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Apostila de Cultura Religiosa

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A P O S T I L A D E C U L T U R A 
 R E L I G I O S A
 (Autor da Apostila: Orlando Mário Konrad)
 Professores : Paulo Rodrigues da Rosa
 Adalberto José Gross
 	
 NOME DO ACADÊMICO:___________________________________________
R.A. ___________________________
CURSO: ________________________________ TURNO: _________________
SEMESTRE: ____________________________
 
 
 VERITAS VOS LIBERABIT
“Se vós permanecerdes nas minhas palavras, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade e A VERDADE VOS LIBERTARÁ”. 
 Jo 8:31, 32
								
 “EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA”. Jo 14:6
 ( JESUS CRISTO )
ÍNDICE
REFLEXÃO....................................................................................................................................................03
1 - RELIGIÃO E CULTURA........................................................................................................................04
2 - O FENÔMENO RELIGIOSO.................................................................................................................05
3 - FORMAS RELIGIOSAS..........................................................................................................................06
4 - ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA RELIGIÃO.............................................................................06
5 – CLASSIFICAÇÃO GERAL DAS RELIGIÕES....................................................................................06
6 – FINALIDADES DA RELIGIÃO.............................................................................................................07
7 – CRÍTICAS À RELIGIÃO........................................................................................................................07
8– QUEM É O HOMEM................................................................................................................................08
9 – AS RELIGIÕES NO MUNDO.................................................................................................................08
10 - CRISTIANISMO....................................................................................................................................13
11 – REFORMA PROTESTANTE...............................................................................................................18
12– AS DIVISÕES DO CRISTIANISMO....................................................................................................20
13– O ESTUDO DA ÉTICA...........................................................................................................................21
14 - LEITURAS COMPLEMENTARES......................................................................................................29
 TEXTO 01 – FUNDAMENTO RELIGIOSO DA CULTURA...........................................................29
 TEXTO 02 – A SOBREVIVÊNVIA DA FÉ.........................................................................................31
 TEXTO 03 – DEUS COMO CASO DE AMOR...................................................................................34
 TEXTO 04 – REFORMA LUTERANA...............................................................................................35
 TEXTO 05 – PLANO DE SALVAÇÃO CONFORME A BÍBLIA...................................................36
 TEXTO 06 – OS CRISTÃOS PERSEGUIDOS PORQUE CRISTÃOS...........................................40
 TEXTO 07 – DEUSES GREGOS E ROMANOS................................................................................43
 TEXTO 08 – ALGUNS SÍMBOLOS CRISTÃOS..............................................................................45
REFLEXÃO
“A DECISÃO DE ASSUMIR A FÉ”
	“As pessoas hoje assumem a fé por decisão, e não mais por tradição”, disse o padre João Batista Libânio, professor de Teologia em Belo Horizonte. Vivemos a época da liberdade de escolha. Aquilo que ontem era imposto, hoje é opção! Cada um é desafiado a decidir sobre o sentido, o rumo e a razão de seu viver.
	Se de um lado somos desafiados a tomar decisões existenciais profundas, parece que a nossa disponibilidade para a meditação e contemplação está cada vez mais escassa nesse mundo secularizado e pragmatizado.
	Numa de nossas leituras nos defrontamos com o texto elaborado pelo professor da ULBRA, Rev. Astomiro Romais, pessoa sensível aos gritos e clamores de nosso tempo. Julgamos que as palavras do amigo Astomiro merecem ser reproduzidas integralmente nesse espaço. Sua leitura do tempo é oportuna, perspicaz e relevante.
	Estas são as suas palavras:
	“Insegurança e falta de referências talvez sejam as marcas maiores do nosso tempo de pós-modernidade. A humanidade, através de descobertas tecnológicas, mergulhou em um oceano de signos, uma floresta de símbolos, um universo de palavras e imagens, uma vertigem comunicacional, o império da transparência e, paradoxalmente, o reino da opacidade. A nossa era da globalização, da comunicação e da informação abre-se sobre o palco da descrença no futuro. Deve-se temer o futuro? Essa é a questão que mais tem preocupado os intelectuais europeus depois de 1989, ano da deflagração das profundas mudanças nos países do socialismo real que resultaram na liquidação da utopia marxista-leninista. Octavio Paz, Prêmio Nobel de Literatura de 1990, declarou em entrevista recente que ‘a palavra futuro está em decadência `.
	Pensadores e políticos inquietam-se com o amanhã das sociedades. A cultura mudou. As certezas escorrem por entre os dedos. O homem deste fim de século opera com o mecanismo da opção: não está obrigado a aderir de modo permanente a nada. Daí resulta a angústia do relativismo. Tudo é legítimo e nada é sagrado. Tudo é possível e nada é necessário. O tempo real foi substituído por um tempo virtual. Há uma febril busca do novo, do consumo estéril. Vive-se a sociedade da obsolência programada. O que é hoje, amanhã está ultrapassado. Quais são, afinal, os referenciais? Objetos, ídolos, crenças, utopias, certezas e tudo o mais perecem 30 segundos após o nascimento. Programas de rádio e televisão converteram-se em consultórios de psicanálise para sessões coletivas de terapias vazias. Apesar do estar-junto mediado pela tecnologia, a comunicação e a empatia diluem-se ou nunca se constróem: cada um fala para si mesmo, por si mesmo. A realidade que construímos é um verdadeiro mosaico; a vida é construída por fragmentos que captamos dos veículos de comunicação de massa. Onde buscar sentido, certezas, um amanhã?”
	Refletindo sobre a análise do Prof. Astomiro, parece-nos que uma universidade cristã não pode se omitir e deixar de dar a sua contribuição para que seus alunos, professores e funcionários tenham um encontro de vida com o Deus Eterno. Nossa instituição cristã precisa e quer ser um instrumento de Deus para que o sentido da vida seja oferecido às pessoas. As certezas das doces promessas de Deus precisam chegar aos ouvidos das criaturas que Deus amou a ponto de enviar seu Filho - Jesus Cristo. 
	Podemos até estar assustados com a realidade presente e com as perspectivas de futuro, mas não podemos fugir da missão de apontar rumos, oferecer certezas divinas e convidar pessoas a encontrarem o sentido de suas vidas numa relação de amor e perdão com o Criador e no serviço para com o nosso próximo.
	Os referenciais que a Bíblia nos propõe são valores absolutos, não descartáveis. O ser humano precisa de uma palavra além da sua. Vozes e sons humanos não preenchem o vazio da criatura criada à semelhança de Deus.
	Ao angustiado ser humano dessaera relativista precisa ser anunciado o consolo e conforto da verdade absoluta e divina, a saber, que Deus é gracioso e misericordioso e convida todos os seus filhos para a vida.
	Uma instituição cristã precisa ensinar e viver a verdade de que antes de ter nós precisamos ser e esse ser encontra a sua realização integral no seu encontro com o Criador. Cabe-nos reafirmar que confiar em Deus é “viver a experiência do sublime”. É ter futuro! É ter certeza! É ter esperança!
Pastor Gerhard Grasel - Capelão-Geral da ULBRA
			Extraído de: JORNAL DA ULBRA, Ano 2, n.º 10, pg. 02
1) RELIGIÃO E CULTURA
1. Em que áreas da vida humana a religião está presente no dia-a-dia??
2. Quais as ciências que se preocupam com o fenômeno religioso ou dele
 sofrem alguma influência?
 A religião se faz presente nos seguintes campos:
ARTES.
MÚSICA: Legião Urbana, Roberto Carlos, Maria Rita, U2, música clássica, canto gregoriano, música gospel, padres que cantam (Zezinho, Marcelo, Fábio de Melo)
 1.2 ARTES PLÁSTICAS: Michelângelo, Da Vinci, Rafael, Rubens, Rembrand, etc.
 1.3 TEATRO: Nova Jerusalém: paixão de Cristo
1.4 CINEMA: Fé demais não cheira bem, Os deuses devem estar loucos, mudança de hábito, O Nome da Rosa, Em Nome de Deus, O Pequeno Buda, Sete anos no Tibet, Código da Vinci, Anjos e Demônios, stigmata, ghost., Dogma, Auto da compadecida etc
 1.5 DANÇA: Coreografias, danças ritualísticas...
 1.6 ESCULTURA: Aleijadinho, Cristo Redentor etc
2. MEIOS DE COMUNICAÇÃO
2.1. TELEVISÃO: Globo Repórter, Novelas, Programas religiosos, etc...
2.2 JORNAIS E REVISTAS: Despertar, Capricho, Cláudia, Veja, Isto é, sentinela, planeta, Eclésia, Ultimato, Mundo Jovem, Fonte de Luz, a sentinela, Superinteressante etc.
2.3 INTERNET: Sites evangélicos, Sites católicos, Sites espíritas, budistas, todas as religiões, esoterismo, ocultismo, misticismo, ateísmo, satanismo, gnosticismo etc.
 3. LITERATURA: "Versos Satânicos", Bíblia, Mitologia grega, esoterismo,. Divina comédia, o seminarista, Dom Casmurro, Alcorão, vedas, kojiky, tripitaka, Torá, Livro Mormon, Paulo Coelho, o Livro das Religiões, O Grande Conflito, o Evangelho segundo o espiritismo etc.
4. POLÍTICA: Vaticano, Pastorais(sem terra, do menor,...), Golfo Pérsico, países árabes
5. TURISMO: Roma, Grécia, Israel, Egito, Aparecida do Norte, Machu Pichu...
6. ARQUITETURA: Igrejas, Templos, Mesquitas, Pirâmides, Pagodes, Sinagogas, Machu Pichu...
7. ECONOMIA: Festas comerciais(Natal, Páscoa, Navegantes,...), cédula, exploração de algumas religiões..
8. ESPORTE: Mohammed Ali, Tyson, NBA, Atletas de Cristo,. Os jogos Olímpicos...
9. ALIMENTAÇÃO: Alimentos proibidos e impuros, sexta-feira santa, oferendas e sacrifícios
10. EDUCAÇÃO: ULBRA, PUC, escolas metodistas, adventistas, presbiterianas...
11. CALENDÁRIO: calendário gregoriano (a.C. e d.C), calendário muçulmano, chinês, judaico, Domingo
	A religião se interrelaciona com as seguintes ciências:
- Teologia: Deus e a religião como objeto central de estudo
- Filosofia: aborda transcendência do ser, vida após morte, ética e moral,...
- Psicologia: Freud, Jung, Vitor Frankel(influência da religião no psiquismo e
 comportamento humano
- Sociologia: Relação com a vida em sociedade
- Antropologia: trabalha mitos, tabus, xamanismo, Rituais tribais...
- História: Criacionismo x Evolucionismo, Cristo, Buda, Cruzadas, Reforma,
 Inquisição, impérios...
- Fenomenologia: ocupa-se em analisar o fenômeno religioso
- Medicina: curas divinas, pajelança, poder da oração, hospitais,. Lucas – o médico
- Arqueologia: evidências para provar a veracidade da Bíblia, das religiões, crenças etc.
2) FENÔMENO RELIGIOSO
a) Definição de fenômeno religioso:
 O ser humano, em todos os tempos, civilizações e culturas teve a necessidade de se relacionar com algo ou alguém superior a ele.
 Cícero: “Não há povo tão primitivo, tão bárbaro, que não admita a existência de deuses, ainda que se engane sobre a sua natureza”.
 Plutarco: “Podeis encontrar uma cidade sem muralhas, sem edifícios, sem ginásios, sem leis, sem uso de moedas como dinheiro, sem cultura das letras. Mas um povo sem Deus, sem oração, sem juramentos, sem ritos religiosos, tal nunca se viu”.
 Jung: “Entre todos os meus pacientes, de mais de 35 anos, não há nenhum cujo problema não fosse o da religação religiosa. A raiz da enfermidade de todos está em terem perdido o que a religião deu aos seus crentes, em todos os tempos; e ninguém está realmente curado enquanto não tiver atingido, de novo seu enfoque religioso”.
 Constatamos através do Fenômeno Religioso que:
 a) o homem é um ser religioso (não existe ateu)
 b) o homem está separado de Deus
 c) o homem tenta fazer algo para se religar com Deus
 d) e Deus ? Fez algo para ligar sua criatura a Ele ?
b) O que é Religião ?
 a) Raiz etimológica da palavra:
- do latim “religare” = religar, unir outra vez
- do latim “reeligere” = reeleger, nova escolha
 b) Aspecto objetivo: conjunto de crenças, leis e ritos em um ser superior com o qual o ser humano se relaciona.
 c) Aspecto subjetivo: reconhecimento pôr parte do ser humano que ele é dependente de um ser superior ao qual se submete através de crenças, leis e ritos.
 d) Sentido vertical: indica que a religião se movimenta na direção de cima para baixo ou, de baixo para cima.
 e) Sentido horizontal: indica a direção da relação do ser humano com seu semelhante dentro de uma vivência e experiência religiosa em sociedade ou agrupamentos de fé.
3. FORMAS RELIGIOSAS
 a) Teísmo ( téos ) = Deus é o único ser supremo, infinito, absoluto, espiritual e pessoal. É criador, Deus revelado. Age com e nas criaturas.
 b) Deísmo ( deus ) = crê num único ser supremo, espiritual e pessoal, que criou o mundo com suas leis. Não intervém nas criaturas e nem se revela.
 c) Monoteísmo ( mono - téos ) = há somente um único Deus.
 d) Politeísmo = vários deuses.
 e) Henoteísmo ( hen=um) = propõe a veneração de um deus , mas não nega a existência de outros.
 f) Panteísmo ( pan=tudo ) = tudo é deus. Universo, natureza e deus é a mesma coisa.
 g) Panenteísmo ( pan + en + téos = tudo-em-deus ) = tudo está em deus. Deus e o mundo não são idênticos, mas o mundo é uma maneira e modo de existir de Deus, ou forma de deus manifestar-se.
 h) Monismo = existe uma única realidade, que é a do mundo material. O próprio mundo se explica pôr si mesmo.
 i) Dualismo = admite a existência de duas forças superiores antagônicas: uma do bem e outra do mal.
 j) Ateísmo ( a+téos = não há deus ) = se aproxima do monismo e panteísmo pois tudo explica-se pôr si mesmo.
4. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA RELIGIÃO
a) Doutrina: código expresso de todos os valores próprios da religião, tais como: crenças, dogmas, ritos e leis. A doutrina é a base teórica que fundamenta cada religião.
b) Ritos: são as cerimônias, ou a estrutura visível da manifestação religiosa.
c) Ética: está vinculada com a doutrina e expressa a moral, ou seja, tudo o que é aprovado ou desaprovado pela religião no que diz respeito à vida em sociedade.
d) Comunidade: expressa a vivência religiosa em sua dimensão coletiva ou comunitária. Religião é sempre uma experiência interpessoal.
 
 
 5. CLASSIFICAÇÃO GERAL DAS RELIGIÕES
a) Religiões Primitivas: 
 
 Se definem pelo modo como expressam o sagrado, ou seja, de uma maneira acrítica. Respondem a uma rígida estrutura inconsciente, de alto teor mágico. Ex.: animismo, totemismo, magismo, fetichismo, politeísmo, umbanda.
b) Religiões Sapienciais:
 Se definem pela característica de acentuarem a meditação, a sabedoria, a busca pelo sentidoda vida, a oração e a contemplação. Busca, muitas vezes, uma sabedoria prática na forma de um elevado ideal ético. Ex.: hinduísmo, budismo, confucionismo, xintoísmo, hare krsna, moonismo.
c) Religiões Proféticas ou Reveladas:
 Se definem pela característica de que o Ser Superior revela a si próprio e sua mensagem ( doutrina e ética ) ao povo através de profetas. Ex.: judaísmo, cristianismo, islamismo.
d) Religiões Espiritualistas:
 Podem ser definidas pela característica de que admitem a influência de inúmeras forças espirituais que agem tanto sobre as pessoas como também sobre a natureza. Ex.: espiritismo e umbanda.
 
 e) Religiões Místicas ou Filosofias de vida:
 Se definem pela característica de não possuírem dogmas e nem ritos. Também não seguem uma rígida estrutura institucional. São filosofias de vida que possuem em comum com a religião apenas aspectos éticos-morais e a valorização da fraternidade entre os homens. Não gostam de ser confundidos e nem classificados como religião. Ex.: maçonaria, yoga, seicho-no-ie, teosofia, esoterismo, rosa cruz.
6. AS FINALIDADES DA RELIGIÃO
Proteger o homem contra o medo da natureza, nela encontrando forças benéficas, contrapostas as maléficas e destruidoras.
Dar ao homem um acesso à verdade do mundo, encontrando explicações para a origem, a forma, a vida e a morte de todos os seres vivos.
Oferecer ao homem a esperança de vida após a morte, seja ela de forma qualquer.
Oferecer consolo aos aflitos, dando-lhes uma explicação para a dor (física ou psíquica).
Garantir o respeito às normas, às regras e aos valores da moralidade estabelecidos pela sociedade.
7. CRÍTICAS À RELIGIÃO
“A religião é a superestrutura do poder econômico... A religião diz que é preciso obedecer ao patrão e ao Estado, mesmo que nos explorem. É preciso obediência e paciência; depois, no céu, Deus vai recompensar. Por isso a religião é o ópio do povo. O progresso do socialismo acabará com a religião” ( Marx).
	“O indivíduo tem uma profunda depend6encia em relação à sociedade. Cônscio dessa dependência, o homem começa a aderir à sociedade, fazendo dela uma divindade. O homem projeta para o além, numa divindade, o seu sentimento de dependência da sociedade”(Durkheim).
	“A religião provém do medo, da ignorância ou também do entusiasmo pela natureza. Há três estágios na evolução humana: a) o mítico, em que os homens procuram explicar tudo com os deuses; b) o filosófico, em que os fenômenos são explicados por conceitos metafísicos; o ,positivo, em que os fenômenos são estudados cientificamente e explicados por meios naturais. Dessa forma, o primeiro estágio da humanidade foi o religiosos, o segundo o filosófico e o terceiro da ciência positiva” (Comte).
“A religião provém da fantasia viva e irrefletida dos primitivos ou do apetite ilusório da felicidade completa, ou da demasiada tensão de afetos, ou de uma perturbação nervosa, de um estado psicológico doentio da psique humana”( Lombroso, Janet).
“A religião provém de uma neurose universal de culpa. Curando-se dessa neurose de culpa, o homem libertar-se-á da necessidade religiosa” (Freud).
8. QUEM É O HOMEM?
	É uma pergunta chave, pois toda nossa conduta em todos os níveis dependem dessa resposta. Veremos que a visão do homem sobre si mesmo modifica-se bastante no decorrer dos tempos.
FILOSOFIA CLÁSSICA. Na Grécia antiga, o homem é visto através de visão COSMOCÊNTRICA. É um conjunto de pequenas partículas (átomos) que se dispersam após a morte. O corpo era uma prisão para a alma.
FISOLOFIA MODERNA/CONTEMPORÂNE. Perspectiva ANTROPOCÊNTRICA. Descartes: “Cogito, ergo sum” (Penso, logo existo). O homem passa a ser o centro da investigação crítica e objeto da pesquisa filosófica. O homem passa a ser o centro do Universo !
	Reflexão: auto-estima / auto-conhecimento...visão positivista.
FILOSOFIA CRISTÃ. Perspectiva TEOCÊNTRICA. 
9. AS RELIGIÕES NO MUNDO
9.1 - Animismo:
 É a mais antiga forma de expressão religiosa. O termo animismo vem do latim “anima”, que quer dizer: alma ou vida. Segundo o animismo todas as coisas materiais estão constituídas de alma viva. No animismo se crê que há um espírito imaterial e invisível, uma espécie de um único Grande Espírito, pai e senhor da vida e da morte, que está presente em todas as coisas. Este Ser Supremo é tão imenso que ninguém pode entrar em contato com ele. A comunicação com ele se dá através de uma infinidade de espíritos intermediários. O animismo se subdivide em:
9.2 - Totemismo:
 É uma forma específica de animismo que cultiva o “tótem”. O “tótem” representa o símbolo coletivo da tribo ou clã. O “tótem” pode ser um animal, uma planta ou até uma pedra que, para a tribo tem um valor sagrado, pois, nele estão reunidos as forças anímicas de todos os espíritos dos mortos e antepassados da clã. O “tótem” é uma espécie de catalizador que concentra todas as forças espirituais da tribo. O “tótem” é o espírito protetor da tribo que é cultivado para transmitir ao grupo todas as forças que necessita para a guerra, a caça e fertilidade do solo e as pessoas.
9.3 - Fetichismo:
 É também uma forma específica de animismo e que se distingue do totemismo pois o fetiche é um objeto de uso individual, ligado ao tótem, que transmite as forças anímicas do tótem para quem usa estes objetos como amuletos protetores. O fetiche pode ser feito de dentes, ossos e outras partes de animais totêmicos e sementes ou outros objetos feitos de plantas totêmicas que são de uso pessoal, tanto nos rituais sagrados ou quando da guerra ou caça para proteger da influência dos maus espíritos e ajudar para o pleno êxito destes empreendimentos. O fetiche possui poder mágico para influir sobre os espíritos, tanto bons como maus.
9.4. - Mitologias:
 É um modo fantasiado, não científico, de explicar os fenômenos do mundo e da vida humana atribuindo-os à influência dos deuses que, através de “fios” invisíveis, manipulam a vida dos homens. “Mito” no grego quer dizer “fio”. As religiões mitológicas mais conhecidas foram a dos gregos e romanos. A mitologia tinha, especialmente, uma função moralizadora, pois submetia os homens à vontade superior dos deuses, que, eram figuras antropomórficas, isto é, tinham formas semelhantes a dos homens bem como tinham os mesmo vícios e virtudes dos pobres mortais. Só que os deuses eram imortais.
9.5. - Hinduísmo:
 a) Histórico: é a religião oficial da Índia. O Hinduismo teve três fases: 1ª - o Vedismo (1500 a.C.) - livro Vedas (= saber). A salvação se obtém pelo sacrifício; 2ª - o Bramanismo (900 a.C.) - livro Bramanas (= manuais para sacrifícios) e Upanichades (= comunicações confidenciais). A salvação se obtém pelo conhecimento; 3ª - Hinduismo (1º século da era cristã) - livros Puranas (= antigüidades). A salvação está no amor.
 b) Conceito de Deus: Deus é um espírito universal chamado Brahma (alma do mundo). Além de Brahma, que é o criador, há também Vishnu, o conservador e Shiva, o destruidor. No Hinduismo há ainda 33 milhões de outros deuses.
 c) Conceito de homem: Brahma criou o primeiro homem e depois a mulher, por isso ela é considerada inferior ao homem. O primeiro homem criado foi Manu o qual foi uma espécie de protótipo para a criação dos demais homens e que, por sua vez, deram origem às castas sociais. Da cabeça de Manu, Brahma criou a classe mais elevada: os sacerdotes; depois, das mãos e braços criou a classe dos reis e guerreiros; das pernas criou a dos artesãos (negociantes e agricultores); e, por último, dos pés criou o povo 
em geral. E, além destas classes sociais há também os “párias” que não pertencem a nenhuma classe, que são os escravos. Na Constituição de 1950 foi abolido oficialmente este sistema decastas, porém, na prática, nada mudou até hoje.
 d) Principais doutrinas: 1ª - a reencarnação que tem as seguintes funções: função social para possibilitar a mudança de casta e função espiritual para atingir a libertação da matéria e se integrar ao Brahma; 2ª - animais sagrados: em primeiro lugar está a vaca que é o principal e mais importante animal sagrado e aceito em toda a Índia. Ela faz parte do mais alto degrau de reencarnação.
 e) Principais costumes: 1º - a cremação para libertar o mais rápido possível o espírito da matéria; 2º - são vegetarianos: não comem carne de nenhum animal pois acreditam que neles há o espírito reencarnado de pessoas que ali cumprem seu destino de purificação.
 f) Curiosidades gerais: a cidade santa é Benares e o mais importante rio sagrado é o Ganges onde uma vez por ano acontece o banho da purificação. A Yoga é uma técnica de meditação que ensina ao homem como ele poderá com seu espírito, que é bom, dominar a matéria, que é má. A Yoga é a única prática do Hinduismo permitida a um não Hindu e que é “exportada” ao mundo inteiro.
9.6 Budismo:
 a) Histórico: o Budismo foi fundado por Buda que quer dizer: “iluminado”, cujo nome era Sidhartha Gautama, no século VI a.C., no Nepal, norte da Índia, como uma dissidência do Hinduísmo.
 b) Conceito de Deus: Buda pregou o ateísmo contra Brahma por não concordar que o Ser Superior pudesse ser tão injusto, privilegiando as classes dominantes (a minoria) e impondo sacrifícios às classes dominadas (a maioria).
 c) Conceito de homem: segundo a matéria, que é má, ele é inferior e sofredor, mas segundo seu espírito de saber, que é bom, ele pode elevar-se e fugir da inferioridade e da dor. Com isso, o Budismo propõe a auto-redenção do homem porque o homem não precisa da idéia de um deus para se salvar, isto só depende dele mesmo.
 d) Principal doutrina: a reencarnação. Para Buda o homem, pela reencarnação, recebe uma nova chance para realizar sua auto-redenção, por isso volta do mesmo jeito que era. No Budismo não há reencarnação para outras classes sociais ou até para animais, como ensinava o Hinduismo. A reencarnação serve para o homem se purificar da matéria e, uma vez que isto foi alcançado, ele vai para o Nirvana, que é uma espécie de “céu” dos budistas, ou seja, um mundo inteiramente espiritual, livre de qualquer sofrimento material.
 e) Principais costumes: 1º - a prática moral Budista possui 8 mandamentos: 5 negativos - não matar, não furtar, não tomar a mulher do próximo, não mentir, não tomar bebidas alcoólicas; e 3 positivos - resignação ao sofrimento (pela meditação), a piedade e o perdão das ofensas dos outros. 2º - estes 8 mandamentos são para os leigos, mas os monges, além destes 8, devem cumprir também: não ornamentar e nem perfumar o próprio corpo, evitar os leitos macios ou elevados do chão e viver em constante pobreza. Os monges são obrigados a viver em castidade perfeita, ser obedientes em tudo.
 f) Curiosidades gerais: o livro sagrado do Budismo é o Tripitaka ou Tripitake (os 3 cestos de sabedoria). Há duas divisões no Budismo: Mahayana (grande veículo) que é o Budismo popular marcado por um grande número de crendices e, o Hinayana (pequeno veículo) que é o Budismo da elite e, por isso, mais filosófico. Sidhartha Gautama foi príncipe filho dos reis da tribo Sakyas. Foi educado no Hinduismo e só mais tarde rompeu com a religião Hindu por não concordar com sus ideologia discriminatória. No Tibete houve um sincretismo entre o Budismo e as crenças animistas surgindo daí o Lamanismo onde o Dalai-Lama, chefe máximo da teocracia tibetana é considerado como sendo uma reencarnação do Buda.
9.7 Confucionismo:
 a) Histórico: foi fundado por Kung-Fu-Tze (latinizado para Confúcio), no século VI a.C., na China.
 b) Conceito de Deus: Confúcio não faz nenhuma referência a algum Ser Superior. Nunca disse nada, nem a favor, nem contra Deus.
 c) Conceito de homem: para Confúcio o homem, acima de tudo, é um ser educável, pois o homem é o resultado da educação que teve ou deixou de ter. O homem nasce bom e deve ser educado para que permaneça bom; caso contrário, tornar-se-á mau. Ele fez a seguinte constatação: as prisões estavam cheias de homens pobres e analfabetos e, a causa fundamental, segundo ele, era devido o fato que lhes faltava a educação a fim de que pudessem ser moralmente bons e terem condições de ganhar a vida com trabalho honesto e digno sem terem que apelar para o recurso desonesto do roubo e do crime.
 d) Principais doutrinas: não há nenhuma doutrina de caráter religioso no Confucionismo visto que Confúcio não foi homem ligado à religião, mas sim à educação, pois se destacou como filósofo e pedagogo. Deixou, isto sim, vários ensinamentos de ordem moral que são, muitas vezes, interpretados como se fossem de caráter religioso. São 4 as regras morais de Confúcio: 1ª - não se deve pagar o mal com o mal; 2ª - não faças aos outros o que não queres que te façam; 3ª - faça o bem sem olhar a quem; 4ª - deseja o justo, segue o bem, repousa no amor, age com arte. Pois, fazendo isto, estaremos 
no caminho do bem. E são 5 as virtudes permanentes: 1ª - benevolência (desejar trabalhar para o bem do povo); 2ª - retidão; 3ª - decência (comportar-se com cortesia para com as pessoas sobre as quais manda); 4ª - sabedoria (conhecimento e compreensão); 5ª - sinceridade (sem ela o mundo não pode existir).
 e) Principais costumes: não há no Confucionismo nenhum costume de ordem religiosa visto que não é propriamente uma religião, mas filosofia de vida com forte acento numa moralidade prática. Se há costumes estes foram anexados posteriormente pela cultura popular.
 f) Curiosidades gerais: Os escritos de Confúcio foram Analectos e os 5 King (ou os clássicos). Foi criado pela mãe visto que seu pai morrera aos 73 anos de idade quando ele tinha apenas três anos. Confúcio gostava de filosofia, poesia e música. Ocupou o cargo de ministro de estado na área de educação e da prevenção à criminalidade. Confúcio é o provável autor do famoso provérbio chinês: “é preciso ensinar a pescar e não dar o peixe”. Morreu aos 74 anos de idade no ano de 478 a.C. e sua morte foi lamentada em toda China visto ter alcançado grande notoriedade.
9.8 Taoísmo:
 0a) Histórico: foi fundado por Lao-Tsé, no século VI a.C., na China.
 b) Conceito de Deus: igualmente como Confúcio, Lao-Tsé, nunca fez nenhuma referência a um Ser Superior, nem a favor ou contra.
 c) Conceito de homem: para Lao-Tsé todos os homens nascem bons e, por isso, não necessitam de nenhuma instrução. A escola, segundo ele, ensina muitas coisas más, corrompendo a moral humana, tornando-o ganancioso.
 d) Principais doutrinas: não há nenhum tipo de doutrina religiosa, mas muitos ensinamentos de ordem moral aplicados as situações práticas da vida, como por exemplo: Lao-Tsé foi contra a pena de morte, pois não é matando as pessoas que se acabará com o mal, mas a única maneira de conseguirmos que as pessoas se tornem boas é tratando-as com bondade.
e) Principais costumes: da mesma forma não há nenhum costume relacionado com alguma prática religiosa devido o caráter filosófico dos ensinamentos do Taoísmo. O que há, é um sincretismo da filosofia Taoísta com algumas práticas místicas da religiosidade popular chinesa, como por exemplo, a adoração ao imperador, aos dragões, ratos e serpentes.
 f) Curiosidades gerais: o livro que Lao-Tsé escreveu chama-seTao-Teh-King (caminho da razão e da virtude) e é o menor livro sagrado do mundo pois possui apenas 25 páginas e, acima de tudo, é de difícil compreensão. Ele foi de origem pobre e trabalhou como funcionário público até aos 90 anos, quando, decepcionado com a corrupção, se demitiu do emprego e abandonou o país. Antes de atravessar a fronteira Lao-Tsé escreveu o Tao-Teh-King, deixando-o com o guarda aduaneiro como uma espécie de testamento. Foi embora e nunca mais foi visto. Tao = caminho sublime.
9.9 Xintoismo:
 a) Histórico: religião oficial do Japão. Sua origem se deu em passado muito remoto, desconhecendo-se, por isso, seu possível fundador.
 b) Conceito de Deus: a divindade principal é uma deusa: “sol”, que, inclusive, está representada na bandeira japonesa. Também cultuam o imperador visto que, o primeiro imperador japonês, segundo a tradição, foi Jimmu Tenno, descendente direto da deusa Sol, sendo, por isso, os imperadores considerados imortais. Há, também, uma infinidade de outras divindades menores.
 c) Conceito de homem: consideram que o povo japonês é superior aos demais porque são descendentes de um casal de deuses, Idzanagui e Idzanami, que vieram morar no arquipélago que forma a nação japonesa. Há três tipos de seres: os perfeitos que habitam no paraíso que são os deuses, os bons que habitam sobre a face da terra que são os homens e os maus que habitam no interior da terra que são os monstros. Entre os bons e os maus é que há uma luta constante, mas os homens, nesta luta, são ajudados pelos deuses.
 d) Principal doutrina: a veneração pelos “Kami” (espírito dos mortos). Os mortos adquirem poderes sobrenaturais, uma espécie de deuses, permanecendo junto aos vivos exercendo, assim, sua influência sobre o mundo e, por isso, devem ser tratados muito bem, para que sua influência seja benéfica. Contudo, estes espíritos não reencarnam.
 e) Principais costumes: os cemitérios são verdadeiros “paraísos”, isto é, muito bem cuidados para que os “Kami” se sintam bem e, sobre os túmulos dos mesmos, colocam os objetos de uso pessoal que “Kami” dava preferência quando em vida. Nas casas também são conservados os objetos de uso pessoal para que o “Kami” visite constantemente seu antigo lar e traga sua proteção aos seus familiares.
 f) Curiosidades gerais: os livros sagrados do Xintoísmo são: Kojiki (livros das coisas antigas); Nihonji (crônicas do Japão); Yengishiki (hinos e preces). Xinto significa “caminho dos deuses”.
9.10 Judaísmo:
 a) Histórico: o patriarca da nação judaica foi Abraão que, a partir de um chamamento de Deus, sai de Ur da Caldéia e vai à Terra Prometida, a Palestina, dando, assim, início ao povo judeu. O fundador do Judaísmo ou da religião judaica, foi Moisés, que recebeu de Deus, no Monte Sinai, na Arábia, os Dez Mandamentos.
 b) Conceito de Deus: o nome próprio de Deus é “Javé”. Possuem uma concepção trinitária de Deus, sem, contudo, darem uma designação específica como posteriormente foi dado no Cristianismo. Javé (ou Jeová) é o Criador, Salvador e Santificador. Javé é Todo-Poderoso e dirige a história do mundo e a vida do seu povo escolhido rumo ao paraíso celestial. A relação do homem com Javé se dá pelo temor e pelo cumprimento da lei (Torah).
 c) Conceito de homem: o homem foi criado santo por Javé, isto é, sem pecado. Mas tornou-se pecador por um ato de desobediência perdendo, com isso, sua perfeição original. Para ser aceito por Javé o homem precisa cumprir a “Torah”.
 d) Principais doutrinas: o perdão dos pecados a salvação só é alcançado pelo homem mediante a vinda do Messias, o Filho de Deus, o Salvador Prometido. Enquanto sua vinda não se efetuar, o homem, como sinal de sua confiança nas promessas de Javé, precisa cumprir a “Torah”. Haverá uma recompensa eterna aos “justos” e, consequentemente, uma condenação eterna aos “ímpios”.
 e) Principais costumes: a circuncisão que é um ritual de iniciação dos meninos na religião e na nação judaica. Guardam o sétimo dia da semana, o sábado, como dia consagrado para o Senhor. Os principais feriados religiosos são a Páscoa (libertação da escravidão egípcia), o Ano Novo e, o Dia do Perdão. Os homens quando entram na Sinagoga devem cobrir a cabeça e estar com os pés descalços.
 f) Curiosidades gerais: via de regra o Judaísmo aceita como livro sagrado apenas o Antigo Testamento. Algumas correntes mais radicais aceitam apenas os cinco livros de Moisés (o Pentateuco) como sendo as Escrituras Sagradas. Adotam também o Talmud que é um livro que interpreta as leis religiosas do Judaísmo. Atualmente ha quatro grandes tendências no Judaísmo: o judaísmo ortodoxo 
(observância estrita da Lei de Moisés e do Talmud), o conservador (pensa em adaptação ulterior da Lei conforme tempo e espaço), o reformado (mais liberal, considera a Lei antes como fonte de ética do que como revelação. Considera a esperança messiânica cumprida com a emancipação judaica, o Estado de Israel), e, o liberal (vê a essência do Judaísmo no reconhecimento do único Deus de amor e justiça, e da semelhança e filiação de todos os homens e no cumprimento dos principais mandamentos morais. O Reino de Deus na terra deve se realizar pelo exemplo de vida do povo de Israel). A cidade santa é Jerusalém. Não aceitaram Jesus Cristo como Messias e, por isso, esperam sua vinda.
9.11 Islamismo:
 a) Histórico: o fundador do Islamismo, segundo a onomástica árabe, chamava-se Abulgasim Mohammad ibn Abdullah ibn Abd al-Muttalib ibn Hãshim. O nome Maomé vem de Mohammad e significa “altamente louvado”. Nasceu em Meca, na atual Arábia Saudita, provavelmente no ano 570 d.C. (morreu em 632 d.C.), filho de um pobre mercador da tribo Quaraych. Seus pais morreram pouco depois do seu nascimento e ele foi educado por um avô e mais tarde por um tio. Foi, em sua juventude, pastor e guia de caravanas de comerciantes.
 Maomé diz ter tido uma visão no monte Hira, ao norte de Meca, onde lhe foi ordenado que pregasse. Distinguem-se duas fases na atuação de Maomé: a primeira situou-se em Meca, onde Maomé pregou, como profeta nacional, o monoteísmo e a confiança paciente em Deus. Meca é, até hoje, a cidade santa do Islã. Os muçulmanos veneram ali o sepulcro de Maomé e a “pedra negra”, na Kaaba, um restante da religião primitiva que os árabes cultuavam antes de Maomé. Na segunda fase, expulso de Meca, Maomé fez de Medina o centro da sua atuação e pregou uma expansão agressiva do Islã, que finalmente agrediria também os povos não-árabes. A meta era: adorar o Deus uno numa comunidade una. Os povos que não têm religião superior (caracterizada por livros sagrados) devem ser submissos ao Islã. Os outros (judeus e cristãos) devem lhe pagar imposto, quando vivem no meio muçulmano ( o Islã não distingue, praticamente, entre sociedade civil e religiosa). 
 b) Conceito de Deus: para o muçulmamo o único Deus verdadeiro é Alá. Não aceitam o conceito da Trindade. O pecador não pode aproximar-se do Deus muçulmano, tão perfeito e santo que só se comunica com a humanidade através de uma série de anjos e profetas. Jesus é apenas um dos vários profetas 
de Alá. Ele foi profeta para o seu povo, em sua época. O profeta Maomé é superior a ele. Jesus não é o Filho de Deus, nem uma pessoa da Trindade. Ele não livrou os pecados de ninguém, embora fosse um homem sem pecado.
 c) Conceito de homem: o homem e os anjos foram criados por Alá. Feitos de luz e destituídos de sexo, os anjos são liderados por quatro arcanjos: Jibril, Kikhail, Israfil e Izrail. Um dos anjos, Iblis, por ter se recusado a adorar o homem recém-criado, foi expulso do paraíso eprovocou o exílio de Adão e Eva; o Islamismo, porém, desconhece o pecado original uma vez que o erro de Adão não recaiu sobre sua descendência. 
 d) Principais doutrinas: o pecado e a salvação acham-se associados a dois conceitos: as obras e o destino (kismet). O muçulmano que deseja escapar do castigo de Alá tem de realizar as obras dos “Cinco Pilares da Fé”. São eles: recitar o Shahada (não há Deus senão Alá e Maomé é seu Profeta); recitar diariamente as cinco orações prescritas, em árabe (Salat ou Namaz), para a qual tem de ajoelhar-se e prostrar-se na direção de Meca; dar esmolas (Zakat), o que é diferente do dízimo, pois o muçulmano tem de gastar apenas a quadragésima parte de sua renda em contribuições de caridade; jejuar (Saum ou Ruzehk) durante todo o mês de ramadã, período em que o fiel deve abster-se de alimentos sólidos e líquidos desde o nascer do sol até o pôr-do-sol, para assim expiar os pecados cometidos no ano anterior; fazer uma peregrinação (Hajj) à Meca, a cidade santa, pelo menos uma vez durante a vida. Antigamente a “guerra santa”(Jihad) era uma das condições impostas pela fé. Os primeiros muçulmanos criam ser obrigação sagrada matar todos aqueles que não abraçassem a fé verdadeira. Atualmente o Islamismo é mais moderado, embora ainda existam alguns xiitas que querem que a Jihad volte a ser exigência básica da fé islâmica.
 Predestinação: o homem tem um destino traçado. Quando acontece qualquer coisa, diz o árabe: “estava escrito”. 
 Escatologia: a história humana terminará com o julgamento final, que será precedido por acontecimentos terríveis, como, por exemplo, a vinda de personagens maléficos ou propícios: o Mahdi, espécie de Messias; o Anti-Cristo, falso messias que aparecerá entre o Iraque e a Síria; e Cristo, que matará o Anti-Cristo.
 e) Principais costumes: peregrinações à Caaba que foi aconselhada por Maomé (pelo menos uma vez por ano) e é uma das mais antigas tradições do povo árabe. Os muçulmanos rezam cinco vezes por dia: ao amanhecer, ao meio-dia, durante a tarde, no crepúsculo e à noite. Ao rezar o fiel senta-se sobre os calcanhares com as mãos estendidas na direção de Meca. A liturgia pública principal ocorre na sexta-feira ao meio-dia, geralmente nas mesquitas. Costumam rezar também com o rosto no chão em demonstração de submissão, respeito e adoração a Alá.
 f) Curiosidades gerais: Islã em árabe significa “submissão”. Muçulmano é um termo cognato de Islã em árabe e significa “aquele que se submete”. O Alcorão, livro sagrado do Islamismo, é um termo árabe que significa “recitação”. O termo “surá” designa as divisões do Alcorão, que contém 114 revelações, cada uma constituindo uma surá (capítulo). Eles aparecem em ordem de extensão: as mais breves primeiro, as mais longas por último. O livro não é estruturado em ordem cronológica. Outro texto importante na literatura islâmica é o Hadith, que em árabe significa “coletânea de tradições”. O termo “califa” significa líder e designa os principais dirigentes desta fé, principalmente os sucessores imediatos de Maomé. O nome “aiatolá” designa um mestre ou líder espiritual do Islamismo. Grande parte do milhões de muçulmanos que há no mundo pertencem à seita Sunita. Estes praticam uma forma de Islamismo de interpretação moderada. 90% dos muçulmanos do Oriente Médio são sunitas (isto é, 90% dos muçulmanos egípcios, jordanianos, sauditas e 98% dos líbios). O segundo maior grupo é o da seita Xiita. Estes interpretam os textos do Alcorão de forma bem mais literal, mostrando-se mais ativos e fanáticos. 93% dos muçulmanos do Irã pertencem a esta seita, tendo sido liderados pelo mais poderoso aiatolá xiita, Khoumeini. Ainda há a seita da Amdian, fundada no século XIX. Nos últimos 40 anos tem sido ativa nos campi universitários dos EUA. E a seita Sufi, o grupo místico do Islamismo. No interior da Caaba (espécie de templo pagão) existiam 360 ídolos. Era uma espécie de panteão dos espíritos tribais dos beduínos. Maomé, quando entrou em Meca com seu exército, destruiu todos os ídolos da Caaba, deixando apenas a grande pedra negra, que segundo a tradição foi trazida do céu pelo arcanjo Gabriel.
 
10. CRISTIANISMO 
CONTEXTO HISTÓRICO, POLÍTICO E RELIGIOSO NO TEMPO DE JESUS:
1 - CONTEXTO HISTÓRICO - POLÍTICO:
Dominação Romana;
Sistema de Governo - Lc 2:1ss 
a - Nascimento de Jesus =Cesar Augusto: imperador;
 				Quirino: Governador da Síria;
				Herodes: Governador da Judéia (Mt 2:1ss);
b - Ministério de Jesus =	Tibério Cesar: 15º ano de seu reinado como imperador;
 Lc 3:1,2		Pilatos: Governador da Judéia;
				Herodes: Tetrarca da Galiléia;
				Filipe: Tetrarca da Ituréia e Tracônitas;
				Lisânias: Tetrarca de Abilene;
2 - CONTEXTO RELIGIOSO:
Roma: Panteão dos deuses (incluindo-se o culto ao imperador) Leia a Leitura Complementar 2, pág. 33
Judeus: Culto monoteísta;
a - SINÉDRIO: 	Sua origem deu-se por volta do séc. III a.C. Compunha-se de 70 
 	membros, na maioria sacerdotes e saduceus nobres, alguns fariseus,
		 	escribas e anciãos (chefes de tribo e família), presidida pelo Sumo-
		 	sacerdote. O Sinédrio desapareceu com a destruição de Jerusalém
		 	em 70 A.D.
b - SINAGOGAS: 	Surgiram no tempo do cativeiro, lugares de instrução e culto. Cada 
			uma possuía cópias dos livros da Escritura. Em Jerusalém, no tem-
			plo, havia várias.
c - OS FARISEUS:	Surgiram provavelmente no 3º séc. a.C. como uma reação e um protesto contra a tendência de muitos judeus de aceitar a cultura grega com os seus costumes religiosos pagãos. Tinham por alvo preservar sua integridade nacional e conformar-se rigorosamente à lei mosaica, mas acabaram transformando-se em uma seita de formalistas, legalistas, virtuosos aos seus próprios olhos e, não poucas vezes hipócritas.
d - OS SADUCEUS:	Surgiram no tempo dos fariseus. Eram favoráveis à adoção dos costumes gregos e tomaram o partido dos helenistas. Eram declaradamente irreligiosos, mas até certo ponto dominavam o Sinédrio.
e - OS ESCRIBAS:	Copiadores das Escrituras, surgiram durante o período do exílio. Sua função era estudar, interpretar e copiar as Escrituras.
	Todo o Antigo Testamento mostra como Deus preparou o caminho para a vinda do Messias prometido e a propagação do EVANGELHO entre as nações.
3 - A PESSOA E OBRA DE JESUS CRISTO.
	Gálatas 4:4 - “...Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei...”
1 - A NATIVIDADE E INFÂNCIA DE JESUS.
Lucas 1:5 - 45; 2:1-21
Mateus 2.1-23 (magos do oriente)
Lucas 2:41-52 (Jesus no templo, aos 12 anos)
a) - A Anunciação a Zacarias (Lc 1:5-25) - Durante o seu sacrifício no templo, o anjo lhe anunciou que Isabel teria um filho. Por causa de sua incredulidade, tornou-se mudo, punição que durou até o nascimento do menino;
b) - A Anunciação a Maria - O anjo Gabriel anunciou a Maria que ela teria um filho em estado virginal, mediante o poder miraculoso do Espírito Santo. Após a visita do anjo, Maria visita Isabel para lhe contar o segredo.
- O Nascimento de João Batista - No oitavo dia, por ocasião da circuncisão, os meninos recebiam seus nomes. Zacarias sabia que o nome de seu filho deveria ser João, conforme palavras do anjo Gabriel. Assim, no oitavo dia, todos imaginavam que o menino receberia o nome de seu pai ou de algum parente próximo. Quando Zacarias tomou uma placa e escreveu que o nome seria João, todos ficaram admirados e Zacarias recupera a fala, a qual havia perdido devido a sua incredulidade.
d) - O Nascimento de Jesus
Decreto do Imperador e viagem de Nazaré (Galiléia) a Belém (Judéia);
Jesus nasce em humilde estrebaria;
Visita dospastores de ovelhas e dos magos do oriente;
Perseguição de Herodes, rei da Judéia e a fuga para o Egito;
-	Infância de Jesus até seu ministério 
José, Maria e Jesus habitavam em Nazaré. José era carpinteiro;
Aos doze anos, o menino Jesus acompanha Maria e José para Jerusalém, numa festa judaica no templo. Ele ensina os mestres. (Lc 2:40 - 52)
“O menino crescia em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens”. (Lc 2.52);
2 -	O MINISTÉRIO DE JESUS
Jesus reaparece aos 30 anos de idade, no rio Jordão, para ser batizado por João Batista. Por ocasião do batismo, estava presente o Deus triúno: o Pai, em forma de uma voz dizendo: “este é meu filho amado em quem me comprazo”, o Filho sendo batizado e o Espírito Santo em forma de pomba. 
Após o batismo, Jesus foi para o deserto e foi tentado por Satanás (40 dias);
Vencido o inimigo, Jesus sai em busca de seus seguidores. Inicialmente eram doze;
Jesus passa três anos em peregrinação pela Palestina: Galiléia, Samaria e Judéia. Seu ministério consistia em pregação e milagres;
3 - O DESFECHO
Jesus prediz a sua prisão, morte e ressurreição;
Entrada triunfal de Jesus em Jerusalém para ser julgado e condenado;
A traição por Judas;
O julgamento: perante o Sinédrio e perante Pilatos;
Crucificação - morte - sepultamento. O plano da salvação estava se cumprindo!
4 - RESSURREIÇÃO E ASCENSÃO
Domingo da páscoa - Jesus vence a morte. A sepultura é encontrada vazia;
Jesus aparece aos seus discípulos em diversas ocasiões, por quarenta dias ainda;
Jesus se despede de seus amigos e sobe visivelmente aos céus (ascensão) em Betânia. (Lc 24.50). Havia 120 testemunhas (At 1.15);
Jesus, antes de partir, deixou uma ordem - a grande comissão: “Ide e pregai...” Mc 16.15 bem como “Sereis minhas testemunhas...” At 1.8;
Também deixou uma promessa: “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” Mt 28.20
5 - PENTECOSTES
Dez dias após a ascensão de Jesus. A descida do Espírito Santo. O testemunho dos discípulos. 3000 batizados. A data marca o início da Igreja Cristã. A partir deste dia, relatado em Atos capítulo 2, os discípulos passaram a ser apóstolos, missionários ousados, proclamando em alta voz os ensinamentos de Cristo, cheios do poder do Espírito Santo. Destaca-se Pedro em seus discursos pós-pentecoste.
Atuação do apóstolo Paulo: fundando igrejas.
10.1 – A EXPANSÃO DO CRISTIANISMO
A Igreja Cristã até a Reforma
A Igreja Primitiva
Início: 33 d.C. – Pentecostes
Final: 476 d.C. Queda Do Império Romano
Divide-se Em Três Fases Distintas:
Implantação: Mártires E Apolegetas
Expansão: Avanço Missionário
Triunfo Final: Religião Oficial (391 d.C.)
A Grande Comissão
“Ide fazei discípulos de todas as nações...
Fundação da igreja cristã: batismo e conversão de 3000 pessoas
ao cristianismo
Atividade Missionária
 Apóstolo Paulo é o Maior Expoente
Levou o cristianismo pela Europa e Ásia menor
De perseguidor torna-se maior arauto
Domem erudito e intelectual
Autor de 13 dos 27 livros do novo testamento
Epístola aos gálatas e romanos = salvação pela graça
Perseguições 
Mártires: Cristãos que morreram pelo ideal da fé
Apóstatas: Cristãos Que negaram sua fé e voltaram ao paganismo
Apologetas: intelectuais, filósofos, eruditos e letrados que se tornaram defensores literários do cristianismo.
Atingem a elite e nobreza da sociedade greco-romana.
Forças Opositoras Ao Cristianismo
Judaísmo: não aceitava Jesus como messias
Politeísmo greco-romano: o culto aos deuses era gerador de grande lucro
Triunfo Do Cristianismo
Principais Causas:
Testemunho pessoal(corpo a corpo)
O sangue dos mártires(semente da expansão)
Defesa Dos Apologetas
Edito De Tolerância (311 d.C.) – Galério: O Estado ficava indulgente com os cristãos
Edito De Milão(313 d.C.) – Constantino eleva o cristianismo ao status de religião lícita
Teodósio (391 d.C.) Proíbe o culto pagão e adota o cristianismo como religião oficial do Império.
Cisma Da Igreja
Cisma: Divisão provocada por opiniões diferentes, formando-se daí grupos distintos e separados.
1054 – Divisão: Igreja Católica Apostólica Romana(Roma) e Santas Igrejas Católicas Ortodoxas Orientais.
Causas da divisão:
Divisão Política(Império Romano Ocidental e Oriental)
Aspectos Culturais (Línguas Diferentes: Latim e Grego)
Luta Pelo Poder(Bispo De Roma X Bispo de Constantinopla)
Questões Teológicas: Uso de imagens no culto e celibato clerical.
10.2 CRISTIANISMO : A IGREJA PRIMITIVA (33 - 476 d.C.) – Texto para leitura e análise
	Compreende o período histórico desde o Pentecostes (33 d.C.) até a queda do Império Romano (476 d.C.). Divide-se em:
1. Implantação, marcada por martírio e apologistas;
2. Expansão: avanço missionário através do Império e além das fronteiras;
3. Triunfo final sobre o politeísmo greco-romano, ao ser declarado o Cristianismo única religião oficial do Império (391 d.C.).
	Em Mateus 28.19 temos “A GRANDE COMISSÃO”, onde Cristo, em suas palavras de despedida a seus discípulos os convoca a irem “fazer discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Ao mesmo tempo, lemos as palavras de Jesus em Atos 1.8: “Mas recebereis PODER ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”. Com isso, Jesus estava prometendo enviar em breve o Espírito Santo, para que os seus discípulos, agora transformados em APÓSTOLOS, tivessem toda a ousadia e poder para testemunhar o que tinham visto e ouvido. 
	Essa promessa se cumpriu no dia do PENTECOSTES, quando desce o Espírito de Deus sobre os seus discípulos, e eles passaram a falar em outras línguas, proclamando o evangelho aos povos que se encontravam em Jerusalém por ocasião da festa judaica do Pentecostes. Este dia, ocorrido por volta do ano 33 d.C. marca o nascimento da Igreja Cristã em sua fase Primitiva, onde cerca de 3 mil pessoas foram batizadas. Este Cristianismo espalha-se rapidamente pelos cinco centros: Alexandria, Roma, Jerusalém, Antioquia e Constantinopla.
	PAULO - Considerado o maior dos missionários da Igreja Cristã. Deve-se a ele não apenas a expansão do Cristianismo pela Ásia Menor, como também pela Europa. Paulo não pertencia ao grupo dos 12 discípulos. Inicialmente era um ferrenho inimigo dos cristãos. Além de persegui-los e torturá-los, procurava ajudar a exterminá-los. Liderou a primeira perseguição aos cristãos em Jerusalém. Sabedor de que havia igualmente na cidade de Damasco um grupo de cristãos, partiu em busca dos mesmos, a fim de prendê-los. Chegando próximo a Damasco, foi milagrosamente convertido ao cristianismo. Assim, de “Saulo”, o perseguidor passa a ser Paulo, o maior proclamador e arauto do evangelho. No N.T., a partir de Atos 9, lemos o relato da conversão de Saulo e em seguida o texto passa a relatar as suas três viagens missionárias, levando a mensagem do evangelho através do Império.
	Paulo era um homem erudito. Colocou o seu grande saber a serviço do Evangelho. Em Atenas defendeu o Cristianismo perante os filósofos epicureus (Epicuro, 270 a.C.) e testemunhou o Evangelho perante o mundo intelectual da época.
	Segundo a tradição cristã, Paulo morreu decapitado em Roma em 67 d.C., vítima de perseguição movida por Nero contra os cristãos. Dos 27 livros que compõem o N.T., 13 são de sua autoria . Destacam-se as epístolas aos Romanos e aos Gálatas, que expõem a doutrina central do cristianismo: a salvação eterna do homem pela fé em Cristo, independente dos méritos pessoais.
	A Igreja Cristã Primitiva, em sua fase de expansão pelo Império Romano, enfrenta duas grandes forças opositoras: O JUDAÍSMO e o POLITEÍSMO GRECO-ROMANO.
Apesar de o judaísmo (religião israelita) não aceitar as profecias messiânicas do A.T. como concretizadasem Jesus Cristo, muitos dos judeus da época creram em Cristo. Muitos o rejeitaram.
Daí surge o antagonismo. O 1º mártir cristão fora Estêvão, um judeu convertido ao cristianismo. Foi apedrejado pelos seus próprios conterrâneos.
	Segue-se a primeira perseguição aos cristãos, movida pelos líderes judaicos. Até hoje o Cristianismo e o Judaísmo são duas religiões opostas.
	A segunda grande força opositora ao Cristianismo, o politeísmo greco-romano era representada pela religião “gentílica” ou o paganismo, por haver adoração a outros deuses e deusas. O monoteísmo judeu e cristão era a principal característica que os diferenciava dos demais povos.
	Os cristãos, fiéis à grande comissão de Cristo, voltaram-se inicialmente à conversão de judeus. No entanto, quando estes se mostraram adversos à pregação do evangelho, dirigiram suas atenções aos gentios a fim de convertê-los a Cristo. Foi um enorme sucesso. Houve milhares de conversões. E, na medida em que os templos romanos e pagãos se esvaziavam e o lucro dessa exploração religiosa decrescia, crescia o ódio e, consequentemente a perseguição aos cristãos por parte do governo. Não tardou a confirmar-se a profecia do Senhor Jesus, quando afirmou: “se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros”. Em Mateus 24.9 lemos: “então sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome”.
O fato de os cristãos negarem-se a adorar à figura do imperador era julgado pelas autoridades civis como crime de “lesa-majestade”.
	A Primeira grande perseguição ocorreu sob o governo de NERO, em 64 A.D. A tradição acusa Nero de ter incendiado Roma e, com isso, incriminado os cristãos. Assim, cresce o ódio da população contra os mesmos. Houve milhares de mártires. Outros imperadores se destacam no decorrer desta história das perseguições, como, p. exemplo:
	SÉTIMO SEVERO (193-211 A.D.) pretendia unificar todo o império sob a única religião do “sol invicto”.
	DÉCIO (249-251) atribuiu o declínio econômico do Império ao abandono da cultura e religião romanas. Pretendia restaurar o culto aos antigos deuses.
	DIOCLECIANO (284 - 305 A.D.) Decreta alguns editos: 1) a destruição dos templos, 2) o confisco dos livros sagrados e 3) o aprisionamento do clero. Um quarto edito obrigava os cristãos a sacrificarem aos deuses e deusas do Império. Devido à súbita enfermidade, abdicou e GALÉRIO deu continuidade à última grande perseguição ao cristianismo, porém mudou de estratégia: utiliza-se de torturas e mutilações, bem como o trabalho forçado nas minas.
	A igreja de Cristo estava quase arrasada. Durante estes três primeiros séculos de sua existência, fora submetida a dez perseguições maiores e várias outras menos sangrentas. Ainda assim ela perseverava. “O sangue dos mártires era a semente da igreja. Na primeira fase de expansão do cristianismo, a sua penetração atingiu primeiramente as classes mais humildes da sociedade. Assim, mais ainda tornava-se motivo de desprezo da elite intelectual. Só lentamente o cristianismo conseguiu penetrar na classe culta e perder o seu conceito de “seita”.
	Surgem os apologetas cristãos, que atingiram a parte culta da sociedade greco-romana com seus escritos em defesa da Igreja Cristã. Galério percebera que o cristianismo era irreversível, visto que crescia de forma espantosa, mesmo nesse contexto hostil. Teve de admitir que seria impossível extinguir o movimento. Em 311 d.C. Galério assina um Edito de tolerância. Pela primeira vez a Igreja Cristã estava amparada por lei. Com a morte de Galério, abre-se nova disputa pelo poder. Entre 5 candidatos, vence CONSTANTINO. Este vem a ser o primeiro imperador romano a ser convertido a Cristo e, em 313 d.C. assina o Edito de Milão, um decreto importante que elevava o cristianismo ao status de “religião lícita”, como as demais, já permitidas por lei. A igreja cristã encontra plena liberdade de culto. Com a conversão de Constantino e o decreto, a maior parte da população do império professa-se cristã.. Finalmente, em 391 d.C. o imperador TEODÓSIO proíbe todo culto pagão politeísta e adota o Cristianismo como religião oficial do Império. Era o triunfo da Igreja Cristã.
	“Assim as igrejas eram fortalecidas na fé e aumentavam em número dia a dia”. Atos 16.5
	Leia também: “Os cristãos perseguidos porque cristãos”. Texto anexo 2.
11 A REFORMA PROTESTANTE
11.1 O DESAFIO DE COMPREENDER A REFORMA
		Por que aconteceu a Reforma ? Existem várias teses a este respeito:
		a) Tese econômica/financeira; b) Tese política; c) Tese da renascença; d) Tese “psiquiátrica”; e) Tese neo-ortodoxa; 
f) Tese religiosa.
		A questão religiosa é o centro da Reforma. Em Lutero não havia outra razão para promover a Reforma. Primeiro em relação a ele próprio: “como posso me relacionar com Deus ?” Todo problema da época tinha sua causa na interpretação da Bíblia. Segundo em relação a sua igreja, que havia se afastado dos ensinamentos bíblicos.
		Lutero escreve em sua obra “Apelo a Nobreza Cristã Germânica” que os romanistas se cercaram de três muros:
		1º muro: o poder espiritual está acima do temporal. O papado comanda a política.
		2º muro: exceto o papa, ninguém pode interpretar as Escrituras.
		3º muro: somente o papa pode convocar concílios.
		Na história do mundo existem três elementos que podemos usar para dominar a humanidade: a) Poder; b) Poder do dinheiro; c) Astúcia, sabedoria, esperteza
		Analisando a Reforma, vemos que estes três elementos aparecem claramente. Isto começou bem cedo.
		1. PODER
		Documento 1: as Decretas de Isidoro (847 d.C) e a Doação de Constantino (858 d.C)
		Documento 2: Inocêncio III (1198 d.C)
		Documento 3: A inquisição, tortura e supremacia política do papa
		2. PODER DO DINHEIRO
		O poder econômico da igreja: a Alemanha tinha 300 estados e 250 eram controlados pela igreja. A Bíblia já dizia: “O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (1º Timóteo 6.10).
		3. ASTÚCIA, SABEDORIA
		A igreja controlava a educação, mas controlava para seus próprios interesses. A educação na idade média servia aos interesses da igreja. 
		Muitos historiadores comprovam que imperadores, príncipes eram ignorantes, não sabiam nem ler nem escrever. Tinham ao seu lado um conselheiro eclesiástico (sábio x idiota).
		Lutero visitou Roma e constatou as barbaridades que se fazia em nome e pela igreja.
		Em Roma havia uma feira que vendia bispados, dioceses e sacramentos. Também vendiam relíquias (cabelos de João Batista, dentes de São Jerônimo, a bacia de Pôncio Pilatos, espinhos da coroa de Cristo, palhas do berço de Jesus, moedas de Judas). Tudo virou comércio.
		Bispo Henrique de Liege tinha 65 filhos ilegítimos.
		Os frades de São Teodardo criaram as “pernadas”.
		Em 1496, o poeta italiano Folengo escreve: “E entretanto a igreja chora, dilacerada e doente, porque quem entra no seu interior vê tanta sujeira que mais parece uma pocilga de porcos do que um templo”.
11.2. O CONTEXTO
a) Fatores que contribuíram para a Reforma:
 - Renascença
 - Expansão comercial
 - Situação política
 - Espírito nacionalista
 - Situação econômica
 - A realidade dos camponeses
 - Corrupção nas ordens clericais
b) Precursores da Reforma:
 Decadência moral:
 novas seitas que contestam dogmas 
 papais e sugerem uma vida de
 desapego aos bens materiais:
 - Valdenses (Pedro Valdo)
 - Albigenses (Cidade francesa de Albi)
 - John Wycliff (Inglês, prof. em Oxford)
 - John Huss (Estudante tcheco - morto em
 1414)
 - Savonarola (Monge florentino)
c) Situação da Alemanha no século XV:
 - não tinha um poder centralizado
 - vários senhores feudais
 - economia agrária
 - impostos feudais e dízimo da igreja
 - igreja era a proprietária de grandes 
 extensões de terrad) Fatos de destaque na Reforma:
 - Wittenberg - 95 teses - 31 de outubro de
 1517
 - Dieta de Worms (1521) - convocada pelo Imperador Carlos V para obter a retratação de Lutero e a submissão dos príncipes alemães que queriam libertar seus domínios.
 - Guerras religiosas na Alemanha - feitas por nobres empobrecidos, com pretexto 
religioso, para reaverem seus bens e terras da igreja. Destacam-se as revoltas dos Nobres e dos Camponeses.
 - Dieta de Espira (1529) - protesto dos príncipes: daí o nome de “protestantes”.
 - Dieta de Augsburgo (1530) - Melanchton sintetizou a doutrina de Lutero: Confissão de Augsburgo.
 - Liga de Esmalcalda (1531) - organizada pelos príncipes protestantes para combater o Imperador; originou uma guerra civil que terminou com a assinatura da Paz de Augsburgo (1555); com isso, cada príncipe pôde escolher a sua religião.
e) Expansão da Reforma:
 - João Calvino iniciou a Reforma na França; fugiu para Genebra (Suíça).
 - Calvinismo: doutrina resumida na “Instituição Cristã” (1536) - defende a predestinação e o culto simplificado (sem imagens, sem sacerdotes). Além da França atingiu a Inglaterra (puritanos) e a Escócia (presbiterianismo - fundado por João Knox)
 - Na Inglaterra: teve início com Henrique VIII por motivos político-econômicos e pessoais. Daí surge, em 1533, a Igreja Anglicana. A perseguição religiosa originou emigrações para países americanos.
f) Contra-Reforma ou Reforma Católica:
 - Originou-se com o Papa Paulo III, que convocou o Concílio de Trento (1545-1563) para promover uma reforma nos costumes e preservar a Igreja Católica.
 - Medidas do Concílio:
 . rejeição ao protestantismo
 . manutenção dos sete sacramentos
 . obrigatoriedade do uso do latim na missa
 . manutenção do celibato para sacerdotes
 . fim da venda das indulgências
 . restauração dos tribunais da Santa Inquisição
 sob o nome de Santo Ofício
 . reafirmação da doutrina de Boas Obras
 . criação do Index Librorum Prohibitorum
 . criação da Companhia de Jesus (os jesuítas),
 fundada por Inácio de Loyola, em 1534
 . exigência de os eclesiásticos se formarem nos seminários
 
12- AS DIVISÕES DO CRISTIANISMO
 Cristianismo
Arianos (325)
Nestorianos (431)
Monofisitas (451)
Coptas 
Armênios 
 
 1054 (Cisma)
Igreja Ortodoxa Igreja Católica Romana
Gregos Ortodoxos
Russos Ortodoxos Igrejas da Reforma:
 Luteranos (1517)
 . Sinodal (IECLB)
 . Missouri (IELB)
 Calvinistas (1536)
 . Reformados
 . Puritanos
 . Presbiterianos
 Anglicanos (1534)
 Conformistas:
 . High Church
 . Low Church
 . Broad Church
 . Ritualistas
 . Episcopalianos
 Não Conformistas:
 . Congregacionalistas
 . Metodistas
 . Exército da Salvação
 . Assembléia de Deus
 . Congregação Cristã
 . Igreja do Evang. Quad.
 . Igreja: Brasil p/ Cristo
 . Adventistas
 . Batistas
 . Mórmons
 . Testemunhas de Jeová
 
13. O ESTUDO DA ÉTICA
13.1. A ÉTICA SOCIAL - Definindo ética
	Texto elaborado pelo autor da apostila,KONRAD, Orlando Mário, a partir do trabalho de Dissertação de Mestrado, Ética no trabalho: o comportamento ético no ambiente de trabalho das empresas.
Ao fazermos este estudo da ética é importante compreendermos os diversos aspectos que envolvem este tema, que é bastante amplo. Por ser um tema amplo, traremos aqui algumas definições mais restritaspara melhor compreensão deste estudo. 
A preocupação com a ética é muito antiga. Começando, formalmente, com a filosofia da moral, pelos filósofos gregos(naturalismo); passando pela Idade Média (teocentrismo); e a ética do período moderno (antropocentrismo). As mudanças de concepção nas diferentes épocas são evidentes. Devem-se às mudanças sociais e políticas que aconteceram nestes diferentes períodos, trazendo à tona também diferentes valores que norteiam toda fundamentação ética.
A questão principal de todos os períodos é que sempre houve preocupação com os aspectos éticos, mesmo tendo fundamentações diferentes.
O termo ética, segundo vem do grego ethos que, por um lado designa a morada do homem, modo de ser, estilo de vida, caráter. Designa também um comportamento que resulta de hábito, isto é, de um repetir-se constante dos mesmos atos num certo sentido. E a disposição habitual de agir de uma certa maneira. O ethos é o espaço propriamente humano, construído e reconstruído incessantemente pelo homem. Nele se inscrevem os valores e ações que vão determinando um modo próprio de ser do homem. 
Junto com o termo ética faz-se necessário definir moral. Muitos autores usam os conceitos de ética e moral como sinônimos, para significar o conjunto de valores, normas práticas que caracterizam um determinado modo de ser do homem. Outros autores distinguem os dois termos. A palavra moral vem do latim (mos, mores) e significa costumes. O conceito de moral é usado para identificar um determinado modo de agir do ser humano, regido por normas e valores, por hábitos e costumes. A moral se relaciona com o comportamento prático do homem.
A ética, por sua vez, é a reflexão sobre o comportamento moral. E uma reflexão teórica que analisa e critica ou legitima os fundamentos e princípios que regem um determinado sistema moral.
A ética, como expressão única do pensamento correto, conduz a idéia da universalidade moral, ou ainda, à forma ideal universal do comportamento humano, expressa em princípios válidos para todo pensamento normal e sadio. Não há agrupamento humano que não obedeça à normas morais. 
A ética estuda somente os julgamentos que dizem respeito ao que é moralmente certo ou errado, bom ou mau, incluindo normas morais específicas e princípios morais gerais. As normas morais são padrões de comportamento que proíbem ou sancionam cartas atitudesindividuais. Os princípios morais são padrões gerais de comportamento que são usadas para se avaliar o comportamento individual. 
Qualquer sociedade organizada não pode prescindir de um conjunto de regras que normatize o convívio de seus participantes. Tal conjunto de regras terá sua extensão determinada em função do tamanho e da natureza da própria sociedade, assim como dos níveis de relacionamento nela existentes. 
13.2. Comportamento Ético
A razão pela qual se exige uma disciplina do homem em seu grupo repousa no fato de que as associações possuem, por suas naturezas, uma necessidade de equilíbrio de só se encontra quando a autonomia dos seres se coordena na finalidade do todo. Em tudo parece haver uma tendência para organizações e os seres humanos não fogem a essa vocação, dependendo de uma disciplina comportamental e de conduta.
As diferentes sociedades e culturas instituíram conjuntos de valores éticos como padrões de conduta, de relações intersubjetivas e interpessoais, de comportamentos sociais que pudessem garantir a integridade física e psíquica de seus membros e a conservação do grupo social
As regras que regem a ética em qualquer sociedade, estejam elas estabelecidas tendo-se por base uma situação qualquer e contemplam o comportamento considerado adequado dos participantes da sociedade diante de tal situação.
Assim, pode-se afirmar que a prática de qualquer ato que desrespeite uma regra estabelecida e aceita pela sociedade, independente de sua natureza, representa falta de ética. 
Em outras palavras, pode-se afirmar que nenhuma sociedade pode abdicar de um conjunto de “regras de convivência”, conjunto esse que induza ao respeito entre seus participantes e assegure o direito dos mesmos. Vale ressaltar que, no caso de uma dessas regras não ser observada, certamente surgirão prejuízos, seja para as pessoas, seja para a sociedade, empresa, etc.
As pessoas, sem exceção, são colocadas constantemente diante de situações nas quais elas têm de decidir entre cumprir ou quebrar uma regra.
Como é normal na natureza humana, algumas pessoas optam em cumprir as regras, enquanto outras optam pelo descumprimento das mêsmas. 
Diariamente surgem circunstâncias que apresentam oportunidades e necessidades que exigem ação. Estas representam problemas morais importantes para o indivíduo, contendo questões morais de honestidade, justiça, lealdade, respeito pelos outros, ou cumprimento de compromissos.
13.3 – Fundamentação ética na atualidade
Definir qual o fundamento da ética na atualidade não é tarefa fácil. Uma vez que existem inúmeras culturas e o aspecto cultural tem sua influência. Pegando como base a cultura ocidental a ética pode ser definida como humanista que passa a ter acima de tudo um compromisso com a humanidade, centralizando-se no homem e na sua afirmação. O humanismo subdivide-se em dois ramos principais: o natural e o cristão. O primeiro usa como ponto de partida a natureza e o mundo e sua afirmação se dará com o desenvolvimento de suas capacidades e potencialidades naturais (humanas, racionais) e sociais (políticas). O segundo usa como base os ensinamentos de Cristo.
Há duas vertentes mais presentes são a ética de princípios (que herdamos das tradições greco-latina e judaico-cristã) e a ética subjetivista (fruto da cultura moderna). A ética de princípios forma a base da cultura ocidental, mesmo que haja controvérsias quanto a sua aplicação plena.
As normas morais, de uma forma geral são criação dos próprios seres humanos (visão humanista) objetivando assegurar a sobrevivência do grupo social e de cada indivíduo. O critério mais importante na elaboração de normas é a vida humana.
13.4 - Ética Descritiva e Ética Normativa
Costuma-se fazer uma distinção entre ética descritiva e ética normativa. A ética descritiva descreve a forma como as pessoas agem e explica sua ação em termos de julgamentos de valor e pressuposições. .Através dela pretende-se descobrir e descrever fenômenos sociais que dão suporte às leis, que sustentam as crenças e os credos. Também é o objetivo da mesma descrever cronologicamente tais fenômenos, num esforço de estabelecer, entre elas, as relações causais, tomando por base a relação antecedente – conseqüente.
A ética normativa ou prescritiva estuda a forma como as pessoas devem agir e analisa os julgamentos de valor e pressuposições que justificam tais ações.“A ética normativa tem por objetivo esclarecer e definir razões que nos induzam a certos comportamentos. Ela responde não só a uma vontade individual, mas e sobretudo à vontade social. Diz respeito especificamente ao estudo de regras para o comportamento humano, tradições, usos e costumes, mas, seu objetivo é enunciar as regras dentro das quais o ser humano deve ou pode desenvolver-se”.
 Essas regras não têm como objetivo tornar as pessoas moralmente perfeitas, mas propiciar uma convivência pacífica entre elas, reduzindo a um nível mínimo possível os conflitos de interesses.
O estabelecimento de regras se faz necessário porque geralmente o interesse individual prevalece sobre o coletivo.
13.4 – DIFERENTES SISTEMAS ÉTICOS
13.4.1 - A VIDA COMO DECISÃO
Baseado no livro de FORELL, George. Ética da Decisão. São Leoplodo: Editora Sinodal, 1983.
a) Liberdade humana:
 O homem é livre para escolher uma vida satisfatória e para tomar qualquer decisão importante: ele pode opinar na escolha do seu trabalho, seu cônjuge, seus amigos ou o tipo de vida que deseja.
 Mas existe uma escolha que ele não pode fazer: não pode deixar de escolher. 
 Ex: barco à deriva...
 Não tomar uma decisão também é uma decisão. O homem não pode escapar de sua liberdade. Ele está condenado a ser livre.
 A vida não apenas exige decisão; a vida é decisão. 
 Perguntas importantes:
 - Para estas decisões existem princípios que o homem deve tomar ?
 - Existe algum princípio com o qual se possa medir valores destas decisões, sua boa ou má qualidade ?
 - O que é certo e o que é errado ?
b) Estágios pré-éticos:
 Em todos os lugares onde viveram, os seres humanos estabeleceram diferenças entre o certo e o errado, entre o bem e o mal. O homem mais primitivo, tal como o mais civilizado, julga as decisões, e as agrupa em decisões “boas” e “más”.
 Mas, existe um comportamento pré-ético:
em certos momentos é possível agir sem nenhum sentido claro do significado das decisões que tomamos.
1º estágio pré-ético: imediatista
 A nossa ação é uma resposta a algum estímulo. Seguimos uma inclinação natural. Ex: choro ou riso de um bebê - não são ações boas ou más, não são ações éticas.
2º estágio pré-ético: da tradição
 As decisões visam concordar com o hábito predominante. A pergunta feita não é: esta ação é boa ou má ? ou: esta decisão está certa ou errada ?, mas: é isto que todos fazem ?
 Esta é uma decisão de baixo nível, pois não avaliamos os costumes, mas os aceitamos sem questioná-los.
c) Ética prudencial e seus tipos:
 A ética prudencial avalia todas as decisões pelas conseqüências que podem ser esperadas como resultantes. Ou seja, há uma preocupa-
ção com o resultado da ação. Os fins justificam os meios.
- ética hedonista: 
 O valor principal é o prazer. Uma ação é boa quando causa prazer e má quando causa dor.
 A inviabilidade deste sistema ético está no fato de que o que é prazer para um, não é para o outro.
- ética naturalista:
 Esta ética propões que os princípios éticos sejam encontrados na natureza. O homem é produto da natureza, o desenvolvimento máximo do processo evolucionário. Este pro-
cesso evolutivo, que produziu todas as dife-
rentes formas de vida, nos supre dos conceitos para avaliar toda ação. Como é propósito da natureza que o apto sobreviva, tudo o que contribui para a sobrevivência do mais apto é bom, e tudo o que dificulta sua sobrevivência e auxilia o inabilitado a sobreviver é mau.

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