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Transplante de órgãos e tecidos humanos.docx


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Transplante de órgãos e tecidos humanos 
Aline -
Ana Pula de Oliveira - 
Ana Paula Ferreira – 16477260
Geovanna Chagas –
Isabella Serpa –
Rafaella Serpa – 
O que é transplante de órgãos?
O transplante é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, pulmão, rim, pâncreas, fígado) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas) de uma pessoa doente (receptor), por outro órgão ou tecido normal de um doador vivo ou morto.
Existem 3 tipos de transplantes:
Transplante autoplástico - Também chamado de autólogo, é aquele que retira células ou tecidos de um indivíduo e os transplanta para outro local do organismo do mesmo indivíduo.
Transplante heteroplásico – É um tipo de transplante que transfere órgãos, tecidos ou células de um indivíduo para outro indivíduo diferente.
Transplante heterólogo - Órgãos e tecidos são transplantados de um organismo para outro de espécie diferente.
Alotransplante intervivos e de doador cadáver 
No Brasil a realização de transplante de órgãos começou em 1964 no Rio de Janeiro e é regulamentada pela Lei 9.434 de 4 de fevereiro de 1997 e pela Lei 10.211 de 23 de março de 2001 que determinam que a doação de órgãos e tecidos pode ocorrer em duas situações: de doador vivo com até 4º grau de parentesco desde que não haja prejuízo para o doador; e de um doador morto, que deve ser autorizada por escrito por um familiar até 2º grau de parentesco. No caso do rim, medula óssea, pâncreas, fígado, e pulmão, existe a possibilidade de que se realize o transplante com doador vivo. Além desse grau de parentesco é necessário uma autorização judicial. O médico deverá avaliar a história clínica da pessoa e as doenças prévias. A compatibilidade sanguínea é primordial em todos os casos. Há também testes especiais para selecionar o doador que apresenta maior chance de sucesso.No Brasil 86% dos transplantes são realizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) com verbas do governo, ou seja, nem doador nem receptor precisam pagar pelas operações o que coloca o Brasil no segundo lugar do ranking de países com maior número de transplantes por ano, atrás apenas dos Estados Unidos.
Doação após a morte cerebral - Somente pacientes assistidos em UTI com quadro de morte encefálica, ou seja, morte das células do Sistema Nervoso Central, que determina a interrupção da irrigação sanguínea ao cérebro, é incompatível com a vida, irreversível e definitivo. Os órgãos são retirados cuidadosamente, deixando o corpo íntegro: coração, fígado, intestino, rins, pulmão, córneas, veias, ossos e tendões.
Quando houver caracterização da morte encefálica deverão ser registrados no ‘’ termo de declaração encefálica’’ os dados clínicos observados deverão ser aprovados pelos Conselhos Regionais de Medicina da sua jurisdição, sendo vedada a supressão de qualquer de seus itens;
Os exames deverão demonstrar de forma inequívoca: ausência de atividade elétrica cerebral, ausência de atividade metabólica cerebral ou ausência de perfusão sanguínea cerebral;
Os intervalos mínimos entre as duas avaliações clínicas necessárias para a caracterização da morte encefálica serão definidos por faixa etária de 7 dias a 2 meses incompletos – 48 horas, de 2 meses a 1 ano incompleto – 24 horas, 1 ano a 2 anos incompletos – 12 horas acima de 2 anos – 6 horas;
Constada e documentada a morte encefálica o diretor-clínico da instituição hospitalar, ou quem for legado, comunicar tal fato aos responsáveis legais do paciente, se houver, e a central de notificação, captação e distribuição de órgãos a que estiver vinculada a unidade hospitalar onde o mesmo se encontrava internado.
Órgãos/tecidos que podem ser obtidos de um doador não vivo
Órgãos: rins, coração, pulmão, pâncreas, fígado e intestino. 
Tecidos: córneas, válvulas, ossos, músculos, tendões, pele, veias e artérias.
Limite de idade para ser doador ou receptor 
Rim 75 anos;
Fígado 70 anos;
Coração e pulmão 55 anos;
Pâncreas 50 anos;
Válvulas cardíacas 65 anos;
Córneas, sem limite;
Pele e ossos 65 anos.
*O que determina o uso de partes do corpo para transplante é o seu estado.
Quem não pode ser um doador
Pacientes com insuficiência orgânica (por exemplo: insuficiência renal, hepática, pulmonar, medular, cardíaca, pancreática) e que tem órgãos e tecidos comprometidos pela doença não podem ser doadores, assim como pacientes com doenças transmissíveis (por exemplo: HIV, HTLV 1 e 2, Hepatite B e C, Doença de Chagas e etc) e com infecção generalizada e carência de diversos sistemas e órgãos. Pessoas com tumores malignos / neoplasia maligna (com exceção de tumores restritos ao sistema nervoso central, carcinoma basocelular e câncer de útero e doenças degenerativas crônicas) também não podem ser doadoras.
Como ser doador e permitir uma doação
Em casos de doação após a morte, as famílias são responsáveis por decidir se haverá ou não doação. Por isso quem quer ser um doador deve conversar com os familiares e deixar claro que em situação de morte deseja que seus órgãos e tecidos sejam doados para salvar e melhorar a qualidade de vida de terceiros. Não é necessário deixar documentos por escrito, apenas se assegurar de que a família entenda o desejo de doação. Os familiares devem garantir que autorizarão o procedimento após a confirmação da morte cerebral. 
As filas de transplantes são imensas para todos os conjuntos sociais, entretanto são muito maiores para jovens. Autorizar a doação de órgãos e tecidos de crianças e adolescentes é um admirável ato de solidariedade que salva vidas que ainda estão começando e tem tudo para serem plenamente aproveitadas. Não se deve descartar a doação de órgãos e tecidos de pessoas idosas. O estado de saúde é mais importante do que a idade e quem avalia essa questão é a equipe médica.
A família não pode escolher quem será o receptor dos órgãos; essa escolha cabe à Central de Transplantes que leva em consideração compatibilidades físicas, gravidade da doença e tempo de espera. De qualquer forma (quem quer que seja o receptor) a certeza de que todos os esforços convergem para a melhoria de vidas já basta para estimular a conscientização acerca da importância da doação. 
O avanço científico abriu portas para a possibilidade da transplantação em vida. Para ser doador nesse caso há a necessidade de compatibilidade sanguínea e de vários outros fatores clínicos que devem ser minuciosamente levados em consideração pelos médicos. A doação em vida requer que o órgão doado seja duplo (como o rim ou pulmão) ou tenha a capacidade de reconstituição (exemplo: o fígado) ou seja um tecido que ao ser transplantado não cause morte ou invalidação do doador (como a medula óssea)
Código de ética 
 Doação e transplante de órgãos e tecidos É vedado ao médico:
 Art. 43. Participar do processo de diagnóstico da morte ou da decisão de suspender meios artificiais para prolongar a vida do possível doador, quando pertencente à equipe de transplante. 
Art. 44. Deixar de esclarecer o doador, o receptor ou seus representantes legais sobre os riscos decorrentes de exames, intervenções cirúrgicas e outros procedimentos nos casos de transplantes de órgãos.
 Art. 45. Retirar órgão de doador vivo quando este for juridicamente incapaz, mesmo se houver autorização de seu representante legal, exceto nos casos permitidos e regulamentados em lei. 
Art. 46. Participar direta ou indiretamente da comercialização de órgãos ou de tecidos humanos.
Leis
Art. 1o Os dispositivos adiante indicados, da Lei no 9.434, de 4 de fevereiro de 1997, passam a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 2o   .................................................................
"Parágrafo único. A realização de transplantes ou enxertos de tecidos, órgãos e partes do corpo humano só poderá ser autorizada após a realização, no doador, de todos os testes de triagem para diagnóstico de infecção e infestação exigidos em normas regulamentares expedidas pelo Ministério da Saúde." (NR)
"Art. 4o A retirada de tecidos, órgãos e partesdo corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte." (NR)
"Art. 8o Após a retirada de tecidos, órgãos e partes, o cadáver será imediatamente necropsiado, se verificada a hipótese do parágrafo único do art. 7o, e, em qualquer caso, condignamente recomposto para ser entregue, em seguida, aos parentes do morto ou seus responsáveis legais para sepultamento." (NR)
"Art. 9o É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes consangüíneos até o quarto grau, inclusive, na forma do § 4o deste artigo, ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial, dispensada esta em relação à medula óssea.
................................................................." (NR)
"Art. 10. O transplante ou enxerto só se fará com o consentimento expresso do receptor, assim inscrito em lista única de espera, após aconselhamento sobre a excepcionalidade e os riscos do procedimento." (NR)
"§ 1o Nos casos em que o receptor seja juridicamente incapaz ou cujas condições de saúde impeçam ou comprometam a manifestação válida da sua vontade, o consentimento de que trata este artigo será dado por um de seus pais ou responsáveis legais." (NR)
"§ 2o A inscrição em lista única de espera não confere ao pretenso receptor ou à sua família direito subjetivo a indenização, se o transplante não se realizar em decorrência de alteração do estado de órgãos, tecidos e partes, que lhe seriam destinados, provocado por acidente ou incidente em seu transporte." (NR)
Art. 2o As manifestações de vontade relativas à retirada "post mortem" de tecidos, órgãos e partes, constantes da Carteira de Identidade Civil e da Carteira Nacional de Habilitação, perdem sua validade a partir de 22 de dezembro de 2000.
Evolução da História 
Por muitos anos os cientistas pensaram sobre a idéia de substituir um órgão doente por um saudável de um doador. Inicialmente, o problema era que o corpo humano não era particularmente receptivo aos tecidos estranhos. O sistema imunológico é como um exército, constantemente na guarda contra qualquer invasão de bactérias, vírus ou outras substâncias potencialmente perigosas. Quando o tecido de um doador é colocado dentro do corpo, este exército imunológico o vê como um invasor e ativa seu modo de batalha. As células brancas do sangue atacam e destroem o tecido desconhecido em um processo conhecido como rejeição. Finalmente, os cientistas se deram conta de que o problema da rejeição não ocorria quando o órgão do doador e do receptor eram de gêmeos idênticos. A semelhança genética impedia a reação imunológica. O cirurgião de Massachusetts, Joseph E. Murray, utilizou este conceito com um ponto a seu favor em 1954, quando realizou seu primeiro transplante de rins com êxito entre gêmeos idênticos no Hospital Brigham and Women em Boston.
A cirurgia do Dr Murray foi um progresso importantíssimo. Porém não era uma solução. Afinal, muito poucas pessoas têm um gêmeo idêntico com quem contar para a doação de órgãos. No final dos anos 60, os médicos descobriram uma maneira de realizar transplantes entre pessoas que não fossem parentes através da supressão da reação imunológica do receptor com medicamentos imunossupressores. O problema era que os próprios medicamentos eram altamente tóxicos. Entre os riscos de infecção e dos medicamentos imunossupressores, a maioria dos pacientes de transplantes não viviam muito após a operação.
Nos anos 80, os medicamentos anti-rejeição melhoraram tanto que a cirurgia de transplante tornou-se rotineira e bem menos arriscada do que havia sido em décadas anteriores. As taxas de sobrevivência aumentaram. Uma vez que os cirurgiões desenvolveram o processo do transplante de órgãos essenciais, como, coração, rins, fígado e pulmões. Eles passaram a focar partes "não essenciais" do corpo. No final dos anos 90, os cirurgiões em Lyon, França, e na Nova Zelândia realizaram os primeiros transplantes de mão com sucesso.
Religião 
A maioria absoluta das religiões defende a prática do transplante de órgãos como um ato de doação e amor ao próximo, porém, em algumas delas só é aceito o transplante entre órgãos e tecidos “limpos” ou seja, onde não haja troca de sangue. Em todas elas a doação é uma opção individual e nos casos de doador falecido a família deve autorizar a doação (o que aliás é também uma exigência legal no Brasil).
No judaísmo, por exemplo, a doação de órgãos só é permitida se o receptor for conhecido para evitar que o órgão retirado, se não utilizado, seja inadvertidamente descartado, uma vez que para os judeus o corpo é sagrado e deve ser enterrado de acordo com suas tradições.
Quanto à questão ética é também defendido que a doação de órgãos deve ser realmente uma doação e que devem ser seguidos parâmetros claros baseados na necessidade do receptor e gravidade de sua situação para determinar quem deve receber o órgão doado. Essas medidas são para evitar que haja o comércio indiscriminado de órgãos e o favorecimento de algumas pessoas simplesmente por questões financeiras, por exemplo. Além disso, do ponto de vista religioso, condena-se o comércio de órgãos pelo fato dessa prática promover a banalização do corpo e sua transformação em objeto. O que seria errado já que ele é o abrigo da alma e, portanto, considerado sagrado pelos religiosos.
Há ainda a questão da determinação da hora da morte. A morte cerebral tida como parâmetro médico para definir quando uma pessoa está mesmo morta sem chances de recuperação não é muito bem aceita por algumas religiões que definem, em determinados casos, critérios próprios que nem sempre levam em conta o tempo necessariamente curto para retirada dos órgãos e tecidos para que não haja danos aos mesmos.
A questão é que o corpo do paciente pode continuar funcionando com a ajuda de aparelhos que auxiliam as funções vitais como respirar e se alimentar mesmo que o cérebro do paciente não vá mais se recuperar (veja mais no artigo sobre “morte cerebral”) e desligar esses aparelhos depende da autorização dos familiares que também devem autorizar a doação dos órgãos. Como essa decisão é sempre tomada em um momento muito difícil para os familiares a escolha pode demorar muito e nessas horas o tempo é crucial.