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Nascimento: A. A visão proposta por Ernest Gellner é evidenciada pelo trecho, na medida em que o nacionalismo pode ser entendido como o fenômeno que pretende unir Estado e Nação. Na situação descrita, os bósnios, enquanto Nação tentava proclamar um Estado para si. Nascimento concorda com essa visão, assumindo que necessariamente todo nacionalismo requer a formação de um Estado. INCORRETA. Apesar de a visão de Gellner unir virtualmente os conceitos de patriotismo (lealdade ao Estado) e nacionalismo (lealdade à Nação), Paulo César Nascimento vai além: para o autor, nem todos os movimentos nacionalistas reivindicam a formação de um novo Estado. Muitas vezes procuram apenas certa autonomia política em relação a um poder centralizado. (ver págs. 34 e 35). B. Hobsbawm afirma o caráter histórico e emancipador do nacionalismo surgido num espaço-tempo posterior à derrocada do socialismo real em contrapartida a nacionalismos constituídos por manifestações divisionistas e reacionárias. INCORRETA. Para Hobsbawm, o caso do Leste Europeu é exemplo de manifestações reacionárias que surgiram do colapso da ordem vigente, sendo destituídas do caráter integrativo e emancipador do nacionalismo clássico. (ver pág. 36). C. O caso exposto pelo trecho acima se enquadra na visão “instrumentalista” do nacionalismo. Segundo esta visão, movimentos étnicos e nacionalistas são usados para defender o poder político de elites, de forma a criar sectarismos políticos e sociais. No caso da Iugoslávia, houve uma predisposição ao conflito, já que as diferenças étnicas e religiosas eram evidentes. CORRETA. Nascimento aponta que a mobilização nacionalista de comunidades é facilitada sempre que a sociedade já está marcada por profundas diferenças étnicas e religiosas. No caso da Iugoslávia, Slobodan Milosevic e a nomenklatura sérvia (grupo político com inúmeros privilégios), passaram a disputar o espaço público no processo de democratização do país. A estratégia foi entendida como manipulação de grupos rivais para legitimar seu discurso. (ver pg37). D. Benedict Anderson discorda de Ernst Gellner e afirma o caráter puramente manipulador do nacionalismo. O objetivo de Anderson é provar que o nacionalismo se mascara sob falsas pretensões. INCORRETA. Benedict Anderson afirma exatamente o contrário em sua crítica a Gellner: para além de uma dimensão política manipulada, o fenômeno da nação refere-se a uma dimensão psicológica. Nesta, as pessoas partilham um senso abstrato de pertencimento a uma entidade eterna, evocando nos indivíduos um sentido de imortalidade. (ver pág. 37). E. Apesar dos conceitos de etnia e nação se confundirem, eles guardam diferenças entre si. Muitos autores sustentam que etnia sempre envolve auto definição, enquanto a nação é identificada por outsiders. INCORRETA. As definições apresentadas estão invertidas. A etnia envolve laços de solidariedade que são aceitos inconscientemente como afirma Charles Winick. Já a nação conteria uma auto - percepção de diferença em relação às demais comunidades, bem como uma identificação de elementos comuns intrínsecos ao grupo. (ver pág. 37). II. O nacionalismo não é um fenômeno puramente “interno”. Ele também se fortalece nas interações pacíficas ou belicosas entre países. III. A visão de Clifford Geertz afirma que são os laços primordiais os obstáculos à unidade nacional que as políticas de nation-building perseguem. V. O nacionalismo étnico é por natureza excludente e coletivista. Ele ressalta atributos específicos de uma cultura ao invés de transcender as diferenças através da cidadania. A. Os autores que tentaram superar a dicotomia nacionalismo cívico x nacionalismo étnico esbarraram na impossibilidade de se atribuir elementos culturais ao primeiro. Para teóricos como Will Kymlicka, o nacionalismo cívico é puramente político. INCORRETA. Kymlicka sustenta o oposto. Para ele não existiria um nacionalismo “cívico” puramente político e que refletisse a adesão automática a valores democráticos porque a cultura na qual ele está inserida também afeta sua concepção. (ver pág. 45). B. Para Greenfeld, a era do nacionalismo foi inaugurada pelas transformações políticas da Inglaterra no século XVI. O termo nação deixou de significar atributos de um povo e passou a denominar uma elite política, daí o nome nacionalismo cívico. INCORRETA. Greenfeld afirma que as reformas inglesas do século XVII possibilitaram uma transformação semântica da palavra nação guiada pela ideia de soberania popular e instituições democráticas que ganharam forma neste período. O sentido deixou de ser relacionado às elites e passou a ser aplicada a toda a população da Inglaterra. (ver pág. 42). C. Para Hobsbawm, o que torna um indivíduo cidadão é a língua que ele fala e o território a que ele pertence, distanciando-se da concepção cívica de nacionalismo. INCORRETA. Há uma aproximação em relação ao nacionalismo cívico, uma vez que Hobsbawm reconhece como elemento central a adesão a princípios políticos da soberania popular e do governo representativo. (ver pág. 42). D. No contexto histórico brasileiro, a ideia da miscigenação e do “mito da democracia racial” correlacionam conceitos como ressentimento e transvalorização de valores, superando em uma dimensão cívica os efeitos excludentes da escravidão. INCORRETA. A miscigenação e o “mito da democracia racial” se relacionam aos conceitos de ressentimento e transvalorização de valores, mas ainda reforçam assimetrias raciais no Brasil (ver pág. 44). E. Para Nascimento, a ideia de uma identidade nacional e de uma cidadania completamente despidas de componentes étnicos e baseadas somente em princípios cívicos é irreal. CORRETA. Para Nascimento, a dicotomia entre nacionalismo cívico e nacionalismo étnico é reducionista, não sendo possível a existência de sociedades baseadas puramente em um dos critérios. (ver pág. 44 e 45).
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