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Questões OAB g2 Gabarito

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G ABARITO - Questões OAB
1. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
1) (Exame de Ordem Unificado - XXI - 2016)José, acusado por estupro de menores, foi condenado e preso em decorrência da execução de sentença penal transitada em julgado. Logo após seu recolhimento ao estabelecimento prisional, porém, foi assassinado por um colega de cela.
Acerca da responsabilidade civil do Estado pelo fato ocorrido no estabelecimento prisional, assinale a afirmativa correta. 
a) Não estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do Estado, porque está presente o fato exclusivo de terceiro, que rompe o nexo de causalidade, independentemente da possibilidade de o Estado atuar para evitar o dano. 
b) Não estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do Estado, porque não existe a causalidade necessária entre a conduta de agentes do Estado e o dano ocorrido no estabelecimento estatal. 
c) Estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do Estado, porque o ordenamento jurídico brasileiro adota, na matéria, a teoria do risco integral. 
d) Estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do Estado, porque o poder público tem o dever jurídico de proteger as pessoas submetidas à custódia de seus agentes e estabelecimentos. 
a) ERRADA. Segundo a jurisprudência dos nossos tribunais superiores, o Estado possui sim o dever de assegurar a segurança dos detentos em estabelecimentos prisionais públicos. Em razão desse dever, não há que se falar em “fato exclusivo de terceiro” como excludente de responsabilidade. É diferente, por exemplo, de um assalto ocorrido dentro de um ônibus de concessionária de serviço público. Neste caso, o fato exclusivo de terceiro afasta a responsabilidade civil objetiva da concessionária, pois esta não tem o dever de proteger os seus passageiros contra assaltos (tal função seria das forças de segurança públicas).
b) ERRADA. Existe sim o nexo de causalidade entre a conduta de agentes do Estado e o dano ocorrido no estabelecimento estatal, uma vez que a omissão dos agentes em garantir a integridade do detento acabou possibilitando que ele fosse assassinado dentro da cela.
c) ERRADA. No caso, o ordenamento jurídico brasileiro adota a teoria do risco administrativo, que conduz à responsabilidade civil objetiva do Estado.
d) CERTA. De fato, estão presentes os elementos configuradores da responsabilidade civil do Estado, que são a conduta do agente público (no caso, a falha dos agentes em proteger o detento), o dano a terceiro (no caso, o assassinato do detento) e o nexo de causalidade (no caso, o detento foi assassinado dentro da cela, onde o Poder Público deveria garantir a sua segurança). Detalhe é que, neste caso, a despeito de o dano ter ocorrido por uma omissão dos agentes públicos, a jurisprudência entende que a responsabilidade civil do Estado é objetiva, pois seria uma espécie de omissão específica.
02) (Exame de Ordem Unificado – XX 2016 [Reaplicação Salvador/BA]) Caio, policial militar do Estado X, abalroou, com sua viatura, um veículo particular estacionado em local permitido, durante uma perseguição. Júlio, proprietário do veículo atingido, ingressou com demanda indenizatória em face do Estado. A sentença de procedência reconheceu a responsabilidade civil objetiva do Estado, independentemente de se perquirir a culpa do agente. Nesse caso, 
a) não pode o Estado ingressar com ação de regresso em face do policial militar, eis que atuava, no momento do acidente, na condição de agente público. 
b) pode o Estado ingressar com ação de regresso em face do policial militar, devendo o ente público demonstrar a existência de dolo do agente. 
c) pode o Estado ingressar com ação de regresso em face do policial militar, devendo o ente público demonstrar a existência de culpa ou dolo do agente. 
d) não pode o Estado ingressar com ação de regresso em face do agente público, uma vez que o Estado não foi condenado com base na culpa ou dolo do agente. 
a) ERRADA. Poderá sim o Estado entrar com uma ação de regresso conta o policial, porém, para obter êxito deverá comprovar culpa ou dolo do agente.
b) ERRADA. Deve demonstrar a culpa ou o dolo do agente.
c) CORRETA. Estabelece o art. 37, § 6º, da Constituição Federal: “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”.
O referido dispositivo enuncia o princípio da responsabilidade, estabelecendo para o Estado o dever de indenizar particulares por ações e omissões de agentes públicos que acarretam danos aos administrados. No exercício da função administrativa, a atuação dos agentes públicos é imputada à pessoa jurídica estatal a que estão ligados, razão pela qual, em princípio, cabe ao Estado reparar os prejuízos decorrentes do comportamento de seus agentes. Somente em sede de ação regressiva é que o agente poderá ser responsabilizado.
A responsabilidade do Estado por condutas comissivas é objetiva, não dependendo da comprovação de culpa ou dolo. Já nos danos por omissão, o dever de indenizar condiciona-se à demonstração de culpa ou dolo, submetendo-se à teoria subjetiva.
Quanto à responsabilidade do agente público, por ser apurada somente na ação regressiva, dependerá da comprovação de culpa ou dolo (art. 37, § 6º, da CF), pelo que está sujeita à aplicação da teoria subjetiva.
d) ERRADA. Com base na teoria objetiva não precisa comprovar a culpa ou dolo do Estado.
03) (Exame de Ordem Unificado - XX – 2016) A fim de pegar um atalho em seu caminho para o trabalho, Maria atravessa uma área em obras, que está interditada pela empresa contratada pelo Município para a reforma de um viaduto. Entretanto, por desatenção de um dos funcionários que trabalhava no local naquele momento, um bloco de concreto se desprendeu da estrutura principal e atingiu o pé de Maria. Nesse caso, 
a) a empresa contratada e o Município respondem solidariamente, com base na teoria do risco integral. 
b) a ação de Maria, ao burlar a interdição da área, exclui o nexo de causalidade entre a obra e o dano, afastando a responsabilidade da empresa e do Município. 
c) a empresa contratada e o Município respondem de forma atenuada pelos danos causados, tendo em vista a culpa concorrente da vítima. 
d) a empresa contratada responde de forma objetiva, mas a responsabilidade do Município demanda comprovação de culpa na ausência de fiscalização da obra. 
a) ERRADA. Primeiro que a responsabilidade não é solidária, e sim objetiva por parte da empresa contratada e subsidiária do Estado. E segundo que esta não é a teoria adotada pelo ordenamento jurídico brasileiro (que é a teoria do risco administrativo), pois é admitido sim excludentes de responsabilidade.
b) ERRADA. Na situação narrada, dois fatores contribuíram para o dano provocado a Maria:
1) o fato de a vítima ter atravessado uma área proibida.
2) a desatenção do funcionário que fez despender o bloco de concreto.
O primeiro fator denota que Maria contribuiu para a ocorrência do acidente, caracterizando um excludente de responsabilidade, qual seja, a culpa concorrente da vítima, que atenua a responsabilidade do Poder Público. Não se trata de culpa exclusiva da vítima por causa da presença do segundo fator acima, que também concorreu para a ocorrência do dano. LEMBRANDO:ocorre culpa exclusiva da vítima quando o prejuízo é consequência da intenção deliberada do próprio prejudicado. Ex.: Suicídio em estação de metrô.
O segundo fator mostra que houve uma má execução da obra, em razão da não observância dos procedimentos corretos por parte do funcionário, que estava desatento. Neste caso, como a obra estava sendo executada por uma empresa contratada, é ela quem responderá civilmente pelo dano causado a Maria. A responsabilidade da empresa é do tipo subjetiva, conforme previsto no art. 70 da Lei 8.666/93. O Estado, no caso, responderá apenas
de forma subsidiária
c) CORRETA. Aqui é aplicada a chamada culpa concorrente, em que a vítima e o agente público provocam, por culpa recíproca, a ocorrência do prejuízo. Nesses casos, fala-se em concausas. Exemplo: acidente de trânsito causado porque a viatura e o carro do particular invadem ao mesmo tempo a pista alheia. Nos casos de culpa concorrente, a questão se resolve com a produção de provas periciais para determinar o maior culpado. Da maior culpa, desconta-se a menor, realizando um processo denominado compensação de culpas. A culpa concorrente não é excludente da responsabilidade estatal, como ocorre com a culpa exclusiva da vítima. Na verdade, a culpa concorrente é fator de mitigação ou causa atenuante da responsabilidade. Diante da necessidade de discussão sobre culpa ou dolo, nos casos de culpa concorrente aplica-se a teoria subjetiva; 
d) ERRADA. Com ou sem fiscalização da obra ainda haverá a responsabilização do Município, como demonstra a Lei nº 8.666, Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado.
4) (Prova: Exame de Ordem Unificado - 2011) Um policial militar, de nome Norberto, no dia de folga, quando estava na frente da sua casa, de bermuda e sem camisa, discute com um transeunte e acaba desferindo tiros de uma arma antiga, que seu avô lhe dera.
Com base no relatado acima, é correto afirmar que o Estado
a) será responsabilizado, pois Norberto é agente público pertencente a seus quadros.
b) será responsabilizado, com base na teoria do risco integral.
c) somente será responsabilizado de forma subsidiária, ou seja, caso Norberto não tenha condições financeiras.
d) não será responsabilizado, pois Norberto, apesar de ser agente público, não atuou nessa qualidade; sua conduta não pode, pois, ser imputada ao Ente Público.
a) ERRADA. Para a imputação da responsabilidade ao Estado deve ser comprovado três requisitos: Fato de serviço, dano e nexo causal. Nota-se que foi rompido o fato de serviço, ou seja, não há indícios que o policial ao efetuar o disparo estava agindo na condição de agente público.
b) ERRADA. A teoria do risco integral não foi adotada aqui no Brasil, e sim a teoria do risco administrativo.
c) ERRADA. Não há previsão de tal hipótese.
d) CORRETA. De acordo com o art. 37, § 6º, da CF, as pessoas jurídicas de direito público só respondem por atos de seus agentes públicos quando estes causam dano a alguém enquanto atuam na qualidade de agente público. Um exemplo é o caso de um policial em serviço, que, ao perseguir um suspeito, mesmo sem necessidade, resolver atirar para matá-lo. Nossos tribunais, em alguns casos, também entendem que poderá haver responsabilidade estatal quando um policial, mesmo em horário de folga, usa arma da corporação para cometer um ato ilícito. No entanto, caso um policial, em horário de folga, tratando de questão não afeta ao seu serviço e utilizando arma que não é da corporação, acaba vindo a matar alguém, não se vem reconhecendo a responsabilidade do Estado, sob o argumento de que o agente público não estava atuando na qualidade de agente público quando empreendeu o ato lesivo.
Conclui-se que para haver a responsabilização do Estado deve o ato ser praticado por um agente público, e sua atuação deve estar relacionada a sua condição de agente público.
2. INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE
5) (OAB Exame de Ordem Unificado – XXII 2017) O Município Beta foi assolado por chuvas que provocaram o desabamento de várias encostas, que abalaram a estrutura de diversos imóveis, os quais ameaçam ruir, especialmente se não houver imediata limpeza dos terrenos comprometidos. Diante do iminente perigo público a residências e à vida de pessoas, o Poder Público deve, prontamente, utilizar maquinário, que não consta de seu patrimônio, para realizar as medidas de contenção pertinentes. Assinale a opção que indica a adequada modalidade de intervenção na propriedade privada para a utilização do maquinário necessário. 
a) Requisição administrativa. 
b) Tombamento. 
c) Desapropriação. 
d) Servidão administrativa. 
A) CORRETA. CF: Art. 5º, XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; Iminente perigo público → requisição administrativa.
Requisição
- Utilização transitória, onerosa, compulsória, pessoal (não real), discricionária e autoexecutável de um bem privado pelo Estado em situações de iminente perigo público.
- Indenização ulterior, se houver dano
- Regime jurídico civil ou militar
- Instrumento de exceção.
- Pode recair sobre bem móvel, imóvel ou semovente.
- Possível a requisição, pela União, de bens públicos estaduais e municipais, assim como, pelo Estado, de bens municipais.
- Admissível a requisição de serviços (mesários, jurados, conscritos).
b) ERRADA. Tombamento
- Instrumento específico de intervenção na propriedade instituído com a finalidade de preservação histórica, cultural, arqueológica, artística, turística ou paisagística do próprio bem tombado.
- Posicionamento minoritário: natureza jurídica de limitação administrativa (poder de polícia).
- Intervenção na propriedade autorreferente (preservação da própria coisa e não voltada para a tutela de interesses públicos gerais).
- Natureza de direito real.
- Tombamento voluntário (por iniciativa do proprietário) ou compulsório (imposto administrativamente se o dono, após notificação, se opuser à inscrição da coisa no Livro do Tombo).
- Pode recair sobre bens móveis ou imóveis, públicos ou privados.
- Obrigatória a efetivação de registro.
- Não transforma a coisa tombada em bem público.
- União, Estado e Município, nessa ordem, têm direito de preferência na aquisição da coisa.
c) ERRADA. Desapropriação
- Procedimento administrativo (única modalidade com essa natureza jurídica).
- Estado transforma compulsoriamente bem de terceiro em propriedade pública.
- Indenização prévia (único instrumento que garante esse tipo de indenização), justa e em dinheiro.
- Modalidade mais agressiva de intervenção.
- Desapropriação direta: lícita, em conformidade com o devido processo legal.
- Desapropriação indireta (apossamento administrativo): esbulho possessório, sem observância do devido processo legal.
d) ERRADA. Servidão administrativa
- Direito real público sobre propriedade alheia, restringindo seu uso em favor do interesse público.
- Não altera a propriedade do bem.
- Transfere faculdades de uso e gozo.
- Em regra, independe de registro.
- Regime jurídico diferente da servidão privada (maior influência das regras do DA).
- Atinge bens determinados.
- Pode atingir bens móveis e serviços.
- Em regra, sem indenização (pode gerar esse direito se demonstrado significativo prejuízo).
- Diversas formas → modalidade típica: acordo entre o Poder Público e o proprietário, precedido da expedição de decreto pelo Chefe do Poder Executivo. Se o proprietário rejeitar a servidão, é possível a sua decretação por sentença judicial.
- Pode ocorrer ainda: instituição forçada, por meio de lei específica.
- Perpetuidade (extinção é excepcional).
06) (Exame de Ordem Unificado - X – 2013) A fim de permitir o escoamento da produção até uma refinaria, uma empresa pública federal, que explora a prospecção de petróleo em um campo terrestre, inicia a construção de um oleoduto. O único caminho possível para essa construção atravessa a propriedade rural de Josenildo que, em razão do oleoduto, teve que diminuir o espaço de plantio de mamão e, com isso, viu sua renda mensal cair pela metade.
Assinale a afirmativa que indica a instrução correta que um advogado deve passar a Josenildo.
a) Não há óbice à constituição da servidão administrativa no caso, mas cabe indenização pelos danos decorrentes dessa forma de intervenção na propriedade.
b) A servidão administrativa
é ilegal e Josenildo pode desconstituí-la, pois o instituto só tem aplicação em relação aos bens públicos.
c) A servidão administrativa é ilegal, pois o nosso ordenamento veda a intervenção do Estado sobre propriedades produtivas.
d) Não há óbice à constituição da servidão administrativa e não há de se falar em qualquer indenização.
a) CORRETA. Na servidão administrativa a REGRA é que não renda ensejo à indenização, porém a exceção se aplica ao caso, já que a atividade do poder público provocou prejuízos ao proprietário: (que no caso em tela foi a diminuição do espaço de plantio, que acarretou na diminuição da renda mensal de Josenildo)
Maria Sylvia Zanella di Pietro conceitua servidão administrativa como sendo "o direito real de gozo, de natureza pública, instituído sobre imóvel de propriedade alheia, com base em lei, por entidade pública ou por seus delegados, em face de um serviço público ou de um bem afetado a fim de utilidade pública"
Quando a servidão foi realizada por meio de contrato ou determinada por decisão judicial, por incidir sobre uma propriedade determinada, a regra é a indenização, porque seus proprietários estão sofrendo prejuízo em benefício da coletividade. Nesses casos, a indenização terá de ser calculada em cada caso concreto, para que se demonstre o prejuízo efetivo, se este não existiu, não há o que indenizar.
A servidão administrativa implica, tão somente, o direito de uso polo Poder Público de imóvel alheio para fins de prestação de serviços públicos. Não há perda de propriedade por parte do particular, como ocorre na desapropriação.
Por este motivo, a indenização NÃO será pela propriedade do imóvel (não há perda da propriedade, a propriedade não é transferida do particular para o Poder Público), mas sim pelos danos e prejuizos que o uso dessa propriedade pelo poder público efetivamente causar ao imóvel.
b) ERRADA. Embora seja possível, segundo CARVALHO FILHO, a instituição de servidão em bens públicos (nesses casos, deve-se preceder autorização legislativa para a realização do intento, exigência decorrente do at. 2º, § 2º do Decreto-Lei 3.365/1941, que regula a desapropriação por utilidade pública e que autoriza a servidão em seu art. 40), é muito mais comum a servidão administrativa sobre bens particulares.
c) ERRADA. Não há esta previsão legal.
d) ERRADA. Existe sim a indenização, caso Josenildo comprove que efetivamente teve prejuízo.
3. ATUAÇÃO DO ESTADO NO DOMÍNIO ECONÔMICO
07) (Exame de Ordem Unificado - 2010) A respeito dos princípios gerais da atividade econômica, assinale a opção correta com base na CF.
a) Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exerce, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, que são determinantes tanto para o setor público quanto para o privado.
b) Para todos os efeitos, os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade do solo e, por isso, consideram-se pertencentes ao respectivo estado da Federação.
c) O aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade reduzida depende de autorização do Estado.
d) Constitui monopólio da União o transporte, por meio de conduto, de gás natural, qualquer que seja a sua origem.
a) ERRADA. A respeito da atividade econômica, o Estado exerce as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo de forma determinante somente para o setor público. Para o setor privado, será de forma indicativa, conforme art. 174 da CF/88
CF. Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.
b) ERRADA. Os potenciais de energia pertencem à União – art. 176, CF.
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.
c) ERRADA. O aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade reduzida não depende de autorização do Estado – art. 176, §4º, CF.
CF. Art. 176. § 4º - Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade reduzida.
d) CORRETA. Constitui monopólio da União o transporte, por meio de conduto, de gás natural, qualquer que seja a sua origem – art. 177, IV: Constituem monopólio da União: IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados de petróleo produzidos no País, bem assim como o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem.
08) (Exame de Ordem – OAB/SP 2007) A livre iniciativa e a livre concorrência são princípios constitucionais da ordem econômica,
a) por isso, a Constituição Federal não prevê nenhuma forma de monopólio estatal.
b) no entanto, a Constituição Federal estabelece que a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro é monopólio da União.
c) por isso, a Constituição Federal permite a exploração direta e irrestrita de atividade econômica pelo Estado.
d) no entanto, a Constituição Federal proíbe que o particular preste serviço público por meio de concessão ou permissão.
A) ERRADA. A constituição prevê sim, monopólio estatal, notadamente para as áreas de petróleo, minérios nucleares e gás natural.	 
Art. 177. Constituem monopólio da União:								I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;													II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;						III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores;										IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem;								V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal.	 
B) CORRETA. Correta, segundo o art. acima citado (Art. 177, II).
C) ERRADA. A atividade econômica é, a princípio, resguardada à iniciativa privada, e só de forma suplementar o Estado a assume.	 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.	 
D) ERRADA. Completamente equivocada, pois é justo o contrário - o particular pode prestar serviço público por meio da concessão ou permissão.	 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
4. DOMÍNIO PÚBLICO
09) (Exame de Ordem Unificado - V - 2011) De acordo com o critério da titularidade, consideram-se públicos os bens do domínio nacional pertencentes
a) às entidades da Administração Pública Direta e Indireta.
b) às entidades da Administração Pública Direta, às autarquias e às empresas públicas.
c) às pessoas jurídicas de direito público interno e às pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos.
d) às pessoas jurídicas de direito público interno.
a) ERRADA. Pois, na Administração Indireta, há tanto pessoas jurídicas de direito público, como pessoas jurídicas de direito privado, sendo que estas não têm bens públicos. 
b) ERRADA. Os bens públicos são aqueles pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno, nos termos do art. 98 do CC, pois as empresas públicas não são pessoas jurídicas de direito público, mas
pessoas jurídicas de direito privado.
c) ERRADA. Pois os bens das pessoas jurídicas de direito privado concessionárias de serviço público são, como regra, bens privados. Apenas os bens que estiverem afetados ao serviço público poderão ter as prerrogativas de bens públicos. Ademais, cumpre ressaltar que os bens pertecentes às pessoas jurídicas de direito privado prestadora de serviços públicos, desde que atrelados às atividades públicas, terão as GARANTIAS DE BEM PÚBLICO, não podendo integrar aos bens públicos, em virtude da TITULARIDADE ser a da PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO (Prestadora de Serviço Público).
d) CORRETA. Retrata o disposto no art. 98 do CC (São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem).
10) (Exame de Ordem Unificado - VII -2012) Sobre os bens públicos é correto afirmar que 
a) os bens de uso especial são passíveis de usucapião
b)os bens de uso comum são passíveis de usucapião. 
c) os bens de empresas públicas que desenvolvem atividades econômicas que não estejam afetados a prestação de serviços públicos são passíveis de usucapião. 
d) nenhum bem que pertença à pessoa jurídica integrante da administração pública indireta é passível de usucapião.
a) ERRADA. Nenhum bem público é passível de usucapião (arts. 183, § 3o, e 191, parágrafo único, da CF; art 102 do Código Civil);
b) ERRADA. Como na letra “a”, nenhum bem público é passível de usucapião.
c) CORRETA. Os bens das Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista (que são as Pessoas Jurídicas de Direito Privado integrantes da Adm. Pública Indireta, bem como as Fundações Públicas de Direito Privado) não são bens públicos, porém, em respeito ao princípio da continuidade dos serviços públicos, os bens dessas entidades utilizados diretamente na prestação de serviço público seguirão o regime dos bens públicos, ou seja, mesmo se tratando de bens particulares serão imprescritíveis e não sujeitos ao usucapião. Vale ressaltar que tal característica alcança apenas os bens diretamente ligados à prestação do serviço público. Logo, os demais estão sujeitos à prescrição aquisitiva, a usucapião.
d) ERRADA. Os bens de qualquer pessoa jurídica de direito público são bens públicos (art. 98 do Código Civil), e, na administração indireta, há também pessoas jurídicas de direito público, como as autarquias e as agências reguladoras.
5. CONTROLE INTERNO E CONTROLE EXTERNO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
11) (Exame de Ordem Unificado - XVI -2015) O Estado X está ampliando a sua rede de esgotamento sanitário. Para tanto, celebrou contrato de obra com a empresa “Enge-X-Sane”, no valor de R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais). A fim de permitir a conclusão das obras, com a extensão da rede de esgotamento a quatro comunidades carentes, o Estado celebrou termo aditivo com a referida empresa, no valor de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais), custeados com recursos transferidos pela União, mediante convênio, elevando, assim, o valor total do contrato para R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais). Considerando que foram formuladas denúncias de sobrepreço ao Tribunal de Contas da União, assinale a afirmativa correta.
a) O Tribunal de Contas da União não tem competência para apurar eventual irregularidade, uma vez que se trata de obra pública estadual, devendo o interessado formular denúncia ao Tribunal de Contas do Estado.
b) O Tribunal de Contas da União não tem competência para apurar eventual irregularidade, mas pode, de ofício, remeter os elementos da denúncia para o Tribunal de Contas do Estado.
c) O Tribunal de Contas da União é competente para fiscalizar a obra e pode determinar, diante de irregularidades, a imediata sustação da execução do contrato impugnado.
d) O Tribunal de Contas da União é competente para fiscalizar a obra e pode indicar prazo para que o órgão ou a entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade.
a) ERRADA. Em se tratando de verbas da União o TCU terá automaticamente competência para fiscalizar.
b) ERRADA. O TCU deve sempre fiscalizar atos que geram despesa, para verificar o uso correto dos recursos. Nesses casos, quando o TCU encontra alguma impropriedade ou irregularidade, determina correção das falhas ou providências para melhorar o desempenho da gestão. E como tem verba da união o TCU deve fiscalizar. Lembrando que: Quando o TCU identifica indícios de fraude ou de qualquer outro crime no curso de fiscalização ou análise, informa o fato às autoridades que têm competência para investigar e promover a punição dos responsáveis, como Ministério Público Federal e Polícia Federal. Nesses casos, quanto ao dano cometido, o TCU pode aplicar sanções como multa e condenação a pagamento de débito, porém não pode investigar nem condenar nenhuma pessoa por crime.
c) ERRADA. O TCU pode sustar o ato impugnado e não o contrato, pois, neste último caso, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará ,de imediato, ao Poder executivo as medidas cabíveis (vide art. 70, incisos IX,X e XI e parágrafo primeiro).
Atenção: ATOS ADMINISTRATIVOS - TCU SUSTA
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS - CONGRESSO NACIONAL QUE SUSTA.
d) CORRETA. Veja bem, se o Estado recebeu recursos da União para aplicá-los no contrato, obviamente que cabe a fiscalização pelo Tribunal de Contas da União
Art. 71, CF/88. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade. 
Observação: caso o Congresso não suste a execução do contrato considerado ilegal pelo TCU, ou o Poder Executivo não tome as medidas cabíveis dentro do prazo de 90 dias, caberá, então, ao TCU, decidir a respeito. Art. 71, §2° da CF.
12) (Exame de Ordem Unificado - IX -2012) As contas do Prefeito do Município X não foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado. Dentre outras irregularidades, apurou-se o superfaturamento em obras públicas. Sobre o controle exercido pelas Cortes de Contas, assinale a afirmativa correta.
a) O parecer desfavorável emitido pelo Tribunal de Contas do Estado pode ser superado por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.
b) A atuação do Tribunal de Contas configura exemplo de controle interno dos atos da Administração Pública.
c) A atuação do Tribunal de Contas do estado somente será possível até que haja a criação de um Tribunal de Contas do Município, por lei complementar de iniciativa do Prefeito.
d) As contas do Prefeito estarão sujeitas à atuação do Tribunal de Contas somente se houver previsão na Lei Orgânica do Município.
a) CORRETA. Art. 31, CF: A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.
§ 2º - O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.
O Tribunal de Contas é um órgão técnico, de controle, que trabalha em prol da sociedade na defesa do dinheiro público e o parecer, mesmo que aponte irregularidades, pode ser desconsiderado por políticos
Nos termos da Constituição Federal de 1988 e em obediência ao Princípio da Simetria, o controle externo do Poder Executivo Municipal será exercido com auxílio do Tribunal de Contas do Estado, cabendo a este a apreciação das contas do Prefeito do Município X.
b) ERRADA. Trata-se de controle externo exercido em conjunto com o Congresso Nacional.
c) ERRADA. Não se pode mais criar Tribunais de Contas do município.
d) ERRADA. Não necessita previsão na Lei Orgânica , já que há previsão na Constituição Federal em que obrigatoriamente o Prefeito deverá prestar contas.

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