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Nacionalismo africano

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Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação à Distância
 Nacionalismo Africano do Sec. XVIII a XX
 Nome do Estudante: Ligório António Munhaule
 Código do Estudante: 708180482
 Curso: Licenciatura em Ensino de História
 Disciplina: História das Instituições Políticas IV Código: H0177
 Ano de Frequência: 4° Ano
 Maputo, Maio de 2021
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	Pontuação máxima
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	Subtotal
	Estrutura
	Aspectos organizacionais
	· Capa
	0.5
	
	
	
	
	· Índice
	0.5
	
	
	
	
	· Introdução
	0.5
	
	
	
	
	· Discussão
	0.5
	
	
	
	
	· Conclusão
	0.5
	
	
	
	
	· Bibliografia
	0.5
	
	
	Conteúdo
	Introdução
	· Contextualização (Indicação clara do problema)
	1.0
	
	
	
	
	· Descrição dos objectivos
	1.0
	
	
	
	
	· Metodologia adequada ao objecto do trabalho
	2.0
	
	
	
	Análise e discussão
	· Articulação e domínio do discurso académico (expressão escrita cuidada, coerência / coesão textual)
	2.0
	
	
	
	
	· Revisão bibliográfica nacional e internacionais relevantes na área de estudo
	2.
	
	
	
	
	· Exploração dos dados
	2.0
	
	
	
	Conclusão
	· Contributos teóricos práticos
	2.0
	
	
	Aspectos gerais
	Formatação 
	· Paginação, tipo e tamanho de letra, paragrafo, espaçamento entre linhas
	1.0
	
	
	Referências Bibliográficas
	Normas APA 6ª edição em citações e bibliografia
	· Rigor e coerência das citações/referências bibliográficas
	4.0
	
	
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Índice
Introdução ……………………..……………………………………………………….………… 1
Quadro teórico 
Conceito de nação ……………………………………………………………………...………… 2
Conceito de nacionalismo ……………………………………………………………..…...…….. 3
Pan – africanismo ………………………………………………………………………….…….. 4
Negritude ………………………...………………………………………………………………. 5
Contexto histórico e origem do nacionalismo africano ……………………….…………………. 6
Os Grupos Motores do Nacionalismo Africano …………………….…………………………… 6
Os Sindicatos Africanos ……………………………………………….………………………… 7
Os Intelectuais ……………………………………………………………...……………………. 7
Os estudantes ………………………………………………………………………………..…… 7
As Igrejas ………………………………………………………………………………………… 7
Os Partidos Políticos …………………………………………………………...………………… 7
As causas do nacionalismo africano …………………………………………………………..…. 8
Conclusão …………………………………………………………………………….………….. 9
Referencias bibliográficas …………...…………………………………………………………. 10
1
ii
Introdução
O presente trabalho de pesquisa, debruça-se sobre a Nação e Nacionalismo Africano, concretamente no que concerne a origem e a sua evolução. Falar do nacionalismo africano é falar de um despertar nacional, tentativa sofrida de ressurgimento de uma personalidade há séculos negada, tentativa de opor-se ao poder opressor dos estrangeiros forçosamente estabelecido no continente. Dai que se torna importante sublinhar que o nacionalismo é só justificável quando um povo se encontra oprimido. Ele concentra-se numa aspiração bruta das diversas forças sociais, igualmente humilha das e que vive na esperança.
Objectivo geral:
O objectivo principal deste trabalho, é procurar transmitir o essencial daquilo que foi o nacionalismo e a união dos povos Africanos.
Objectivos específicos:
· Conceitualizar a nação e o nacionalismo;
· Contextualizar o surgimento do nacionalismo africano;
· Explicar as causas do nacionalismo africano;
· Indicar os grupos motores do nacionalismo africano.
Metodologia
Pretendemos explicitar em traços gerais a metodologia que presidia a realização da presente investigação. Esta explicitação não exclui a referência aos aspectos particulares do método utilizado em cada procedimento.
A adopção do método e técnica de estudo são seguidos pelas respectivas justificativas.
Para o efeito do trabalho, levou-se a cabo uma pesquisa bibliográfica (recolha de obras, livros, artigos científicos, manuais, documentos oficiais e jornais) sobre temáticas directa ou indirectamente relacionadas com o assunto em análise (Nacionalismo Africano do Sec. XVIII a XX), que consistiu essencialmente numa análise documental (fontes escritas). A informação obtida foi aplicada para a realização da revisão da literatura, permitindo construir o nosso problema e para discussão dos dados, comparando com outros autores que corroboram ou refutam as ideias.
Como método de procedimento, usou-se a estratégia do estudo de caso. De acordo com Gil (1999), o estudo de caso consiste em seleccionar um caso de modo a explorar com muita profundidade fazendo-o representativo de outros casos não estudados.
Antes de mais, realçamos que este trabalho apresenta-se como uma investigação de carácter teórico. Deste modo, aplicou-se o método hipotético dedutivo que consiste em partir da descrição e análise de conceitos gerais para os particulares. Para concretizar esta investigação, recorremos, fundamentalmente, às fontes bibliográficas publicadas sobre África, a partir de várias bibliotecas, articulando-as com alguns escassos documentos
Para efectivação deste trabalho recorreu-se a Internet.
Quadro teórico
1. Conceito de nação e nacionalismo
É importante, antes de abordar as origens e o desenvolvimento do nacionalismo em África discutir o termo nacionalismo.
O conceito de não e nacionalismo mereceu diversas abordagens conforme o ponto de vista de cada autor, historiador, sociólogo ou cientista político. Para a fundamentação teórica deste trabalho, começamos por traçar o significa do conceito nação e nacionalismo pondo em confronto a análise dos autores como: Ernest Gellner, Eric Hobsbawn, Bresser Pereira, Benedict Anderson, Silva e Bragança com um olhar sobre alguns dos autores que também contribuíram para a teorizaçãodo nacionalismo. Nos seus trabalhos, estes autores reconheceram a dificuldade de um consenso em torno da definição de nacionalismo entre os diversos pensadores que se têm dedicado ao estudo do tema.
O termo Nacionalismo remete-nos antes de mais ao conceito de nação.
1.1. Nação
A palavra Nação, provém do latim natio, de natus (nascido), e designa a reunião de pessoas do mesmo grupo étnico, mesma língua e mesmos costumes, formando, assim, um povo, cujos membros têm identidade étnica e estão unidos pelos hábitos, tradições, religião, língua e consciência nacional.
Para MAGODE (1996:47) Nação é uma comunidade estável, historicamente constituída por línguas, território, vida económica e de formação psíquica que se traduz na comunidade Cultural.
De acordo com o site http://www.usccb.org Nação é “um conjunto de indivíduos dotados de liberdades naturais, unidas por interesses e idiomas comuns, constituindo uma individualidade política com direito á auto – determinação”.
Nação, em seu sentido político moderno, é uma comunidade de indivíduos vinculados social e economicamente, que compartilham certo território, que reconhecem a existência de um passado comum, ainda que divirjam sobre aspectos desse passado; que têm uma visão de futuro em comum; e que acreditam que esse futuro será melhor se mantiverem unidos do que se separarem, ainda que alguns aspirem modificar a organização social da nação e seu sistema político, o Estado.
1.2. Nacionalismo
Silva (1961) define o nacionalismo como sendo reivindicações políticas de nacionalidade oprimida; enquanto: Bragança (1978) considera o nacionalismo como sendo a tomada de consciência por parte de indivíduos ou grupos de indivíduos numa nação ou de um desejo de desenvolver a força, a liberdade ou a prosperidade desta nação.
Na mesma senda Bresser Pereira citado pela Wikipedia define o nacionalismo sendo uma ideologia predominante da terceira fase da história da humanidade, a fase industrial.
Segundo Ernest Gellner, «o nacionalismo é, essencialmente, um princípio político que defende que a unidade nacional e a unidade política devem corresponder uma à outra», entendendo ser «uma teoria da legitimidade política que exige que as fronteiras étnicas não atravessem as fronteiras políticas e que as fronteiras étnicas dentro de um mesmo Estado não separem os detentores do poder do resto da população». O autor rejeita a ideia do nacionalismo como uma invenção ideológica, o que para ele não significa que as ideias não tenham papel importante na sistematização política do conceito. Defende, no entanto, que, como sentimento, o nacionalismo surge na história do homem como «a consequência de uma nova organização social baseada em culturas eruditas profundamente interiorizadas e dependentes do factor educação, sendo cada uma protegida pelo seu próprio Estado». Ernest Gellner sustenta que a principal característica em que se baseia a formação do nacionalismo reside na cultura entendida como elemento homogéneo de uma comunidade nacional que tem o seu ponto de partida na época agrária marcada pela alfabetização das sociedades.
Benedict Anderson critica a interpretação de Gellner, pois segundo ele, o autor foca o nacionalismo como objecto utilizado pela elite para manipulação da massa populacional. Para o autor a não é uma comunidade imaginária pois se estende para além dos conflitos físico, e so pode ser apreendida pela abstracção humana.
Afirma que o nacionalismo é um sentimento influenciado pelo desenvolvimento tecnológico que ocorreu através da ascensão do capitalismo.
O nacionalismo é uma tese ideológica que, em sentido estrito, seria um sentimento de valorização marca do pela exaltação e proteccionismo de um conceito de nação (wikipedia, 17.05.2021; 10:30).
Neste sentido, a citação da Wikipedia traduz-se em o nacionalismo se transformar numa exaltação do sentimento e de defesa das nações. O autor analisou o conceito de nacionalismo a partir da palavra nação.
Segundo Hobsbawn, nação é a comunidade de cidadãos de um Estado, que vivem sob o mesmo regime ou governo, tendo interesses comuns; a colectividade dos habitantes de um território com as mesmas tradições, aspirações e interesses.
O nacionalismo é assim compreendido como: «movimento político o ideologia que se basa sobre todo en la nación como fuerzay orientación política impulsora dela comunidad. El nacionalismo sobrestimaelvalor del apropia nación en comparación com las restantes, propugna una posición preferente para ellayhacevalersus aspiraciones deliderazgo internacional». Relativamente ao Estado, a nação é exaltada como comunidade primária na política interna para aumentar a sua força no exterior.
O nacionalismo africano significou a tomada de consciência ou desejo de desenvolver a força, a liberdade ou a prosperidade de África por partes de indivíduos ou grupos de indivíduos em relação a estrutura sócio económica dos países africanos.
Concretamente em Moçambique, o nacionalismo nasce como contestação do colonialismo europeu e manifesta-se, principalmente ao nível das associações, da Imprensa e da poesia, na linha de um movimento mais amplo de emancipação africana cuja expressão predominante foi o que se chamou de Pan-Africanismo.
O nacionalismo Africano é fruto do Pan - Africanismo, e reflexo da situação vivida no Mundo pós Segunda Guerra Mundial, que temos vindo a referir.
2. Pan-Africanismo.
O Pan - africanismo, tal como a negritude é uma orientação filosófica, política e sócio cultural dos afro - americanos dentro da luta pelas liberdades africanas, versando fazer face às barreiras raciais, sociais e políticas que eles enfrentavam. (RECAMA 2006, p. 80).
O Pan - Africanismo visava eliminar a exploração, as brutalidades, as crueldades e as discriminações raciais, a união de todos africanos num só Estado, alcançar as independências de todos os Estados africanos.
Propor a união de todos os povos de África como forma de potenciar a voz do continente no contexto internacional.
Propor a unidade política de toda a África e o reagrupamento das diferentes etnias, divididas pelas imposições dos colonizadores.
Valorizar a realização de cultos aos ancestrais e defendiam a ampliação do uso das línguas e dialectos africanos, proibidos ou limitados pelos europeus.
O Pan - Africanismo manifestou-se pela realização de conferências com vista a fixação de directrizes comuns para a obtenção da independência dos países ainda sob a dominação colonial.
O Pan - africanismo, permitiu o desenvolvimento do espírito de solidariedade entre os negros americanos e do mundo inteiro.
Pode-se também, referir que o Pan - africanismo serviu de base para o surgimento do nacionalismo africano e este por sua vez, impulsionou o surto do nacionalismo moçambicano.
3. Negritude
A Negritude foi uma expressão literária que defendia um conjunto de valores da civilização cultural, económica, social e política que caracterizam o povo negro.
Segundo Senghor, citado por Ferreira a "Negritude é o conjunto de valores culturais da África negra"
Segundo Aurélio refere que Negritude é uma ideologia característica da fase de consciencialização, pelos povos negros africanos, da opressão colonialista, a qual busca reencontrar a subjectividade negra na fase pré-colonial e perdida pela dominação da cultura branca ocidental. 
Conforme Lopes (2004:472) citado por Laranjeira, o termo Negritude é um"(...) neologismo surgido na língua francesa na década de 1930, para significar a circunstância de se pertencer as grandes colectividades africanas e afro-descendentes; a consciência de pertencer a essa colectividade e a atitude de reivindicar-se como tal; a estética projectada pelos artistas e intelectuais negros no continente de origem e na diáspora".
4. Contexto histórico e origem do nacionalismo africano 
A partir da 2ª Guerra Mundial, os africanos começaram a ter ideias mais precisas sobre como pôr fim ao colonialismo. Começou-se a compreender que a exploração colonial não era apenas de uma tribo ou região, mas sim de todo povo.
O nacionalismo é uma concepção ideológica comoum carácter nacional e não tribal ou regional. Ou por outra, foi um movimento caracterizado pela união dos povos que tinham em vista lutar contra o sistema de dominação colonial em África.
Dos séculos XVIII a XX a história africana foi marcada pela opressão colonial, exploração económica aliada a discriminação racial. Como bem assinalou Albert Memmi, “o racismo faz parte de todos os colonialismos em todas as latitudes. Não é uma coincidência: o racismo resume e simboliza a relação fundamental que une colonialista e colonizado” (MEMMI, 1967, p. 68).
 E como resultado desta situação, estabeleceu-se uma unidade entre os povos explorados, dando inicio ao colonialismo em África, portanto, o nacionalismo em África surgiram como forma de contestação a esta situação colonial.
Segundo Ki – Zerbo: o despertar do Nacionalismo Africano, principiou com as primeiras rivalidades com os estrangeiros e o período colonial, que constituiu apenas uma fase histórica, durante a qual o nascimento do nacionalismo se exprimiu sob forma de revoltas e as novas circunstâncias históricas que conferiu a estrutura de uma revolução.
Para se efectivar esta contestação Recama, (2006, p. 43) apresenta três fases das manifestações nacionalistas africanas: a redescoberta dos valores tradicionais; a procura de uma síntese, a imitação da cultura europeia, isto é, a África colonizada usou inicialmente os próprios meios do colonizador (a sua própria língua, a sua técnica, a sua religião, as suas ideias), para acabar com o sistema de opressão colonial.
5. Os Grupos Motores do Nacionalismo Africano
No nacionalismo africano destacam-se os sindicatos africanos, os intelectuais, os estudantes, as igrejas, os partidos políticos, entre outros que já possuíam uma estrutura capaz de suportar as acções nacionalistas.
5.1. Os Sindicatos Africanos
O movimento sindical em África surgiu relativamente tarde devido a também tardia afirmação económica de um continente onde o pacto colonial quase proibia a industrialização.
5.2. Os Intelectuais
A acção dos intelectuais no nacionalismo teve as suas origens bastante ligadas aos escritos.
Os nacionalistas exprimiam as suas revoltas na língua colonial e só mais tarde encontraram no socialismo e nas armas a forca de luta contra a exploração, miséria e desemprego.
Silva Cunha destaca que quase todos os líderes dos movimentos de emancipação dos territórios franceses possuíam formação universitária que não era mais do que a transposição para a prática das teorias e cultura que haviam apreendido em França (Silva Cunha, 1961: 192-193).
O Andrade Du Bois, destacou o papel desempenhado pelos intelectuais como líderes do “Mundo Negro”, defendendo que os mais cultos e instruídos seriam os indicados para “salvar” a população, guiando-a para a libertação, uma vez que conheciam simultaneamente a história de África e o paradigma civilizacional ocidental. De acordo com Andrade, era a igreja, a escola e o exército que, nos territórios ultramarinos, representavam e perpetuavam o poder colonial de Portugal, desempenhando o papel de aparelho ideológico.
5.3. Os estudantes
Os estudantes desempenharam um papel muito próximo ao dos intelectuais, mas com muito mais vigor.
5.4. As Igrejas
As igrejas constituíram também um campo de fermentação de sentimentos nacionalistas.
5.5. Os Partidos Políticos
Os partidos políticos foram as principais forças do movimento nacionalista em África.
6. Causas do nacionalismo africano
Os sentimentos nacionalistas emergiram em África alimentados por factores internos, as contradições internas do colonialismo e externos ligados às influências de outros territórios já independentes.
· O abalo da 2ª Guerra Mundial e as consequências, incentivou o surgimento do Nacionalismo, uma vez que milhares de africanos participaram na guerra ao lado dos seus colonizadores lutando contra outras potências e ao regressarem aos seus respectivos países juntaram-se a um, movimento de protesto político contra o domínio colonial. A segunda guerra mundial transformou-se numa guerra anti-racista e anticolonial.
· A política dos E.U.A, imposta no fim da 1ª Guerra Mundial, pelo presidente Wilson, o chamado sistema de mandatos das Sociedades das Nações aos territórios das potências vencidas na 1ª Guerra Mundial. Esta foi a concepção tida pelos E.U.A de que todas as colónias e terras de domínio dos países derrotados na primeira guerra mundial deviam estar sob domínio das potências vencedoras ate que estas colónias e terras estivessem suficientemente desenvolvidas para se governar por si próprio.
· A Revolução Socialista de Outubro de 1917, contribui na difusão de ideias sobre a igualdade, a liberdade e o direito de autodeterminação dos povos, o que incentivou os povos colonizados a lutar pela sua libertação e autodeterminação.
· O papel da ONU, criada em São Francisco em 1945, que defende o direito de todos os povos à liberdade, o direito a autodeterminação dos povos. Destacou-se o princípio de igualdade e o direito de dispor de si mesmo.
· A emancipação Asiática e as independências na África do norte imprimiram a ideia de união dos povos da Ásia e da África para a liquidação definitiva do colonialismo nos dois continentes.
· Uma das outras causas foi as contradições internas do colonialismo.
Conclusão
A ocupação da África iniciou no final do século XIX e, a partir desta altura também, surgiram as primeiras manifestações de oposição à presença europeia, no continente.
Nas primeiras décadas do século XX o nacionalismo africano passou por momentos de menor impacto, mas nunca desapareceu e retomou o seu impacto a partir da década de 1940 tendo conduzido à reconquista da independência dos países africanos.
Todavia, nação é uma unidade e identidade dos povos, onde os valores morais, a língua, hábitos, costumes e tradição histórica constituem o alicerce para sua existência.
Segundo RECAMA citado BRAGANÇA (1999:43) Nacionalismo é uma tomada de consciência por parte dos indivíduos ou grupos de indivíduos numa Nação ou com um desejo de desenvolver a força a liberdade, ou mesmo propriedade desta Nação.
Sendo assim, o Nacionalismo vai-se ligar ao patriotismo que é o amor a própria terra, símbolos nacionais, através do próprio povo.
O pan-africanismo, os seus precursores definiram este movimento como sendo um movimento político, filosófico e social que promove a defesa dos direitos do povo africano e da unidade do continente africano no âmbito de um único Estado soberano, para todos os africanos, tanto na África como em diáspora. 
A negritude é o conjunto dos valores económicos, políticos, intelectuais e morais, artísticos e sociais - não só dos povos de África negra mais ainda das minorias negras das Américas mesmos de Ásia e da Oceânia.
Referências bibliográficas
GELLNER, Ernest. Nações e Nacionalismos. Lisboa, Portugal: Gradiva. 1993.
GELLNER, Ernest. Nações e Democracia. Universidade de Brasília. Brasília Editora. 1981.
HOBSBAWM, Eric J. Nações e Nacionalismos desde 1870. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
KI-ZERBO, Joseph. História da África negra. Lisboa. Publicações Europa-América, s. d., v. 2.
MEMMI, Albert. Retrato do colonizado precedido do retrato do colonizador. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967

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