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Disciplina: Processos I Professora: Carla Adriana Pizarro Schmidt Oficialmente, foi fabricado pela primeira vez na China, no ano de 105, por Ts'Ai Lun, por meio da polpação de redes de pesca e trapos, e mais tarde usando fibras vegetais Cozimento Formação da pasta Formação da folha sobre o molde Secagem Cozimento forte das fibras, após o que eram batidas e esmagadas. A pasta era deixada sobre uma peneira, formando-se a folha celulósica. Precedia-se a secagem da folha, comprimindo-a sobre a placa de material poroso ou deixando-a pendurada ao ar. O termo papel é dado a uma folha formada, seca e acabada, de uma suspensão de fibras vegetais, as quais foram desintegradas, refinadas e depuradas e tiveram ou não a adição de outros ingredientes, para dar ao produto final, características de utilização. O princípio da fabricação do papel é a tendência das fibras celulósicas se unirem e assim permanecerem após secas. Papéis de imprimir: Bíblia : Papel fabricado com pasta química branqueada, gramatura máxima de 50 g/m2, com alto teor de carga mineral e elevada opacidade. Papéis de imprimir: Offset: Fabricado essencialmente com pasta química branqueada com elevada resistência da superfície. Papéis de imprimir: Couché : Papel com uma ou ambas as faces recobertas por uma fina camada de substâncias minerais, que lhe dão aspecto cerrado e brilhante, e muito próprio para a impressão de imagens a meio-tom, e em especial de retículas finas. Papéis de imprimir: Couché : Consiste basicamente de um papel base (offset), que recebe uma camada de revestimento: carbonato de cálcio, caulim, látex e outros aditivos, com a finalidade de tornar a sua superfície muito lisa, uniforme. Consequentemente é o papel de melhor qualidade de impressão. Tipos: Papéis de imprimir: Monolúcido: Caracterizado pelo brilho em uma das faces. Papéis para embalagem: Kraft: Sua característica principal é a resistência mecânica Papéis para outros fins: Cartolina: Produzida por massa única (mono camada) com ou sem revestimento superficial, pode apresentar-se em várias cores. No processo industrial de fabricação do papel, a matéria-prima mais utilizada é a madeira, embora também possam ser utilizados outros materiais como fibras de algodão cru e até mesmo papéis já utilizados (processo de reciclagem). As árvores mais comumente escolhidas para a retirada da madeira são o eucalipto (Eucalyptus sp.) e o pinheiro (Pinus sp.) A diferença principal desses dois tipos de madeira reside na qualidade de suas fibras e seu efeito na resistência do papel fabricado. O eucalipto possui fibras mais curtas e o papel produzido com sua madeira é menos resistente, enquanto que a madeira do pinheiro, por apresentar fibras mais longas, produz um papel com maior resistência comparativa. Em países de clima frio, os pinheiros são, em geral, a principal opção de matéria-prima das indústrias de papel. No Brasil, porém, a maioria das indústrias de papel e celulose optam pela madeira do eucalipto, de origem australiana, por ser uma espécie que apresentou uma grande adaptação ao clima quente, e cujo período de maturação é bastante curto (de 6 a 7 anos). Em climas frios, o eucalipto atinge o ponto de corte em torno de 20 anos. Como a maioria das empresas de produção de papel e celulose possuem suas próprias reservas florestais, o curto período de maturação do eucalipto permite uma melhor controle do ciclo de crescimento das árvores, otimizando a produção. Depois de atingir o ponto de maturação adequado, as árvores são derrubadas e cortadas em toras para serem transportadas até o pátio de recebimento e armazenagem das fábricas. O Brasil produz celulose e papel exclusivamente a partir de florestas plantadas de eucalipto e pinus. Ocorre dentro dos plantios onde são cultivados os eucaliptos. O processo acontece em três etapas: colheita, corte e descascamento. Casca, folhas e galhos podem ficar na terra para virar matéria orgânica. Já na fábrica, as toras são transportadas por um guindaste até uma unidade de processo denominada descascador. Nessa unidade, as toras são atritadas umas contra as outras até serem descascadas. A alternativa lógica de eliminação das cascas é a sua queima em fornalhas apropriadas para a geração de vapor (fornalha de biomassa), uma vez que o seu poder calorífico é da ordem de 4.000 kcal/kg. Os descascadores podem ser de dois tipos: a) Descascador de tambor A madeira é alimentada continuamente, por meio de uma correia transportadora, em um cilindro rotativo de aço possuindo fendas longitudinais que permitem a saída das cascas. Estes cilindros são inclinados e giram às baixas velocidades, o que ocasiona o impacto das toras entre si e as paredes do tambor (providas de saliências longitudinais). a) Descascador de tambor Estes impactos ocasionam o rompimento das cascas das toras, as quais são desprendidas e arrastadas para fora (pelas fendas) mediante jatos d’água (chuveiros) situados no interior do tambor. b) Descascador de anel Neste equipamento, a madeira é alimentada axialmente no centro de um anel rotativo, em cuja periferia estão dispostas, equiespaçadamente, facas e raspadeiras. Ambas, em ação conjunta, removem a casca. As toras descascadas passam para o picador, onde são transformados em pequenos pedaços denominados cavacos, que devem possuir um comprimento de 0,5 a 2,0 cm. Os picadores podem ser de disco (esquerda) ou de tambor (direita): Após esse processo, as toras são levadas para lavagem, picagem em tamanho pré-determinado e peneiramento. A partir daí, os cavacos são depositados em silos. Imensas quantidades de cavacos são levadas até a próxima etapa do processo, o digestor. Nos digestores, os cavacos são cozidos sob pressão com alguns produtos químicos (soda cáustica e alguns produtos que contêm enxofre), que dissolvem os componentes da madeira que não interessam ao processo (principalmente lignina), transformando os cavacos numa pasta de fibras de celulose. Entre os processos químicos de polpação, o mais utilizado é o sulfato ou kraft, que corresponde a aproximadamente 60% da produção mundial de polpa celulósica. O processo kraft é um processo alcalino que tem como agentes deslignificantes o hidróxido de sódio (NaOH) e o sulfeto de sódio (Na2S), do qual se obtém uma polpa de excelente qualidade. No Brasil, cerca de 81% da produção de polpa química é feita pelo processo kraft, aproximadamente 12% pelo processo soda e os 7% restantes por outros processos. O processo kraft consiste em atuar sobre a madeira na forma de cavacos com uma combinação de dois reagentes químicos: hidróxido de sódio (NaOH) e sulfeto de sódio (Na2S), obtendo-se como resultado a dissolução da lignina e a liberação das fibras. As fibras liberadas constituem a “celulose” marrom ou massa marrom. No polpeamento, os cavacos dentro do digestor, formam uma pasta marrom, também chamada decelulose não branqueada. Esse processo, que se chama Kraft, ocorre a 150º C ou mais, com adição de Sulfato de Sódio e Soda Cáustica, dissolvendo a lignina e liberando a celulose como polpa de papel de maior qualidade. O processo pode ser exemplificado de maneira simplificada através da equação abaixo: Já ficou provada a combinação do enxofre com a lignina, porém a exata natureza desta reação e a causa do aumento da velocidade de deslignificação ainda não foram completamente esclarecidas. É atribuída uma espécie de ação catalisadora aos íons HS no licor kraft (formados pela reação do Na2S com H2O). Uma sequência cíclica começa com sua adição à molécula de lignina e posterior rompimento destas ligações pelo álcali, regenerando desta forma os íons HS e deixando-os novamente disponíveis para novas reações, produzindo lignina contendo pequenas quantidades de enxofre. Os cavacos de madeira, juntamente com o licor de cozimento (licor branco), sofre um aquecimento, sob pressão, em equipamentos denominados de digestores, cuja operação pode ser descontínua (esquerda) ou contínua (direita). A temperatura aumenta gradualmente durante 50 a 90 minutos até a temperatura atingir cerca de 170 °C, a qual é mantida por um certo tempo até garantir a deslignificação da madeira e liberação das fibras. A massa, procedente da polpação, é lançada no tanque de descarga e consiste basicamente em uma suspensão de fibras no licor de cozimento. A operação de lavagem da massa consiste na separação do líquido das fibras e a lavagem desta última com água limpa. Os principais objetivos são: Remover o licor residual que poderia contaminar a pasta durante etapas subsequentes do processamento; Recuperar o máximo de reagentes químicos com uma diluição mínima. O branqueamento pode ser definido como um tratamento físico-químico que tem por objetivo melhorar as propriedades da pasta celulósica a ele submetida. Depuração consiste na separação das impureza da madeira e dos pedaços de cavaco que não foram cozidos. Depois é removida a lignina residual. No branqueamento, a celulose é peneirada para remover impurezas e suas propriedades (alvura, limpeza e pureza química) são melhoradas. Algumas propriedades relacionadas com este processo são: alvura, limpeza e pureza química. Esta é a etapa que possui maior impacto ambiental pois utiliza- se cloro molecular ou compostos clorados para o branqueamento da polpa celulósica, gerando efluentes altamente poluentes. Mesmo depois de branqueada, a pasta ainda não está pronta. Para que se tenha um papel de boa qualidade, alguns produtos, como as cargas (amido, sulfato de alumínio, resina, etc), as colas e as anilinas, devem ser adicionados a ele. As cargas são substâncias minerais muito finas que servem para preencher espaços entre as fibras e tornar o papel mais liso e uniforme, melhorando a qualidade da impressão. As colas mantêm as fibras unidas, tornando o papel mais impermeável e menos absorvente. Elas podem ser aplicadas à pasta ou aplicadas posteriormente sobre a superfície do papel que já está na máquina de produção. As anilinas são corantes. A pasta formada é diluída em grandes quantidades de água na proporção de 1:99, formando uma suspensão leitosa. A mistura é lançada sob a forma de um jato fino e uniforme sobre uma tela móvel chamada de tela formadora. A ação filtrante desta tela formadora, combinada com um sistema de vácuo, extrai a maior parte da água contida na polpa, formando assim a folha de papel. A folha é prensada entre rolos para remover mais água. A folha então atravessa a seção de secagem onde entra em contato com cilindros enormes que estão geralmente aquecidos com vapor, extraindo a maior parte da água restante através da evaporação. No final da máquina, o papel é enrolado em enormes mandris (rolo jumbo), que são rebobinados e segmentados em rolos menores, seguindo para a seção de conversão ou de acabamento. Na secagem, a água da celulose é retirada até que esta atinja um equilíbrio satisfatório com a umidade relativa do ambiente. De posse de "pequenas bobinas", o acabamento é o setor da fábrica responsável pela conversão em folhas cortadas e pela embalagem de todos os produtos acabados. Para este processo dispõe-se de equipamentos que são responsáveis pelo corte, empacotamento e paletização dos papéis, onde a bobina é cortada em folhas formato padrão (A4, Ofício, etc.) Na próxima fase, onde a cortadeira reduz a folha contínua em outras menores. Estas folhas formam fardos de 250 kg de celulose. A reciclagem do papel é um procedimento que permite recuperar as fibras celulósicas do papel velho e incorporá- las na fabricação de novo papel. Após cada utilização, eles perdem parte das suas propriedades e só podem ser reciclados para uso distinto, e um pouco menos nobre, do que o original. Coleta seletiva Triagem (aparas) Separação e limpeza das fibras Refinamento Adição de fibras virgens Produtos químicos/ alvejantes/ tintas PAPEL Economia feita com reciclagem: 1000kg de papel reciclado = 20 árvores poupadas 1000kg de papel reciclado = 2000l água 1000kg de papel não reciclado = 100 000l água. http://www.celso-foelkel.com.br/artigos/outros/Arquivo%2003- %20Tecnologia_e_Quimica_da_Produ%E7%E3o_de_Celulose_-_P.pdf http://www.slideshare.net/jmapeljr/macro-processo-da-produo-de-celulose-industrial- 1423617 http://www.celuloseonline.com.br/ http://www.celuloseriograndense.com.br/produtos http://pt.scribd.com/doc/96320068/Papel-e-Celulose-final http://www.slideshare.net/BrunoNespoliDamasceno/pulp-and-paper-industry-analysis- 8217801 Celulose e papel – Tecnologia de fabricação da pasta celulósica – volume I – IPT – 1988. D.ALMEIDA, M.L.O. Celulose e papel. Tecnologia de fabricação da pasta celulósica,2ºed, v.1, 1988. DANILAS, R.M. Branqueamento de pastas celulósidas. In: ALMEIDA, M.L.O. Papel e celulose I: tecnologia de fabricação de pastas celulósicas. São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, p.169-312, 1988. FERRAZ, A. Aplicações da biotecnologia na produção de papel e celulose. In: BORZANI, W., ALMEIDA, U., AQUARONE, E. (eds). Processos Enzimáticos e Fermentativos. São Paulo: Edgard Blücher, 1999.
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