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Redação Técnica SEST - Serviço Social do Transporte SENAT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte Qualquer parte dessa obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte. Fale Conosco 0800 728 2891 ead.sestsenat.org.br Curso online – Redação Técnica – Brasília: SEST/SENAT, 2016. 164 p. : il. – (EaD) 1. Redação técnica - língua portuguesa. 2. Linguagem formal. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. CDU 001.81 3 Sumário Apresentação 8 Unidade 1 | A Importância da Expressão Escrita 10 1. Sobre a Comunicação Escrita 12 1.1. A Importância de Escrever Bem 13 1.2. A Importância da Leitura para a Expressão Escrita 15 1.2.1. Alguns Tipos de Leitura de Texto 16 1.2.1.1. Exercício de Leitura de Texto 16 1.2.1.2. Exemplos de Leitura a Partir do Texto 17 1.2.2. Outros Tipos de Leitura (Decodificação de Mensagens) 18 Glossário 19 Atividades 20 Referências 22 Unidade 2 | Redação Discursiva 23 1. Tipos de Redação 25 2. Como Apresentar uma Redação Técnica Discursiva 26 3. Qualidades Fundamentais de uma Redação Técnica 27 3.1. Comparando Redação Técnica e Redação Literária 27 3.1.1. Exemplo de Texto Literário 28 4. Tipologia Textual 28 4.1. Tipos de Descrição 29 Atividades 30 Glossário 32 Referências 33 Unidade 3 | Redação Discursiva / Argumentação 34 1. O Que é Redação Discursiva 36 1.1. Redação Discursiva Objetiva (Dissertação) 36 2. Argumentação 37 2.1. Tipos de Argumentação 37 2.1.1. Argumento Baseado na Estrutura da Realidade 37 2.1.2. Argumento Baseado no Consenso 38 4 2.1.3. Argumento Baseado em Fatos 39 2.1.4. Argumento Lógico 39 2.2. Exercício para Mentalizar os Tipos de Argumentação 40 Atividades 41 Glossário 43 Referências 44 Unidade 4 | Progressão Discursiva / Dicas e Técnicas de Redação 45 1. Progressão Discursiva 47 1.1. Exemplos 47 2. Sugestões para Escrever Bem uma Dissertação 48 3. Técnica de Redação 49 Glossário 52 Atividades 52 Referências 54 Unidade 5 | Correspondência / Redação oficial 55 1. Correspondência 57 1.1. Correspondência Oficial 57 1.1.1. Tipos de Correspondência Oficial 58 2. Características da Redação Oficial 61 2.1. Sobre a Impessoalidade 62 2. 2. Padrão Culto da Linguagem 63 2.3. Clareza e Concisão 64 Glossário 66 Atividades 67 Referências 68 Unidade 6 | Formalidade e Padronização na Redação Oficial 69 1. Formalidade e Padronização 71 1.1. Pronomes de Tratamento 71 1.1.1. Concordância dos Pronomes de Tratamento 72 1.1.2. Emprego dos Pronomes de Tratamento 72 1.1.2.1. O Pronome de Tratamento Vossa Excelência 72 5 1.1.2.2. O Pronome de Tratamento Vossa Senhoria 75 1.1.2.3. O Pronome de Tratamento Vossa Magnificência 76 1.1.2.4. Os Pronomes de Tratamento para a Hierarquia Eclesiástica 76 Glossário 77 Atividades 78 Referências 79 Unidade 7 | O Padrão Ofício 80 1. Manual de Redação da Presidência da República e sua Revisão 82 2. O Padrão Ofício 83 2.1. Partes dos Documentos no Padrão Ofício 83 2.1.1. Tipo do Documento 84 2.1.2. Local e Data 84 2.1.3. Destinatário 84 2.1.4. Assunto 85 2.1.5. Texto 85 2.1.6. Fecho 86 2.1.7. Assinatura e Identificação do Signatário 87 Glossário 88 Atividades 89 Referências 91 Unidade 8 | Diagramação de Documentos e Comunicações Oficiais 92 1. Diagramação de Documentos no Padrão Ofício 94 2. Comunicações Oficiais 95 2.1. Apostila 95 2.1.1. Partes 96 2.2. Ata 96 2.2.1. Partes 98 Glossário 99 Atividades 100 Referências 102 Unidade 9 | Comunicações Oficiais: Aviso e Certidão 103 6 1. Aviso 105 2. Certidão 106 2.1 Características 106 2.2. Finalidade 106 2.3. Tipos 107 2.4. Forma 107 Glossário 108 Atividades 109 Referências 111 Unidade 10 | Comunicações Oficiais: Circular, Correio Eletrônico e Declaração 112 1. Circular 114 2. Correio Eletrônico em Comunicações Oficiais 114 2.1. Forma e Estrutura 114 2.2. Valor Documental 115 3. Declaração 115 Glossário 116 Atividades 117 Referências 119 Unidade 11 | Comunicações Oficiais: Edital e Exposição de Motivos 120 1. Edital 122 1.1. Objetivo 122 1.2. Partes do Documento 122 2. Exposição de Motivos 123 2.1. Partes do Documento 123 2.2. Forma e Estrutura 124 Glossário 125 Atividades 126 Referências 127 Unidade 12 | Comunicações Oficiais: Fax, Memorando e Mensagem 128 1. Fax 130 2. Memorando 130 7 3. Mensagem 131 Glossário 132 Atividades 133 Referências 134 Unidade 13 | Comunicações Oficiais: Ofício, Parecer e Requerimento 135 1. Ofício 137 2. Parecer 138 3. Requerimento 139 Glossário 140 Atividades 141 Referências 142 Unidade 14 | Comunicações Oficiais : Portaria, Ordem de Serviço, Procuração, Relatório e Telegrama 143 1. Portaria 145 2. Ordem de Serviço 146 3. Procuração 147 4. Relatório 148 5. Telegrama 149 Glossário 151 Atividades 152 Referências 153 Unidade 15 | Diploma, Certificado e Currículo 154 1. Diploma 156 2. Certificado 156 3. Currículo 156 3.1. Exemplo de Currículo 157 Glossário 160 Atividades 161 Referências 162 8 Apresentação Prezado aluno, Desejamos boas-vindas ao Curso Redação Técnica! Vamos trabalhar juntos para desenvolver novos conhecimentos e aprofundar as competências que você já possui! No início de cada unidade, você será informado sobre o conteúdo que será abordado e os objetivos que se pretende alcançar. O texto contém ícones com a finalidade de orientar o estudo, estruturar o texto e ajudá-lo na compreensão do conteúdo. Você encontrará também situações extraídas do cotidiano, conceitos e, ao final da unidade, você encontrará exercícios propostos para a consolidação dos conteúdos. O curso Redação Técnica contém 15 unidades de 4 horas-aula cada, estruturadas conforme a tabela a seguir: Unidade 1 A importância da expressão escrita Unidade 2 Redação Discursiva Unidade 3 Redação Discursiva Unidade 4 Progressão Discursiva/ Dicas e Técnicas de Redação Unidade 5 Correspondência Oficial e seus Tipos Unidade 6 Formalidade e padronização na redação oficial Unidade 7 O Padrão-Ofício Unidade 8 Diagramação de Documentos / Comunicações Oficiais: Apostila e Ata Unidade 9 Comunicações Oficiais: Aviso e Certidão Unidade 10 Comunicações Oficiais: Circular, Correio Eletrônico e Declaração Unidade 11 Comunicações Oficiais: Edital e Exposição de Motivos Unidade 12 Comunicações Oficiais: Fax, Memorando e Mensagem 9 Unidade 13 Comunicações Oficiais: Ofício, Parecer e Requerimento Unidade 14 Comunicações Oficiais: Portaria, Ordem de Serviço, Procuração, Relatório e Telegrama Unidade 15 Diploma / Certificado / Currículo Esperamos que este Curso seja muito proveitoso para você! Nosso intuito maior é o de lhe apresentar dicas, conceitos e soluções práticas para ajudá-lo a resolver os problemas encontrados no seu dia a dia de trabalho. Bom trabalho! 10 UNIDADE 1 | A IMPORTÂNCIA DA EXPRESSÃO ESCRITA 11 Unidade 1 | A Importância da Expressão Escrita f Discuta com seus colegas: O que você entende por comunicação? Você se comunica pela escrita? Que tipo de escrita você normalmente pratica? Há momentos em que você precisa escrever formalmente? Que tipos de escritas formais você conhece? Prepare-se para aproveitar bem esta unidade do curso! É certo que você terá ganhos, sejam em seus relacionamentos cotidianos, sejam na ampliação das oportunidades profissionais. Nesta primeira parte, vamos ressaltar a importância da escrita como ferramenta indispensável de comunicação,relacionando-a com os processos de leitura. Ainda, apresentaremos alguns dos diversos tipos de leitura possíveis para um mesmo produto textual e a forma de utilizá-los na criação de um texto próprio. Fonte: www.shutterstock.com 12 1. Sobre a Comunicação Escrita Se entendermos o termo sociedade como um agrupamento de pessoas que vivem em estado gregário (em bando) e de colaboração mútua, concluímos que o viver social só existe quando há comunicação entre os integrantes do grupo. Isso porque só ficamos juntos se há possibilidades de compartilhamento, seja de informações, ideias, conhecimentos, ou de anseios, emoções e outros sentimentos e propósitos. b Assista a este vídeo sobre comunicação e discuta sobre o poder das palavras: https://www.youtube.com/watch?v=lkoH3IKPWyA A todo momento nosso cérebro cria pensamentos que vagam pelas lembranças e pela imaginação e, evidentemente, também se fixam nas situações e acontecimentos do presente. E mais: o cérebro permanece em contínua elaboração de pensamentos que julgam, fazem reflexões ou compõem raciocínios lógicos. Comunicação é um processo que envolve a transmissão e recepção de mensagens entre uma fonte emissora e um destinatário receptor, no qual as informações, transmitidas por intermédio de recursos físicos (fala, audição, visão, etc.) ou de aparelhos ou dispositivos técnicos, são codificadas na fonte e decodificadas no destino com o uso de sistemas convencionados de signos ou símbolos sonoros, escritos, iconográficos, gestuais, etc. (Houaiss, 2009) 13 a O ser humano, abastecido pela ininterrupta atividade mental, interage com seu semelhante utilizando várias formas de comunicação, sendo a escrita — conjunto de caracteres composto por letras, algarismos, sinais de pontuação e outros símbolos — um desses canais de expressão. 1.1 A Importância de Escrever Bem A facilidade ou disposição de comunicar é uma habilidade bastante valorizada no convívio social. Ser bastante comunicativo na linguagem falada, ou mesmo na escrita, pode indicar personalidade extrovertida, temperamento afável e convidativo. O falar bem é qualidade especialmente percebida em pessoas carismáticas, envolventes, comunicadores capazes de receber atenção, de obter boa vontade e simpatia por parte dos ouvintes. A necessidade da expressão escrita tomou proporções inéditas em nossas atuais ações cotidianas devido à intensificação das trocas de mensagem via celulares e outros equipamentos eletrônicos, e-mails, redes sociais, etc. Todo mundo recebe ou lê mensagens e quer ou precisa respondê-las por escrito. Como consequência, nosso nível de instrução, nossos conhecimentos adquiridos e nossa formação cultural ficam, a todo momento e lugar, francamente expostos. a Então, como causar boa impressão ao escrever? A resposta está em cultivar o hábito cotidiano de leitura e uma prática constante de escrita — essas atitudes, aliadas a estudos sobre regras e normas que estruturam a língua, garantem uma interpretação correta de textos e a eficiência na expressão escrita. 14 Passando ao mundo dos negócios — empresarial e profissional —, é fácil constatar que as melhores posições e cargos estão com bons comunicadores. Falar e escrever bem são requisitos básicos nos indivíduos que se sobressaem como líderes, pessoas capazes de comandar e coordenar, que influenciam comportamentos e apresentam proposições na busca dos objetivos. Mas, embora escrever corretamente e com clareza seja muito relevante para a eficiência produtiva e, portanto, bastante apreciado em entrevistas de trabalho, tal habilidade não é facilmente encontrada nem mesmo entre executivos, conforme comprovam pesquisadores americanos. a Em ambientes de trabalho, usar corretamente e com adequação tanto a linguagem escrita quanto a oral, e mesmo a visual e gestual, constituem diferenciais positivos nos relacionamentos com chefes, colegas e clientes. Em qualquer área, sendo estudante ou profissional, você deve ser um bom conhecedor de seu idioma e das respectivas normas de escrita, habilitando-se para produzir textos concisos e bem elaborados, textos que exponham de forma clara seus objetivos, pensamentos e intenções. g Sabe-se que muitos vestibulandos apresentam performance insuficiente em questões dissertativas ainda que tenham consideráveis conhecimentos sobre determinada matéria. E as faculdades mais concorridas do país aplicam provas escritas além da redação, esta exigida também no Enem. A redação pode, facilmente, ser o motivo para uma aprovação ou reprovação. 15 a Quanto mais preparado você estiver para transferir suas ideias e seu conhecimento para o papel, melhores chances de sucesso você terá em qualquer área de atuação pessoal ou profissional. 1.2. A Importância da Leitura para a Expressão Escrita “Como ler é um hábito raro entre nós, e a meninada chega ao colégio achando o livro uma coisa quase esquisita, e a leitura uma chatice, talvez ela precise ser seduzida: percebendo que ler pode ser divertido, interessante, pode entusiasmar, distrair, dar prazer. Eu sugiro crônicas, pois temos grandes cronistas no Brasil, a começar por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, além dos vivos como Veríssimo e tantos outros. Além disso, cada um deve descobrir o que gosta de ler, e vai gostar, talvez, pela vida afora. Não é preciso que todos amem os clássicos nem apreciem romance ou poesia. Há quem goste de ler sobre esportes, explorações, viagens, astronáutica ou astronomia, história, artes, computação, seja o que for.” (Lya Luft, revista Veja, ed. 2125, 2009) Essa admirável colunista da revista Veja, Lya Luft, ainda nesse artigo, ressalta que a leitura exercita nosso cérebro, deixando-nos poderosos e fortes como indivíduos, curiosos e integrados com o mundo. Vamos seguir seus conselhos: ler muito, aprender a gostar de ler — assim chegaremos à compreensão e leitura correta do entorno e do contexto em que vivemos. Só então estaremos aptos a refletir, analisar, propor mudanças, inovar, contribuir. A expansão dos limites da leitura não favorece apenas o desempenho profissional do indivíduo. Conduz também à compreensão de temas de interesse social, favorecendo a análise e formação de opiniões críticas sobre os mais variados assuntos. Ainda, serve 16 de base e estímulo a atuações voltadas ao bem-estar coletivo e a melhorias do habitat. Também, e principalmente para alguns, o prazer da leitura possibilita o usufruto das preciosas e perenes obras de arte literárias. 1.2.1. Alguns Tipos de Leitura de Textos Ao estudarmos um texto, praticamos vários tipos de leitura, dentre eles: • Leitura exploratória — quando apreendemos informações específicas. • Leitura analítica — quando comparamos e identificamos estilos, posições, argumentos. • Leitura hierarquizadora — quando classificamos os aspectos relevantes por ordem de importância. • Leitura de extrapolação — quando, com base no texto, concebemos nossas próprias ideias. Com base no exposto, fica evidente a importância da leitura como facilitadora da produção textual, pois, a partir de anotações referentes a uma leitura, podemos interpretar informações, analisar argumentos e posições, atentar a aspectos relevantes, articular pensamentos e ideias, comparar conhecimentos, exercitar nossa capacidade de síntese. 1.2.1.1 Exercício de Leitura de Texto Texto — “A travessia mais perigosa da capital A Avenida Marechal Tito, em São Miguel Paulista, na Zona Leste, detém um título sinistro. Trata-se do local mais letal para pedestres na capital, em relação ao número de mortos no trânsito. Segundo a CET, em 2014, ocorreram onze mortes por atropelamento na via de 7,6 quilômetros, ou 17 73%dos óbitos por acidentes de trânsito registrados ali. O índice médio da cidade é de 30% a 50%. Na esquina com a Rua Valdomiro Gonzaga Silva, a pavimentação está destruída e não há sinalização. “Aqui foi sempre assim” reclama a dona de casa Verônica Jesus, moradora do lugar há treze anos. “Para atravessar, só correndo, porque vem carro de um lado e ônibus do outro”, conta a vendedora Cristielaine Lucarelli, que diz socorrer acidentados toda semana. A prefeitura afirma que vem realizando intervenções de recuperação asfáltica e fará vistoria para a implantação de faixas de pedestres. No mês passado, parte da avenida teve a velocidade máxima reduzida de 50 para 40 quilômetros.” (Adriana Farias e Bárbara Öberg, Encruzilhada Perigosa, Veja, São Paulo, 2015) 1.2.1.2 Exemplos de leituras a partir do texto: — Exploratória: onze mortes por atropelamento em 2014 / via de 7,6 km / representa 73% dos óbitos por acidentes de trânsito no local / o índice médio desse tipo de óbito é de 30% a 50% na cidade. — Analítica: a reportagem organiza os fatos em etapas sucessivas, logicamente encadeadas, o que caracteriza uma redação discursiva; a reportagem, em primeiro lugar, esclarece a qual travessia faz referência, depois justifica o título por meio de dados estatísticos e depoimentos e, por último, transmite as respostas, dos responsáveis pela situação, sobre as ações em curso para uma possível solução do problema. — Hierarquizadora: a Avenida Marechal Tito, em São Miguel Paulista, na Zona Leste, detém o título de local mais letal para pedestres da cidade de São Paulo. — De extrapolação: as intervenções generalizadas da prefeitura chegarão a esse local específico? 18 1.2.2 Outros tipos de leitura (decodificação de mensagens) São ainda possíveis outros e diferentes tipos de “leitura”, como: a) de um ambiente: antigo ou novo, claro ou escuro, agradável ou sinistro; b) de uma situação: harmoniosa ou estressante, esperada ou não, conhecida ou inédita; c) de uma imagem: descuidada ou perfeita, surpreendente ou comum, sutil ou grosseira; d) de uma pessoa: pela observação atenta de detalhes em suas maneiras de vestir, agir, escolher. Essas leituras poderão ser mais ou menos corretas a depender da acuidade e da sensibilidade do observador. c Aprender a escrever não é só aprender a pensar, como se tem dito e redito; mas também — e principalmente — aprender a dizer bem o que foi pensado. E isso pode ensinar-se — mas ainda assim com renúncia a qualquer dogmatismo e sem a camisa de força de fórmulas e receitas fabricadas, que antes inibem, cerceiam e até anulam a livre afirmação da personalidade do estudante. Mais propriamente sugerir, estimular, apontar caminhos — numa palavra: guiar. b Acesse: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pol_l.php?t=001> e aprecie ótimos textos sobre leitura e literatura. 19 Resumindo A comunicação é um processo que envolve a transmissão e recepção de mensagens, em que as informações são codificadas na fonte e decodificadas no destino. Usar corretamente as linguagens escrita e oral constitui diferenciais positivos nos relacionamentos profissionais. Os principais tipos de leitura de texto que devemos praticar são: exploratória, analítica, hierarquizadora e de extrapolação. Glossário Cotidiano: que acontece diariamente; que é comum a todos os dias; diário. Iconógrafos: Define o estudo dos assuntos representados por imagens artísticas, obras de arte, relacionando com as suas fontes e significados. Habitat: conjunto de circunstâncias físicas e geográficas que oferece condições favoráveis à vida e ao desenvolvimento de determinada espécie animal ou vegetal. 20 d 1) Classifique as afirmações a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F): ( ) Quem não gostava de ler quando criança nunca conseguirá escrever nem mesmo a mais simples poesia.. ( ) O profissional que lê pouco escreve melhor, pois tem mais tempo para praticar a escrita. ( ) Boas leituras são transformadoras — podem diminuir atitudes conformistas e incentivar ações voltadas ao bem-estar da coletividade. ( ) Não existe sociedade sem algum tipo de comunicação entre seus integrantes. 2) Assinale “V” para as afirmações verdadeiras ou “F” para as falsas: ( ) Um curso técnico nunca vai demandar habilidades em leitura porque só lida com conhecimentos e ações práticas. ( ) A um mecânico de carros, por exemplo, nunca é necessário ler ou entender um manual de instruções, pois seu trabalho se limita a percepções sonoras e visuais. ( ) Expandir os limites de leitura gera crescimento pessoal e profissional ao trabalhador. ( ) Vivemos em um mercado muito competitivo, em que falar e escrever bem constituem diferenciais muito valorizados. 3) Com base no trecho extraído do artigo “Ler e escrever; pensar e existir” (Gustavo Iochpe, Folha de S.Paulo, 1999): “Ler é fundamental não só por razões práticas — aumenta o vocabulário, seu conhecimento geral, a capacidade de expressão e a possibilidade de sucesso com as mulheres —, mas especialmente por despertar áreas adormecidas de seu cérebro. Ler a boa leitura, assim como entrar em contato com as artes plásticas ou 21 a música, ativa a imaginação, a capacidade de abstração. Mas, mais importante, ler desenvolve a única capacidade realmente importante nessa vida, que é a de pensar.” Classifique as afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F): ( ) Ler é fundamental, principalmente, porque desperta áreas adormecidas do cérebro. ( ) Ler a boa literatura ativa a imaginação e a capacidade de abstração. ( ) Ler desenvolve a capacidade de pensar. ( ) Ler não melhora a nossa capacidade de expressão. 4) A respeito das leituras do texto “A travessia mais perigosa da capital”, já transcrito nesta unidade, complete com os seguintes tipos de leitura: exploratória, analítica, hierarquizadora, de extrapolação. a) A Avenida Marechal Tito é o local mais letal para pedestres na capital: leitura ........................................ b) Em 2013, ocorreram onze mortes por atropelamento na via: leitura ........................................ c) O texto começa explicando por meio de estatísticas o porquê do título, depois expõe a situação vivida pelos usuários e, por fim, narra o que foi dito pela prefeitura, revelando uma sucessão e um encadeamento lógico de ideias: leitura ................................... d) A referida área urbana recebe poucos cuidados por parte da prefeitura: leitura ........................................ 22 Referências BELTRÃO, Mariúsa; BELTRÃO, Odacir. Correspondência: linguagem & comunicação: oficial, comercial, bancária, particular. 19. Ed. São Paulo: Ática, 2004 (Série Princípios). CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Linguística. 9. Ed. Ver. Atualizada. Brasília, 2002. CASTRO, Cláudio de Moura. A Grande Heresia do Simples. Revista Veja, ed. 2448, a. 48, n. 42. São Paulo: Abril, 2015. CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagem, gramática e redação, v. 1. 2. ed. São Paulo: Atual, 1994. CRE Mario Covas – Centro de Referência em Educação. Leitura e Literatura. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/lei_l.php?t=001>. Acesso em: 31 ago. 2016. FARIAS, Adriana; ÖBERG, Bárbara. Encruzilhada Perigosa. Revista Veja, São Paulo, a. 48, n. 43, p. 42. São Paulo: Abril, 2015. FERREIRA, Reinaldo M. Correspondência comercial e oficial. São Paulo: Ática, 1984. LIMA, Rocha; NETO, Raimundo Barbadinho. Manual de Redação. Rio de Janeiro: Fae, 1988. LUFT, Lya. Brasileiro não gosta de ler? Portal da internet Educar para Crescer, 2009. Disponível em:<http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/brasileiro-nao-gosta- ler-495455.shtml>.Acesso em: 2 de setembro de 2016. ONU – Organização das Nações Unidas. Declaração Universal Dos Direitos Humanos. Paris, 1948. Disponível em: <http://www.dudh.org.br/wp-content/uploads/2014/12/ dudh.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2016. WIKICIONÁRIO. Comunicação. Portal da internet, 2016. Disponível em: <https:// pt.wiktionary.org/wiki/comunica%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em: 31 ago. 2016. 23 UNIDADE 2 | REDAÇÃO DISCURSIVA 24 Unidade 2 | Redação Discursiva f Muitas vezes, na produção de um texto que vai ser avaliado, surgem algumas dúvidas básicas, como: É preciso colocar o título? / Como posso corrigir meu erro se não existem chances de refazer o trabalho? / Que aspectos são analisados em uma redação? / Que tipo de texto deve ser apresentado? / Quais desacertos são considerados “fatais”? Discuta essas questões com seus colegas. Nesta unidade, teremos como missão fornecer-lhe dicas sobre a forma de apresentar sua redação, bem como trazer esclarecimentos a respeito das características textuais a serem avaliadas pelo examinador ou professor. Vamos conceituar redação, suas variantes, e comentar tipologias textuais. Fonte: www.shutterstock.com 25 1. Tipos de Redação a Redação é a expressão por meio da escrita daquilo que concebemos e queremos externar. Seus tipos são: • Redação técnica é redigir com observância a um conjunto de procedimentos, ordens e métodos estabelecidos. Vamos entender: • Redação técnica é redigir com observância a um conjunto de procedimentos, ordem e métodos estabelecidos. • Redação técnica discursiva é uma dissertação em que escrevemos e argumentamos a respeito de um tema específico. • Redação oficial é uma redação técnica com observância rigorosa às regras instituídas pelo Poder Público para a redação dos atos normativos e outras comunicações oficiais. • Redação literária é redigir sem as limitações da objetividade, franquear-se o uso de figuras de linguagem, aspectos estéticos e tom emotivo ou pessoal. b Assista a uma excelente aula de redação e aproveite para relembrar ou aprender um pouco mais sobre os tipos de textos de redação: https://www.youtube.com/watch?v=BwO_AHktkiw 26 2. Como Apresentar uma Redação Técnica Discursiva Vamos dirimir algumas dúvidas do aluno ou candidato a vagas e cargos a respeito da apresentação de uma redação ou texto discursivo: • Título: Não coloque título, a menos que haja uma solicitação expressa. Se for pedido, somente sua 1ª letra deve ser maiúscula, exceto em casos de nomes próprios que iniciam sempre em maiúscula. Não destaque o título com traços mais grossos nem o sublinhe. Evite títulos longos. • Letra: Deve-se utilizar apenas um tipo de letra em cada texto, já que em textos técnicos não se pode misturar tipos de letras. Lembrar que a legibilidade é fator importante. • Linha: Não pule linha ao mudar de parágrafo. • Correção: Se cometer algum erro ao passar sua redação a limpo, faça somente um traço simples sobre o erro ou a palavra, a frase ou o parágrafo errado e, na sequência, coloque a forma certa. • Escrever fora: Nunca escreva fora do espaço apropriado como, por exemplo, dentro da margem da folha. Sempre obedeça aos números mínimo e máximo de linhas estipuladas. • Parágrafo: Todos os parágrafos devem ser marcados com espaço, e sempre com o mesmo alinhamento. Caso precise dividir uma palavra e não haja espaço para o hífen, você deve sublinhar a última sílaba da palavra a ser dividida. Exemplo: mecâni co 27 3. Qualidades Fundamentais de uma Redação Técnica a Clareza, concisão e correção são as qualidades indispensáveis a qualquer texto técnico. • CLAREZA: propicia que se comunique o pensamento, finalidade primeira da linguagem. Quanto mais nítida for a mensagem, mais eficiente ela será. • CONCISÃO: é a qualidade que faz diminuir a quantidade de palavras, sem prejuízo da comunicação eficiente. • CORREÇÃO: é adotar a norma culta de linguagem, com sua correção gramatical, como instrumento geral de comunicação, de forma a estabelecer um padrão único de linguagem diante da diversidade decorrente de fatores individuais, sociais, temporais e geográficos. 3.1 Comparando Redação Técnica e Redação Literária a) Quanto à CLAREZA • Redação técnica: usa a linguagem denotativa (palavras utilizadas em seu sentido original), com um vocabulário preciso. • Redação literária: seu vocabulário pode ser subjetivo e possibilitar uma multiplicidade de interpretações. b) Quanto à CONCISÃO • A redação técnica caracteriza-se pela objetividade, fundamentando-se em dados concretos. 28 • A redação literária demonstra apego a aspectos estéticos da linguagem, podendo empregar as funções poética, metalinguística (descrevendo ou falando sobre uma outra linguagem) e emotiva, e revelar a subjetividade por parte do emissor. c) Quanto à CORREÇÃO • Ambas se pautam pela observância às regras vigentes da norma culta de linguagem. 3.1.1. Exemplo de Texto Literário ... “Se aquela de quem tanto gostava o rapaz estaria no baile; se lhe concederia a contradança predileta, a quarta, que se reserva para o escolhido, pela razão não somente de ser a infalível, como de dançar-se no momento da maior animação; se o Fernandinho conseguiria enfim dar-lhe a entender sua paixão, e como receberia a moça essa declaração; tais eram as graves preocupações dessas três criaturas, que privadas de toda a distração, trabalhavam à luz da candeia para ganhar uma parte do necessário.” ... (Trecho do romance Senhora, de José de Alencar) 4. Tipologias Textuais a São três os tipos básicos de textos: descritivo, narrativo, dissertativo. 29 • DESCRIÇÃO: relata o que vemos, sentimos e pensamos. • NARRAÇÃO: relata acontecimentos, situando personagens no tempo e no espaço. • DISSERTAÇÃO: expõe ideias, pontos de vista, proposições, por meio de argumentos e raciocínios baseados em leituras, abstrações e outras experiências. 4.1. Tipos de Descrição A descrição pode ser: a) objetiva ex.: Meu cãozinho é peludo. b) subjetiva ex.: Meu cãozinho é fofo. A redação técnica discursiva ou dissertação — texto temático é a tipologia mais solicitada em concursos, outras provas e testes. Isso porque possibilita avaliar a habilidade, por parte do aluno ou candidato, em organizar ideias em torno do assunto proposto. b <https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/texto-cientificotexto-tecnico/14204> para expandir seus conhecimentos sobre o assunto. 30 Resumindo Redigir com eficiência pressupõe habilidades, como o conhecimento das características exigidas quanto à estruturação dos textos e formas de apresentação, além do uso do padrão culto da linguagem. Redação é a expressão por meio da escrita daquilo que concebemos e queremos externar. Clareza, concisão e correção são as qualidades indispensáveis a qualquer texto técnico. d 1) O seguinte texto foi extraído de um manual de instruções para uso de panela de pressão, na parte sobre cuidados e advertências. “Nunca efetue modificações ou adaptações nas válvulas de segurança e nos demais componentes e sempre utilize peças de reposição originais correspondentes ao modelo de sua panela. O uso de peças não originais poderá ocasionar mau funcionamento do produto, além de acarretar a perda da garantia contratual. Essa orientação é extremamente importante para que acidentes sejam evitados.” Assinale as qualidades que você encontrou no texto do manual: ( ) Clareza ( ) Subjetividade ( ) Correção de linguagem ( ) Concisão 31 2) Sobre o mesmo texto da questão anterior, classifique as afirmações como corretas (C) ou incorretas (I): ( ) Trata-se de um texto técnico. ( ) É uma narração porqueconta uma história. ( ) É uma dissertação porque expõe ideias (instruções) e argumentos baseados em experiências. ( ) É uma descrição porque descreve um acidente sério com a panela. 3) Ainda sobre o texto do manual de uso da panela de pressão, classifique as afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F): ( ) O texto é uma redação literária, assim como poesias e romances. ( ) O texto é uma redação técnica que usa uma linguagem denotativa. ( ) O texto é uma redação porque transmite, por meio da expressão escrita, a mensagem que um emissor (fabricante) deseja passar ao receptor (cliente). ( ) O texto é uma dissertação que tem as qualidades essenciais a uma redação técnica: clareza, concisão e correção. 4) Classifique como as afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F): ( ) Uma redação técnica discursiva eficiente deve apresentar introdução, desenvolvimento e conclusão. ( ) As mensagens transmitidas entre órgãos governamentais são redações técnicas oficiais. ( ) Qualquer formato é aceitável nas correspondências oficiais, desde que sem erros de ortografia. ( ) Histórias infantis devem ser escritas somente no formato de dissertação. 32 Glossário Conceituar: tomar e/ou emitir um conceito ou uma opinião sobre; julgar, avaliar. Conceber: formar uma ideia exata de (alguma coisa), compreender, perceber. Externar: expor, tornar público toda e qualquer notícia ou informação. Tipologia: que estuda os tipos, diferenças. 33 Referências BELTRÃO, Mariúsa; BELTRÃO, Odacir. Correspondência: linguagem & comunicação: oficial, comercial, bancária, particular. 19. Ed. São Paulo: Ática, 2004 (Série Princípios). CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Linguística. 9. Ed. Ver. Atualizada. Brasília, 2002. CASTRO, Cláudio de Moura. A Grande Heresia do Simples. Revista Veja, ed. 2448, a. 48, n. 42. São Paulo: Abril, 2015. CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagem, gramática e redação, v. 1. 2. ed. São Paulo: Atual, 1994. CRE Mario Covas – Centro de Referência em Educação. Leitura e Literatura. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/lei_l.php?t=001>. Acesso em: 31 ago. 2016. ONU – Organização das Nações Unidas. Declaração Universal Dos Direitos Humanos. Paris, 1948. Disponível em: <http://www.dudh.org.br/wp-content/uploads/2014/12/ dudh.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2016. FARIAS, Adriana; ÖBERG, Bárbara. Encruzilhada Perigosa. Revista Veja, São Paulo, a. 48, n. 43, p. 42. São Paulo: Abril, 2015. FERREIRA, Reinaldo M. Correspondência comercial e oficial. São Paulo: Ática, 1984. 34 UNIDADE 3 | REDAÇÃO DISCURSIVA / ARGUMENTAÇÃO 35 Unidade 3 | Redação Discursiva / Argumentação f Discuta com seus colegas: Como escrever de modo a persuadir o leitor a favor de minhas ideias? Quais as características necessárias ao texto que tem como propósito o convencimento? Como provar que minhas sugestões são boas para uma empresa, por exemplo? É comum surgirem as dúvidas aqui colocadas, mesmo por parte de pessoas muito autoconfiantes e cujos anseios são reconhecidamente dignos de aprovação e merecimento. Nesta unidade, vamos tornar claros os recursos argumentativos que podem ser utilizados em uma redação para atingir sua finalidade. O conhecimento sobre o tema facilitará a produção de textos com estrutura organizada, argumentos eficientes e proposições bem- sucedidas. Fonte: www.shutterstock.com 36 1 Definição de redação discursiva Segundo o Portal Educação, um texto ou uma redação discursiva é caracterizado por sua informalidade ao explanar sobre um assunto discutível, onde o escritor deve mostrar os dois lados desse determinado assunto e, claro, tomar um lado para si e defendê-lo com argumentos válidos. Um texto discursivo não é tão extenso como um texto dissertativo e, além do mais, é um ótimo modo para aprender como desenvolver argumentos de forma direta sem perder a coerência. (https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/pedagogia/tecnica-de- redacao-discursiva/48496) a A redação discursiva, ou dissertativa, compõe-se de três partes — introdução, desenvolvimento e conclusão —, nas quais se expõem os conhecimentos adquiridos sobre certo assunto proposto. Normalmente se usam argumentos em favor de uma tese a fim de se buscar o convencimento do leitor. O sucesso da empreitada será facilitado se o texto se mostrar claro, fundamentado e coeso. 1.1 Redação discursiva (dissertação) objetiva Podemos expressar uma ideia: a) de modo objetivo: com a intenção de convencer o leitor; b) de modo subjetivo: sem nenhuma intenção. Uma dissertação objetiva tem o propósito de fazer com que o leitor aceite as ideias do escritor. Vale-se de recursos argumentativos, como a exposição de provas, para convencer ou persuadir o leitor. 37 2. Argumentação Argumentar é apresentar fatos, ideias, razões lógicas, provas, entre outras, que comprovem uma afirmação, uma tese. (Houaiss, 2009) A palavra argumentação vem do latim argumentum. Trata-se do raciocínio que se utiliza para demonstrar ou comprovar uma proposição ou para convenção outra pessoa daquilo que se afirma ou se nega. Então, argumento é tudo aquilo que ressalta, em um procedimento linguístico que tem o intuito de fazer aceitar, persuadir, levar a crer uma ideia. a As bases da argumentação podem estar: a) na estrutura da realidade; b) no consenso; c) em fatos; e d) no raciocínio lógico. 2.1 Tipos de Argumentação 2.1.1. Argumento Baseado na Estrutura da Realidade — Usam-se as relações “de causa e efeito” ou “de pessoa e ato”. Em relações “de causa e efeito”, empregamos argumentos trazidos da estrutura da realidade. Em relações “de pessoa e ato”, os argumentos são de autoridade. Aqui se utilizam a reputação ou o prestígio de um indivíduo em dado domínio. Citam-se pontos de vista de um autor reconhecido, em artigos de revista ou jornal ou em certo campo da experiência, como meio de prova para alguma tese. 38 Exemplos: • Um esforço concentrado por parte dos atletas pode levar a equipe às medalhas de ouro do campeonato (causa e efeito). • As linhas e cores do mapa mostravam a realização dos grandes sonhos épicos, disse G. H. Grosvenor, da National Geographic, em 1888 (pessoa e ato). • A ANS prorrogou o prazo de portabilidade para os clientes da Unimed Paulistana para atender às reclamações, conforme noticiou a Folha de S.Paulo (pessoa e ato). 2.1.2. Argumento Baseado no Consenso É o argumento que todo mundo aceita, ou como verdade universal ou como axioma. Axiomas são verdades inquestionáveis e universalmente válidas, muitas vezes utilizadas como princípios na construção de uma teoria ou como base para uma argumentação. Exemplos: • Criança que estuda pode ter um futuro promissor. • Para voar é preciso vencer a força de gravidade. 39 2.1.3. Argumento Baseado em Fatos É o argumento apoiado em elementos da realidade. Exemplo: A professora Joana deve ser muito competente, pois todos os seus alunos foram aprovados com notas acima da média. Podemos trabalhar com: • um exemplo (1) — do fato particular para uma tese geral; ou • uma ilustração (2) — do geral para um caso particular. Exemplos: (1) Sempre que vamos à feira de domingo perto do meio-dia, logo antes do término, encontramos muitas frutas e verduras baratas. Final de feira é bom para economizar. (2) Sem estrutura sanitária não há saúde. Marlene vive doente, tem febre e dores de garganta com frequência, moradora que é daquela área próxima ao lixão. 2.1.4. Argumento Lógico Utiliza a estrutura dos raciocínios lógicos formais. Exemplo: Gosto de crianças, tenho disposição para lidar com elas, interesso-me pelos seusassuntos, trato-as com atenção e carinho, logo, tenho o respeito das mães como professora da escolinha. 40 2.2 Exercício para Mentalizar os Tipos de Argumentação a) Leia o texto A Grande Heresia do Simples, de Cláudio de Moura Castro. b Para ler o texto indicado, acesse: http://tinyurl.com/j9esm3c b) Sobre o texto A Grande Heresia do Simples: Trata-se de uma dissertação objetiva, em que se abundam argumentos de todo tipo para convencimento do leitor. Podemos classificar alguns argumentos (numerados no texto). (1) Argumento baseado no consenso (2) Argumento baseado em fatos (exemplo) (3) Argumento baseado em fatos (ilustração) (4) Argumento baseado na estrutura da realidade (5) Argumento lógico b Acesse <http://oblogderedacao.blogspot.com.br/2012/11/exemplo- de-dissertacao-argumentativa.html> para conhecer outro texto interessante para análise de argumentos. 41 Resumindo Uma dissertação constitui-se de três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. Quando se tem como objetivo convencer o leitor a aceitar determinada tese, utilizam-se métodos argumentativos que podem ser identificados e classificados. Para ser bem-sucedida, além de apresentar bons argumentos, a redação técnica discursiva não pode prescindir de clareza e coesão. d 1) Assinale a única afirmativa INCORRETA: ( ) A dissertação subjetiva não tem a intenção de persuadir o leitor. ( ) A dissertação objetiva utiliza argumentos para convencer ou persuadir o leitor. ( ) Argumentar é apresentar fatos, provas, ideias, razões lógicas, entre outros, que comprovem uma afirmação, uma tese. ( ) Basta que o texto traga pelo menos dois argumentos para o leitor ser convencido. A clareza e a correção não influenciam nesse processo. 2) Assinale a única afirmativa CORRETA: ( ) Todos os argumentos devem ser baseados em acontecimentos vividos pelo autor. ( ) Argumento baseado no consenso é aquele que utiliza raciocínio lógico. ( ) Argumentar é fornecer razões para o leitor aceitar a tese ou a visão do escritor sobre um tema. ( ) A finalidade da argumentação é levar o autor à fama a qualquer custo. Atividades 42 3) Sobre o texto A Grande Heresia do Simples, assinale a única afirmativa INCORRETA: ( ) No texto, o significado de heresia é “tolice”. ( ) O texto é uma dissertação objetiva, pois tem a intenção de convencer o leitor sobre a opinião do autor. ( ) A tese do autor é: a adoção de metas e processos de ensino e educação simples, benfeitos e racionais é o melhor caminho para o Brasil. ( ) O autor pensa que o sistema educacional brasileiro deve proporcionar, prioritariamente, conhecimentos sobre navegações intergalácticas. 4) Assinale a afirmativa INCORRETA a respeito do texto A Grande Heresia do Simples: ( ) “Fazer bem o ‘feijão com arroz’ já seria uma revolução no nosso ensino. Mas, para muitos, o Simples é a Grande Heresia” — essa é a síntese da tese do autor. ( ) Nenhum argumento do autor se baseia em estruturas da realidade. 43 Glossário Coeso: que apresenta harmonia; ajustado, concorde. Axiomas: é digno ou válido. Em muitos contextos, axioma é sinónimo de postulado, lei ou princípio. Arrostar: olhar (-se) de frente, encarar (-se) sem medo; defrontar (-se), afrontar (-se). Alhures: em outro lugar, em outra parte. Vertiginoso: que tem ou é sujeito a sofrer vertigem. 44 Referências BELTRÃO, Mariúsa; BELTRÃO, Odacir. Correspondência: linguagem & comunicação: oficial, comercial, bancária, particular. 19. Ed. São Paulo: Ática, 2004 (Série Princípios). CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Linguística. 9. Ed. Ver. Atualizada. Brasília, 2002. CASTRO, Cláudio de Moura. A Grande Heresia do Simples. Revista Veja, ed. 2448, a. 48, n. 42. São Paulo: Abril, 2015. CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagem, gramática e redação, v. 1. 2. ed. São Paulo: Atual, 1994. CRE Mario Covas – Centro de Referência em Educação. Leitura e Literatura. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/lei_l.php?t=001>. Acesso em: 31 ago. 2016. ONU – Organização das Nações Unidas. Declaração Universal Dos Direitos Humanos. Paris, 1948. Disponível em: <http://www.dudh.org.br/wp-content/uploads/2014/12/ dudh.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2016. FARIAS, Adriana; ÖBERG, Bárbara. Encruzilhada Perigosa. Revista Veja, São Paulo, a. 48, n. 43, p. 42. São Paulo: Abril, 2015. FERREIRA, Reinaldo M. Correspondência comercial e oficial. São Paulo: Ática, 1984. 45 UNIDADE 4 | PROGRESSÃO DISCURSIVA / DICAS E TÉCNICAS DE REDAÇÃO 46 Unidade 4 | Progressão Discursiva / Dicas e Técnicas de Redação f Discuta com seu colega: Você sabe identificar coerência em uma dissertação? Qual a importância dessa qualidade para a progressão de um discurso? Já recebeu dicas para escrever bem? Quais? Que técnicas para escrever bem você conhece? As qualidades básicas de um bom texto são a continuidade semântica e a progressão de ideias. A primeira é obtida pela unidade temática e, a segunda, pelo acréscimo de informação nova. Na Unidade 4, vamos tratar de regras sobre o assunto, dar dicas sobre como escrever bem, e apresentar os passos necessários para chegar à produção de textos exitosos. Fonte: www.shutterstock.com 47 1. Progressão Discursiva Coerência é ligação, nexo, harmonia entre dois ou mais fatos ou ideias. Continuidade semântica: a continuidade semântica é a coerência. É ela que mantém a unidade, que dá sentido ao texto. Progressão de ideias: como não se devem repetir ideias, cada segmento precisa somar uma informação nova à informação dada. O texto resulta da organização de partes distintas que produzem um conjunto uniforme. 1.1 Exemplos a) Texto não recomendável, em que se repetem as ideias: Morreu cedo aquele sujeito que só comia coisas não saudáveis, as que fazem mal, que os médicos não recomendam, que todos sabem que são prejudiciais. Por ingerir alimentos prejudiciais à saúde, impróprios em qualquer idade, que fazem mal a crianças, jovens e adultos, morreu sem atingir a idade média a que as pessoas costumam chegar. Teve morte prematura porque não seguiu os conselhos médicos, não tinha o hábito de comer os alimentos bons para a saúde. b) Exemplo de texto coeso no trecho retirado de uma obra literária — nota-se uma sucessão de informações novas a descreverem o cenário e a expressarem as emoções que vão tomando conta do personagem. 48 ... “Mas, no mesmo dia em que chegou ao vale, quase na mesma hora, cheio daquela luz, mais viva e animada agora pela proximidade do foco donde saía... nessa mesma hora, ir encontrar ali, naquela solidão, entre aquelas árvores, à tíbia e sedutora claridade do crepúsculo... a quem, santo deus! Não já a mesma Joaninha de há três anos, não a mesma imagem que ele trazia, como a levara, no coração; mas uma gentil e airosa donzela, uma mulher feita e perfeita, e que nada perdera, contudo, da graça, do encanto, do suave e delicioso perfume da inocência infantil em que a deixara!”... (Almeida Garrett, Viagens na Minha Terra) Almeida Garret foi um português típico da 1ª metade do século XIX e influente escritor do Portugal liberal e romântico. 2. Sugestões para escrever bem uma dissertação Escrever não é um ato simples. Temos que nos preocupar com muitos detalhes para que o texto saia coeso e correto. Veja, a seguir, algumas dicas que podem ajudá-lo durante o processo. a • Evite abreviaturas. • Evite textos rebuscados. • Evite o uso abusivo de fonemas idênticos ou parecidos no início de várias palavras de uma mesma frase (aliteração: Parti para participar da paixão pelo pai de santo.). • Utilize letras maiúsculas conforme as normas ortográficasvigentes. • Evite chavões, isto é, frase ou dito ou ideia, banal, sem originalidade. • Evite estrangeirismos. • Não use gírias. 49 • Não use palavras de baixo calão. • Evite generalizar. • Evite repetir palavras. • Não abuse de citações. • Complete todas as frases. • Não fique repetindo a mesma ideia (redundância). • Seja específico. • Evite frases com uma só palavra. • Use corretamente a pontuação. • Evite um estilo afetado (retórico). • Não use siglas desconhecidas. • Não seja exagerado quando citar quantitativos para dar ênfase (trilhões). • Evite mesóclises (ex.: dá-las-ei). • Não explore analogias, isto é, o uso de relações de semelhança entre coisas ou fatos distintos. • Não abuse das exclamações. • Evite frases longas. • Seja cuidadoso com a ortografia. • Seja coerente. 3 Técnica de Redação Redigir exige planejamento. Siga dez passos: 1º) Defina o tema e seu posicionamento em relação a ele. Em primeiro lugar, identifique o tema ou a ideia central do texto motivador. 50 Antes de começar a escrever, tome partido sobre a questão em pauta, trace uma linha de raciocínio e defina um ponto de chegada. 2º) Relacione, em forma de tópicos, todos os assuntos ligados ao tema. Simplesmente anote-os, sem nenhuma preocupação, censura, e sem o modo de desenvolvimento. 3º) Corte alguns dos assuntos relacionados no passo anterior. Reflita, censure e use o bom senso. Pergunte-se: Sei falar disso? Isso é importante? Isso vai consumir muito tempo? Isso é coerente com meu posicionamento? Isso não me tira do tema? 4º) Agrupe os assuntos que se relacionam em blocos de ideias. Cada bloco de itens representará um parágrafo. 5º) Organize os blocos em sequência lógico-progressiva. Veja o que vem antes e o que pode ser consequência. Essa maneira linear de desenvolver a escrita evita riscos e é boa para qualquer redação. De forma sintética, o desenvolvimento de sua redação estará pronto e organizado. 6º) Crie o parágrafo de introdução. A introdução deve ser clara, concisa e objetiva. Deve somente apresentar o seu posicionamento, sem divagações nem apresentação de provas. 7º) Trabalhe com os parágrafos de desenvolvimento. Cada argumento introduzido no primeiro parágrafo, que é o de introdução, deverá servir de tema central para diferentes parágrafos nesta fase de desenvolvimento. Então, por exemplo, se você introduziu três ideias diferentes no primeiro parágrafo, cada uma dessas ideias se transformará em um parágrafo diferente aqui no desenvolvimento. Transforme os blocos de ideias em frases, orações e períodos. Acrescente verbos, adjetivos, advérbios. Transforme cada ideia em períodos simples ou compostos. 51 8º) Escreva a conclusão. Retome as ideias mencionadas na introdução, mas com outras palavras. Em algumas dissertações, torna-se necessário criar soluções para os problemas levantados e apontar os agentes que devem estar envolvidos em resolver essas questões. Também deve-se estabelecer prazos para a conclusão dessas questões. E, muito importante: não utilize frases clichês nas conclusões. Exemplo de frases clichês: abrir com chave de ouro, descascar o abacaxi, cair de maduro, pisar na bola, etc. 9º) Revise Por meio da releitura do texto pronto, faça uma revisão gramatical quanto a: ortografia, acentuação, pontuação, concordância, regência, crase, colocação pronominal. Verifique a organização das frases para não haver ambiguidades (duplo sentido). Substitua palavras exageradamente repetidas. Lembramos que há casos em que a repetição de palavras é uma boa maneira de retomar ideias para lembrar o leitor do tema, muito embora essa forma de coesão deve ser evitada. Corte rimas, ecos, aliterações. 10º) Passe a limpo. A estética é importante. Faça a marcação adequada dos parágrafos, respeite as margens, utilize letras legíveis e evite rasuras. Resumindo As qualidades básicas de um bom texto são a continuidade semântica e a progressão de ideias. A continuidade semântica e a progressão de ideias são objetivos alcançáveis pela prática e pelo uso das técnicas de redação. A continuidade temática de um texto demonstra a sua coerência. É ela que mantém a unidade, que dá sentido ao texto. 52 Glossário Semântica: estudo sincrônico ou diacrônico da significação como parte dos sistemas das línguas naturais. Divagações: significa fazer digreções, falando ou escrevendo. Devanear. Fugir do assunto. Um passeio no campo mental e dissertativo sobre as possibilidades a serem esclarecidas. Andar sem rumo. Rasuras: emendas que são feitas sobre a escrita. d 1) Assinale a única afirmativa INCORRETA. ( ) A continuidade semântica é o encadeamento de ideias de modo a dar sentido ao texto. ( ) A progressão de ideias significa acrescentar informações novas ao desenvolvimento do texto. ( ) Em geral, os textos revelam uma progressão de ideias, exceto quando são textos dissertativos. ( ) Utilizar técnicas de redação facilita a produção de bons textos. 2) Ao escrever um texto, devemos: ( ) Usar generalizações do tipo “Criança chora por qualquer coisa”. ( ) Usar estrangeirismos para tornar o texto mais sofisticado. ( ) Em qualquer hipótese, somente deve-se usar letras maiúsculas no início dos parágrafos. ( ) Evitar mesóclises. Atividades 53 3) Em relação à redação discursiva, assinale a única alternativa INCORRETA: ( ) Ser redundante é ficar repetindo a mesma ideia. ( ) Não exagere no uso das exclamações. ( ) Não se deve utilizar palavras de baixo calão. ( ) Quanto mais citações, melhor é o texto. 4) Enumere utilizando 1º, 2º, 3º e 4º para fazer a sequência correta de passos referentes à técnica para elaborar uma dissertação: ( ) Criar a introdução / Escrever os parágrafos do desenvolvimento / Escrever a conclusão. ( ) Cortar assuntos preparados / Agrupar os assuntos em blocos / Organizar os blocos em sequência lógico-progressiva. ( ) Fazer a revisão do texto por meio da releitura do texto pronto / Passar a limpo lembrando que a estética é importante. ( ) Definir o tema / Posicionar-se perante o tema / Relacionar assuntos ligados ao tema. 54 Referências BELTRÃO, Mariúsa; BELTRÃO, Odacir. Correspondência: linguagem & comunicação: oficial, comercial, bancária, particular. 19. Ed. São Paulo: Ática, 2004 (Série Princípios). CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Linguística. 9. Ed. Ver. Atualizada. Brasília, 2002. CASTRO, Cláudio de Moura. A Grande Heresia do Simples. Revista Veja, ed. 2448, a. 48, n. 42. São Paulo: Abril, 2015. CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagem, gramática e redação, v. 1. 2. ed. São Paulo: Atual, 1994. CRE Mario Covas – Centro de Referência em Educação. Leitura e Literatura. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/lei_l.php?t=001>. Acesso em: 31 ago. 2016. FARIAS, Adriana; ÖBERG, Bárbara. Encruzilhada Perigosa. Revista Veja, São Paulo, a. 48, n. 43, p. 42. São Paulo: Abril, 2015. FERREIRA, Reinaldo M. Correspondência comercial e oficial. São Paulo: Ática, 1984. GARRETT, Almeida. Viagens na Minha Terra. São Paulo: Nova Alexandria, 2012. ONU – Organização das Nações Unidas. Declaração Universal Dos Direitos Humanos. Paris, 1948. Disponível em: <http://www.dudh.org.br/wp-content/uploads/2014/12/ dudh.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2016. 55 UNIDADE 5 | CORRESPONDÊNCIA / REDAÇÃO OFICIAL 56 Unidade 5 | Correspondência / Redação oficial f Discuta com seus colegas: Discuta com seus colegas: O que vem a ser uma correspondência oficial? Toda correspondência é oficial? O que caracteriza uma redação oficial? Preciso ter bons conhecimentos de gramática para esse tipo de redação? Emnosso dia a dia, enviamos diversas correspondências, até mesmo sem percebermos. Tanto um simples bilhete informal e íntimo enviado a um amigo ou familiar, quanto um ofício formal e sóbrio, constituem uma correspondência. Pela sua importância em nossas atividades profissionais e pessoais, vamos conhecer nesta unidade as correspondências oficiais, seus tipos e suas características. Também abordaremos as razões que justificam o cumprimento de determinados requisitos na redação oficial. Fonte: www.shutterstock.com 57 1. Correspondência Correspondência é qualquer forma de comunicação, pela expressão escrita, entre duas pessoas ou duas entidades. Podemos destacar três tipos de correspondência como sendo os mais utilizados: a correspondência oficial, a comercial e a particular. 1.1 Correspondência Oficial Acontece entre: a) órgãos públicos; e b) pessoas/empresas e órgãos públicos. A correspondência oficial inclui textos que têm caráter documental e jurídico, mesmo quando tramitam somente entre pessoas. Exemplos: declaração, ata, atestado, parecer, etc. 58 1.1.1 Tipos de Correspondência Oficial Os principais tipos são: Tipo Descrição Abaixo-assinado Documento que, por conter a assinatura de várias pessoas, expressa a opinião de um grupo, representando seus interesses. Normalmente, tem caráter público e de protesto. Acórdão A última sentença ou decisão final que, atribuída por uma instância superior, começa a valer como modelo para resolver casos, questões e/ou situações análogas. É o mesmo que aresto. Alvará Documento de autorização. Documento que, emitido por uma autoridade judicial ou administrativa, dá autorização para a prática de certos atos: alvará de soltura; alvará judiciário. Ato Documento público em que se acham expressas as decisões da autoridade: ato de anistia. Auto Termo ou narração circunstanciada de determinada diligência judicial ou administrativa, escrita e autenticada por tabelião ou escrivão, passando a constituir prova, registro ou evidência de uma ocorrência. Boletim Texto breve para circulação interna ou divulgação ao público: boletim informativo. Certificado Documento oficial assinado por autoridade competente, que atesta um fato. Ex.: um certificado de conclusão de curso, por exemplo. 59 Citação Intimação de alguém, numa data determinada, para que essa pessoa compareça e responda por suas ações diante de um juiz ou de uma autoridade. A ausência da citação anula a sentença. Comunicação Aviso ou notificação que se envia a alguém. Ex.: comunicação de casamento. Consulta Parecer ou ponto de vista especializado. Ex.: consulta jurídica. Convenção Acordo, pacto, contrato, convenção verbal. Decisão Resolução que se toma após deliberação. Ex.: sentença ou juízo. Diploma Documento pelo qual se reconhece ou se confere oficialmente um privilégio, um título, uma dignidade, um poder. Ementa Síntese. Texto curto e resumido que contém o essencial. Ex.: ementa do curso. Texto que resume o conteúdo de uma lei, colocado em seu início. Estatuto Lei orgânica ou regulamento de um Estado, uma associação, etc. Ex.: o estatuto dos servidores públicos. Texto que regulamenta o funcionamento de uma associação: os estatutos de um clube, de um grêmio. Fórmula Preceito estabelecido para regular qualquer ato. Modelo que contém os termos formais por que um ato deve ser concebido: fórmula legal. 60 Guia Documento que acompanha a correspondência oficial. Formulário usado em repartições públicas para pagamentos, notificações, etc. Indicação Documento legislativo que tem como objetivo sugerir a outro Poder que adote providências, ou sugerir que uma ou mais Comissões se manifestem sobre determinado assunto. Manifesto Declaração formal que, geralmente escrita, transmite intenções, opiniões, decisões ou ideias políticas, particulares a uma pessoa ou a um grupo de pessoas. Ex: manifesto de apoio ao presidente. Memorial Exposição escrita, dirigida a autoridade pública, na qual se pleiteia alguma coisa. Memória ou nota para a instrução de uma questão diplomática. Moção Documento cuja proposta ou proposição é feita numa assembleia, e cujo teor deve ser submetido a votação para que seja aprovada. Norma Princípio que serve de regra, de lei. Notificação Documento pelo qual se notifica alguém sobre algo. Procuração Documento de autorização. Poder que uma pessoa atribui a outra de agir em seu nome, assumindo responsabilidades, tomando providências ou tratando de assuntos que são de seu interesse. Proposição Documento contendo propostas que serão submetidas a análise e aprovação. 61 Protocolo Ata, nota ou registro dos documentos governamentais, dos atos oficiais, da correspondência de um governo ou tribunal, de uma empresa, universidade, etc. Recibo que registra o número e a data em que um processo ou requerimento foi catalogado e registrado. Provisão Documento oficial administrativo por meio do qual o chefe de Estado atribui ofício, cargo — autorizando o exercício de uma profissão ou emitindo instruções. Recomendação Documento que exprime um conselho ou que se usa para advertir, para avisar. Ex.: seguir recomendações médicas. Registro Transcrição, em livro próprio, de documentos, nomes, títulos, etc., públicos ou privados, como prova de autenticidade. Requisição Pedido, exigência legal. Ex.: fazer requisição de material, de força armada. Fonte: adaptado de Dicionário Online Português (2015), Michaelis (2015), Houaiss (2015). São classificados como comunicações oficiais: apostila, ata, aviso, certidão, circular, contrato, convênio, declaração, decreto, edital, exposição de motivos, instrução, lei, memorando, mensagem, ofício, ordem de serviço ou instrução, parecer, petição, portaria, relatório, requerimento, resolução, telegrama. 2. Características da Redação Oficial “Art.37 A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, 62 moralidade, publicidade e eficiência (...).” (BRASIL. Constituição Federal de 1988) O Manual de Redação da Presidência da República estabelece que na administração pública, direta, indireta ou fundacional, uma redação técnica oficial deve apresentar as seguintes características: a) impessoalidade b) uso do padrão-culto da linguagem c) clareza d) concisão e) formalidade f) padronização 2.1 Sobre a Impessoalidade a Uma comunicação se realiza envolvendo três elementos: a) emissor – quem comunica. b) mensagem – aquilo que se comunica. c) receptor – quem recebe a comunicação. • Em uma redação oficial: a) O emissor é sempre o Serviço Público – pode ser um Ministério, Secretaria, Departamento, Divisão, Serviço, Seção etc. b) A mensagem relaciona-se com as atribuições do órgão que comunica. 63 c) O receptor é o público, o conjunto de cidadãos, ou outro órgão público. • A impessoalidade decorre: a) da ausência de impressões individuais de quem comunica. Dessa forma, os diferentes setores da Administração vão elaborar comunicações padronizadas (uniformidade). b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação. A comunicação é concebida de forma homogênea e impessoal para um cidadão (público) ou outro órgão público. c) do caráter impessoal do assunto. O tema das comunicações oficiais se restringe a questões de interesse público. 2. 2 Padrão Culto da Linguagem a No padrão culto: a) as regrasda gramática formal são observadas; b) emprega-se um vocabulário comum ao conjunto de usuários do idioma. A necessidade do emprego de uma linguagem padrão na redação oficial decorre dos seguintes fatores: a) Os atos oficiais estabelecem regras para a conduta dos cidadãos e regulam o funcionamento dos órgãos públicos sendo, portanto, de caráter normativo. b)Os expedientes oficiais têm como finalidade principal a transmissão de informações de modo claro e objetivo. 64 Os documentodocumentos de caráter normativo são aqueles que têm força de regra ou norma. Ou, ou seja, devem obrigatoriamente ser seguidos. A obrigatoriedade do uso do padrão culto da língua proporciona o caráter impessoal necessário e cumpre a finalidade de informar com clareza e concisão nos textos oficiais. O padrão culto da língua se sobrepõe às diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, aos modismos vocabulares e às idiossincrasias linguísticas, permitindo que se atinja a compreensão de todos os cidadãos. A idiossincrasia é uma particularidade comportamental própria de um indivíduo ou de um grupo de pessoas. Nesse sentido, uma idiossincrasia linguística está relacionada a aspectos linguísticos que podem ser atribuídos especificamente a um grupo de pessoas que adotam uma maneira diferenciada de se comunicar. Como as comunicações emitidas por um órgão público devem ser compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro, fica proibido o emprego de gírias, regionalismos vocabulares, jargões técnicos ou qualquer outro tipo de linguagem própria a um grupo específico. 2.3. Clareza e Concisão • A clareza é qualidade essencial a todo texto oficial. Um texto claro possibilita imediata compreensão por parte do leitor. A clareza depende das demais características da redação oficial. 65 a Um texto com clareza apresenta: a) impessoalidade; b) uso do padrão culto da linguagem; c) formalidade e padronização; d) concisão. • A concisão em um texto é a qualidade de transmitir um máximo de informações por meio de um mínimo de palavras. Essa observância ao princípio de economia linguística consiste em cortar as palavras inúteis ou redundantes e as passagens que nada acrescentam ao conteúdo. Resumindo Na redação oficial não há lugar para impressões pessoais. A clareza é a qualidade fundamental de uma redação oficial. No entanto, ela depende das demais características necessárias a esse tipo de redação: impessoalidade, uso do padrão culto da língua, formalidade, padronização e concisão. A redação oficial não precisa ser dura, fria, árida, e nem rejeitar a evolução da língua. Acontece que a sua finalidade básica – comunicar com impessoalidade e máxima clareza – faz com que se adotem certos parâmetros no uso da língua, diferentemente do que acontece na correspondência particular, no texto jornalístico e na literatura, por exemplo. 66 Glossário Tramitam: verbo tramitar, encaminhar ou enviar algo. Impessoalidade: qualidade, caráter ou condição de impessoal; Jargões técnicos: significa uma linguagem pouco compreensível, em muitos casos por ser específica de determinado grupo profissional ou sociocultural. 67 d 1. Um e-mail enviado para um parente próximo, normalmente, é uma correspondência do tipo: ( ) Oficial. ( ) Particular. ( ) Comercial. ( ) Governamental. 2. A comunicação conhecida por correspondência oficial usualmente acontece: ( ) Entre amigos. ( ) Entre casais de namorados. ( ) Entre dois órgãos públicos. ( ) Entre uma prefeitura e o cidadão. 3. Na redação oficial não pode haver: ( ) Opiniões pessoais sobre o assunto. ( ) Gírias. ( ) Erros de gramática. ( ) Clareza nas informações. 4. Concisão é: ( ) Transmitir o mínimo de informações com o máximo de palavras. ( ) Dividir a ideia central de um texto em duas partes. ( ) Transmitir as informações necessárias com o mínimo de palavras. ( ) Deixar o texto bonito, não importando como. Atividades 68 Referências BELTRÃO, Mariúsa; BELTRÃO, Odacir. Correspondência: linguagem & comunicação: oficial, comercial, bancária, particular. 19. Ed. São Paulo: Ática, 2004 (Série Princípios). BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 6 set. 2016. CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Linguística. 9. Ed. Ver. Atualizada. Brasília, 2002. CASTRO, Cláudio de Moura. A Grande Heresia do Simples. Revista Veja, ed. 2448, a. 48, n. 42. São Paulo: Abril, 2015. CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagem, gramática e redação, v. 1. 2. ed. São Paulo: Atual, 1994. CRE Mario Covas – Centro de Referência em Educação. Leitura e Literatura. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/lei_l.php?t=001>. Acesso em: 31 ago. 2016. ONU – Organização das Nações Unidas. Declaração Universal Dos Direitos Humanos. Paris, 1948. Disponível em: <http://www.dudh.org.br/wp-content/uploads/2014/12/ dudh.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2016. FARIAS, Adriana; ÖBERG, Bárbara. Encruzilhada Perigosa. Revista Veja, São Paulo, a. 48, n. 43, p. 42. São Paulo: Abril, 2015. FERREIRA, Reinaldo M. Correspondência comercial e oficial. São Paulo: Ática, 1984. 69 UNIDADE 6 | FORMALIDADE E PADRONIZAÇÃO NA REDAÇÃO OFICIAL 70 Unidade 6 | Formalidade e Padronização na Redação Oficial f Discuta com seu colega: Você já escreveu para alguma autoridade? Se sim, quais palavras e termos usou? Quando escrevemos a um vereador, a um juiz, a um cardeal, quais tratamentos devemos utilizar? Quais outros pronomes de tratamento você conhece e a quem dirigi-los? Existem pronomes de tratamento específicos para cada grupo de autoridade. Até mesmo as regras de concordância verbal, nominal e pronominal são peculiares a cada autoridade. Apesar de alguns soarem estranhos atualmente, o tratamento especial devido às autoridades ainda é norma a ser seguida por todos, bem como as demonstrações de cortesia e polidez no trato de assuntos públicos. Fonte: www.shutterstock.com 71 1. Formalidade e Padronização • Nas comunicações oficiais é necessário certa formalidade. Isso significa: a) usar os pronomes de tratamento adequados a cada autoridade; b) manifestar polidez; c) demonstrar civilidade no enfoque do assunto a que se refere a comunicação. • A formalidade de tratamento vincula-se à ideia de que a administração federal, sendo única, deve trabalhar com padrões estabelecidos de comunicação. • A padronização do texto oficial remete-se: a) clareza gráfica (impressão); b) uso de papéis uniformes; c) diagramação correta do texto. 1.1 Pronomes de Tratamento a Usamos os pronomes de tratamento para tratarmos de forma respeitosa as autoridades civis, militares e eclesiásticas. 72 1.1.1 Concordância dos Pronomes de Tratamento Os pronomes de tratamento apresentam peculiaridades nas concordâncias verbal, nominal e pronominal. Referem-se à segunda pessoa gramatical, isto é, à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a comunicação, mas devem concordar com a terceira pessoa, isto é, com aquele de quem se fala. Dessa forma, os pronomes possessivos referidos a pronomes de tratamento são sempre os da terceira pessoa. Exemplo: Vossa Senhoria gostaria de carregar seu celular? Vossas Senhorias receberão advogados em seus apartamentos? Vossas Excelências se manifestaram de acordo com suas consciências. Os adjetivos que se referem aos pronomes de tratamento concordam com o sexo da pessoa a quem a comunicação é dirigida. Exemplo: Vossa Senhoria continua muito dedicado aos trabalhos. (frase destinadaa um interlocutor do sexo masculino) Vossa Excelência anda preocupada com seu pai. (frase dedicada a uma interlocutora) 1.1.2 Emprego dos Pronomes de Tratamento 1.1.2.1 O Pronome de Tratamento Vossa Excelência A seguir vamos conhecer as maneiras corretas de utilizar o pronome de tratamento Vossa Excelência, conforme estabelece o Manual de Redação da Presidência da República (BRASIL, 2002). a) É usado para as seguintes autoridades: 73 Do Poder Executivo Presidente da República Vice-Presidente da República Ministros de Estado Governadores (e Vices) de Estado e do Distrito Federal Oficiais-Generais das Forças Armadas Embaixadores Secretários-Executivos de Ministérios Secretários de Estado dos Governos Estaduais Prefeitos Municipais Do Poder Judiciário Deputados Federais Senadores Ministro do Tribunal de Contas da União Deputados Estaduais e Distritais Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais Do Poder Judiciário Ministros dos Tribunais Superiores Membros de Tribunais Juízes Auditores da Justiça Militar Fonte: Brasil (2002) 74 b) Os vocativos Para Chefes de Poder: Excelentíssimo Senhor ... Excelentíssimo Senhor Presidente da República Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal Para as demais autoridades tratadas com esse pronome: Senhor ... Senhor Senador Senhor Juiz Senhor Ministro Senhor Governador Fonte: Brasil (2002) c) Endereçamento nos envelopes Exemplos: A Sua Excelência o Senhor Horácio ... Ministro de Estado da ... 70064-900 — Brasília-DF A Sua Excelência o Senhor Senador Bruno ... Senado Federal 70165-900 — Brasília-DF 75 A Sua Excelência o Senhor Joviano ... Juiz de Direito da 9ª Vara Cível Rua Samuel ..., nº 523 01219-012 — São Paulo-SP 1.1.2.2 Pronome de Tratamento Vossa Senhoria A seguir vamos conhecer as maneiras corretas de utilizar o pronome de tratamento Vossa Senhoria, conforme estabelece o Manual de Redação da Presidência da República (BRASIL, 2002). a) É usado para: • As demais autoridades não referidas no quadro relativo às autoridades merecedoras do tratamento Vossa Excelência (exemplos: chefes de departamento, diretores, coordenadores); e • Particulares (pessoas em geral). b) Vocativos Para autoridades: Senhor... Senhor Chefe da Divisão de Serviços Gerais Etc. Para particulares: Senhor fulano de tal Senhor Francisco Soares Etc. Fonte: Brasil (2002) Segundo o Manual de Redação da Presidência da República (BRASIL, 2002), o título acadêmico doutor somente é utilizado para destinatários que tenham concluído o curso universitário de doutorado. c) Endereçamento nos envelopes 76 Exemplo: Ao Senhor José de Andrade Ferraz Rua Vitória, nº 17 06743-010 – São Paulo. SP 1.1.2.3 Pronome de Tratamento Vossa Magnificência a) Utilizado para reitores de universidade. b) Vocativo: Magnífico Reitor 1.1.2.4 Pronomes de Tratamento para a Hierarquia Eclesiástica Autoridade eclesiástica Pronome de tratamento Vocativo Papa Vossa Santidade Santíssimo Padre Cardeal Vossa Eminência; Vossa Eminência Reverendíssima Eminentíssimo Senhor Cardeal; Reverendíssimo Senhor Cardeal Arcebispo e Bispo Vossa Excelência Reverendíssima 77 Monsenhores, Cônegos e superiores religiosos Vossa Reverendíssima; Vossa Senhoria Reverendíssima Sacerdotes, clérigos e demais religiosos Vossa Reverência g Conhecer as particularidades da redação oficial é importante para todos os profissionais, e crucial para aqueles que pretendem prestar concursos e seguir carreiras públicas. Resumindo Nas comunicações oficiais é necessária certa formalidade. Isso significa: usar os pronomes de tratamento adequados, manifestar polidez e demonstrar civilidade. A padronização do texto oficial remete-se a: clareza gráfica, uso de papéis uniformes e diagramação correta do texto. O título acadêmico doutor somente é utilizado para destinatários que tenham concluído o curso universitário de doutorado. Glossário Peculiaridade: característica de alguém ou de algo que se distingue por traços particulares; originalidade, singularidade, particularidade. Crucial: de opção inevitável; decisivo. 78 d 1. Classifique as afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F): ( ) Toda correspondência precisa ser formal. ( ) Normatizar o uso dos pronomes de tratamento facilita a padronização das comunicações oficiais. ( ) O uso dos pronomes de tratamento é uma forma respeitosa de nos dirigirmos às autoridades. ( ) Polidez e civilidade são qualidades desejáveis no trato dos assuntos públicos. 2. Assinale a única alternativa escrita corretamente. ( ) Vossa Excelência sempre foi, também, um bom professor. ( ) Vossa Excelência estais estudando há horas. ( ) Vossas Senhorias deveis descansar antes das palestras. ( ) Vossa Senhoria, justamente por ser mulher, não poderia ser contrário a essa nova proposta. 3. O pronome de tratamento Vossa Excelência é utilizado para: ( ) Prefeitos Municipais ( ) Engenheiros ( ) Deputados Estaduais ( ) Juízes 4. Assinale certo (C) ou errado (E): ( ) Senhor Senador ( ) Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal ( ) Excelentíssimo Senhor Governador ( ) Senhor Deputado Federal Atividades 79 Referências BELTRÃO, Mariúsa; BELTRÃO, Odacir. Correspondência: linguagem & comunicação: oficial, comercial, bancária, particular. 19. Ed. São Paulo: Ática, 2004 (Série Princípios). BRASIL. Manual de Redação da Presidência da República. Brasília, 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm>. Acesso em: 8 set. 2016. CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Linguística. 9. Ed. Ver. Atualizada. Brasília, 2002. CASTRO, Cláudio de Moura. A Grande Heresia do Simples. Revista Veja, ed. 2448, a. 48, n. 42. São Paulo: Abril, 2015. CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Português: linguagem, gramática e redação, v. 1. 2. ed. São Paulo: Atual, 1994. CRE Mario Covas – Centro de Referência em Educação. Leitura e Literatura. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.crmariocovas.sp.gov.br/lei_l.php?t=001>. Acesso em: 31 ago. 2016. ONU – Organização das Nações Unidas. Declaração Universal Dos Direitos Humanos. Paris, 1948. Disponível em: <http://www.dudh.org.br/wp-content/uploads/2014/12/ dudh.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2016. FARIAS, Adriana; ÖBERG, Bárbara. Encruzilhada Perigosa. Revista Veja, São Paulo, a. 48, n. 43, p. 42. São Paulo: Abril, 2015. FERREIRA, Reinaldo M. Correspondência comercial e oficial. São Paulo: Ática, 1984. 80 UNIDADE 7 | O PADRÃO OFÍCIO 81 Unidade 7 | O Padrão Ofício f Discuta com seus colegas: Quais as dimensões de um papel-ofício? / Como diagramar uma mensagem pelo padrão ofício? / Se você já leu algum documento oficial, diga quais são as suas características. / Se você precisar redigir um documento oficial, onde pode procurar esclarecimentos sobre o assunto? O que você entende por “padrão ofício”? Esta unidade é voltada ao estudo das normas relativas à redação oficial e tem a finalidade de trazer os esclarecimentos necessários a quem vai redigir um texto oficial. Em 1991, foi criada uma comissão para simplificar, uniformizar e atualizar os critérios adotados desde 1937 para a redação dos atos e comunicações oficiais. Como resultado dos trabalhos, foi elaborado o Manual de Redação da Presidência da República, constituído por duas partes: 1ª) comunicações oficiais; 2ª) atos normativos no âmbito Executivo. Fonte: www.shutterstock.com
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