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CARACTERÍSTICAS DOS MÉTODOS DIAGNÓSTICOS Diagnóstico: Todo recurso utilizado para se detectar uma alteração do estado normal de saúde em um indivíduo ou população. Serve para identificar uma fonte de infecção. Triagem: Exame sistemático de indivíduos ou grupos de indivíduos de uma população com o intuito de se estabelecer a prevalência de um problema de saúde em uma população, que pode ou não estar aparente. Qual a diferença entre diagnostico e triagem? O diagnóstico é feito a partir do animal doente e a triagem de animais presumidamente sadios. TIPOS DE DIAGNOSTICO: Clínico: Realizado a partir do exame físico do indivíduo para revelar a presença de sinais e sintomas clínicos. Ex. inspeção, palpação, auscultação, percussão. Epidemiológico: Avalia as evidências circunstanciais que envolvem a ocorrência da doença em uma população, que pode não estar aparente. Ex. indicadores de saúde Laboratorial: Métodos que por si só permitem a identificação da fonte de infecção (doenças transmissíveis). Podem ser: • Diretos: Identificam a presença do agente etiológico. Ex.: exame microbiológico, coproparasitológico. • Indiretos: Identificam indícios do contato com o agente etiológico. Ex.: sorologia para pesquisa de anticorpos, leucograma. Os métodos laboratoriais ainda podem ser: Qualitativos: Revelam a presença ou ausência de uma doença ou atributo associado a essa condição. • Ex.: exame sorológico, coproparasitológico. Quantitativos: Expressam em valores numéricos as evidências de anormalidades nos parâmetros dos elementos orgânicos do hospedeiro. • Ex.: contagem de células somáticas, contagem de hemácias, termometria, dosagem de glicose. Importância dos Testes Diagnósticos Maioria dos programas de controle de doenças -> baseada em testes diagnósticos utilizados para detectar animais infectados. O resultado dos testes determina a tomada de decisão -> medida terapêutica ou sanitária a ser adotada. Devem ser baseados em critérios rígidos - confiabilidade ao resultado obtido. Não há testes perfeitos! é necessário conhecer as características do teste e saber fazer interpretação adequada dos resultados. Potenciais fontes de erros: • Erros pré-analíticos: Identificação errada, mistura ou contaminação das amostras. • Erros analíticos: Erros sistemáticos e aleatórios, como por exemplo pipetagem, mensurações, calibração de aparelhos, deterioração de reagentes. • Erros pós-analíticos: Identificação das amostras, interpretação. Um teste diagnóstico perfeito identifica apenas os indivíduos afetados!!! Mas nenhum teste é perfeito... Características dos Testes Diagnósticos: Exatidão ou Acurácia: capacidade de apresentar resultados cuja média se aproxima muito do valor real após as repetições (independe da variação entre os valores individuais). Precisão: capacidade de apresentar resultados muito próximos entre si após as repetições (maior reprodutibilidade) * Considerando a repetição do mesmo exame com a mesma amostra e sem o conhecimento do primeiro resultado. Características mais utilizadas para se avaliar um teste diagnóstico: Sensibilidade, especificidade, índice de younden, valores preditivos (positivo e negativo), taxa de falsos positivos, taxa de falsos negativos, concordância, coeficiente global ou eficiência. 1) Primeiro passo: Estabelecer a condição verdadeira de um indivíduo - Infectado/Doente ou Não Infectado/Sadio Padrão ouro (Gold standard) • Método diagnóstico ou combinação de métodos que determina absolutamente e sem erros se um indivíduo está ou não infectado ou doente -> geralmente um método direto. • Para algumas doenças não existe. »Ex. Microbiológico na mastite, parasitológico na Leishmaniose. 2) Segundo passo: Correlacionar com os resultados obtidos pelo teste diagnóstico avaliado. Nos de métodos quantitativos, deve-se adotar um ponto de corte (cut off) para determinar a partir de qual valor vai se considerar a amostra positiva ou negativa. 3) Terceiro passo: construir uma tabela 2x2 Verdadeiro Positivos: Presença de infecção (agente etiológico) ou doença. Falso Positivos: • Vacinação; • Inibidores inespecíficos: Contaminação ou hemólise • Reação cruzada: semelhança na composição bioquímica dos microrganismos • Reações inespecíficas • Contaminação durante a colheita de material Verdadeiro Negativo: Ausência de infecção ou doença Falso Negativos: • Erro na colheita de material • Escolha inadequada do teste • Período de indução de anticorpos - infecções recentes • Imunossupressão Doenças Fêmea no periparto - anticorpo no colostro • Imunotolerância Determinando a Prevalência Prevalência Verdadeira (PV) ou Real: É o número de animais doentes ou infectados da população. É dada pela proporção do total de indivíduos realmente infectados ou doentes na população estudada. É dada pela formula PV = a + c/N x 100 Prevalência Aparente (PA) ou do Teste: É o número de animais identificados pelo teste como positivos. É dada pela proporção do total de indivíduos positivos no teste diagnóstico na população estudada. É dada pela formula: PA = a + b/N x 100 Sensibilidade (S): É capacidade de um teste revelar um indivíduo positivo quando ele está doente. Proporção de doentes positivos ao teste. É dada pela formula: S = a/a+c x 100 Especificidade (E): É a capacidade de um teste revelar um indivíduo negativo quando ele está sadio. Proporção de animais sadios que dão resultado negativo no teste. É dada pela formula: E = d/b+d x 100 Sensibilidade e Especificidade têm relação inversa, ou seja, à medida que uma aumenta a outra diminui. Devemos utilizar um teste com alta sensibilidade quando: for importante a identificação da fonte de infecção; • Ex.: erradicação de doenças. para triagem, quando se deseja conhecer o status sanitário de uma população, em programas de controle ou erradicação; a prevalência de uma enfermidade for baixa; zoonoses importantes; doenças exóticas Devemos utilizar um teste com alta especificidade quando: for necessária a confirmação de um diagnóstico negativo; quando é necessário um monitoramento (follow-up); quando as implicações de um teste positivo forem importantes. • Ex. eutanásia do animal reagente - Febre aftosa, Leishmaniose Valor Preditivo do Resultado Positivo (VPR+): É a probabilidade de animais doentes serem positivos ao teste. Ou seja, é a chance de o teste identificar como positivo um animal infectado. É dado pelo cálculo: VPR+ = a/a+b x 100 Valor Preditivo do Resultado Negativo (VPR-): É a probabilidade da ausência da doença em animais negativos ao teste. Ou seja, é a chance de o teste identificar como negativo um animal sadio. É dado pelo cálculo: VPR- d/c+d x100 VPR+ e VPR- não são inversamente proporcionais! São influenciados pela prevalência, sensibilidade e especificidade. Taxa de Falsos Positivos (TFP): É a proporção de animais positivos dentro do total de animais sadios/não infectados. Ou seja, é a chance de o teste identificar como positivos animais que estão sadios/não infectados. É dado pela formula: b/b+d x 100 Taxa de Falsos Negativos (TFN): É a proporção de animais negativos no teste dentro do total de animais infectados/doentes. Ou seja, é a chance de o teste identificar como negativos animais que estão infectados/doentes. É dado pela formula: c/a+c x 100 Coeficiente Global do Teste (CG): Também chamado de Eficiência ou Acurácia. É a habilidade de um teste diagnóstico em detectar o verdadeiro estado de saúde de um indivíduo em uma população composta tanto por sadios quanto por doentes.Indica a proporção de resultados verdadeiros que o teste diagnóstico é capaz de identificar. É dado pelo calculo: CG = a+d/N x 100 Indice de Youden (J): Também é um indicador global de resultados corretos e é obtido pela fórmula: J = (a/a+c) + (d/b+d) – 1 Ou J = Sensibilidade + Especificidade – 1 PONTOS DE CORTE Como interpretar o resultado final de múltiplos testes quando eles são processados sequencialmente ou simultaneamente para classificar a condição de saúde do animal? Múltiplos testes Testes em Série: aplicados em sequência. Cada teste executado deve ser POSITIVO para classificar cada animal como POSITIVO. Um verdadeiro positivo é determinado se ambos os testes forem positivos. Testes em Paralelo: aplicados simultaneamente. Cada teste executado deve ser NEGATIVO para classificar cada animal como NEGATIVO. Um verdadeiro positivo é determinado se um único teste for positivo. E se eu quiser comparar dois testes e nenhum deles for o padrão ouro? Concordância: É calculada quando se quer estabelecer a relação entre dois testes, quando nenhum deles é o padrão ouro. Determina a proporção de resultados dos testes que concordam entre si. São de dois tipos: Concordância Observada e Concordância Esperada • CO: a+d/N • CE: [(a+b) x (a+c)] + [(c+d) + (b + d)]/ N² TESTE KAPPA (K) Serve para corrigir as variáveis de concordância devido ao acaso. Calculado a partir da Concordância Observada e da Concordância Esperada (K) = CO – CE/1-CE Outras características a serem consideradas na avaliação de um método diagnóstico: • Custo/benefício • Praticidade • Facilidade de Execução • Equipamentos Utilizados • Reprodutibilidade INDICADORES DE OCORRÊNCIA DE DOENÇAS EM POPULAÇÕES Também chamados de: • Indicadores de saúde ou • Indicadores epidemiológicos Utilizados na vigilância epidemiológica de populações. Descrição da ocorrência de agravos em populações -> contagem dos indivíduos afetados • Quantificar o agravo para então ele ser descrito; • Quando e onde um agravo está ocorrendo; • Relacionar população sob risco; • Avaliar importância do agravo; • Definir prioridades. A medida da saúde: A mensuração do estado de saúde de uma população se faz negativamente, através da frequência de eventos que expressam a “não saúde”: MORTE = indicadores de mortalidade DOENÇA = indicadores de morbidade Números Absoluto: O número absoluto de indivíduos que morrem e adoecem são medidas cujo significado está restrito ao tempo e à população considerada. Não se prestam à comparação de medidas de morbidade e mortalidade de diferentes populações (ou da mesma população em diferentes momentos). OBS: Os valores absolutos têm importância para o planejamento e a gerência dos serviços. Números Relativos: Os indicadores de saúde são medidas relativas (ponderadas), estão sempre referidos a uma população específica e a um intervalo de tempo determinado. Correspondem a quocientes (frações) que podem ser: índices ou coeficientes. São indicados para: • Avaliar a condição de saúde de uma determinada população • Planejar e avaliar os serviços de saúde • Identificar os fatores determinantes de doenças • Permitir a implementação de medidas de prevenção • Avaliar os métodos utilizados no controle das doenças • Descrever a história natural das doenças e classifica-las INDICES Relação entre duas quantidades: • Não avalia risco ou probabilidade associada à um evento • Determina as prioridades de ação -> principais causas de prejuízo • Otimiza as medidas de prevenção e controle Índice Demográfico ou Índice de Densidade Populacional: Expressa a intensidade de ocupação de uma determinada área por uma população. ID = Número de Indivíduos/ Área (em veterinária o resultado se dá por cabeças/hectare) Índice Vital de Pearl: Expressa a dinâmica populacional IVP = Nº de nascidos vivos na Localidade X no Período Y/ Nº total de óbitos na mesma Localidade e Período Quando > 1: População está aumentando; quando = 1: População está estável; quando < 1: População está diminuindo Índice de Mortalidade Proporcional: Refere-se à determinada causa ou faixa etária. De acordo com a causa do óbito: IMP = N° de óbitos por determinada causa/Número total de óbitos x 100 Indica a importância da doença como causa do óbito na população De acordo com a idade: IMP = N° de óbitos em determinada idade/n° total de óbitos em todas as idades x 100 Exemplo: N° de óbitos de leitões com menos de 1 mês/número total de óbitos x 100 Mostra a longevidade da população, que está relacionada à qualidade de vida. COEFICIENTES • Também chamados de TAXAS • Frequência de determinada característica, expressa pelo tamanho da população. • Expressa o risco ou probabilidade associada à um evento. Os coeficientes costumam ser números pequenos - O denominador costuma ser muito maior do que o numerador. Devem ser multiplicados por uma potência de 10 (10X), a fim de apresentá-los em um formato mais “assimilável” (em geral um número > 1). x -> varia conforme a frequência (100, 1.000, 10.000, 100.000...) N° de casos/população x 10(elevado a x) Podem ser classificados em gerais e específicos: • Gerais ou brutos: quando as restrições apresentadas se limitam, apenas, a tempo e espaço, propiciando uma visão global do fato apreciado. • Específicos: quando, além de tempo e espaço, outras restrições como sexo, raça, faixa etária e causas específicas, podem estar incluídas Coeficiente Geral de Natalidade: Avalia a intensidade de crescimento populacional CGN= N° de Nascidos Vivos numa Localidade X e Período Y/média da população da localidade no período considerado x 10x (elevado a x) Coeficiente Específico de Natalidade: Coeficiente de Natalidade Monógeno Feminino • Avalia a intensidade da natalidade, referente à capacidade reprodutiva (Fecundidade) • População realmente exposta ao risco de gestação • É importante para medir o crescimento da população CNMF = N° de Nascidos Vivos numa Localidade X e Período Y/ N° médio de fêmeas em idade de procriar x 10x (elevado a x) Às vezes pode ser conveniente introduzir mais algum critério restritivo, como a idade por exemplo. Desta forma é possível determinar um coeficiente por grupo etário, o que facilita a avaliação do índice de natalidade nas diferentes faixas etárias. Coeficiente Geral de Mortalidade: Avalia a taxa de mortalidade de uma população. Lembrar que existe uma população exposta ao RISCO! Reflete o risco que um indivíduo dessa população corre de morrer, por qualquer causa, durante o período considerado. CMG = N° de Mortes por todas as causas na Localidade X e Período Y/ Média da população da mesma Localidade e Período x 10x (elevado a x) Coeficiente Específico de Mortalidade: Vários critérios podem ser acrescentados: Faixa etária Sexo Causa específica COEFICIENTES DE MORBIDADE Mostram a frequência das doenças nas populações. Reflete a probabilidade ou risco que corre um indivíduo desta população de ficar doente. PREVALÊNCIA: Total de casos existentes de uma doença, em uma determinada população, em um certo momento. [VOLUME] INCIDÊNCIA: Quantidade de casos novos de uma doença, ocorridos em uma população, durante um certo período. [VELOCIDADE] Coeficiente de Prevalência ou Morbidade Prevalente: Mede a frequência de casos da doença (doentes, reagentes ou infectados) em determinado momento ou num intervalo de tempo restrito. É uma fotografia do estado de saúde da população. Prevalênciapor ponto ou por período (ex. prevalência anual) N° de casos da doença existente no Local X num dado momento/ População existente naquele momento e local x 10x (elevado a x) Coeficiente de Incidência ou Morbidade Incidente: Avalia a frequência de novos casos da doença (doentes, reagentes ou infectados) em uma população, num determinado período de tempo. Está relacionada a população exposta ao risco. É um filme do estado de saúde da população. Reflete a força de propagação da doença na população. N° de casos novos de determinada doença no Local X e Período Y/ Média da população susceptível à doença x 10x Coeficiente ou Taxa de Ataque: População exposta ao risco por apenas um período limitado de tempo. Coeficiente Primário de Ataque: Mede o risco que os animais têm, naquelas condições, de adquirir a doença. N° de casos de determinada doença no Local X e Período Y/ População exposta ao risco x 10x Coeficiente Secundário de Ataque: Mede o número de animais que adquiriram a doença ou infecção após ultrapassado o período de incubação da doença. N° de casos após o aparecimento dos casos primários/ População exposta aos casos primários x 10x Coeficiente de Letalidade ou Fatalidade: Mede o grau de harmonia na relação entre hospedeiro e parasita indicando a virulência do agente. Reflete o risco de um animal morrer por determinada doença. Não confundir com mortalidade, que é a relação entre óbitos e a população. N° de óbitos por determinada doença no Local X e Período Y/ N° de médio de casos da doença x 10x ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS Procedimentos: Coleta e avaliação de dados pré-existentes e formulação de hipóteses; Realização de observações pessoais para induzir ou inferir sobre o observado, com o objetivo de sugerir associações ou relações para elaboração de novas hipóteses; Análise de dados para testar o verdadeiro valor da hipótese Seu objetivo é: Tentar estabelecer relações causais entre uma determinada causa (fator) e um determinado efeito (doença). Verificar se tal causa (fator) é determinante de tal efeito (doença) Tipos de relações entre duas variáveis • Relação simétrica: Nenhuma das variáveis influi sobre a outra. • Relação recíproca: Ambas se influenciam mutuamente. • Relação assimétrica: Apenas uma das variáveis influi sobre a outra (relação causal) Variável dependente: É o efeito presumido, ou seja, a condição cuja explicação está sendo tentada (Doença). Altera-se concomitantemente às mudanças ocorridas na variável independente. Seus valores dependem dos valores assumidos pela variável independente. Variável independente: É a causa em estudo, ou seja, o fator que, se presente ou ausente, pode contribuir para que o ocorra o efeito (doença). Pode causar ou alterar a variável dependente. Variável independente: • Causal - fator ao qual se atribui a enfermidade. • Adicional - pode influir sobre a hipótese causal. o Controlável -> fumo, dieta. o Não controlável -> stress. Sequência cronológica correta: A exposição ao fator suspeito deve anteceder o efeito; Intensidade da associação: Quanto mais intensa for a influência de uma variável sobre outra variável, mais provável será a associação entre causa e efeito observados; Especificidade da associação: Quanto mais específico é um fator em relação à doença, mais provável será o seu fator causal; Consistência da associação: Os resultados de uma investigação devem ser repetidos em uma outra investigação similar; Significância estatística: Deve-se fazer análises estatísticas para se verificar que o fator não ocorre por obra do acaso; Coerência científica: Os novos conhecimentos devem ser coerentes com os antigos, já validados em pesquisas anteriores. Princípio da multi-causalidade das doenças: As doenças não são provocadas por um único fator e sim da multiplicidade de causas e fatores combinados com o agente. Relação direta - Leptospirose e presença de ratos. Relação indireta - Leptospirose e ocorrência de chuvas. TIPOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLOGICOS Estudo descritivo: Observação, colheita e descrição de dados ou informações relativas às características da ocorrência de doença em uma população. Estudo analítico: Processamento e análise dos dados obtidos para formulação de hipóteses que possam explicar a ocorrência de doença em uma população Formulação de hipóteses: População atingida; Inter-relações entre suposto fator causal e efeito (doença) em questão; Ambiente em que ocorreram; Tempo necessário para a manifestação do efeito como consequência da exposição ao fator causal em estudo. Método da diferença: Em duas populações onde em uma ocorre a doença, e onde há o fator e na outra não há o fator, e formula-se a hipótese em relação ao fator. Método da concordância: Se a doença ocorre em duas populações em condições distintas e um fator está presente em ambas, este fator pode estar associado com a doença. Método da concomitância: Se um fator varia, em frequência ou intensidade, concomitantemente com a frequência da doença, pode ser a causa da mesma. Método da analogia: Comparando a distribuição de duas doenças diferentes, porém com características semelhantes (mesmo vetor ou reservatório) cujo conhecimento prévio de uma pode ser utilizados para se tentar explicar a outra. Método do resíduo: Tenta-se explicar a causa para a porcentagem dos casos que restaram e não foram explicados pelos fatores já conhecidos. Quando o fator causal for realmente associado à doença, os valores “a” e “d“ são bem maiores do que “b” e “c”. A investigação de uma hipótese pode partir da comparação entre os indivíduos doentes e não doentes ou entre a comparação dos indivíduos expostos e não expostos ao fator causal. ESTUDOS DE CASOS CONTROLE É feito para se tentar elucidar uma causa (fator) a partir de um efeito (doença). Identificam-se indivíduos doentes (casos) e indivíduos comparáveis sem a doença (controle). Investigam-se os fatores de risco aos quais os dois grupos foram expostos. É sempre retrospectivo (ocorrências passadas). Investigação consiste na comparação da prevalência de exposição ao fator pesquisado dos casos e dos controles: a/a+c e b/b+d Significância estatística: Teste Chiquadrado A decisão é tomada com base no valor estatístico do Chi-quadrado calculado: >3,84 - existe associação entre exposição e doença, estatisticamente significativa ao nível de 5% de significância (95% de confiança). OR (odds ratio): razão dos produtos cruzados na tabela 2x2. Quantifica a força da associação entre exposição e doença: OR= axd/bxc OR = 1 - ausência de associação; OR > 1 - exposição de risco; OR < 1 - um efeito protetor. ESTUDO DE COORTE É feito para se tentar elucidar um efeito (doença) a partir de uma causa (fator). Identificam-se dois grupos (expostos e não expostos) de forma comparáveis sem a doença (controle). Investiga-se a ocorrência de efeito (doença) nos dois grupos. Pode ser prospectivo (observação futura) ou retrospectivo (ocorrências passadas). Compara-se a/a+b e c/c+d (horizontal) A estratégia de análise do estudo de coortes consiste na comparação da taxa de ataque nos expostos e não expostos ao fator pesquisado: taxa de ataque entre expostos: a/a+b e taxa de ataque entre não expostos: c/c+d Significância estatística - Teste Chiquadrado: A decisão é tomada com base no valor estatístico do Chi-quadrado calculado: >3,84 - existe associação entre exposição e doença, estatisticamente significativa ao nível de 5% de significância (95% de confiança). Risco Relativo (RR): Expressaquantas vezes o risco de ocorrer uma doença é maior entre aqueles que foram expostos e os que não foram expostos ao fator causal. É dado pela incidência entre os expostos e os não expostos. Risco Atribuível (RA): É um parâmetro para abordagem individual e expressa a proporção de casos que podem ser atribuídos ao fator sob estudo. É dado pela incidência na população total (It) e a incidência entre os expostos e os não expostos ao fator (Ine). INVESTIGAÇÃO DE SURTOS OBJETIVOS Determinar a etiologia; Identificar as fontes de infecção; Estimar o alcance do problema; Propor ações corretivas imediatas; Propor medidas que impeçam novos surtos. TÉCNICA Entrevista e questionário; Exame da propriedade; Identificação dos doentes; Identificação dos sadios; Compilação e análise dos dados; Conclusão da investigação. Os objetivos são alcançados mediante: Descrição dos animais afetados e não afetados; Observação, registro e análise da enfermidade em relação ao tempo, lugar e diversos fatores de exposição e influência do meio ambiente; Exame clínico completo; Achados de necropsia Taxa de ataque entre expostos e não expostos
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