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PLANEJAMENTO E OCUPAÇÃO TERRITORIAL ORDENAMENTO TERRITORIAL URBANO INTRODUÇÃO Brasil – Rápido aumento da taxa de urbanização nas últimas décadas País essencialmente rural → País urbano Migração campo-cidade, impulsionada pelo processo de industrialização dentre outros fatores (altas taxas de crescimento). Anos 1960→ Crescente processo de urbanização no Brasil Crescimento das cidades brasileiras de maneira bastante acelerada, na maioria dos casos de forma desordenada. Falta de planejamento → Expansão urbana em direção às áreas periféricas, geralmente habitadas por uma população de baixa renda. Em 2000, mais de 80% da população do Brasil já era urbana e em algumas regiões, mais de 90% da população habitava cidades. Na maioria das cidades brasileiras existem ocupações irregulares, situadas em áreas ambientalmente frágeis, carentes de infra-estrutura e serviços públicos essenciais, o que compromete a qualidade de vida desta população. Passa a haver a preocupação dos municípios para tratar destas questões É o poder público municipal quem está mais próximo desta realidade e também das cobranças da população local. O poder público municipal é o principal responsável pelo planejamento urbano, junto a todos os segmentos da sociedade. A CIDADE Uma cidade pode ser identificada como uma entidade resultante do empilhamento de três camadas distintas, cada uma com funções próprias. Conjunto de estruturas antrópicas finalistasConjunto de estruturas antrópicas finalistas (Moradias, comércio, serviços, educação, etc.) Dá condições de funcionamento à superestrutura Sistema viário, de águas, esgotos, drenagem, etc. É tudo aquilo sobre o qual se constrói alguma coisa de caráter finalístico (meso e infraestrutura) A infraestrutura se encontra não só no solo e subsolo, mas também no campo que a rodeia e no próprio céu (águas pluviais). A infraestrutura é um fator independente da vontade do homem, ao contrário da mesoestrutura e da superestrutura e, embora imutável, pode ser adaptada a certas necessidades do homem. Esta adaptação é uma segunda natureza (antrópica), que deveEsta adaptação é uma segunda natureza (antrópica), que deve constituir-se respeitando as leis da natureza operantes na infraestrutura. Assim, as duas camadas superiores devem ser concebidas para que sua interação com a inferior seja tão harmônica como possível. O desempenho destas dependem do desempenho da infraestrutura. AS CIDADES E O MEIO FÍSICO O ambiente urbano é formado por dois sistemas intimamente inter- relacionados que são: o “sistema natural” (infraestrutura), composto pelo meio físico e biológico (solo, vegetação, animais, água, etc...) e o “sistema antrópico” (meso e superestrutura), consistindo do homem e de suas atividades. Muitas vezes criam-se problemas de considerável gravidade,Muitas vezes criam-se problemas de considerável gravidade, originados da quase completa desconsideração dos fatores fisiográficos, ignorando as reais potencialidades e limitações das áreas a ser ocupadas. A consequência é a ocupação de regiões e locais extremamente problemáticos, provocando modificações, muitas vezes irreversíveis, com prejuízos para o ambiente e para a própria população. - Áreas suscetíveis a movimentos gravitacionais de massa, - Locais com erosão intensa, - Áreas sujeitas à inundação, - Terrenos suscetíveis a colapsos e subsidências, etc. Soma-se a isto a cultura de tentar sistematicamente amoldar a natureza aos projetos de ocupação, ao invés de se adequar os projetos àaos projetos de ocupação, ao invés de se adequar os projetos à natureza dos terrenos. Consequência - Elevação dos custos das obras, com implantação de soluções quase sempre de desempenho precário ou insuficiente. Impõem-se ao poder público pesados ônus → altos custos para a dotação de infraestrutura urbana (implantação, recuperação e manutenção). As características geomorfológicas (forma e dinâmica do relevo), geológicas (tipos de solos e rochas e estruturas presentes), geotécnicas (características e propriedades físicas e mecânicas) do meio físico são os principais fatores que, para um determinado tipo climático, condicionam os reflexos decorrentes da ocupação do solo. Nas áreas urbanas, o meio físico é o componente ambiental que, mesmo alterado em suas características e processos originais, persiste interagindo e condicionando grande parte dos problemas do ambiente construído. Por outro lado, a responsabilidade no uso social da propriedade é um princípio constitucional presente e detalhado na legislação da União, estados e municípios. LEI ORGÂNICAMUNICIPAL A Lei Orgânica Municipal é a lei máxima do Município. Conforme os artigos 18, 29 e 30 da Constituição Federal de 1988, o Município possui autonomia para legislar em termos municipais, ou seja, o Município pode e deve gerir os seus próprios negócios e atividades. O Município possui o dever de contribuir para a preservação do meioO Município possui o dever de contribuir para a preservação do meio ambiente e a lei orgânica pode e deve conter instrumentos relativos à esta preservação. Ao Município, cabe estabelecer as formas mais adequadas, diante de sua realidade geográfica e econômica, de compatibilizar as suas atividades produtivas e sociais, com a proteção e melhoria da qualidade ambiental. PLANEJAMENTO URBANO Constituição Federal de 1988 → Incluiu em seu texto um capítulo de Política Urbana, cuja regulamentação aconteceu com a aprovação do Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001). O Plano Diretor passou então a ser o instrumento básico de política urbana e de ocupação territorial, sendo obrigatório para municípios:urbana e de ocupação territorial, sendo obrigatório para municípios: - Com mais de 20 mil habitantes - Integrantes de regiões metropolitanas ou de aglomerações urbanas - Integrantes de áreas de especial interesse turístico - Inseridos em área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional. A Constituição Federal de 1988 também instituiu como competência dos municípios a elaboração e implementação dos planos diretores municipais ou planos diretores de desenvolvimento urbano. O artigo 182 da Constituição Federal de 1988, regulamentado nos artigos 39 à 42 do Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001), constitui na base para a política municipal de planejamento urbano.na base para a política municipal de planejamento urbano. Agenda 21 → O desenvolvimento urbano sustentável pode ser entendido como um desenvolvimento da cidade e da sua região de maneira que os recursos naturais sejam explorados e aproveitados sem que exista uma degradação destes recursos. O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Municipal é o mais importante instrumento e fundamental para o planejamento urbano, uma vez que nele se define a política de desenvolvimento e expansão urbana. Objetivos - Conduzir e controlar o crescimento dos municípios - Disciplinar e controlar as atividades urbanas, em benefício do bem estar socialbenefício do bem estar social O planejamento urbano municipal não deve impedir crescimento econômico, mas fazer que este seja uma meta que, contudo, não exclua a preservação do meio ambiente, assegurando dignidade à pessoa humana e possibilitando a participação da comunidade na elaboração do próprio planejamento urbano e ambiental. Como pretende corrigir distorções e rumos no desenvolvimento, o Plano Diretor pressupõe um estudo das potencialidades e deficiências do Município. Deve-se, portanto, avaliar a dimensão territorial, econômica, social e ambiental do Município. Grande relevância de um diagnóstico bem elaborado que oriente a expansão urbana e a ocupação territorial. A questão ambiental deve perpassar a elaboração do Plano Diretor nos aspectos dopatrimônio natural, cultural e artificial, dispondo sobre a utilização e preservação dos recursos naturais existentes, a utilização e a conservação do patrimônio natural e cultural e o disciplinamento do patrimônio ambiental artificial. LEI DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO/ZONEAMENTOAMBIENTAL O zoneamento ambiental é um dos instrumentos previstos na Lei 6.938/81, que institui a Política Nacional do Meio Ambiente e Sistema Nacional do Meio Ambiente. O artigo 4º do Estatuto da Cidade (Leiº 10.257/2001) estabelece que o zoneamento ambiental é um dos instrumentos do planejamento municipal. O zoneamento ambiental visa oferecer subsídios ao planejamento municipal, incluindo-se aí a utilização dos recursos ambientais. Somente pode haver uma Lei de Uso e Ocupação do Solo a partir de um estudo interdisciplinar e metodológico que revele as características do meio ambiente (diagnóstico e prognóstico). Um zoneamento ambiental é apresentado em forma de representação cartográfica de áreas com características homogêneas. Desse modo, elucida a melhor alternativa para o uso e ocupação do solo. Tem servido basicamente para a produção de leis que garantam condições adequadas de iluminação, ventilação, salubridade, melhor circulação de veículos, a proteção de áreas de interesse ambiental, e ainda compatibilizar os diversos usos do solo. Esse diagnóstico ambiental do município levantará as características ambientais do mesmo, delimitando as áreas mais adequadas aos diversos usos e ocupações do solo. Áreas destinadas às indústrias, à preservação permanente, aos loteamentos residenciais, etc. ESTATUTO DAS CIDADES A Reforma Urbana, inaugurada pela Constituição Federal de 1988 em seus artigos 182 e 183, propiciou o surgimento do Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001), regulamentando aqueles dois artigos constitucionais. É uma lei que traz grande avanço para uma política urbana voltada para a função social da propriedade e a gestão democrática da cidade. O objetivo do estatuto da cidade é disciplinar a função social da propriedade urbana. Porém, exige uma estrutura administrativa e recursos para o cumprimento de suas exigências legais a partir de recursos tão escassos e muitas vezes mal administrados, característicos dos municípios brasileiros de pequeno e médio porte. LEI DO PARCELAMENTO DO SOLO URBANO Lei Federal no 6.766 de 19/12 1979 (Lei Lehman) → não pode haver ocupação urbana (parcelamento) nas seguintes condições: - em terrenos alagadiços e sujeitos à inundação, antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas; - em terrenos que tenham sido aterrados com materiais nocivos à saúde pública, sem que sejam previamente saneados; - em terrenos com declividade igual ou superior a 30%, salvo se atendidas exigências específicas das autoridades competentes; - em terrenos onde as condições geológicas não aconselhem a edificação; - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até sua correção. PROBLEMAS AMBIENTAIS URBANOS O crescimento urbano de uma cidade, sem um devido planejamento, acarreta muitas vezes desequilíbrios ambientais. Os efeitos dos mesmos fazem-se sentir sobre todo o aparelhamento urbano, principalmente sobre os recursos hídricos, que acabam recebendo todo os efluentes urbanos.recebendo todo os efluentes urbanos. Um modelo equivocado de planificar o uso do solo urbano pode gerar graves problemas de ordem ambiental e socioeconômica devido à ocupação de áreas inadequadas à expansão urbana: - áreas de várzeas, que tendem provocar alterações no regime hidrológico, podendo ainda poluir os cursos d'água; - encostas declivosas, que aceleraram os processos erosivos, ocasionando principalmente escorregamentos, corridas de terra com graus diferenciados de fluidez e obstrução da drenagem natural; - áreas de recarga de aqüífero subterrâneos, o que tende comprometer a qualidade e a futura utilização desta água ; - localização inadequada de depósitos de resíduos sólidos em solos com alta permeabilidade, tendendo contaminar a água de superfície e subterrânea; - desmatamento de áreas susceptíveis à erosão, acelerando os processos de desagregação e transporte de sedimentos em superfície, podendo provocar ravinamentos e voçorocamento e criando condições para o assoreamento dos cursos d'água, dentre outros problemas. Os impactos como poluição, problemas de ofertas dos recursos naturais, pobreza e distúrbios sociais são os principais fatores que comprometem o mecanismo de retroalimentação do sistema natural, visto que não haverá regeneração do ambiente e nem renovação dos recursos naturais. A própria urbanização gera um aumento dos sedimentos produzidos nas bacias hidrográficas de forma significativa, devido às construções, limpeza de terrenos para novos loteamentos, construções de ruas, avenidas e rodovias entre outras. Estas atividades geram assoreamento da drenagem, redução da capacidade de escoamento de condutos, rios e lagos urbanos e transportes de substâncias poluentes agregadas aos sedimentos. O processo de urbanização e as alterações decorrentes do uso do solo (retirada da cobertura vegetal) e a impermeabilização dos terrenos causam impactos significativos no ciclo hidrológico, principalmente nos processos de infiltração, armazenagem nos corpos d`água e fluxo fluvial. A conseqüência disso é refletida nos alagamentos e inundações urbanas, que provocam grandes calamidades sazonalmente, demonstrando a fragilidade do sistema hidrológico urbano.demonstrando a fragilidade do sistema hidrológico urbano. Quanto à qualidade da água, deve-se levar em conta que o lançamento de efluentes domésticos comprometem muitas vezes as condições físico-químicas da água, pois os canais de drenagem recebem uma grande quantidade de efluentes e dejetos e não têm vazão e volume capazes de diluir estes dejetos. Os aqüíferos urbanos são contaminados principalmente pelos resíduos sólidos urbanos e pela infiltração indiscriminada de águas pluviais contaminadas pelo transporte de lixo, sedimentos e lavagem de ruas. Na implantação de loteamentos e obras públicas ou privadas de grande porte de maneira geral, ocorrem grandes movimentações de terra, onde se altera, de forma significativa a topografia local. Normalmente, remove-se a camada superficial, deixando expostos substratos que, em algumas situações, podem apresentar taxas de erodibilidade diferenciada. O preço pago pela inobservância das regras da natureza tem sido muito caro para as populações e administrações dos centros urbanos (desastres ecológicos, perdas de vidas humanas e de patrimônio). ESTUDOS DO MEIO FÍSICO NO PLANEJAMENTO URBANO Numa estratégia territorial, no que diz respeito aos processos e elementos ambientais, os trabalhos de planejamento e ordenamento buscam minimizar os impactos negativos que por ventura possam ser produzidos com a ocupação. Em contrapartida, torna-se preponderante delimitar as áreas potenciais ao crescimento urbano e industrial, minimizando assim futuras ações corretivas frente à ocupação de sítios inadequados. A incorporação das características e condicionantes do meio natural nos estudos de gestão territorial é imprescindível para a otimização do aproveitamento dos recursos de um território, com a preservação de seus valores naturais. A chave para que se consiga uma relação de equilíbrio entre a exploração e a conservação está em se conhecer o ambiente em que se quer ocupar. Isto só é possível com a elaboração de uma cartografia geoambiental integrada, que sintetize as informações significativas sobre os processos e características naturais do território. Especificamente, tem-se o interesse de definir cartograficamente os setores do território que apresentem maior “qualidade ambiental” e a partir daí,propor sua preservação, além de recuperar ou reabilitar áreas que se encontrem degradadas por atividades que sejam incompatíveis com sua vocação de uso. Partindo-se de um inventário de trabalhos anteriores, mapas e cartas existentes, imagens, etc., pode-se desenvolver uma série de análises sobre o meio físico. Estudos do meio físico abordam vários aspectos ou temas básicos, tais como: Geomorfologia – Formas de relevo predominantes e sua influência nos processos naturais, declividades, etc. Geologia – Tipos litológicos, estruturas existentes, grau de alteração das rochas.das rochas. Hidrografia – Delimitação de bacias hidrográficas, regime de fluxo dos cursos, vazões, etc. Hidrogeologia – Disposição dos aquíferos, zonas de recarga, potencial de extração, surgências, etc. Pedologia – Tipos de solos, sua interrelação e propriedades. São Pedro Santo Antônio Vila do Carmo Santana Galego DE MARIANA PASSAGEM Cartucha 662.000661.500 662.500 663.000 663.500 664.000 664.500 665.000 665.500 666.000 665.500 7 7 4 7 . 0 0 0 7 7 4 7 . 5 0 0 7 7 4 8 . 0 0 0 7 7 4 8 . 5 0 0 7 7 4 9 . 0 0 0 Fonte da Saudade São Cristóvão Vila Maquiné Barro Preto Estrela do Sul Morada do Sol Jardim dos Inconfidentes Vila Del Rei São Sebastião 7 7 4 4 . 5 0 0 7 7 4 5 . 0 0 0 7 7 4 5 . 5 0 0 7 7 4 6 . 0 0 0 7 7 4 6 . 5 0 0 São Pedro Santo Antônio Rosário Vila do Carmo Santana Galego Cartucha São Pedro Vila do Carmo DE MARIANA PASSAGEM 662.000 662.500 663.000 663.500 664.000 664.500 665.000 665.500 666.000 666.500 663.000 Bacias hidrográficas Modelos digitais do terreno também são elementos de grande aplicação Modelo digital do terreno das áreas urbanas e periurbanas de Mariana Junto a estas informações básicas, outros levantamentos podem ser executados, abordando aspectos complementares tais como: Extração mineral – Pedreiras, areais, extração de argilas, etc. Processos geodinâmicos ocorrentes – Movimentos gravitacionais de massa, erosão, assoreamentos, inundações, subsidências, etc. Uso e ocupação atual – Localização dos diversos usos, urbano,Uso e ocupação atual – Localização dos diversos usos, urbano, industrial, agrícola, etc. Áreas de interesse ambiental – Unidades de conservação (APAS, reservas ecológicas, áreas de preservação permanente, etc.). Problemas ambientais existentes – Áreas degradadas, poluição. Cartas geotécnicas – Propriedades geomecânicas dos solos e rochas. Estes produtos podem ser integrados, gerando novos mapas ou cartas, chamados de síntese, que podem indicar problemas existentes, aptidões para determinados usos, etc., fornecendo base para análise, indicações de usos e tomada de decisões, tais como: - Cartas geoambientais – Diagnosticando as questões ambientais - Cartas de aptidão – Abordando usos distintos separadamente- Cartas de aptidão – Abordando usos distintos separadamente - Cartas de risco – Indicando áreas problemáticas quanto à ocupação. - Cartas de indicação de usos – Sugerindo formas de ocupação. A análise destes produtos será a base para a elaboração de zoneamentos para planos diretores, no que se refere ao meio físico. 4 2, 4 1 , 40 7 7 4 4 . 5 0 0 7 7 4 5 . 0 0 0 7 7 4 5 . 5 0 0 7 7 4 6 . 5 0 0 7 7 4 6 . 0 0 0 662.000 7 7 4 3 . 0 0 0 661.0007 7 4 2 . 5 0 0 661.500 7 7 4 3 . 5 0 0 7 7 4 4 . 0 0 0 662.500 663.000 663.500 664.000 664.500 665.000 665.500 666.000 666.500 666.800 Os produtos gerados, caso sejam mais amplos em área que a zona urbana, podem também auxiliar na análise e planejamento das áreas periurbanas. No entanto, são vários os procedimentos e métodos de integração de informação cartográficas adotados no planejamento urbano em relação ao meio físico. OUTROS ASPECTOS NO PLANEJAMENTO URBANO No entanto, não é apenas o meio físico que determina ou que deva ser somente analisado quando se pratica o planejamento urbano. Pelo contrário, outros aspectos por vezes podem ter maior relevância. Aspectos bióticos – Fauna e flora são elementos que nunca podem ser desconsirados numa prática de ordenamento territorial. Aspectos socioeconômicos – O ser humano e suas relações culturais com o meio devem ser os orientadores principais do planejamento em todos níveis. Assim, o planejamento urbano é uma atividade multi e interdisciplinar, que deve contemplar o máximo de áreas de atuação e que tenha condições de realizar diagnósticos e prognósticos equilibrados. ESTUDO DE CASO – ORDENAMENTO DA ÁREA URBANA DE MARIANA Metodologia utilizada nos estudos do meio físico na área urbana de Mariana O ordenamento do distrito-sede foi resultado do conhecimento da realidade físico-territorial da cidade, considerando as questões ambientais e urbanas. Somou-se a estas questões a identificação das características sociais, econômicas e culturais. As aptidões de uso e os impactos existentes foram avaliados a partir doAs aptidões de uso e os impactos existentes foram avaliados a partir do conhecimento adquirido no estudo. Foram definidas apenas as principais capacidades do território e as atividades mais desejáveis ou indesejáveis para cada zona. Critérios: ambiente urbano existente, ações antrópicas sobre o meio e a existência de um patrimônio natural ou cultural preservado, a ser protegido Santo Antônio Fonte da Saudade Rosário Barro Preto Morada do Sol Jardim dos Inconfidentes Santana Galego São Sebastião PLANO DIRETOR DE MARIANA Zoneamento da Área Urbana Cartucha São Pedro Vila do Carmo ZONAS DE CONTROLE URBANÍSTICO São aquelas onde a ocupação urbana está consolidada e a tipologia urbana é bastante mesclada. Inserem-se, também, as áreas ocupadas pela população de baixa renda, com construções mais precárias. ZONA DE EXPANSÃO URBANA Foram individualizadas a partir dos estudos sobre o meio físico realizados, no que tange ao uso e ocupação atual e à susceptibilidade e risco de ocorr6encia de processos geodinâmicos. Possuem características geotécnicas e ambientais que as habilitam à ocupação e condições de articulação com o sistema viário existente. ZONAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL Estão inseridas na malha urbana ou adjacentes à mesma, garantindo a preservação de recursos naturais, como nascentes e cursos d’água. A cobertura vegetal é expressiva e, principalmente, as atividades antrópicas são rarefeitas. Não são passíveis de ocupação. ÁREAS DE PROTEÇÃO PAISAGÍSTICA Áreas não ocupadas e vegetadas que circundam o núcleo urbano,Áreas não ocupadas e vegetadas que circundam o núcleo urbano, garantindo sua ambiência e a paisagem envoltória. A cobertura vegetal é expressiva. Pode ter ocupação rarefeita. ZONAS DE REABILITAÇÃO AMBIENTAL São pequenas “manchas” no interior da malha urbana, remanescentes de cobertura vegetal original ou plantada. Não são passíveis de ocupação. ZONAS DE REABILITAÇÃO URBANA E AMBIENTAL As zonas indicadas para reabilitação, englobam as parcelas do território degradadas, onde se verificam problemas urbanos e/ou ambientais, que necessitam de intervenções específicas para garantia da segurança e da qualidade de vida. São necessárias ações específicas para cada área, que garantam a mitigação dos impactos já existentes, bem como a proibição de usos emitigação dos impactos já existentes,bem como a proibição de usos e ocupações que comprometam a reabilitação das mesmas. ZONAS DE PROTEÇÃO CULTURAL São aquelas onde a ocupação urbana é antiga e consolidada, englobando conjuntos com tipologia setecentista bastante preservados e outros diferenciados, com desenhos e materiais diversos. Abriga diversos monumentos tombados pela União. PLANO DIRETOR DE TIMÓTEO Zona de Especial Interesse Social (ZEIS) - Áreas nas quais há interesse público em ordenar a ocupação, por meio de urbanização e regularização fundiária, ou em implantar ou complementar programas habitacionais de interesse social, que se sujeitam a critérios especiais de parcelamento, ocupação e uso do solo. Zona Urbana de Preservação Relativa (ZP-1) - Áreas não parceladas e não ocupadas, com declividade entre 30% (trinta por cento) e 45% (quarenta e cinco por cento), onde serão admitidos chacreamentos,(quarenta e cinco por cento), onde serão admitidos chacreamentos, centros de lazer, clubes recreativos, hotéis-fazenda, acampamentos e afins, bem como atividades de reflorestamento com fins comerciais, desde que obedecidas as normas municipais pertinentes e observada a obrigatoriedade de licenciamento pelo órgão municipal de controle ambiental. Área de Proteção Ambiental Serra de Timóteo (APA) - Áreas sujeitas a Plano de Manejo, definida pela Lei Municipal n.º 2.451, de 04/06/2003. Zona Urbana de Preservação Absoluta (ZP-2) - Áreas consideradas de preservação permanente pelas legislações ambientais da União e do Estado, assim como as ocupadas por matas nativas, as de proteção de nascentes e margens de águas correntes e dormentes, as de declividade superior a 45% (quarenta e cinco por cento) e as de reflorestamento em terrenos com declividade superior a 30% (trinta por cento), nas quais só serão permitidas atividades relacionadas com as respectivas funções de preservação. Zona Urbana Adensável (ZA) - Áreas parceladas ou ocupadas, destinadas a usos urbanos múltiplos - residenciais, comerciais, de serviço e industriais, nas quais a infra-estrutura instalada permite o adensamento. Zona Urbana de Interesse Econômico (ZE) - Áreas destinadas exclusivamente aos usos comerciais, industriais e de serviços. PLANO DIRETOR DE OURO PRETO BIBLIOGRAFIA Adail Ribeiro de Carvalho - Planejamento Urbano – por estratégia de inclusão territorial* Allaoua Saadi - A geomorfologia como ciência de apoio ao planejamento urbano em Minas Gerais. Revista Geonomos* Elzelis de Aguiar Muller, Carlos Alberto de Melo Lima - Planejamento urbano e águas subterrâneasurbano e águas subterrâneas João Cândido André da Silva Neto, Valter Guimarães, Ricardo Miranda dos Santos - Uso do solo e os problemas ambientais urbanos da cidade de Bodoquena – MS* José Lázaro de Carvalho Santos - Planejamento e gestão urbana sustentáveis nos municípios brasileiros* * Trabalhos disponíveis na Internet Bitar, O. Y. Curso de geologia aplicado ao meio ambiente. ABGE/IPT, São Paulo. 1995 Carvalho, E. T. – Geologia urbana para todos. Edição Independente. Belo Horizonte. 1999. Oliveira, A. M. S. & Brito, S. N. – Geologia de Engenharia. ABGE, São Paulo, 1998. Souza, L. A. – Geoprocessamento aplicado ao ordenamento territorial:Souza, L. A. – Geoprocessamento aplicado ao ordenamento territorial: estudo do município de Mariana (MG). Dissertação de Mestrado NUGEO/UFOP. Ouro Preto, 2004.
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