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15/08/2017 1 MORFOLOGIA E ESTRUTURA BACTERIANA Disciplina de Microbiologia e Imunologia Profa. Dra. Cláudia Carreira Aula 02 ESTRUTURA BACTERIANA PROCARIONTES CITOPLASMA 80% água DNA cromossomal RNAm Ribossomos Proteínas e metabólitos (plasmídeos) CROMOSSOMO - fita única, circular, localizado no NUCLEÓIDE PASMÍDEO: DNA extracromossomal, circular, G- vantagem: resistência à antibióticos Ausência da memb. nuclear: exigências, facilidade de produzir proteínas Ribossomo: 70S (50S+30S) Alvo de antibióticos CITOPLASMA DNA cromossomal RNAm Ribossomos Proteínas e metabólitos (plasmídeos) MEMBRANA CITOPLASMÁTICA Estrutura bilipídica fosfolipídica Sem esteróis Proteínas Intrísecas -determinam a forma -formação do septo - Passagem de nutriente Regulação da Pressão osmótica Barreira Seletiva PAREDE CELULAR Externa à membrana citoplasmática Componentes – resposta imunológica inata Composição: peptideoglicano rígido -MUREÍNA Composições ≠ ; funções ≠ Determinam a forma da bactéria Presente nas bactérias Exceção – micoplasmas e arqueobactérias ESTRUTURA BACTERIANA – PAREDE CELULAR 15/08/2017 2 Christiam GRAM - 1884 Aspecto das paredes celulares de organismos Gram positivos e negativos (Adaptado de Madigan et al., Brock Biology of Microorganisms, 2003) GRAM POSITIVAS PEPDÍDEOGLICANO Camada Espessa (20 a 80 µm) – 90% composição Exoesqueleto Essencial para duplicação Sobrevivência em condições hostis Lisozima (lágrima, muco)– degrada o peptídeoglicano lise da célula ESTRUTURA BACTERIANA – PAREDE CELULAR Permeável- difusão de metabólitos Peptídeoglicano – Gram + Base do peptídeo - 2 açúcares: NAM- ácido M-acetilmurâmico NAG- N-acetilglicosamina Muitas camadas (2o) Ligações – indiretas mediada por uma ponte interpeptídica de natureza variável GRAM + - Ácido teicóico 10% componentes Importantes fatores de virulência ESTRUTURA BACTERIANA – PAREDE CELULAR GRAM + - Ácido teicóico Álcool (glicerol ou ribitol) conectados entre si por meio de grupamentos fosfato Carga negativa - regulam o movimento dos cátions Impedem ruptura ESTRUTURA BACTERIANA – PAREDE CELULAR Participar na passagem de íons pela parede, ou ligam-se a prótons, mantendo um pH celular relativamente baixo. GRAM + - Ácido lipoteicoico Ligados à membrana plasmática ESTRUTURA BACTERIANA – PAREDE CELULAR Antígenos de superfície – resp. inata Testes de SOROTIPAGEM Adesão 15/08/2017 3 GRAM NEGATIVAS Camada fina - 5% composição PEPITÍDEOGLICANO (20 µm) + complexa 2ª. Camada: membrana externa rígida - mantém a forma Barreira permeabilidade a grandes moléculas ESTRUTURA BACTERIANA – PAREDE CELULAR Peptídeoglicano – Gram - Poucas camadas (1 a 2) Ligações - diretas + suscetíveies ao rompimento mecânico GRAM – membrana externa 2 camadas: Interna – fosfolipídeos Externa – Lipopolissacarídeos (LPS) - Porinas Endotoxina Ativador resposta imune – ativa o Linfócito B, macrófagos a liberar IL1,6 Febre, choque séptico Porinas Difusão de moléculas hidrofílicas Passagem de metabólitos e antibióticos hidrofílicos ESTRUTURA BACTERIANA – PAREDE CELULAR Lipoproteínas: Ligam memb externa/peptídeo glicano GRAM – membrana externa Grande carga negativa evasão da fagocitose / sistema complemento Barreira para certos antibióticos, enzimas (lisozima) , detergentes,... bacteriófagos Componentes de sistema de transporte (passagem de nutrientes) Sistema de secreção ESTRUTURA BACTERIANA – PAREDE CELULAR LPS - lipopolissacarídeo GRAM – espaço periplasmático Fluido - gel Componentes de sistema de transporte Fe, proteínas, açúcares,... Enzimas de degradação Patogênica – fatores de virulência Hialurosidade, colagenase, B lactamases ESTRUTURA BACTERIANA – PAREDE CELULAR # Penicilinas – grupo dos B lactâmicos resistentes 15/08/2017 4 Características da Parede Celular CARACTERÍSTICAS GRAM POSITIVAS GRAM NEGATIVAS Membrana externa - + Parede Celular Espessa Fina LPS - + Endotoxina - + Ácido teicóico Frequentemente presente - Esporulação Algumas cepas - Cápsula Algumas x presente Algumas x presente Lisozima Sensível Resistente Atividade antibacteriana da penicilina Mais sensível Mais resistente Produção de exotoxina Algumas cepas Algumas cepas LPS: Lipopolissacarídeo Fonte: Murray et al. 2009 ESTRUTURA CONSTITUINTE QUÍMICO Membrana Plasmática Fosfolipídeos, proteínas e enzimas envolvidas na geração de energia, potencial de membrana e transporte PAREDE CELULAR BACTÉRIAS GRAM POSITIVAS Peptideoglicanos Cadeias de glicanos de GlcNac e MurNac interligadas por pontes peptídicas Ácido teicóico Fosfato de Polirribol ou fosfato de glicerol Ácido lipoteicóico Ácido teicóico ligado a lipídio BACTÉRIAS GRAM NEGATIVAS Peptideoglicanos Versão mais fina da encontrada em bactérias G+ Espaço periplasmático Enzimas envolvidas no transporte, degradação e síntese Membrana externa Fosfolipídeos contendo ácidos graxos saturados Proteínas Porinas, lipoproteínas, proteínas de transporte LPS Lipídio A, polissacarídeo central, Antígeno O OUTRAS ESTRUTURAS Cápsula Polissacarídeos (dissacarídeos e trissacarídeos) e polipeptídeos Pili Pilinas, adesinas Flagelo Proteínas motrizes, flagelina Proteínas Proteína M de estreptococos (como um exemplo) GlcNac – N-acetilglicosamina; MurNac –Ácido N-acetilmurâmico; LPS- lipopolissacarídeo Fonte: Murray et al, 2009 FUNÇÃO COMPONENTE ESTRUTURA Rigidez Todos Acomodação de componentes internos Todos FUNÇÕES BACTERIANAS Barreira de permeabilidade Membrana externa ou membrana plasmática Captuta de metabólitos Membranas e proteínas de transporte periplasmático, porinas, permeases Produção de energia Membrana plasmática Mobilidade Flagelo Conjugação Pili INTERAÇÃO COM O HOSPEDEIRO Adesão às células do hospedeiro Pili, ácido teicóico Reconhecimento imunológico pelo hospedeiro Todas as outras estruturas Escape aos mecanismos de reconhecimento imunológico do hospedeiro Cápsula, Proteína M IMPORTÂNCIA MÉDICA Sensibilidade a antibióticos Enzimas de síntese do peptidogligano Resistência a antibióticos Membrana externa ESTRUTURAS EXTERNAS GLICOCÁLIX FLAGELOS PILI FÍMBRIAS Gram + , Gram – Composição: POLISSACARÍDEOS, polipeptídeo IMPORTANTES: Virulência (capacidade de causar doença) Antifagocítica – fracamente antigênica Barreiras à moléculas hidrofílicas tóxicas Armazenam nutrientes e H2O Promovem aderência em superfícies e outros MOs (biofilme) – polissacarídeos extra celulares GLICOCÁLIX: Cápsula/ Camada viscosa S. mutans - cápsula composta por um homopolissacarídeo denominado glucano Alto poder de aderência ao esmalte dental, favorecendo sua colonização. Armazena nutriente ODONTLOGIA CÁRIE GLICOCÁLIX: Cápsula/ Camada viscosa 15/08/2017 5 GLICOCÁLIX: Cápsula/ Camada viscosa Semelhantes a pelos curtos Composição : Proteica – pilina adesinas Função: Adesão (Fator de virulência para colonização e infecção) Transferência de DNA (Conjugação) - Pili F ou pili sexual Mobilidade pequena (alguns) PILI FÍMBRIAS PILI FÍMBRIAS Visualizadas -MEV + compridos + flexíveis Conjugação do material genético PILI F Flagelos Estruturas propulsoras Função: mobilidade (taxia) Aproxima-se de nutrientes (sinal atraente) Afasta-se de toxinas (sinal repelente) Movimento contínuo ou saltos Composição: Proteína – FLAGELINA – centro oco Expressam determinantes antigênicos FLAGELOS 15/08/2017 6 FLAGELOS Atríqueas (sem flagelo) Monotríqueas ( 1 flageno) Lofotríquias (um tufo de flagelos em uma, ou ambas as extremidades) Anfitríquias (1 em cada extremidade) Peritríquias (todo o corpo bacteriano) FLAGELOS Monotríquea/ Peritríquea FLAGELOS Gram - / Gram + Filamento Gancho Corpo Basal ESPOROS Estruturas de LATÊNCIA que exibem altíssima RESISTÊNCIA tanto a agentes FÍSICOS como QUÍMICOS ESPOROS Causa: Ambientes inadequados Nutrientes, temperaturas Resistentes Calor, antimicrobianos, desinfetantes, radiações, desidratação Objetivo: Manter material genético Multicamadas Metabolicamente INATIVO •Exosporium - capa •Córtex- peptideoglicano •Parede celular •Membrana •outros componentes citoplasmáticos Germinação 15/08/2017 7 Coloração de Wirtz-Conklin CLASSIFICAÇÃO DOS MICRORGANISMOS TAXONOMIA É a ciência que tem por objetivo ordenar a grande diversidade biológica dos seres vivos Áreas envolvidas: Classificação Identificação Nomeclatura CLASSIFICAÇÃO Morfologia Bioquímica Fisiologia Genética Ecológia Espécie Gênero Família Ordem Classe Divisão Reino 15/08/2017 8 CLASSIFICAÇÃO - Morfologia Forma Dimensões (2 a 8 µm) Mobilidade Presença de organelas (MET) Coloração Microscópio óptico Aumento 1.000 a 1.200x Fixadas e coradas Microscópio Eletrônico 200 a 400.000x Coradas por metais pesados – MEV (superfície) Cortes finos – MET (estrutura e componentes internos) MORFOLOGIA BACTERIANA esférica bastão espiralada vírgula FORMAS BACTERIANAS - cocos 2 planos 1 plano 1 plano - cadeias sem planos definidos - cachos Cubo – 3 planos FORMAS BACTERIANAS - bacilos FORMAS BACTERIANAS bacilos Bacilos com flagelos Estreptobacillus Diplobacilos 15/08/2017 9 FORMAS BACTERIANAS - espiraladas Vibriões FORMAS BACTERIANAS - espiraladas Espirilos •Forma de saca-rolha •Rígidas •Geralmente – mobilidade por flagelos FORMAS BACTERIANAS - espiraladas Espiroquetas Treponema pallidum - sífilis •Espiras flexíveis •Mobilidade – filamento axial Madigan et al., Microbiologia de Brock, 2004 MORFOLOGIA BACTERIANA – dimensões 7µm 1µm 0,2µm MORFOLOGIA BACTERIANA – dimensões Madigan et al., Microbiologia de Brock, 2004 MORFOLOGIA BACTERIANA – dimensões 15/08/2017 10 MORFOLOGIA BACTERIANA – coloração Hans Chrstian Joachim Gram Gram positivas Gram negativas Forma inicial de diferenciação DIAGNÓSTICO MORFOLOGIA BACTERIANA – coloração Relacionada com a estrutura da PAREDE CELULAR MORFOLOGIA BACTERIANA – coloração MICROSCÓPIO ÓPTICO – 1.000x CLASSIFICAÇÃO – Características Culturais Forma Dimensões Cor Cheiro Necessidades nutricionais Atividades fisiológicas Colônias hemolíticas Condições físicas de crescimento Colônias hemolíticas na presença de sangue 15/08/2017 11 CLASSIFICAÇÃO – Características Fisiológicas Características de Crescimento: pH Temperatura Oxigênio Produção de pigmentos CLASSIFICAÇÃO – Características Bioquímicas Estuda a utilização dos NUTRIENTES e obtenção de ENERGIA Utilização de anticorpos específicos Avaliação do cromossomo – Método Molecular (PCR) Características Antigênicas Características Genéticas N O M E C L A T U R A CLASSIFICAÇÃO IDENTIFICAÇÃO NOMECLATURA Estabelecido por normas internacionais Sistema binominal de Linnaeus (exceção: vírus) 2 palavras: 1ª. Determina o gênero 2ª. Determina a espécie Ex: Staphylococcus aureus (gênero) (espécie) Gênero: 1ª. Letra MAIÚSCULA pode ser abreviada (aparecer pela 2ª.x texto) Ex: S. aureus Espécie: 1ª. Letra MINÚSCULA Itálico ou sublinhada NOMECLATURA Gênero seguido pela palavra “species”: O gênero aparece Maiúsculo e Itálico e a palavra species ou spp. não destacada Ex: Staphylococcus species Ex: Staphylococcus spp. (gênero) (espécie) Subspécie: Após nome da espécie seguida da abreviatura ss. Ex: Salmonella enterica ss. enterica Referência ao GRUPO: não se escreve em maiúsculo, itálico ou sublinhado Ex: Os estafilococos são microrganismos Gram- positivos. NOMECLATURA Família: Agrupa MOs com características similares 1ª. Letra Maiúscula Não deve ser grifada ou italizada Ex: A bactéria Escherichia coli pertence à família Enterobacteriaceae
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