Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MEP II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período Epidemiologia ➢ CONCEITO → É estudar tudo sobre a população; → Não é só doença; → Tem objetivo de promover a saúde; → Propõe medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de dentro; → Fornece indicadores para suporte. ➢ MÉTODOS → Descritivos: estuda a distribuição. → Analíticos: estuda os determinantes. ❖ DESCRITIVOS • Descrições gerais relativas à relação de determinada doença com características básicas. • Ex.: levantamento do número de recém-nascidos afetados por Zika em 2015. ❖ ANALÍTICOS • Quem esteve, está ou estará exposto ou não e os graus. • 2 grupos (sempre): um tem e o outro não tem a condição. • Ex.: epidemia do vírus Zika (grupo afetado e não afetado). • Hospedeiro, ambiente e agente. → POPULAÇÃO: indivíduos com características específicos às quais de deseja estudar. → DISTRIBUIÇÃO: análise quanto ao tempo, pessoas, lugares e grupos de indivíduos afetados. → DETERMINANTES: fatores que afetam o estado de saúde, entre os quais, os fatores biológicos, químicos, físicos, sociais, culturais, econômicos, genéticos e comportamentais. → Obs.: em prevalência não precisa de ano, só em incidência. ✓ DETERMINAÇÃO DE RISCOS • Gera resultados que apontam os riscos que uma pessoa está sujeita. • Fornece dados básicos para associação entre exposição a um determinado fator e o surgimento subsequente da doença • Produz normas a serem recomendadas à população ou elabora padrões para vigilância • Conceito de Risco • Grau de probabilidade da ocorrência de determinado evento; • Nem todos indivíduos têm o mesmo risco; • O risco varia pela simples presença ou ausência de um fator, pela intensidade e pela combinação; • Cálculo de Risco • A probabilidade de ocorrer em futuro distante ou imediato pode ser estimada para um fator de risco isolado ou para vários • Há subgrupos que possuem aproximadamente os mesmos riscos, podendo obter os resultados: ➢ Risco Absoluto (Taxa de incidência): quantos novos casos da doença em um grupo (em um dado período). É uma forma simples de quantificação de riscos e tem maior significado quando comparado aos resultados de outros grupos obtidos de maneira semelhante. É calculado pelo número de novos casos dividido pela população sob risco. Ex: 15 óbitos anuais por coronariopatia por mil adultos com colesterol sérico elevado. Cinco óbitos anuais por coronariopatia por mil adultos com colesterol sérico baixo. ➢ Risco Relativo: quantas vezes é maior em um grupo que em outro. É a razão entre duas taxas de incidência. Ex: RR = 15/5 = 3. Interpretação: risco três vezes maior de mortalidade por coronariopatia entre os que têm colesterol sérico elevado, quando comparados com os que têm colesterol sérico baixo. MEP II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período ➢ Risco Atribuível (à exposição): indica a diferença de incidência entre os dois grupos (diferença atribuída à exposição ao fator de risco). É a diferença entre duas taxas de incidência. Ex: RA = 15 – 5 = 10 óbitos anuais por coronariopatia por mil adultos com colesterol sérico elevado. Interpretação: são os óbitos em excesso, atribuídos à presença de colesterol sérico elevado, nas pessoas integrantes do grupo considerado. → ENDEMIA: É a ocorrência habitual de uma doença ou de um agente infeccioso, em determinada área geográfica; pode significar, também, a prevalência usual de determinada doença nessa área. → EPIDEMIA: É doença geralmente infecciosa, de caráter transitório, que ataca simultaneamente grande número de indivíduos em uma determinada localidade. → PANDEMIA: É epidemia de grandes proporções, atingindo grande número de pessoas em uma grande área geográfica (um ou mais continentes). → SURTO: Acontece quando há o aumento repentino do número de casos de uma doença em uma região específica. Para ser considerado surto, o aumento de casos deve ser maior do que o esperado pelas autoridades. Em algumas cidades a dengue é tratada como surto (e não como epidemia), pois acontece em regiões específicas (um bairro, por exemplo). → A EPIDEMIOLOGIA é um campo da ciência que estuda os riscos: ✓ Risco da ocorrência de doenças, agravos a saúde em escala social. ✓ Mas pode-se também tratar o risco como condição de saúde. ✓ EXEMPLO: como melhoria para a saúde da população risco indica a probabilidade... ✓ Podendo ser apresentado de forma de tabela, gráficos. → COMO OS RISCOS SÃO APRESENTADOS PARA A POPULAÇÃO? → São apresentados na forma de indicadores: ✓ MORTALIDADE: relação com a população total ✓ LETALIDADE: relação com a população de doentes, o quanto a doença mata ✓ VIRULÊNCIA: número de casos população de graves e o número doentes, o quanto de doenças. ✓ INCIDÊNCIA: casos novos ✓ PREVALÊNCIA: todos os casos. → As medidas de riscos são utilizadas em epidemiologia, para apresentar quantitativamente a relação entre eventos. ✓ RISCO ABSOLUTO (INCIDÊNCIA): ✓ RISCO RELATIVO: ✓ ODDS RATIO (OR) ➢ CAUSALIDADE: relação do tipo causa e efeito entre dois eventos. → ASSOCIAÇÃO = Quando duas variáveis andam juntas, dizemos que estão associadas. EXEMPLOS: ✓ Em geral os homens são mais altos que as mulheres, ASSOCIAÇÃO ENTRE SEXO E ALTURA ✓ Em geral, fumantes tem maior chances de desenvolver câncer de pulmão do que os não fumantes. ASSOCIAÇÃO ENTRE TABAGISMO E CÂNCER DE PULMÃO → CAUSA = A razão ou motivo que explica ou justifica um ato ou acontecimento. Uma causa e um evento, condição, característica ou uma combinação destes fatores, que se afetadas através de uma intervenção, modificam o risco de desenvolver uma doença. → Causalidade, ou seja, a relação do tipo causa e efeito entre dois eventos, significa que a presença de um deles contribui para a presença de outro. → E o que ocorre entre um fator de risco e uma doença. → A remoção do fator de risco, por sua vez, diminui a frequência. → Exemplo: O QUE SIGNIFICA, A CAUSA B? ✓ Josiane estava com dor de cabeça. Tomou uma aspirina e, 30 minutos depois, a dor de cabeça passou. OBSERVAMOS: MEP II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período ✓ Tomar aspirina e dor de cabeça passar, andaram juntas. PODEMOS AFIRMAR QUE A DOR DE CABEÇA PASSOU PORQUE JOSIANE TOMOU ASPIRINA? ✓ Diríamos que houve um efeito causal da aspirina sobre a dor de cabeça. → CLASSIFICAÇÃO DAS CAUSAS → Mecanismo de causa: DIRETA: INDIRETA: ➢ INFERÊNCIA CAUSAL= Processo através do qual julga-se se uma associação se refere a um efeito. ➢ Avalia-se o número e qualidade de estudos no assunto, possíveis explicações alternativas para os resultados. → Para ajudar nesse processo utiliza-se os critérios de Hill: → Classificação dos Critérios de Hill: ✓ Temporalidade e o único critério essencial: ✓ Especificidade, evidência experimental e analogia são poucos aceitos; ✓ Utilização desses critérios requer cautela; ✓ Inferência causal e uma questão de interpretação. ❖ EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS → A ênfase da medicina baseada em evidências encontra-se na necessidade de as decisões clínicas estarem fundamentadas em fatos, o enfoque comum da ciência, e não simplesmente em opiniões. → O movimento em seu início estava restrito a médicos. → Expandiu-se para abarcar outros aspectos atuando na gestão e o planejamento baseados em evidências. → A expansão para alcançar diferentes situações, problemas e profissionais fez com que o movimento passasse a ser denominado “prática baseada em evidências” ou “saúde baseada em evidências”. → O movimento reforçou o método científico como a fonte de provas para fundamentar as decisões, ações e recomendações em saúde. → Fatos que são utilizados como provas são baseados em publicações científicasconfiáveis. → A medicina baseada em evidências, tem entre seus alicerces os princípios da epidemiologia e da estatística. → Organizou-se hierarquias dos instrumentos (tipos de estudos) utilizados para produzir informações científicas. → A prática baseada em evidências será sistematicamente avaliar as situações do dia a dia e usar a melhor evidência científica disponível para a tomada de decisões. ❖ TIPOS DE ESTUDOS → Entende-se por tipo de estudo (delineamento ou desenho), a estratégia empregada para alcançar os resultados da pesquisa. → Tende-se usar a melhor estratégia para neutralizar situações que dificultariam a interpretação dos achados. ❖ QUALIFICAÇÃO DOS ERROS: ERRO SISTEMÁTICO X ERRO ALEATÓRIO → O Erro Sistemático (viés) é a parcela previsível do erro correspondente erro médio. O erro sistemático não pode ser eliminado, podendo ser reduzido e/ou corrigido. FATOR (Dieta) DOENÇA (Infarto) FATOR (Dieta) DOENÇA (Infarto) A Pressão Arterial MEP II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período → Por outro lado, o Erro Aleatório (ao acaso) é a parcela imprevisível do erro e se se origina de variações temporais ou espaciais. Diferente do erro sistemático, o erro aleatório não pode ser eliminado nem corrigido, mas geralmente reduzido. → A importância de diferenciar erros sistemáticos de erros aleatórios é que as técnicas para lidar com cada um deles se diferem. ✓ Erro Sistemático (Viés): → Não é aleatório. → Os resultados de uma pesquisa que contém viés estarão sistematicamente desviados de seu real valor. • Ex: balança desregulada para mais, sempre apresentará peso corporal aumentado em relação ao real. • Regra Geral: o Viés é unidirecional! • Se o erro for de alta relevância, a credibilidade das conclusões estará comprometida → VIESES METODOLÓGICOS SÃO SUBCLASSIFICADOS: → Seleção: está relacionado com distorções na amostra ou na população de estudo → Aferição: erros sistemático ao lidar com os dados. → Confusão: na interpretação (ocorre quando os efeitos de duas variáveis não estão separados, dificultando a interpretação). • Ex: observa-se que os consumidores de café em grandes quantidades apresentam maior incidência de problemas coronarianos, quando comparados aos não consumidores de café. • A interpretação de o café ser fator de risco para coronariopatias estará equivocada se o efeito do tabagismo não for levado em consideração. • Há uma proporção muito grande de tabagistas entre os que tomam café em excesso, e o tabagismo é o fator de risco para coronariopatias. ❖ ANÁLISE DE DADOS EPIDEMIOLÓGICOS: → ESTATÍSTICA: estudo dos métodos para coletar, organizar apresentar e analisar dados. → BIOESTATÍSTICA: estatística aplicada às ciências biológicas e da saúde. → TODA PESQUISA CIENTÍFICA É BASEADA EM UMA PERGUNTA! → A escolha adequada da ferramenta estatística a ser utilizada em um estudo depende essencialmente da pergunta formulada. → De modo mais amplo, para conseguirmos uma resposta adequada a essa pergunta, precisamos estabelecer regras para a coleta dos dados e composição das amostras. → Essas regras definem o desenho de nosso estudo! ❖ VARIÁVEIS → Característica de interesse que pode assumir diferentes valores ou classificações para diferentes sujeitos, organismos ou objetos selecionados para nosso estudo. → As variáveis são sempre escolhidas de acordo com o objetivo da investigação a ser realizada. → Algumas variáveis são numéricas (idade, pressão arterial, peso, etc) → Outras variáveis descrevem classificações, atributos ou qualidades dos indivíduos (prática de exercícios físicos, o motivo da internação, a dificuldade de locomoção, etc). → VARIÁVEIS QUANTITATIVAS: As variáveis “numéricas” que expressam grandezas matemáticas: ✓ DISCRETAS: Expressa NÚMEROS INTEIROS, resultantes de um processo de contagem. EXEMPLO: nº de filhos, idade, nº de pessoas residentes no domicilio. ✓ CONTÍNUAS: Valores em uma ESCALA CONTÍNUA (na reta real). Seus resultados são geralmente provenientes de uma mensuração. EXEMPLO: peso, altura, níveis séricos de colesterol. → VARIÁVEIS QUALITATIVAS: Descrevem classificações, atributos ou qualidades. ✓ ORDINAIS: Assumem classificações, atributos ou qualidades que podem ser descritas em uma ORDEM NATURAL. EXEMPLO: Nível de escolaridade (sem escolaridade, ensino fundamental, ensino médio ou ensino superior), classe econômica (A, B, C, D ou E), gravidade de uma doença (leve, moderada ou alta). MEP II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período ✓ NOMINAL: NÃO HÁ UMA ORDEM NATURAL para as classificações, atributos ou qualidades que essas variáveis assumem. EXEMPLO: sexo, tipo sanguíneo, diabetes (presente ou ausente). → Às vezes uma variável originalmente quantitativa pode ser tratada como qualitativa. EXEMPLO: Idades em faixas etárias (0 a 5 anos, 6 a 10 anos, 11 a 15 anos, etc). → EXEMPLO: A relação entre o hábito de fumar cigarros e o desenvolvimento de doenças pulmonares: • QUANTITATIVA DISCRETAS: Relacionar o número de cigarros consumidos por dia por cada um dos pacientes com a idade de início do consumo de cigarros e a idade atual. • QUANTITATIVAS CONTÍNUA: Relacionar o peso dos pacientes ao estado de saúde. • QUALITATIVA NOMINAL: Relacionar o gênero dos investigados ao hábito de fumar • QUALITATIVA ORDINAL: Registrar o estágio da doença em que os pacientes se encontram (inicial, intermediário e terminal) e relacionar o hábito de fumar ao nível de instrução: fundamental, médio, superior e pós-graduação. ❖ MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL E DISPERSÕES: Descrição de variáveis quantitativas → TENDÊNCIA CENTRAL: média aritmética, mediana e moda. → DISPERSÕES: amplitude amostral, variância, desvio padrão, erro padrão, intervalo de confiança e amplitude interquartílica. ✓ A medida de dispersão mede a variabilidade dos dados AMPLITUDE AMOSTRAL= diferença entre o menor e maior valor das observações. Quanto maior a amplitude, maior tende a ser a dispersão dos dados. • DESVIO= diferença entre um dos números de um conjunto de a média desse conjunto. • VARIÂNCIA= Variância, é uma medida de dispersão que mostra quão distantes os valores estão da média. Nesse caso, como estamos analisando todos os valores de cada funcionário, e não apenas uma "amostra", trata-se do cálculo da variância populacional (var). ✓ O cálculo da variância populacional é obtido através da soma dos quadrados da diferença entre cada valor e a média aritmética, dividida pela quantidade de elementos observados. ✓ Quanto maior for a variância, mais distantes da média estarão os valores, e quanto menor for a variância, mais próximos os valores estarão da média • DESVIO PADRÃO= O desvio padrão (dp) é simplesmente o resultado positivo da raiz quadrada da variância. ✓ Na prática, o desvio padrão indica qual é o "erro" se quiséssemos substituir um dos valores coletados pelo valor da média. ✓ É calculado = raiz quadrada da variância. ❖ ANÁLISE DE DADOS EPIDEMIOLÓGICOS → POPULAÇÃO: conjunto de todas as pessoas, sujeitos, organismos ou objetos que possuem uma ou mais características em comum, de modo que a pergunta formulada é a eles direcionada. → Uma população pode ser composta de um número tão grande de elementos que às vezes não é possível quantifica-lo. Nesse caso, dizemos que a população é de tamanho infinito, embora esse número não seja necessariamente infinito sob um ponto de vista matemático. → AMOSTRA: “miniatura” da população. Uma amostra que não representa adequadamente a respectiva população é chamada ENVIESADA OU TENDENCIOSA. Exemplo: se dividirmos uma cidade em setores, e em cada setor selecionarmos ao acaso um certo número de habitantes parem serem entrevistados em seus domicílios.→ AMOSTRAGEM: a população de pessoas que atendem aos critérios de seleção costuma ser grande demais, sendo necessário selecionar uma amostra (subconjuntos da população) → Tem-se as amostras probalísticas e não-probabilística • PROBABILÍSTICA: cada elemento da população possui a mesma probabilidade de ser selecionado para compor a amostra: ✓ Aleatória simples: enumeram-se (listam-se) todas as pessoas da população a partir da qual a amostra será sorteada, chances iguais de ser selecionado. Seleciona-se aleatoriamente um subconjunto. ✓ Sistemática: os elementos do universo, a ser pesquisado são divididos em grupos numericamente iguais, assim, após essa segmentação é definido um “ponto de partida”, de modo a estabelecer um número que se repetirá, em sequência, dentro de todos os grupos determinados, até que toda a amostragem seja selecionada. MEP II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período ✓ Aleatória estratificada: Realizada em dois passos 1- dividir a população em grupos distintos (Esses grupos devem ser segmentados com características da população que auxiliem o tema estudado, podendo ser idade, sexo, trabalho, nível de escolaridade, entre outros). 2- Depois de distribuir a população nesses grupos, seleciona-se uma amostra aleatória de cada um desses “estratos”. ✓ Conglomerados: A amostra é realizada em mais de uma etapa. Os grupos (ou conglomerados) são definidos. Assim, somente no último estágio os indivíduos que participarão da entrevista serão sorteados. O número de etapas a que uma mostra por conglomerados deve conter, varia com o tipo de pesquisa e o quanto o universo estudo deve ser dividido de forma a auxiliar o estudo, quanto maior e mais heterogênea uma população, mais divisões se tornam necessárias. 1º estágio: por conglomerado (unidades dos ESFs); 2º estágio: aleatório simples estratificado de acordo com o período do climatério (pré, peri e pós menopausada). • NÃO-PROBABILÍSTICA: a seleção da amostra depende do julgamento do pesquisador. Há uma escolha deliberada dos elementos para compor a amostra. ✓ Conveniência: Não exige tanto critério na pré- seleção do público a ser pesquisado, ou seja, o universo da pesquisa não precisa estar totalmente definido para que essa seja efetuada. Por não tem muito critério na seleção de perfis a serem entrevistados, a amostra por conveniência pode gerar um resultado enviesado. Uma pesquisa realizada em uma praça na cidade, provavelmente não comportará todo o universo necessário em uma pesquisa. ✓ Intencional (julgamento): A escolha dos respondentes é feita partir do julgamento do pesquisador. Assim, o pesquisador busca por indivíduos que possuem características definidas previamente para sua amostra. ▪ Por exemplo: Em uma pesquisa sobre desempenho acadêmico, um pesquisador resolve entrevistar somente aqueles alunos que tenham coeficiente de rendimento acadêmico acima de 7, julgando que estes dariam respostas mais condizentes com o assunto. ❖ BIOESTATÍSTICA – DISTRIBUIÇÃO NORMAL → A distribuição de um grupo de dados quantitativos é forma como ele se apresenta ao se dividir faixas de valores e observar a frequência de cada faixa. → Embora existam inúmeras formas de distribuição possíveis, algumas tem mais importância. A principal delas é a distribuição normal, também conhecida como distribuição Gaussiana, ou paramétrica. → Uma distribuição normal tem forma de uma curva simétrica, parecida com um sino, e é DEFINIDA POR APENAS DUAS MEDIDAS, A MÉDIA E O DESVIO PADRÃO. → A média é a posição do centro da curva, e o desvio padrão o ponto em que ela deixa de ser côncava e se torna convexa. Ou seja, a média posiciona o centro da curva, e o desvio padrão determina o quão dispersa ou concentrada ela é. MEP II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período ❖ MEDIDAS DE MORBIDADE INCIDÊNCIA-PREVALÊNCIA → MORBIDADE: é um termo genérico usado PARA DESIGNAR O CONJUNTO DE CASOS DE UMA DADA DOENÇA ou a SOMA DE AGRAVOS À SAÚDE que atingem um grupo de indivíduos. → Relação entre o número de casos de uma doença e a população exposta a adoecer. Discriminado em coeficiente de incidência e coeficiente de prevalência. Coeficiente de morbidade = número de casos de uma doença / população! → PREVALÊNCIA: é a medida do número total de casos existentes de uma doença em um ponto ou período de tempo e em uma população determinada, sem distinguir se são casos novos ou não. → Principais usos das medidas de prevalência estão: Planejamento de ações e serviços de saúde, previsão de recursos humanos, diagnósticos e terapêuticos. → Conhecimento sobre a prevalência de hipertensão arterial entre os adultos de determinada área de abrangência pode orientar o número necessário de consultas de acompanhamento, reuniões de grupos de promoção da saúde e provisão de medicamentos para hipertensão na farmácia da Unidade de Saúde. → Ressalta-se que a prevalência é a medida mais adequada para doenças crônicas ou de longa duração! → A prevalência é um indicador da magnitude da presença de uma doença ou outro evento de saúde na população. Prevalência = número de casos / total x 10^N ▪ 10^N = fator ▪ N= número de pessoas com as a doença A no período X ▪ T = total de casos no mesmo período → Os principais fatores que determinam a taxa de prevalência: (1) A severidade da doença (se muitas pessoas que desenvolvem a doença, morrem, a prevalência diminui); (2) A duração da doença (se uma doença é de curta duração, sua taxa de prevalência é menor do que a de uma doença com longa duração); (3) o número de novos casos (se muitas pessoas contraírem a doença, sai taxa de prevalência será maior do que se poucas pessoas a contraírem) → INCIDÊNCIA: É a medida do número de casos novos de uma doença, originados de uma população em risco de sofrê-la, durante um período de tempo determinado. → Usos da incidência: → A incidência é a medida mais importante da epidemiologia. → Preferida em investigações científicas, seja nas pesquisas etiológicas, em estudos de prognósticos, na verificação da eficácia das ações terapêuticas e preventivas e em outros tipos de pesquisa. → Seu conhecimento, ou estimativa aproximada, necessário para planejar as investigações, como os ensaios clínicos, e, em especial, para determinar o tamanho da amostra. → Em muitas situações, no entanto, o conhecimento Ida incidência, embora desejável, não é de obtenção simples, como no caso nas doenças crônicas. → Na impossibilidade de medir diretamente incidência usa-se a prevalência, cuidadosamente, como substituto da incidência, ou estima-se incidência a partir de dados de prevalência. Incidência= Nn. de casos novos / total de casos X 10^N ▪ Nr. = número de casos novos da doença A em um período de X. ▪ Total = No Total de pessoas em risco no começo do mesmo período. → A incidência é um indicador da velocidade de ocorrência → de uma doença ou outro evento de saúde na população. → Incidência Cumulada/acumulada/cumulativa = quando trabalha com uma população fixa! → Por vezes, é possível medir a frequência da doença em uma população de composição constante: ou seja, uma "população fixa" → É o que ocorre em investigações longitudinais de morbidade, nas quais é feito o seguimento de um grupo de pessoas por um tempo determinado: Exemplo, indivíduos expostos a acidente de radiação nuclear = população fixa. MEP II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período ❖ INDICADORES DE SAÚDE → Os indicadores de saúde são usados em avaliações na área da saúde, geralmente indicadores “negativos” (mortalidade e morbidade) são utilizados em vez dos “positivos” (bem-estar, qualidade de vida e normalidade)→ São medidas utilizadas para descrever e analisar uma situação existente, avaliar o cumprimento dos objetivos, as metas e suas mudanças ao logo do tempo, além de prever tendências futuras. ➢ MORBIDADE: → Refere-se ao conjunto de indivíduos que adquiriram determinada doença em um intervalo de tempo; → É um termo genérico usado para designar o conjunto de casos de uma dada afecção ou a soma de agravos à saúde que atingem um grupo de indivíduos. → Doenças ≠ agravos ✓ MORBIDADE REFERIDA: Percebida pelo indivíduo e relatada por ele durante uma entrevista. É o que acontece, por exemplo, em inquéritos sobre sintomas, incapacidade física, uso de serviços de saúde e auto medicação; ✓ MORBIDADE OBSERVADA: Diagnosticada por um examinador, em geral, um profissional de saúde de nível superior, utilizando métodos apropriados, cientificamente testados. Refere-se aos sinais de doença, as alterações laboratoriais e os diagnósticos clínicos. → Os dados são obtidos a partir: coeficiente de incidência e coeficiente de prevalência. ➢ MORTALIDADE: → Se refere ao número de óbitos que ocorreram em determinada população, em determinado período de tempo. → Os indicadores de mortalidade, por sua vez, podem ser calculados como a razão entre frequências absolutas de óbitos e números de sujeitos expostos ao risco de morrer. ✓ COEFICIENTE DE MORTALIDADE GERAL: é calculado pela razão entre o número de óbitos e número de indivíduos de determinada população, e depois multiplicando pela base referencial para a população exposta ao risco de morrer. CMG = Nº de óbitos/ População × 10n ✓ COEFICIENTE DE MORTALIDADE INFANTIL: mostra desigualdades no setor de saúde que se acentuam com o grau de desenvolvimento das regiões estudadas. Nas regiões menos desenvolvidas os coeficientes são mais elevados. É calculado pela razão entre o número de óbitos de crianças menores de um ano pelos nascidos vivos naquele ano, em determinada área, multiplicando por 1000 o valor encontrado. Esse coeficiente mede, portanto, o risco de morte para crianças menores de UM ANO!! → O CMI possui dois componentes: → MORTALIDADE NEONATAL: inclui os óbitos infantis com menos de 28 dias do nascimento. → MORTALIDADE PÓS-NEONATAL OU TARDIA: compreende os óbitos entre 28 dias e um ano de vida ✓ COEFICIENTE DE MORTALIDADE MATERNA: é a razão entre o número de óbitos por causas ligadas à gestação, parto e puerpério em determinada área no ano e nascidos vivos no mesmo período x 100.000. ✓ LETALIDADE: o coeficiente de letalidade situa transição entre os indicadores de morbidade e mortalidade. ✓ A letalidade mede o poder da doença em determinar a morte e também pode informar sobre a qualidade da assistência médica prestada ao doente. ✓ A taxa de natalidade pode ser expressa como a intensidade dos nascimentos sobre determinada população. → Analisando os nascimentos a partir da taxa de natalidade, você pode calcular: • Crescimento vegetativo da população, • Estimar o componente migratório, • Planejar processos de gestão e avaliação de políticas públicas relacionadas à atenção à saúde materno-infantil. Taxa de natalidade = Nascidos vivos em determinado local e período/população dessa mesma área e período (resultado, geralmente, expresso em 1.000). → Fatores que influenciam a natalidade: fertilidade, fecundidade, crescimento vegetativo e crescimento demográfico. ❖ MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO → Medidas de associação são cálculos que estimam a probabilidade de um grupo exposto a determinado fator de MEP II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período desenvolver uma doença quando comparado a outro grupo que não sofreu tal exposição. → Risco relativo, Razão de chances /odds ratio: o considerados medidas de associação. ➢ RISCO RELATIVO: → O risco relativo indica a intensidade com que determinada exposição estaria relacionada ao estabelecimento da doença em estudo. → Ou seja, calculando o risco relativo, você vai estimar quantas vezes é mais provável que as pessoas expostas adoeçam QUANDO COMPARADAS AO GRUPO que não sofreu esta exposição. → O risco relativo é uma razão entre dois coeficientes de incidência. • Por exemplo: ▪ Entre o coeficiente de morbidade nos sedentários e nos não- sedentários; ▪ Entre o coeficiente de letalidade nos tratados e nos não- tratados, por um dado medicamento. → A computação do risco relativo (RR) é simples, basta dividir uma taxa de incidência por uma outra taxa de incidência. → O resultado final não tem unidades, representando a relação entre dois coeficientes, ou seja, quantas vezes um risco é maior do que um outro. → Pode-se expressar o risco relativo a partir da seguinte fórmula: Risco relativo = risco exposto / não exposto ao risco → TEM UMA MÉTRICA: Os resultados destes cálculos podem ser interpretados de três formas: • Risco relativo MENOR que 1: indivíduos expostos têm menor risco de ficar doente quando comparado aos não expostos. Este resultado sugere possível fator de proteção em relação à doença em questão. • Risco relativo IGUAL a 1: indica que tanto a população exposta quanto a não exposta tem o mesmo risco de ficar doente. Este resultado sugere que a exposição não apresenta associação com a doença estudada. • Risco relativo MAIOR que 1: indica associação entre a exposição e o estabelecimento da doença. Neste caso, os indivíduos expostos apresentam maior risco que os não expostos. → Esse estudo é realizado em coortes cujo objetivo é verificar a incidência de um evento ou doença. • Ex: A exposição prolongada ao sol pode influenciar na incidência de casos com Melanoma em adultos? PECO: P= adultos E= exposição – tomar sol C= controle- sem exposição ao sol O= ocorrência do desfecho- melanoma. ➢ RAZÃO DE CHANCES = ODDS RATIO: → É A CHANCE DA PESSOA TER OU NÃO A DOENÇA! → Geralmente usado nos estudos de caso controle. → Unidades amostrais - Caso Controle. ▪ Caso - desfecho de interesse. (a doença) ▪ Controle - não possuem. (quem não tem a doença) → Estudos retrospectivos. • Ex.: Existe diferença na morte subida de bebês que dormem de bruços? PECO P- Bebês E- Dormem de bruços C - Não dormem de bruços O - Morte súbita OR = Chance do desfecho / Chance de não ocorrência do desfecho OR= A÷C / B÷D. → Chance e não probabilidade: → O valor da probabilidade vai de 0 a 100%. → Chance valor que vai até 1. → Calcula a chance de ocorrer ou não o desfecho. MEP II Emilly Lorena Queiroz Amaral – Medicina/2º Período → Exemplo: OR = A/C ÷ B/D = → OR= 145/55 ÷ 99/101= 2,63/0,98= 2,69 → INTERPRETAÇÃO: O idoso tem uma chance 2,69 vezes maior de desenvolver casos graves de COVID -19 do que os jovens. → 0<OR<1 = a exposição ao risco protege da ocorrência. → OR=1 = A exposição ao risco não influência na ocorrência do desfecho. → OR>1 = A exposição ao risco aumenta a ocorrência do desfecho. ❖ INTERVALO DE CONFIANÇA → A chance de a média VERDADEIRA estar dentro do seu intervalo! → Geralmente é encontrado em 90%, 95% ou 99% → Interpretando: exemplo: Se achar uma prevalência em um estudo de uma doença entre 5% e 6% e IC = 90%, ele basicamente vai mostrar se pegar diferentes populações 90% dos casos vão estar nessa média (certo) e 10% estará fora. → O valor p indica a chance de a hipótese estar errada, ou seja, ser nula! → Por exemplo: o valor de P = 0,02 e o IC = 95%, sendo assim, calculamos α = 100-IC → O α é a margem de erro, estipulando o erro. → Para o resultado ser significativo o valor de P tem que ser menor que o alfa! Então no exemplo seria significativo. → No caso do risco relativo ou razão de chances: o valor 1 representa ausência de diferença entre grupo tratamento versus grupo controle; ou expostos ao fator de risco versus nãoexpostos. → Se o intervalo de confiança do risco relativo envolver o valor 1, o estudo não terá significância estatística para rejeitar a hipótese nula. Pode conferir, isso sempre coincide com um valor de P maior do que 0.05. → No caso da redução absoluta de risco, o intervalo de confiança não deve envolver o zero para ter significância estatística.
Compartilhar