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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS LILIAN B. OLIVEIRA Orientador : Profo. Carlos H. Costa Moreira 1 SUMA´RIO Introduc¸a˜o................................................................................ 3 CAPI´TULO I Modelo de Leslie 1.1Introduc¸a˜o ................................................................................ 4 1.2 Bases do Modelo............................................................................ 5 1.3 Estruturac¸a˜o do Modelo ...................................................................... 5 1.4 Aplicac¸a˜o do Modelo ........................................................................... 8 CAPITULO II Adaptac¸a˜o do Modelo de Leslie 2.1 Introduc¸a˜o ................................................................................ 10 2.2 Bases do Modelo ............................................................................ 11 2.3 Estruturac¸a˜o do Modelo ....................................................................... 11 2.4 Aplicac¸a˜o do Modelo ............................................................................ 14 2.5 Aprimoramento do Modelo ................................................................... 18 Considerac¸o˜es Finais.............................................................................. 20 Refereˆncias Bibliogra´ficas ...................................................................... 21 2 INTRODUC¸A˜O Matema´tica e biologia possuem uma interessante relac¸a˜o enquanto a biologia se encarrega de produzir problemas a matema´tica,por sua vez, provideˆncia modelos que auxiliara˜o na ana´lise desses diversos problemas.Isso , de fato , ocorre em Dinaˆmica populacional, cieˆncia essa que estuda a curto e longo prazo mudanc¸as no tamanho e na composic¸a˜o eta´ria das populac¸o˜es . A Dinaˆmica Populacional lida com a maneira com que as populac¸o˜es sa˜o afetadas por taxas de nascimento e morte e por fatores como imigrac¸a˜o. Durante esse estudo, podem surgir inu´meras perguntas, quantos humanos se espera que existam na terra em 2057? Que quantidade de salma˜o podem ser pescada anualmente sem colocar em risco sua populac¸a˜o? Como o fator AIDS influenciara´ faixas eta´rias que constituem a populac¸a˜o economicamente ativa do Brasil daqui a 30 anos? Foram criados inu´meros modelos matema´ticos capazes de auxiliar a busca da necessidade de encontrar as respostas para essas perguntas , foram elaborados inu´meros modelos matema´ticos. Um deles o modelo de Leslie, sera´ o alvo de estudo desse trabalho. 3 CAPITULO I Modelo De Leslie 1.1 INTRODUC¸A˜O A Matriz de Leslie ( tambe´m chamada de modelo Leslie) e´ uma das formas mais conheci- das para descrever o crescimento da populac¸a˜o ( e sua distribuic¸a˜o eta´ria projetada), em que a populac¸a˜o esta´ fechada para migrac¸a˜o e onde apenas o sexo feminino e´ considerado. O modelo foi descrito pela primeira vez, em 1920, pelo matema´tico Alfred J. Lotka mas foi formalizado e nomeado, em 1940, por Leslie Patrick Holt (1900-1974). 4 1.2 BASES DO MODELO No modelo de Leslie a populac¸a˜o e´ dividida em grupos baseados em faixas eta´rias. Especi- ficamente, considere I a idade ma´xima atingida por qualquer feˆmea da populac¸a˜o estudada. Se dividirmos a populac¸a˜o em n faixas eta´rias, enta˜o cada faixa eta´ria tera´ I/n anos de idade. A matriz de Leslie e´ uma matriz quadrada, cuja ordem corresponde ao mesmo numero de ele- mentos do vetor populac¸a˜o. Tal vetor representa a populac¸a˜o a cada passo de tempo, com um elemento para cada classe de idade onde cada elemento indica o nu´mero de indiv´ıduos atual- mente em sua respectiva classe. A medida que o tempo avanc¸a, o numero de feˆmeas dentro de cada uma das n faixas eta´rias muda em virtude de treˆs processos biolo´gicos: nascimento, morte e envelhecimento. Descrevendo estes treˆs processos quantitativamente, no´s veremos como pro- jetar o vetor de distribuic¸a˜o eta´ria inicial . 1.3 ESTRUTURAC¸A˜O DO MODELO DE LESLIE Nosso objetivo nesta primeira subsec¸a˜o e´ introduzir o principal obejeto de estudo desse modelo: a Matriz de Leslie, bem como algumas definic¸o˜es e considerac¸o˜es que sera˜o u´teis na pro´xima subsec¸a˜o. Adotemos a seguinte nomenclatura : xt1 feˆmeas na primeira faixa eta´ria no instante t, xt2 feˆmeas na segunda faixa eta´ria no instante t , e assim por diante. Como sa˜o n faixas eta´rias , formamos um vetor- coluna no instante t, indicado por xt : X = xt1 xt2 xt3 ... xtn que chamamos de vetor de distribuic¸a˜o eta´ria no instante t. O modelo de Leslie requer que a durac¸a˜o entre dois tempos de observac¸a˜o sucessivos seja igual a durac¸a˜o de uma faixa eta´ria. Com essa hipo´tese, todas as feˆmeas na (i+1)-e´sima faixa eta´ria no instante tk estavam na i-e´sima faixa no instante tk−1 , ou seja, os indiv´ıduos que sobreviveram da faixa i contados no instante tk−1 constituira˜o a faixa (i+1) na contagem no instante tk. Os processos de nascimento e morte entre dois tempos de observac¸o˜es sucessivas podem ser descritas por meio dos seguintes paraˆmetros demogra´ficos: ai nu´mero me´dio de feˆmeas nascidas por ma˜e durante o tempo em que (i = 1, 2, 3, ..., n) a ma˜e esta na i-e´sima faixa eta´ria. bi frac¸a˜o de feˆmeas na i-e´sima faixa eta´ria que se espera que va´ (i = 1, 2, 3, ..., n) sobreviver e passar para a (i+ 1) faixa eta´ria. Pelas definic¸o˜es acima e, em condic¸o˜es normais , temos como consequ¨eˆncias: (i) ai ≥ 0parai = 1, 2, ..., n (ii) 0< bi ≥ parai = 1, 2, ..., n− 1. Notemos que na˜o permitimos qualquer bi ser zero , pois enta˜o nenhuma feˆmea sobreviveria alem da i-e´sima faixa eta´ria. Tambe´m vamos supor que pelo menos um dos ai e´ positivo, de 5 modo que ha´ algum nascimento. Qualquer faixa eta´ria para a qual o correspondente valor de ai e´ positivo e´ chamada uma faixa eta´ria fe´rtil . Deste modo, no instante tk , as feˆmeas na faixa eta´ria 1 sa˜o exatamente as filhas nascidas entre os instantes tk−1 e tk de todas as faixas eta´rias. Assim, podemos escrever de modo gene´rico: Numero de f eˆmeas na faixa eta´ria 1 no tempo tk = Numero de filhas nascidas das femeas na faixa etaria 1 entre os tempos tk−1 e tk +· · ·+ numero de filhas nascidas das femeas na faixa etaria n entre os tempos tk−1 e tk ou matematicamente, X tk1 = a1x tk−1 1 + a2x tk−1 2 + · · ·+a3xtk−13 (3) As feˆmeas na (i+1)- esima faixa eta´ria (i = 1,2,...,n-1) no instante tk sa˜o aquelas que estavam na i-e´sima faixa eta´ria no instante tk−1 e que ainda vivem no instante tk . Assim, Numero de f eˆmeas na faixa eta´ria i+ 1 no tempo tk = Frac¸a˜o de f eˆmeas na faixa eta´ria i que sobrevive e passa para a faixa eta´ria i+ 1 . numero de f eˆmeas na faixa eta´ria i no instante tk−1 ou seja: X tki+1 = bix tk i , i= 1,2,3,...,n-1 (4) sendo bi a frac¸a˜o dos indiv´ıduos que sobrevivem, da faixa i para a faixa i+1 daqui a L/n anos. Deste modo, a quantidade de indiv´ıduos na faixa i+1 no instante tk e´ proveniente da taxa de sobreviveˆncia da faixa i no instante tk−1 multiplicada pela quantidade de indiv´ıduos que havia na faixa i no instante tk−1. Usando notac¸a˜o matricial, podemos juntar as equac¸o˜es (3) e (4) e escrever : xtk1 xtk2 xtk3 ... xtkn = a1 a2 a3 · · · an−1 an b1 0 0 · · · 0 0 0 b2 0 · · · 0 0 ... ... ... . . . ... ... 0 0 0 · · · bn−1 0 xtk−11 xtk−12 xtk−13 ... xtk−1n ou, mais compactamente: X tk = Lxtk−1 , k =1,2,3,... (5) 6 Definimos L como sendo a MATRIZ DE LESLIE: L = a1 a2 a3 · · · an−1 an b1 0 0 · · · 0 0 0 b2 0 · · · 0 0 ... ... ... . . . ... ... 0 0 0 · · · bn−1 0 Utilizando a equac¸a˜o (5) podemosescrever: X t1 = Lxt0 X t2 = Lxt1 = L2xt0 ... X tk = Lxtk−1 = Lkxt0 (6) Assim se conhecermos a distribuic¸a˜o eta´ria inicial xt0 e a matriz de Leslie L, podemos deter- minar a distribuic¸a˜o eta´ria das feˆmeas em tempos posteriores. Embora a equac¸a˜o (6) deˆ a distribuic¸a˜o eta´ria da populac¸a˜o em qualquer instante ela na˜o da automaticamente uma ide´ia geral da dinaˆmica do processo de crescimento. Por isso precisamos investigar os autovalores e autovetores da matriz de Leslie. Para isso dispomos de alguns teoremas importantes. ◦ EXISTEˆNCIA DE UM AUTOVALOR POSITIVO Uma matriz de Leslie tem um u´nico autovalor positivo. Este autovalor tem multiplicidade 1 e um autovetor associado xi cujas entradas sa˜o todas positivas. ◦ AUTOVALORES DE UMA MATRIZ DE LESLIE Se λ e´ o u´nico autovalor positivo de uma matriz de Leslie L e λ1 e´ qualquer outro autovalor real ou complexo de L, enta˜o |λ1 | ¡ λ . ◦ AUTOVALOR DOMINANTE Se duas entradas sucessivas ai e ai+1 da primeira linha de uma matriz de Leslie L sa˜o na˜o- nulas, enta˜o o autovalor positivo de L e´ dominante. Assim, se a populac¸a˜o de feˆmeas tem duas faixas eta´rias fe´rteis sucessivas, enta˜o a matriz de Leslie tem um autovalor dominante. ◦ De acordo com o autovalor positivo λ temos treˆs casos: (i) A populac¸a˜o acaba aumentando se λ > 1 7 (ii) A populac¸a˜o acaba diminuindo se λ < 1 (iii) A populac¸a˜o acaba estabilizando se λ = 1 O caso λ = 1 e´ particularmente interessante pois determina uma populac¸a˜o com crescimento populacional nulo. 1.4 APLICAC¸A˜O DO MODELO DE LESLIE Projec¸a˜o da Populac¸a˜o de Mulheres Brasileiras por Faixas Eta´rias Consideremos os dados da populac¸a˜o brasileira de mulheres de 1980 e de 1990,respectivamente, por faixas eta´rias de 10 anos cada. Anos 1980 1990 Todas as Idades 61.788.144 76.085.913 [0− 9] 16.501.496 17.374.892 [10− 19] 14.122.244 16.331.170 [20− 29] 10.694.189 13.995.020 [30− 39] 7.433.643 10.520.936 [40− 49] 5.341.262 7.208.393 [50− 59] 3.859.426 5.013.134 [60− 69] 2.362.915 3.376.662 [70− 79] 1.179.785 1.722.798 [80− 89] 274.889 508.933 [90− 99] 18.179 33.737 [100+] 116 238 Fonte:U.S.Census Bureau,International Date Base. Para estudar o comportamento da populac¸a˜o de mulheres brasieiras com idades entre 0 e 79 anos no futuro, tomemos as dez faixas eta´rias de dez anos cada: [0, 9], [10, 19], ..., [100+] indicadas na tabela acima. Estamos desconsiderando a populac¸a˜o com idade superior a 100 anos por ser pouco representativa. Embora na˜o tenhamos encontrado uma estimativa oficial do IBGE no que diz respeito ao nu´mero me´dio de meninas nascidas de mulheres brasileiras entre 1980 1990 nas dez faixas eta´rias , vamos considerar os valores a1,a2, ..., an que julgamos razoaveis para a primeira linha da Matriz de Leslie como sendo os seguintes: [0− 9] : a1 = 0, (na˜o nascem filhas de meninas entre 0 e 9 anos) [10− 19] : a2 = 0,2 [20− 29] : a3 = 0,7 (a maioria das filhas nasceu de mulheres entre 20 e 29 anos) [30− 39] : a4 = 0,4 [40− 49] : a5 = 0,2 [50− 59] : a6 = 0,1 [60− 69] : a7 = 0 (na˜o nascem filhas de mulheres entre 60 e 69 anos) [70− 79] : a8 = 0 (na˜o nascem filhas de mulheres entre 70 e 79 anos) [80− 89] : a9 = 0 (na˜o nascem filhas de mulheres entre 80 e 89 anos) 8 [90− 99] : a10 = 0 (na˜o nascem filhas de mulheres entre 90 e 99 anos) Ja´ a proporc¸a˜o b1 , b2 , ..., bn−1 de mulheres que sobreviveram de uma faixa eta´ria para outra entre 1980 e 1990 pode ser obtido das tabelas do IBGE : Grupos de Idade Mulheres [0− 9]para[10− 19] 0,9896781 [10− 19]para[20− 29] 0,9909912 [20− 29]para[30− 39] 0,9837993 [30− 39]para[40− 49] 0,9696986 [40− 49]para[50− 59] 0,9385673 [50− 59]para[60− 69] 0,874913 [60− 69]para[70− 79] 0,7290986 [70− 79]para[80− 89] 0,4313778 [80− 89]para[90− 99] 0,1227295 [90− 99]para[100+] 0,013092 Logo, a Matriz de Leslie para a populac¸a˜o de mulheres brasieiras sera´: L = 0 0, 2 0, 7 0, 4 0, 2 0, 1 0 0 0 0 0.98968 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.99099 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.98379 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.96969 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.93857 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.87491 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.72909 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.43138 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.12273 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.01309 Notemos que existem duas faixas eta´rias ferteis consecutivas. Logo, L possui autovalor domi- nante. Utilizando o software de calculo nume´rico e simbolico MAPLE para calculo do autovalor dominante de L temos: λ1 = 1,0489 Do autovalor acima, podemos concluir que a populac¸a˜o de mulheres brasileiras quase tende a estabilidade no futuro, com um crescimento da ordem de 4,89 9 CAPITULO II Adaptac¸a˜o Do Modelo De Leslie 1.1 INTRODUC¸A˜O Com base no modelo matricial Leslie, que investiga a taxa de crescimento ao longo do tempo de uma populac¸a˜o feminina que esta´ dividida em faixas eta´rias,desenvolve-se um novo mod- elo.Afim de garantir um estudo mais completo da dinaˆmica populac¸a˜o, a adaptac¸a˜o do modelo de Leslie possibilita analisar tanto a populac¸a˜o feminina quanto a masculina. Assim,sendo ele, mais amplo e´ capaz de analisar sistematicamente todo o perfil da populac¸a˜o. Recorrendo a conceitos de a´lgebra linear, o modelo procura desvendar o destino da dinaˆmica populacionala respondendo as questo˜es essenciais para investigar o comportamento populacional, acolhiendo e respeitando seus mu´ltiplos aspectos,sendo eles econoˆmicos ou sociais. 10 1.2 BASES DO NOVO MODELO Como no modelo de Leslie, sua adaptac¸a˜o continua dividindo a populac¸a˜o, em estudo, segundo as faixas eta´rias da mesma forma abordada no modelo base. A matriz de transic¸a˜o do modelo adaptado,tambe´m e´ quadrada, cuja ordem e´ comum ao nu´mero de elementos do vetor populac¸a˜o.Tal vetor, originalmene, representa a populac¸a˜o ini- cial, com seus elementos compondo o nu´mero de ind´ıviduos da populac¸a˜o em cada faixa eta´ria. Logo para compreender homens e mulheres o vetor populac¸a˜o e´ de ordem 2nx1, onde n corre- sponde ao nu´mero de faixas eta´rias que e´ dividida a populac¸a˜o masculina e feminina. Assim as primeiras n linhas do vetor populac¸a˜o correspondem as faixas eta´rias da populac¸a˜o feminina e as outras representam as n faixas eta´rias da populac¸a˜o masculina.Portanto: X = mt1 mt2 mt3 ... mtn ht1 ht2 ht3 ... htn Ao longo do tempo, o nu´mero de indiv´ıduos masculinos e femininos dentro de cada uma das n faixas eta´rias muda em virtude de treˆs processos bioo´logicos:nascimento, envelhecimento e morte, ja´ menciondos em notas anteriores. Portanto como o modelo de Leslie,sua adaptac¸a˜o tambe´m requer que a durac¸a˜o entre dois tempos de observac¸a˜o sucessivos seja igual a` durac¸a˜o da faixa eta´ria. 1.3 ESTRUTURAC¸A˜O DO MODELO Concordando com as hipo´teses que compo˜em as base do novo modelo, observa-se,tambe´m que todos os indiv´ıduos, masculinos e femininos, na (i+1)-e´sima faixa eta´ria no instante tk estavam na i-e´sima faixa no instante tk−1 constituira˜o a faixa (i-1)na contagem do instante tk. Os treˆs processos que descrevem a dinaˆmica populacional, entre dois tempos de observac¸o˜es sucessivos podem ser descritos por meio dos seguintes paraˆmetros demogra´ficos: 11 ai Nu´mero me´dio de feˆmeas nascidas por ma˜e durante o tempo em que (i = 1, 2, 3, ..., n) a ma˜e esta´ na i-e´sima faixa eta´ria. bi Frac¸a˜o de feˆmeas na i-e´sima faixa eta´ria que se espera que va´ (i = 1, 2, 3, ..., n) sobreviver e passar para a (i+1)-e´sima faixa eta´ria. ci Frac¸a˜o de machos na i-e´sima faixa eta´ria que se espera que va´ (i = 1, 2, 3, ..., n) sobreviver e passar para a (i+1)-e´sima faixa eta´ria. r sex ratio, i.e, frac¸a˜o de mulheres nascidas dentro do total. Para a formac¸a˜o do novo modelo, destaca-se a taxa de sobreviveˆncia masculina e a presenc¸a da taxa de sexo. Ataxa de sexo e´ a frac¸a˜o de mulheres nascidas dentro do total de individ- uos nascidos, e´ uma taxa necessa´ria para ampliar a fecundidade das mulheres, em cada faixa eta´ria, afim de abranger os homens nascidos por mulher,ate´ enta˜o ausente no modelo Leslie.Esta taxa e´ um importante trac¸o do novo modelo que confirma a descric¸a˜o sistematica de todos os indiv´ıduos da populaca˜o em questa˜o. Ressalta-se que com as definic¸o˜es mencionadas, e em condic¸o˜es normais, as consequeˆncias que os ai´s e os bi´s sa˜o submetidos continuam as mesmas do modelo base e, sa˜o extendidas aos ci´s. Ja´ as especificac¸o˜es da taxa de sexo sa˜o............ Afim de facilitar o estudo e compreensa˜o da matriz do modelo adaptado, e´ u´til organizar a sua analise em blocos.Onde cada bloco e´ uma matriz quadrada, de ordem igual a quantidade de faixas eta´rias vigentes na divisa˜o da populac¸a˜o em estudo. Dessa maneira divide-se a matriz adaptada em quadro blocos.O primeiro bloco e´ formado basicamente pela matriz de Leslie, exceto pela primeira linha ser toda multiplicada pela taxa de sexo, temos portanto a seguinte matriz: L = ra1 ra2 ra3 · · · ran−1 ran b1 0 0 · · · 0 0 0 b2 0 · · · 0 0 ... ... ... . . . ... ... 0 0 0 · · · bn−1 0 A segunda e´ composta por zero, logo e´ uma matriz nula. Esta matriz e´ de suma importaˆncia para a inclusa˜o da populac¸a˜o masculina. Ela auxilia nas operac¸o˜es matriciais propiciando as projec¸o˜es desejadas. Assim temos: O = 0 0 0 · · · 0 0 0 0 0 · · · 0 0 0 0 0 · · · 0 0 ... ... ... . . . ... ... 0 0 0 · · · 0 0 A terceira matriz possue apenas a primeira linha com elementos diferentes de zero.Esta linha e´ composta pelas taxas de fecundidade da populac¸a˜o feminina multiplicadas por 1-( a 12 taxa de sexo), essa pequena operac¸a˜o representa os homens nascidos por mulher em cada faixa eta´ria.Como, ja´ dito, esse trac¸o do novo modelo contribui muito para a descric¸a˜o total da pop- ulac¸a˜o.Portanto: A = (1-r)a1 (1-r)a2 (1-r)a3 · · · (1-r)an−1 (1-r)an 0 0 0 · · · 0 0 0 0 0 · · · 0 0 ... ... ... . . . ... ... 0 0 0 · · · 0 0 Por fim a quarta matriz e´ composta pelas taxas de sobreviveˆncia da populac¸a˜o masculina. B = 0 0 0 · · · 0 0 c1 0 0 · · · 0 0 0 c2 0 · · · 0 0 ... ... ... . . . ... ... 0 0 0 · · · cn−1 0 Dessa forma, definimos a matriz adaptada como sendo: P = ra1 ra2 ra3 · · · ran−1 ran 0 0 0 · · · 0 0 b1 0 0 · · · 0 0 0 0 0 · · · 0 0 0 b2 0 · · · 0 0 0 0 0 · · · 0 0 0 0 b3 · · · 0 0 0 0 0 · · · 0 0 ... ... ... . . . ... ... ... ... ... . . . ... ... 0 0 0 · · · bn−1 0 0 0 0 · · · 0 0 (1-r)a1 (1-r)a2 (1-r)a3 · · · (1-r)an−1 (1-r)an 0 0 0 · · · 0 0 0 0 0 · · · 0 0 c1 0 0 · · · 0 0 0 0 0 · · · 0 0 0 c2 0 · · · 0 0 0 0 0 · · · 0 0 0 0 c3 · · · 0 0 ... ... ... . . . ... ... ... ... ... . . . ... ... 0 0 0 · · · 0 0 0 0 0 · · · cn−1 0 Assim, se conhecemos o vetor populac¸a˜o inicial e a matriz adaptada, e´ pos´ıvel descrever a distribuic¸a˜o eta´ria da populac¸a˜o total em estudo. 13 1.4 APLICAC¸A˜O Projec¸a˜o da Populac¸a˜o Brasileira por Grupos de Idade Para estudar o comportamento da populac¸a˜o brasileira, de acordo com os objetivos propos- tos do modelo ampliado da Matriz de Leslie, consideremos os dados da populac¸a˜o brasileira de 1980 e de 1990 por faixas eta´rias de 10 anos cada, segundo o U.S Census Bureau, International Data Base. Tabela 1: Populac¸a˜o por sexo segundo os grupos de idade Brasil: populac¸a˜o-base em 1980 Grupos de Idade Ambos os Sexos Homens Mulheres Todas as Idades 12.301.9627 61.231.483 61.788.144 [0− 9] 33.590.361 17.088.865 16.501.496 [10− 19] 28.706.511 14.584.267 14.122.244 [20− 29] 21.534.288 10.840.099 10.694.189 [30− 39] 14.776.596 7.342.953 7.433.643 [40− 49] 10.439.267 5.098.005 5.341.262 [50− 59] 7.287.112 3.427.686 3.859.426 [60− 69] 4.266.594 1.903.679 2.362.915 [70− 79] 1.982.407 802.622 1.179.785 [80− 89] 412.870 137.981 274.889 [90− 99] 23.487 5.308 18.179 [100+] 134 18 116 Tabela 2: Populac¸a˜o por sexo segundo os grupos de idade Brasil: populac¸a˜o-base em 1990 Grupos de Idade Ambos os Sexos Homens Mulheres Todas as Idades 151.170.059 75.084.146 76.085.913 [0− 9] 35.392.575 18.017.683 17.374.892 [10− 19] 33.179.430 16.848.260 16.331.170 [20− 29] 28.248.453 14.253.433 13.995.020 [30− 39] 20.943.824 10.422.888 10.520.936 [40− 49] 14.104.259 6.895.866 7.208.393 [50− 59] 9.541.909 4.528.775 5.013.134 [60− 69] 6.076.225 2.699.563 3.376.662 [70− 79] 2.877.285 1.154.487 1.722.798 [80− 89] 761.843 252.910 508.933 [90− 99] 43.978 10.241 33.737 [100+] 278 40 238 Fonte:U.S.Census Bureau,International Date Base. 14 Desconsiderando a populac¸a˜o com idade superior a 100 anos, por ser pouco representativa, tomemos as dez faixas eta´rias de dez anos cada: [0-9], [10-19], [20-29],...,[90-99] expl´ıcitas nas tabelas acima. Embora na˜o tenhamos encontrado uma estimativa oficial do U.S.Census Bu- reau, International Data Base ou ate´ mesmo do IBGE, no que diz respeito ao nu´mero me´dio de meninas nascidas de mulheres brasileiras entre 1980 e 1990 nas dez faixas eta´rias, consideramos valores que julgamos razoa´veis para representar a primeira linha do primeiro bloco da matriz do Modelo de Leslie Adaptado. Como mencionado em notas anteriores, a primeira linha do primeiro bloco da matriz do Modelo de Leslie Adaptado representa as taxas de fecundidade das mulheres em sua referente faixa eta´ria. Obtemos os seguintes valores: Tabela 3: Taxa de Fecundidade da Populac¸a˜o Feminina segundo as faixas eta´rias Brasil: Populac¸a˜o-base em 1980 Grupos de Idade Mulheres [0− 9] 0 [10− 19] 0,2 [20− 29] 0,7 [30− 39] 0,4 [40− 49] 0,2 [50− 59] 0,1 [60− 69] 0 [70− 79] 0 [80− 89] 0 [90− 99] 0 Ainda obtendo informac¸o˜es necessa´rias para o estudo da dinaˆmica populacional segundo o Mod- elo de Leslie Adaptado, a proporc¸a˜o de homens e mulheres brasileiros que sobreviveram de uma faixa eta´ria para outra entre 1980 e 1990 pode ser analisado das tabelas do U.S.Census Bureau, International Data Base. Assim: Tabela 4: Proporc¸a˜o da populac¸a˜o por sexo que sobreviveu de um grupo de idade para outro entre 1980 e 1990 Grupos de Idade Homens Mulheres [0− 9]para[10− 19] 0,9859204 0,9896781 [10− 19]para[20− 29] 0,9773157 0,9909912 [20− 29]para[30− 39] 0,9615123 0,9837993 [30− 39]para[40− 49] 0,9391135 0,9696986 [40− 49]para[50− 59] 0,8883426 0,9385673 [50− 59]para[60− 69] 0,7875759 0,874913 [60− 69]para[70− 79] 0,6064505 0,7290986 [70− 79]para[80− 89] 0,3151047 0,4313778 [80− 89]para[90− 99] 0,0742204 0,1227295 [90− 99]para[100+] 0,0075358 0,013092 15 Com base nas tabelas acima da populac¸a˜o de 1980 e 1990 concluimos que a taxa de sexo e´ 0,49. Portanto, a Matriz de Leslie Adaptada da populac¸a˜o brasileira de 1980 sera´: 16 [ 0 0 , 3 6 0 5 2 0 , 3 4 3 0 , 1 9 6 0 , 3 6 0 5 2 0 , 1 8 0 2 6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 , 9 8 9 6 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 , 9 9 0 9 9 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 , 9 8 3 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 , 9 6 9 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 , 9 3 8 5 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 , 8 7 4 9 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 , 7 2 9 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 00 0 0 0 0 0 0 0 , 4 3 1 3 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 , 1 2 2 7 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 , 1 0 2 0 , 3 5 7 0 , 2 0 4 0 , 1 0 2 0 , 1 8 7 6 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 , 9 8 5 9 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 , 9 7 7 3 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 , 9 6 1 5 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 , 9 3 9 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 , 8 8 8 3 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 , 7 8 7 5 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 , 6 0 6 4 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 , 3 1 5 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 , 2 7 3 0 4 0 17 1.5 APRIMORAMENTO DO MODELO Na tentativa de responder a algumas perguntas e aperfeic¸oar o modelo adaptado, fez-se um modelo cont´ınuo para descrever o comportamento da populac¸a˜o ao longo dos anos. Este modelo baseava-se nas taxas de fertilidade e mortalidade feminina e masculina. Entretanto este modelo, mostrou-se bastante complexo e inapropriado para os nossos propo´sitos . Assim sendo,seguiu- se na direc¸a˜o de continuar aprimorando o modelo adaptado atrave´z da correc¸a˜o de seus erros primitivos. Para tanto criou-se um programa computacional para fragmentar a populac¸a˜o por faixas eta´rias e a partir dessa fragmentac¸a˜o, usando o modelo adaptado, inserido no software matema´tico maple , fez-se projec¸o˜es e comparou-se com o respectivo ano. Alguns dos gra´ficos feitos encontram-se abaixo: 18 19 CONSIDERAC¸O˜ES FINAIS O trabalho aqui descrito se trata de uma obra inovadora que ainda esta´ em aberto e necessita de muitos aprimoramentos. Entretanto foram apresentados muitos avanc¸os, dentre eles o es- tudo da populac¸a˜o masculina,podendo assim ampliar o conhecimento da dinaˆmica da estrutura populacional. Dentre as questo˜es que ainda tem-se a tratar destacam-se os to´picos: * Os autovalores da Matriz Ampliada seriam somente os autovalores da Matriz de Leslie? * Tais autovalores tambe´m dizem respeito ao crescimento ou decrescimento populacional? * Como incluir fatores externos no modelo matricial? * Como o modelo adaptado pode auxiliar na previsa˜o da dinaˆmica populacional? Agora com esse aprimoramento surgem novas questo˜es sobre o modelo,tais como: * Observa-se um padra˜o de ”superestimativa infantil”, ou seja, o medelo preveˆ mais crianc¸as do que o registrado nesses gra´ficos,a que se deve este fator? *Para o gra´fico que representa a evoluc¸a˜o do Brasil,tanto feminina quanto masculina,vemos um ”pico da projec¸a˜o”somente nos anos iniciais, ja´ para o gra´fico que representa Minas Gerais temos um pico a mais,situado aproximadamente entre os 23-34 anos. Aque se deve este padra˜o? 20 REFEREˆNCIAS BIBLIOGRA´FICAS HOWARD,A.A´lgebra Linear com Aplicac¸o˜es.8aed.Porto Alegre:Bookman. 2001. BASSANEZZI,R.C.Ensino e Aprendizagem com Modelagem Matema´tica.Sa˜o Paulo:Editora Contexto. 2002 BOLDRINI,J.L.ET ALLI.A´lgebra Linear com Aplicac¸o˜es.8aeld.Rio de Janeiro:Harbra.1986. www.census.gov.Site do U.S. Census Bureau, International Data Base. 21
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