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MICROBIOTA BUCAL CAVIDADE BUCAL Sistema de crescimento aberto as bact. são continuamente introduzidas e removidas. O microrg. que se estabelece é aquele que se adere às superfícies ou fica retido nelas. Principais ecossistemas bucais: - Superfície dos dentes (biofilme placa bacteriana) - Sulco gengival - Dorso da língua - Mucosas. Colonização da cavidade bucal: Antes do nascimento o ambiente é estéril; Após o nascimento é colonizado por microrg. do trato genital da mãe; No terceiro mês de vida, todas as crianças já possuem microbiota bucal que será modificada, sobretudo, após a erupção dentária; Na idade escolar a microbiota bucal da criança é igual a dos adultos. Formação da microbiota Transmissão Aquisição Espécies Substituição Aumento da Comunidade M. Residente Pioneiras diversidade clímax TIPOS DE MICROBIOTA RESIDENTE/INDÍGENA/AUTÓCTONE/ENDÓGENA São relativamente fixos, colonizam sítios específicos e coexistem. São compatíveis com o hospedeiro. São mais que 1% da microbiota total (as suplementares são sempre em menores qtd). Funções: Barreira contra instalação de microrg. patogênicos; Modulação do sistema imunológico; Produção de substâncias utilizáveis pelo hospedeiro; Degradação de subst. tóxicas. *Suplementar > está em menor quantidade; pode se tornar indígena durante alterações. TRANSITÓRIA/ALÓCTONE/EXÓGENA Pode se instalar no indivíduo ou não. Recorrente de alimentação, etc. Determinantes para colonização microbiana - Habilidade de aderir: receptores análogos; - Disponibilidade de nutrientes: qualidade ou quantidade; - Interação microbiana: competição e cooperação; - Disponibilidade de oxigênio; - Resistência para: fluxo de fluidos na superfície celular (adesão) sistema de limpeza muco-capilar movimento celular-epitelial sistema imune local antimicrobianos não específicos do hospedeiro variação de pH e Eh. Relações microbianas Simbiose: viver junto (apenas conviver sem prejudicar ou beneficiar) – bactérias colonizam o tecido sem afetá-lo e elas ñ são afetadas por resposta do tecido. Mutualismo: tipo de simbiose que beneficia ambos os organismos (dependência mútua). Sinergismo/Protocooperação: associação que beneficia, mas não é obrigatória. Comensalismo: um organismo é beneficiado sem afetar o outro (ñ é obrigatório). Parasitismo(doença): um organismo é beneficiado às custas de outro. Antibiose/Antagonismo/Amensalismo: ação de um organismo que mata ou lesa outro. ECOSSISTEMA BUCAL EPITÉLIO BUCAL Cocos Gram-positivos aeróbicos DORSO LINGUAL Cocos Gram-negativos facultativos e anaeróbicos SUPERFÍCIE DENTAL SUPRA-GENGIVAL Cocos e bacilos Gram-positivos aeróbicos e facultativos REGIÃO SUBGENGIVAL Cocos e bacilos Gram-negativos anaeróbios Fatores que interferem na aquisição/equilíbrio da microbiota normal ENDÓGENOS Físico-químicos: temperatura, pH (sacarose-ácido), Eh (potencial de oxido-redução), tensões de oxigênio na cavidade oral. Hospedeiro Lisozima – hidrolisa peptideoglicano. saliva tem função de proteção aglutinação de bactérias ligação de Ac às células (mucosas) remoção de células e microrganismos tamponante (bicarbonato e fosfato) Atua na aglutinação de microrganismos e inibição da aderência, multiplicação e metabolismo. Histatinas – regulam o nível de leveduras bucais Cistatinas – suprem o crescimento e a atividade das proteases Fatores sistêmicos do hospedeiro - Redução do fluxo salivar (estresse, diabetes, medicamentos, radioterapia) - Gravidez (elevado índice de progesterona e estradiol) EXÓGENOS Dieta (leite – acidez – lactobacilos e estreptococos) simbiose – o hospedeiro fornece nutrientes para a microbiota através dos alimentos ingeridos, saliva, fluxo gengival, células epiteliais descamativas. Fatores mecânicos – higiene bucal Fatores químicos Potencial patogênico das bactérias - Proliferam-se em áreas restritas causando danos apenas no local de infecção (cárie). - Disseminação da infecção aos tecidos vizinhos (gengivites, periodontites, infec. endodônticas). - Causa de lesão a distância por bacteremia ou produtos lançados na circulação (endocardite). BIOFILME PLACA DENTAL Após a erupção dentária, depósitos orgânicos na superfície do dente: - Película Adquirida: biopelícula formada pela adsorção de proteínas salivares que aderem-se a superfície do esmalte. Não contem bactérias, mas após sua colonização é caracterizada como placa bacteriana em formação. - Placa Dental: biofilme bacteriano aderido aos dentes e a outras superfícies orais. - Matéria Alba: agregados bacterianos, leucócitos e células epiteliais descamativas que se acumulam na superfície do dente. - Cálculo: placa dental calcificada. Formação do biofilme 1.Colonizadores primários aderem a uma superfície, normalmente contendo proteínas (película). 2. Originam-se as micro colônias que sintetizam a matriz exopolissacarídea (EPS) – atuam como substrato para aderência de microrg. secundários. 3. Colonizadores secundários podem se aderir aos primários, ou então formar co-agregados com outros microrg. e posteriormente se aderir aos primários. Aspectos morfológicos do biofilme Placa Coronária – contato apenas com a superfície dentária Placa Gengival – associação da superfície dental com a margem gengival. *EPS – impede a penetração de antimicrobianos, sequestra íos, metais e toxinas, alteração de pH, provoca dessecação CÁRIE DENTÁRIA Decomposição lenta do dente resultante da perda de cristais de hidroxiapatita, que reduz a integridade estrutural do dente. Acontece em hospedeiro com dentes suscetíveis, colonizados por microrganismos cariogênicos e consumindo frequentemente carboidratos (sacarose) Interdependente de: sistema de defesa do hospedeiro, microrg. cariogênicos, dieta e tempo. Microrganismos carboidratos ácido cárie. Desenvolvimento da cárie Streptococcus mutans e Lactobacillus produzem ácidos orgânicos após ingestão de carboidratos ↓ A acidez forma uma pequena cavidade no esmalte ↓ Início da doença cárie Processo de estabelecimento Estreptococos: S.mutans, S.sobrinus. Progressão Lactobacilos spp., Actinomyces spp. DOENÇA PERIODONTAL Periodonto – elementos de suporte do dente: Gengiva, ligamento periodontal, osso alveolar e cemento. É uma infecção multifatorial que se inicia com um complexo de bactérias interagindo com o tecido do hospedeiro, causando a liberação de citocinas inflamatórias, quimiocinas e mediadores que determinam a destruição dos tecidos do periodonto. Gengivite Apenas a gengiva é afetada, é reversível e ñ há perda dos tecidos de sustentação do dente. Periodontite Os tecidos mais profundos, inclusive o osso alveolar, são atingidos. Predomínio Bacilos Gram negativos anaeróbios. PERIODONTITE Fatores patógenos - O organismo tem que ocorrer em maior número no sítio da doença ativa - A eliminação do organismo deve acabar com a progressão da doença - Presença de fatores de virulência relevantes Complexo Vermelho – associados a colonização da superfície dentária e a severidade da doença Actinobacillus actinomycetecomitans, Porphyromonas gingivalis, Treponema denticola, Bacteriodes forsythus. Fatores de agressão - Enzimas: hiularonidase (prejudica a retenção de água do tecido conjuntivo) - Atividade proteolítica (α-2-globulina): aumento da permeabilidade capilar e migração leucocitária. - Colagenase - Proteases com ação nas imunoglobulinas - Toxinas LPS (aumento da temp., permeabilidade capilar, ativa Osteoclastos e o complemento) - Cápsula- Antígenos e fatores de quimiotaxia Lipopolissacarídeo (LPS) Principal componente da membrana externa de gram - Endotoxina com alto poder inflamatório Ligação covalente entre um lipídeo e um polissacarídeo. Gingipaína - um grupo de proteinases responsável pela atividade proteolítica das bactérias Mecanismos de destruição tecidual: - Proteinases Fatores patógenos rompem o processo de renovação de remodelação da matriz celular do tecido, induzindo a produção dessas metaloproteinases que levam a uma grande perda de tecidos periodontais. - Ativação de neutrófilos - Citocinas pró-inflamatórias (ativação de Osteoclastos) LESÕES PULPARES O órgão pulpar constituído por: tecido conjuntivo frouxo, fibras, vasos sanguíneos e linfáticos e nervos. Pode sofrer alterações de natureza física, química ou biológica. Agentes biológicos - A cárie é a via mais comum para atingir a polpa, e o canal radicular é a principal fonte de agressão. - Outras vias: perda de tecidos de proteção, traumatismos, iatrogenias, hematogênia, linfática. Mecanismos microbianos EFEITOS DIRETOS - Competição por nutrientes - Mecânico: massas que exercem pressão sobre nervos e vasos (microbiota anaeróbia) - Químicos: danos aos tecidos do hospedeiro (amônia, indol, compostos sulfurados...) - Produção de toxinas e enzimas EFEITOS INDIRETOS - Resposta imune MICROBIOTA ENDODÔNTICA - Em estágios iniciais as facultativas prevalecem (Staphylococcus e Steptococcus). - Após uma semana, metade é anaeróbios Gram positivos e negativos (proporção cresce). - A partir de 6 meses, 90% são anaeróbios estritos. Porphyromonas, Provatella, Fusiobacterium, Treponema, Peptostresptoscoccus, Actnomyces, Eubacterium, Campylobacter. Complicações endocardite bacteriana e bacteriemia.
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