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LÍNGUA PORTUGUESA Prof: Marina Kataoka CONCEITO DE TEXTO TEXTO NÃO-LITERÁRIO TEXTO LITERÁRIO 1. PARA INÍCIO DE CONVERSA… O Show O cartaz O desejo O pai O dinheiro O ingresso O dia A preparação A ida O estádio A multidão A expectativa A música A vibração A participação O fim A volta O vazio .. ...O sol é quadrado, azul como a goiaba. No entanto, se você realmente me ama, por que não desata o nó da gravata do cachorro, que voa livre e solto pelo céu de maré alta. 2. CONCEITO DE TEXTO Texto, em sentido amplo, designa toda e qualquer manifestação da capacidade textual do ser humano (uma música, um filme, uma escultura, um poema etc.), e, em se tratando de linguagem verbal, temos o discurso, atividade comunicativa de um sujeito, numa situação de comunicação dada, englobando o conjunto de enunciados produzidos pelo locutor (ou pelo locutor e interlocutor, no caso de diálogo) e a situação comunicativa. (FÁVERO; KOCH, 2003, p. 25) O texto consiste, então, em qualquer passagem falada ou escrita que forma um todo significativo. É uma unidade linguística concreta (perceptível pela visão ou audição), que é tomada pelos usuários da língua (falante, escritor/ouvinte, leitor) em uma situação de interação comunicativa reconhecível e reconhecida, independentemente de sua extensão. (FÁVERO; KOCH, 2003, p. 29) ASSIM… Texto: toda e qualquer produção de linguagem situada, oral ou escrita (Bronckart, 1999) A noção de texto designa toda unidade de produção de linguagem que veicula uma mensagem linguisticamente organizada e que tende a produzir em efeito de sentido sobre o destinatário. VAMOS REFLETIR UM POUCO MAIS….. Alegria, alegria (Caetano Veloso) Caminhando contra o vento Sem lenço, sem documento No sol de quase dezembro Eu vou O sol se reparte em crimes, Espaçonaves, guerrilhas Em cardinales bonitas Eu vou Em caras de presidentes Em grandes beijos de amor Em dentes, pernas, bandeiras Bomba e brigitte bardot O sol nas bancas de revista Me enche de alegria e preguiça Quem lê tanta notícia Eu vou Por entre fotos e nomes Os olhos cheios de cores O peito cheio de amores vãos Eu vou Por que não, por que não Ela pensa em casamento E eu nunca mais fui à escola Sem lenço, sem documento, Eu vou Eu tomo uma coca-cola Ela pensa em casamento E uma canção me consola Eu vou Por entre fotos e nomes Sem livros e sem fuzil Sem fome sem telefone No coração do brasil Ela nem sabe até pensei Em cantar na televisão O sol é tão bonito Eu vou Sem lenço, sem documento Nada no bolso ou nas mãos Eu quero seguir vivendo, amor Eu vou Por que não, por que não... Geração Coca Cola (Legião Urbana) Quando nascemos fomos programados A receber o que vocês Nos empurraram com os enlatados Dos U.S.A., de 9 às 6 Desde pequenos nós comemos lixo Comercial e industrial Mas agora chegou nossa vez Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês Somos os filhos da revolução Somos burgueses sem religião Somos o futuro da nação Geração Coca-Cola Depois de 20 anos na escola Não é difícil aprender Todas as manhas do seu jogo sujo Não é assim que tem que ser Vamos fazer nosso dever de casa E aí então vocês vão ver Suas crianças derrubando reis Fazer comédia no cinema com as suas leis Somos os filhos da revolução Somos burgueses sem religião Somos o futuro da nação Geração Coca-Cola Geração Coca-Cola 3. FORMAÇÃO IDEOLÁOGICA E FORMAÇÃO DISCURSIVA Ao produzir um texto, deixamos nossas marcas de visão de mundo, de nossos valores e crenças, ou seja, de nossa ideologia (ABAURRE e ABAURRE, 2007). Como seres humanos, recorremos à linguagem para expressar nossos sentimentos, opiniões, desejos. É por meio dela que interpretamos a realidade que nos cerca. Essa interpretação não é livre, mas é constituída historicamente a partir de filtros ideológicos: formação ideológica. Formação ideológica: conjunto de valores e crenças a partir dos quais julgamos a realidade na qual estamos inseridos. (ABAURRE e ABAURRE, 2007, p. 7) Se ideologia é definida como um sistema de ideias, precisamos identificar, no texto, as ideias básicas que podem ser associsadas a valores, princípios, às crenças de um determinado grupo social. Cada formação ideológica corresponde a uma formação discursiva específica. Formação discursiva: é um conjunto de temas (categorias ordenadoras do mundo natural: alegria, medo, vergonha, solidariedade, honra, liberdade, opressão..) e de termos (elementos que estabelecem uma relação com o mundo natural: mesa, carro, árvore, mulher, etc.) que concretizam uma visão de mundo específica. (ABAURRE e ABAURRE, 2007, p. 7) 4. TEXTO E DISCURSO Discurso: refere-se ao uso da língua em um contexto específico, ou seja, à relação entre usos da língua e fatores extralinguísticos presentes no momento em que esse uso ocorre. Por isso, o discurso é o espaço da materialização das formações ideológicas, sendo por elas determinado. Texto: é o espaço de concretização dos discursos. Trata- se sempre de uma manifestação individual, do modo como um sujeito escolhe organizar os elementos de expressão de que dispõe para veicular do discurso do grupo a que pertence. (ABAURRE e ABAURRE, 2007, p. 10) 5. O TEXTO E SEU CONTEXTO Todo texto faz referência a circunstâncias de natureza cultural, social, política, que precisam ser conhecidas pelos leitores/ouvintes para que o sentido do texto possa ser construído. Contexto: é o conjunto das circusntâncias (sociais, políticas, históricas, culturais, etc.) a que um texto se refere. (ABAURRE e ABAURRE, 2007, p. 24) APROFUNDANDO A COMPREENSÃO… ASSIM… A palavra texto é muito utilizada em nossa sociedade, por isso é importante refletirmos sobre o que significa texto. De forma geral, segundo Platão e Fiorin (2007), duas considerações podem ser feitas quanto à natureza to texto: 1. O texto não é um aglomero de frases; 2. Todo texto contém um pronunciamneto dentro de um debate de escala mais ampla. O TEXTO NÃO É UM AGLOMERADO DE FRASES De modo geral, não se pode isolar frase alguma de um texto e tentar atribuir um significado que se deseja. Assim, para entendermos qualquer passagem de um texto, nós devemos compará-la com as demais partes do texto. Fazer uma boa leitura envolve considerar o contexto em que a passagem está inserida. Ex: Nossa cozinheira está sem paladar. TODO TEXTO CONTÉM UM PRONUNCIAMENTO DENTRO DE UM DEBATE DE ESCALA MAIS AMPLA Segundo Platão e Fiorin (2007, p. 13): Nenhum texto é peça isolada, nem a manisfestação da individualidade de quem o produziu. De uma forma ou de outra, contrói-se um texto para, através dele, marcar uma posição ou participação de um debate de escala mais ampla que está sendo travado na sociedade. TEXTO LITERÁRIO TEXTO NÃO-LITERÁRIO 2. PARA INÍCIO DE CONVERSA 65 anos da bomba atômica em Hiroshima O ataque matou 140.000 pessoas e iniciou o debate sobre o uso das armas nucleares Na manhã do dia 6 de agosto de 1945, o mundo conheceu o poder de destruição de uma bomba atômica.A cidade japonesa de Hiroshima foi alvo do primeiro ataque nuclear da história, realizado pelos Estados Unidos, matando milhares de pessoas instantaneamente e outras lentamente, em decorrência dos efeitos da radiação. A Segunda Guerra Mundial estava em curso desde 1939. Na Europa, a Inglaterra e a União Soviética tentavam conter as forças nazi-fascistas, enquanto os Estados Unidos reuniram suas forças para combater o Japão imperialista. O governo americano buscava revidar o ataque japonês à base de Pearl Harbor em 1941. Após dar ao Japão um ultimato de rendição sem obter resposta, os americanos lançaram sobre Hiroshima a bomba “Little Boy”, transportada e disparada pelo bombardeiro B-29, apelidado Enola Gay e comandado pelo piloto Paul Tibbets. Rosa de Hiroshima (Ney Matogrosso) Pensem nas crianças Mudas telepáticas Pensem nas meninas Cegas inexatas Pensem nas mulheres Rotas alteradas Pensem nas feridas Como rosas cálidas Mas, oh, não se esqueçam Da rosa da rosa Da rosa de Hiroshima A rosa hereditária A rosa radioativa Estúpida e inválida A rosa com cirrose A anti-rosa atômica Sem cor sem perfume Sem rosa sem nada 2. TEXTO NÃO-LITERÁRIO O objetivo maior deste tipo de texto é passar ao leitor informações. O autor deve ser imparcial e objetivo no jeito de escrever, oferecendo apenas uma interpretação daquilo que está sendo dito. (ex.: notícias e livros didáticos) Assim, suas principais características são: 1. Função utilitária; 2. Denotação; 3. Respeito pela norma; 4. Intencionalidade discursiva: objetividade. FUNÇÃO UTILITÁRIA Busca informar, convencer, explicar, documentar, etc. Pretente ter um único significado. INTENCIONALIDADE DISCURSIVA Não possuem elementos artísticos, construções diferenciadas ou recursos que denotem a eles caráter único. Busca objetividade: uma só interpretação. Não pretende gerar emoção. 3. TEXTO LITERÁRIO Aquele que expressa de alguma maneira o pensamento do autor de forma reflexiva e não necessariamente de acordo com a realidade. Oferece ao autor uma maior liberdade na hora da escrita, podendo ele dar o destino que bem entender ao enredo, permitindo várias leituras. (ex.: Contos, romances, poemas) Assim, suas principais características são: 1. Função estética; 2. Conotação; 3. Autocentrado; 4. Intencionalidade discursiva: subjetividade. FUNÇÃO ESTÉTICA Preocupa-se com a utilização das palavras: plurissignificação. O escritor não apenas procura dizer o mundo, mas recriá-lo, mas recriá-lo nas palavas, ou seja preocupa-se com o como se diz. AUTOCENTRADO Segundo Platão e Fiorin (2007, p. 351): O autor pela organização da mensagem, procura recriar certos conteúdos. Faz isso por meio de múltiplos recursos: ritmos, sonoridade, distribuição das sequências por oposição ou simetria, repetição de palavras ou de sons (rimas), repetição de situações ou descrições. INTECIONALIDADE DISCURSIVA Permite plurissignificação por meio do uso da linguagem. O modo de dizer é tão (ou mais) importante quanto o que se diz. DENOTAÇÃO X CONOTAÇÃO CONCEITUALIZAÇÃO A significação das palavras não é fixa, nem estática. Por meio da imaginação criadora do homem, as palavras podem ter seu significado ampliado, deixando de representar apenas a ideia original (básica e objetiva). Assim, frequentemente remetem-nos a novos conceitos por meio de associações, dependendo de sua colocação numa determinada frase. Segundo Cabral (2013, on line): Quando a palavra é utilizada com seu sentido comum (o que aparece no dicionário) dizemos que foi empregada denotativamente. Quando é utilizada com um sentido diferente daquele que lhe é comum, dizemos que foi empregada conotativamente. Este recurso é muito explorado na Literatura. QUADRO RESUMO APROFUNDANDO A COMPREENSÃO Dois rios (Samuel Rosa) O sol é o pé e a mão O sol é a mãe e o pai Dissolve a escuridão O sol se põe se vai E após se pôr O sol renasce no Japão ... Que os braços sentem E os olhos veem Que os lábios sejam Dois rios inteiros Sem direção Que os braços sentem E os olhos veem Que os lábios beijam Dois rios inteiros Sem direção BIBLIOGRAFIA o ABAURRE, M. L. M. e ABAURRE, M. B. M. Discurso e texto. In: ABAURRE, M. L. M. e ABAURRE, M. B. M. Produção Textual. São Paulo: Moderna, 2007. o ABAURRE, M. L. M. e ABAURRE, M. B. M. A interlocuação e o contexto. In: ABAURRE, M. L. M. e ABAURRE, M. B. M. Produção Textual. São Paulo: Moderna, 2007. BRONCKART, J.P. Atividade de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sóciodiscursivo. São Paulo: EDUC, 1999. FÁVERO, L. L. e KOCH, I. V. Coesão e Coerência textuais. São Paulo: Ática, 2003. CABRAL, M. Denotação e Conotação. Disponível em: http://www.brasilescola.com/literatura/denotacao-conotacao.htm. Acesso em 03/08/2013. FIORIN, J. L e PLATÃO, F. S. Para entender o texto: leitura e redação. 17 ed. São Paulo: Ática, 2007.
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