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Lesão Corporal

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Lesão Corporal- Artigo 129, CP
Estrutura:
No caput temos o tipo em si. 
Os §§1-3, bem como o §9°, são formas qualificadoras. Lembrar que não entram na dosimetria da pena.
O §4° trata-se de Minorante, auferido na 3ª fase da dosimetria
O §6° eu ainda não sei como chamá-lo, mas creio que tenha o mesmo tratamento de uma qualificadora. Ou seria algo tratado na culpabilidade, anterior até mesmo a qualificadora.
No §7°, §10*, §11 e no §12 encontramos a Majorante do crime em questão. 3ª fase da dosimetria.
§8° regulamente os §§5° e 6°
O §9° vai ser Qualificadora SÓ da lesão corporal LEVE. Pois se a lesão corporal for grave, gravíssima ou seguida de morte, ao incidir no §9°, vai automaticamente para o parágrafo 10, onde teremos não uma qualificadora, mas uma Majorante.
*§10 é Majorante das lesões graves, gravíssimas e seguidas de morte.
A lesão corporal apresenta-se de seis maneiras distintas: 
Leve (só pode ocorrer na modalidade dolosa*) consta no caput ou na cabeça do artigo
Grave- já cai como a primeira majorante deste crime. Admite forma culposa e dolosa
Gravíssima- mais uma majorante tipificada no §2°
Seguida de morte- já estudada de forma exemplificativa em Penal 1 para configurar os crimes preterdolosos 
Culposa
Doméstica- §§ 9-11
*lembrar que um crime só configura-se culposo quando assim o é expressamente tratado pelo código. Se não houver expressa menção à modalidade culposa, o crime será apenas doloso.
Eis o transcrito no artigo 129: Ofender a integridade corporal ou saúde de outrem.
Disso extraímos algumas lições desde já. A primeira é quanto ao objeto material e jurídico do crime. Como objeto jurídico temos a integridade corporal, nela constando o corpo físico (anatomia humana); e temos a saúde, que alberga em seu conteúdo danos à mente humana como os danos morais, psicológicos e de naturezas diversas que o próprio legislador não poderia prever. Já como objeto material do crime, podemos falar no corpo humano em sua totalidade, não somente em sua anatomia.
Além disso, é possível perceber os sujeitos deste crime. Ora, como sujeito ativo a regra geral é que seja qualquer pessoa, sendo, por isso, um crime comum em seu polo ativo. Já no polo passivo, temos também como regra geral que qualquer pessoa poderia sofrer esse tipo de agressão, entretanto, vale a ressalva de que no inciso IV do §1° e no inciso V do §2°, não há de se falar em crime comum mais para o polo passivo, já que o sujeito passivo teria de ser obrigatoriamente uma mulher. Além disso, o disposto no §9°, que trata da lesão corporal em ambiente doméstico também é albergado por tal exceção.
Possibilidade de lesão corporal contra nascituro. Há o debate e é tema bastante pertinente. Rogério Greco afirma que há sim, esta possibilidade, desde que averiguados os fatos e notória a presença de dolo do agente em ferir ou feto, ou de consciência deste de que suas ações poderiam ferir aquele. Tratando-se de crime culposo vale a mesma regra geral: se não tinha como saber que a mulher tratava-se de gestante, não há de se falar em lesão corporal contra o feto, mas apenas contra a mulher. 
Observação importante é a de que nas lesões corporais contra o nascituro, o sujeito passivo não seria o nascituro, visto que este ainda não tem personalidade jurídica, ainda que tenha seus direitos a salvo desde a concepção, mas sim a coletividade, sendo a defesa da integridade corporal do feto algo de interesse social.
Lesão Corporal- Modalidades
Lesão Corporal Leve (caput)
Pena- detenção de 3 meses a 1 ano. Possibilidade do SURSIS processual e penal. Crime de menor potencial ofensivo. Exceção: Se envolver a Lei 11.340, a Lei Maria da Penha, nos casos previstos em seus artigos 5° e 7°, ou seja: quando envolverem violência doméstica e familiar contra a mulher.
A lesão corporal leve tem caráter subsidiário. Isto é, em regra, só será aplicada quando as outras não forem.
Lesão Corporal Grave (§1°)
Tem como pena a reclusão, de 1 a 5 anos, o que já mostra a diferença no tratamento em relação ao tipo leve, que tem como sanção a detenção, de 3 meses a um ano. Perceba que aqui cabe o SURSIS processual, pois trata-se de crime com pena mínima em até um ano. Cabe também o SURSIS penal, desde que preenchidos os requisitos, sendo o primeiro deles que a condenação à PPL tenha sido de, no máximo, 2 anos.
Há quatro incisos nesta modalidade de lesão corporal:
Incapacidade para praticar atividades habituais;
Perigo de vida;
Debilidade permanente de função, membro ou sentido;
Aceleração do parto.
O primeiro destes incisos diz respeito a qualquer atividade até então praticada pelo sujeito passivo e que, devido à lesão sofrida, tornou-se impossibilitado de fazê-la. Seja o fato de jogar tênis semanalmente num clube ou o fato de ir trabalhar, qualquer atividade habitual que seja prejudicada por mais de 30 dias, incidirá sob esta majorante que consta no parágrafo 1°. Ressalva importante é que por atividades habituais entende-se apenas aquelas que são lícitas, não podendo a vítima reclamar que, devido às lesões sofridas, passou um tempo sem poder roubar, por exemplo. Entretanto, as atividades consideradas imorais são também abarcadas. Então se uma prostituta fica sem poder fazer o que fazia por mais de 30 dias, teremos o inciso concretizando-se sob o fato.
Para a constatação de que a vítima ficou mais de 30 dias sem poder fazer suas atividades habituais, é feito um exame de corpo e delito para constatar a gravidade das lesões. Tal exame, no entanto, não tem finalidade nem competência futurológica, sendo apenas uma síntese do estado atual da vítima. Passados 30 dias do primeiro exame, será feito outro, a fim de se constatar a impossibilidade (ou possibilidade) da vítima realizar suas atividades habituais. O primeiro exame deve ser feito em até 30 dias depois da data do fato, contanto o dia do ocorrido (os prazos em direito penal são diferentes dos prazos civis. Neste, as contagens são feitas um dia depois da última atividade. No direito penal, por sua vez, o dia que a coisa ocorre já da por iniciada a contagem do prazo- Art.10, CP). 
Se o segundo exame a ser realizado não puder ser feito por impossibilidade da vítima, por exemplo, poder-se-á ser realizado mediante prova testemunhal, mas isso será mais bem trabalhado em Processo Penal.
Suporta a modalidade culposa e dolosa.
O segundo inciso trata de perigo de vida. Perceba logo de cara que aqui não cabe a modalidade dolosa. Se alguém tenta dolosamente ferir a vida de outrem, recairá sob o crime de homicídio, tipificado no artigo 121, não na lesão corporal. Se não conseguir dar cabo à vida da vítima, ainda assim, incidirá em tentativa de homicídio, não em lesão corporal que causou perigo de vida. Isso tudo não é só aferido pelo viés subjetivo do agente. É possível fazer essa análise também pelos meios empregados pelo agente na realização de tal crime. 
É, portanto, mais um dos casos de crimes preterdolosos; visto que o agente tinha a intenção de ferir a interidade corporal ou a saúde de outrem, mas acabou indo além e atingindo a esfera da vida.
Como é óbvio, não há de se falar em perigo de vida por suposição. Isto é, o perigo de vida deve ter existido concretamente. Se alguém com os dois fígados perde um em decorrência das lesões sofridas, mas em nenhum momento correu perigo de vida, não há de se falar em lesão corporal grave pelo inciso II. 
O terceiro modo de lesão corporal grave trata de debilidade permanente de membro, sentido ou função.
Por debilidade entende-se o enfraquecimento ou redução da capacidade funcional, segundo Rogério Greco. Quando o tipo fala em permanente não quer dizer perpétuo, mas sim que vai ficar por um longo período de difícil previsão exata de quando irá voltar ao normal. É aquilo que, segundo Aníbal: “não se pode determinar, previamente ou por aproximação, se e quando terá fim.”
Abarca as modalidades culposa e dolosa.
A última possibilidade de alguém se enquadrar em lesão corporal grave trata-se de ter causado aceleração no parto. O termo aqui utilizado nãofoi na verdade bem empregado, visto que só se acelera aquilo que já está em andamento, aquilo que já iniciou. O que este inciso alberga são aqueles casos que, em decorrência da lesão corporal sofrida PELA MULHER, há o parto antes do tempo médio (9 meses). O termo, portanto, deveria ser antecipação, não aceleração. 
Tal inciso só admite a modalidade culposa, pois se há dolo em antecipar o parto de alguém prejudicando o feto, estamos lidando com o crime de aborto, em sua forma tentada ou consumada a depender das consequências do fato em questão. 
Por último vale lembrar que só entrará aqui o agente que tinha como saber que a mulher estava gestante no momento do ocorrido. Se essa previsão fosse impossível ou muito difícil de ser feita pelo homem médio não há de se falar em lesão corporal grave.
Trata-se também de crime preterdoloso.
Lesão Corporal Gravíssima (§2°)
Pena- reclusão, de 2 a 8 anos. É perceptível que aqui cabe o SURSIS penal se e somente se o agente for condenado à pena mínima depois de realizada a dosimetria da pena. Por sua vez, o SURSIS processual não entra, tendo em vista que só se enquadra em crimes que tenham pena mínima de até 1 ano, o que não é o caso.
Apresenta-se em 5 modos diferentes:
Incapacidade permanente para o trabalho;
Enfermidade incurável;
Perda ou inutilização de membro, sentido ou função;
Deformidade permanente;
Aborto.
Por incapacidade permanente para o trabalho vale o mesmo trabalhado anteriormente sobre o termo “permanente”. Permanente não é eterno, mas sim aquilo que não permite saber se e quando irá ser normalizado de novo.
Há uma questão no tocante a este inciso no que diz respeito ao tipo de trabalho. Seria qualquer trabalho ou apenas o trabalho até então feito pela vítima? Damásio de Jesus e Nélson Hungria defendem que seria apenas a impossibilidade de frequentar e/ou assumir QUALQUER tipo de trabalho, enquanto Rogério Greco e outros autores defendem que trata-se de alguns trabalhos específicos. Ora, entendo que a visão de Greco deve permanecer, tendo em vista os princípios Constitucionais da livre iniciativa, da autonomia de vontade e o fato de que ninguém pode ser obrigado a fazer nada senão em virtude da Lei (Art. 5°, II, CF). Além disso o próprio direito à liberdade que também é positivado em nossa Constituição no inciso XII do também artigo 5°. Além do fato absurdo de, por exemplo, um jogador de futebol profissional que, por conta de lesão corporal sofrida, não pode mais jogar futebol por um longo período de tempo. É obvio que certamente ele poderia trabalhar como caixa de supermercado ou como sapateiro ou como médico ou como advogado, por exemplo. Entretanto, há de se observar a realidade concreta e perceber que, ao escolher determinada profissão, outras possíveis escolhas foram descartadas e o tempo que foi gasto se dedicando ao universo futebolístico não mais permitiria que a vítima voltasse no tempo para se dedicar a algum concurso público o qualquer outra profissão que exija certo preparo prévio e/ou conhecimento técnico.
Como segundo tipo nos deparamos com a enfermidade incurável. Quanto a este tópico só é válida a ressalva de que algumas doenças, como a HIV, quando transmitidas, configuram forma tentada ou consumada de homicídio, não de lesão corporal, tendo em vista o caráter letal de tal doença e não apenas incurável.
No inciso III, lemos “perda ou inutilização...”. Diante disso, já devemos traçar diferenças em relação à modalidade estudada no inciso também III do §1°. Lá vimos que são tratadas as debilidades, enquanto aqui, tratamos das perdas totais ou inutilização completa. Nas palavras de Rogério Greco: “mais do que o simples enfraquecimento, a qualificadora em exame exige a perda, isto é, a ablação de qualquer membro, superior ou inferior, ou mesmo sua completa inutilização.”. Devemos lembrar que a previsibilidade deve ser posta como requisito. No sentido de que se a vítima tinha apenas um rim e perde este único rim em decorrência da lesão corporal, não de se falar em lesão corporal gravíssima, mas em lesão corporal grave, se o agente não tinha como ter acesso à tal informação.
Inciso IV- Deformidade permanente. Conceito de permanente já trabalhado. Não precisa ser visível a todos ou a muitos, bastando que não seja algo insignificante ou irrelevante. Há deformações que só o marido perceberá. Incluídos também os casos suscetíveis de reparação plástica.
Inciso V- dentre as modalidades gravíssimas é a única que só admite modalidade culposa. Vale o tratado no inciso IV do parágrafo 1° guardadas as devidas proporções.
Lesão Corporal seguida de morte (§3°)
Pena- reclusão de 4 a 12 anos. Crime preterdoloso. Possibilidade de previsão do resultado por parte do agente. Se dou uma rasteira em algum colega numa praia e ele cai e morre devido a um choque com uma pedra que estava debaixo da areia, respondo apenas por lesão corporal causada antes da morte. Se, no entanto, a rasteira é dada na faculdade, por exemplo, e, devido à queda, a vítima morre, respondo por lesão corporal seguida de morte. Previsibilidade como cerne da questão se caio em pena de 4 a 12 anos ou se caio em pena de 3 meses a um ano.
Lesão Corporal Culposa (§6°)
É importante comentar aqui que, para se configurar culposo, há de se constatar a previsibilidade do fim alcançado. Previsibilidade esta que o agente pensa que não irá ocorrer. Se ele pensa que irá ocorrer e assume o risco de produzir o resultado, estamos diante de dolo na sua forma eventual. 
	Algumas modalidades da lesão corporal admitem apenas a modalidade culposa. São os tipos que são preterdolosos (§1°, II e IV; §2°, V; §3°).

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