre o conhecimento cientifico, mas um reflexão rica e diversificada, que possibilite caracterizar a situação intelectual do tempo presente. Em relação as condições sociais, Boaventura de Sousa Santos (2008) não se aprofunda muito. Mas basicamente, as condições sociais referem-se a perda de autonomia da ciência, que com a revolução cientifica, havia firmado 9 compromisso com o poder político, econômico e social, que a partir de então definem as prioridades da ciência. Ainda sobre as condições sociais, Boaventura afirma: “No domínio da organização do trabalho cientifico, a industrialização da ciência produziu dois efeitos principais. Por um lado, a comunidade cientifica estratificou-se, as relações de poder entre cientistas tornaram-se mais autoritárias e desiguais e a esmagadora maioria dos cientistas foi submetida a um processo de proletarização no interior dos laboratórios e dos centros de investigação. Por outro lado, a investigação capital- intensiva (assente em instrumentos caros e raros) tornou impossível o livre acesso ao equipamento, o que contribuiu para o aprofundamento do fosso, em termos de desenvolvimento cientifico e tecnológico, entre os países centrais e os países periféricos.” (Santos, 2008, p. 58) Crise Profunda e Irreversível Segundo Thomas Kuhn (1998), o termo paradigma: “De um lado indica toda a constelação de crenças, valores, técnicas, etc., partilhadas pelos membros de uma comunidade determinada. De outro, denota um tipo de elemento dessa constelação: as soluções concretas de quebra-cabeças que, empregadas como modelos ou exemplos, podem substituir regras explicitas como base para a solução dos restantes quebra-cabeças da ciência normal.” (Kuhn, 1998, p.218) Em outras palavras, o paradigma é uma realização cientifica passada, de caráter exemplar, que possibilita usá-lo como modelo para realizações presentes e futuras. O paradigma tem o papel de “base cientifica” para as novas descobertas e teorias cientificas. A crise de um paradigma, ocasiona geralmente, uma mudança nesse paradigma, que consistem principalmente em revoluções cientificas. São essas revoluções que caracterizam de fato uma crise em um paradigma. Segundo Kuhn, existem fatores internos e externos a ciência que causam essa crise. 10 Como causas internas, pode-se apontar o desenvolvimento teórico e metodológico dentro de uma mesma teoria e o esgotamento dos modelostradicionais de explicação oferecidos pela própria teoria, o que leva a busca de alternativas. Causas externas referem-se as mudanças na sociedade e na cultura de uma época, que fazem com que as teorias tradicionais deixem de ser satisfatórias, perdendo seu poder explicativo, devendo ser substituídas por novas teorias que se encaixem na demanda social. Geralmente, em uma revolução cientifica, é observado os dois tipos de causa. Conforme afirma Kuhn (1962), a ciência normal não se propõe descobrir novidades no terreno dos fatos ou da teoria; quando e bem sucedida, não as encontra. Entretanto, fenômenos novos e insuspeitados são periodicamente descobertos pela pesquisa cientifica; cientistas tem constantemente inventado teorias radicalmente novas. A inexistência dessa busca por novas descobertas cientificas, mesmo sabendo que a ciência e o conhecimento está em constante desenvolvimento, é a principal causa da crise, pois o paradigma dominante demorou a consolidar-se e tem-se essa ideia de quem algo que foi confirmado ao longo do tempo não pode ser contestado por qualquer nova ideia, ainda que seja clara a necessidade dessa contestação e até mesmo modificação desse paradigma. Isso tornou inviável o desenvolvimento cientifico, o que colocou o paradigma dominante em cheque e acabou causando uma crise e consequentemente sua queda, o que possibilitou o surgimento de um novo paradigma, que atende as necessidades da revolução cientifica, possibilitando tanto o desenvolvimento cientifico, como o desenvolvimento social. 11 Hipóteses de solução Na tentativa de responder à pergunta inicial que norteia esse trabalho, torna-se necessário compreender as causas da crise do paradigma dominante e porque esse paradigma entrou em crise. E para possibilitar o conhecimento da solução para tal crise, utilizaremos a perspectiva de Boaventura de Sousa Santos, que fala sobre o paradigma emergente como recurso para a crise do paradigma dominante. Segundo afirma em seu livro Um discurso sobre as ciências, Boaventura de Sousa Santos (2008), que o paradigma emergente é um conhecimento prudente para uma vida decente. “Com esta designação quero significar que a natureza da revolução cientifica que atravessamos e estruturalmente diferente da que ocorreu no século XVI. Sendo uma revoluçãocientifica que ocorre numa sociedade ela própria revolucionada pela ciência, o paradigma a emergir dela não pode ser apenas um paradigma cientifico (paradigma de um conhecimento prudente), tem de ser também um paradigma social (o paradigma de uma vida decente).” (Santos, 2008, p. 60) Boaventura nos traz uma definição inteligível desse paradigma emergente. Percebe-se que o paradigma emergente está preocupado não só em se afirmar como verdade absoluta, de interesse apenas cientifico, mas também como um paradigma social, proporcionando essa vida decente que o autor cita. Esse paradigma emergente cientifico-social é apresentado por Boaventura através de um conjunto de teses seguidas de justificação. 1. Todo conhecimento cientifico natural é cientifico-social: com a queda do paradigma dominante e o surgimento do paradigma emergente, a dicotomia ciências naturais X ciências sociais deixou de ter sentido, pois contrapõe os conceitos de ser humano, cultura e sociedade, pontos chaves no paradigma emergente. “O conhecimento do paradigma emergente tende assim a ser um conhecimento não dualista, um conhecimento que se funda na superação das distinções tão familiares e obvias que até há pouco considerávamos insubstituíveis, tais como natureza/cultura, natural/ artificial, 12 vivo/inanimado, mente/matéria, observador/observado, subjetivo/objetivo, coletivo/individual, animal/pessoa.” (Sousa, 2008, p. 64) 2. Todo conhecimento é local e total: na ciência moderna o conhecimento avança pela especialização. O conhecimento é tanto mais rigoroso quanto mais restrito é o objeto sobre que incide. “Nisso reside, aliás, o que hoje se reconhece ser o dilema básico da ciência moderna: o seu rigor aumenta na proporção direta da arbitrariedade com que espartilha o real. Sendo um conhecimento disciplinar, tende a ser um conhecimento disciplinado, isto e, segrega uma organização do saber orientada para policiar as fronteiras entre as disciplinas e reprimir os que as quiserem transpor.” (Santos, 2008, p. 74) “No paradigma emergente o conhecimento e total, tem como horizonte a totalidade universal de que fala Wigner ou a totalidade indivisa de que fala Bohm. Mas sendo total, é também local. Constitui-se em redor de temas que em dado momento são adoptados por grupos sociais concretos como projetos de vida locais [...]” (Santos, 2008, p.76) O conhecimento deve controlar como será utilizado, devendo ser observado o rigor de sua aplicação, respeitando os objetivos do paradigma emergente. Não segue um método cientifico único, mas utiliza uma pluralidade metodológica. 3. Todo conhecimento é autoconhecimento: Como no paradigma emergente não há mais distinção entre ciências naturais e ciências sociais, também não deve mais existir a dicotomia entre sujeito e objeto pela ciência moderna. Com isso, todo o conhecimento do objeto proporciona ao sujeito um conhecimento sobre si mesmo. “Regressara transfigurado, sem nada de divino senão o nosso desejo de harmonia e comunhão com tudo o que nos rodeia e que, vemos agora, e o mais íntimo de nos. Uma nova gnose está em gestação.” (Santos, 2008, p. 83) 4. Todo conhecimento cientifico visa constituir-se em senso comum: O paradigma emergente entende que nenhum conhecimento é desprezível e estimula a interação dos mesmos, não ignorando o senso comum, 13 mostrando que este, em conjunto com o conhecimento cientifico pode ser bastante enriquecedor e cria uma nova racionalidade. “Tenta, pois, dialogar com outras formas de conhecimento deixando-se penetrar por elas. A mais importante de todas é o conhecimento do senso comum, o conhecimento vulgar e pratico com que no cotidiano orientamos as nossas ações e damos sentido a nossa vida. [...] A ciência pós- moderna procura reabilitar o senso comum por reconhecer nesta forma de conhecimento algumas virtualidades para enriquecer a nossa relação com o mundo. E certo que o conhecimento do senso comum tende a ser um conhecimento mistificado e mistificador mas, apesar disso e apesar de ser conservador, tem uma dimensão utópica e libertadora que pode ser ampliada através do diálogo com o conhecimento cientifico.” (Santos 2008, p. 88,89) 14 REFÊRENCIAS • SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as ciências. 5ª Edição – São Paulo: Cortez, 2008. • BERTOTTI, Monique. Resenha crítica da obra: “Um discurso sobre as ciências” de Boaventura de Sousa Santos. Revista Direito em Debate, ano XXIII, nº 41, jan.-jun. 2014. Pág. 280 – 292. • KUHN, Thomas S.; A estrutura das revoluções cientificas. 5ª Edição – São Paulo: Editora Perspectiva, 1998. 15
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