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O Direito Tributário, que se ocupa da normatização da tributação, arrecadação e divisão dos tributos arrecadados pelo estado. A contabilidade tributária tem como objeto principal o reconhecimento dos institutos tributários incidentes sobre o patrimônio, as operações e relações ambientais, à luz dos regulamentos comerciais, fiscais e tributários, bem como as normas e princípios contábeis. A Contabilidade Tributária é o ramo da contabilidade responsável: * Pelo controle (reconhecimento, apuração, lançamento ou escrituração e evidenciação). * Pelo planejamento dos tributos incidentes nas diversas atividades organizacionais ou grupos societários, que buscam harmonizar a atividade empresarial aos direitos e obrigações tributárias, de forma a usufruir dos direitos e cumprir as obrigações, sem expor a entidade às possíveis infrações fiscais e legais. O Estado tem por finalidade a realização do bem comum por meio da administração pública, que executará as políticas públicas, planos de ação para que o Estado funcione, tendo como referência a sociedade. Contudo, as atividades estatais não são autossustentáveis, e é uma importante função do Estado estabelecer e cobrar tributos para o financiamento das políticas públicas, visando o bem comum. Assim, no nosso modelo de governo federalista, a Constituição Federal, apesar de não criar tributo, cumpre o papel essencial de estruturação do sistema tributário ao definir as competências tributárias dos entes políticos da Federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios): • Consagrar os princípios e normas gerais de direito tributário, • Instituir limitações ao poder de tributar, • Estabelecer a repartição das receitas tributárias e vinculações compulsórias. Entretanto, a instituição, a arrecadação e a fiscalização dos tributos pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios, que para evitar conflitos entre os entes estatais e o cidadão, criaram regras para limitar o poder de tributar dos governantes . A evolução histórica do direito constitucional alcança essas limitações por meio dos princípios gerais de direito tributário. A nova reforma tributária ocorreu no período de 1965 a 1967, quando foi instituída a Lei Complementar no 5.172, de 1966, conhecida e vigente até nossos dias como Código Tributário Nacional. Na época, este sistema foi implementado como um dos mais modernos do mundo, privilegiando a simplificação e criando dois tributos sobre o valor agregado: - o ICM e o IPI, sob regime não cumulativo, em substituição aos tributos cumulativos incidentes sobre o consumo. No texto constitucional, nenhum outro imposto poderá ser criado, além daqueles expressamente previstos. Essa garantia admite apenas exceções em função da competência residual da União, desde que os tributos criados sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou bases de cálculo próprias dos discriminados na Constituição (CF, art. 154, I), bem como, impostos extraordinários, que podem ser instituídos na iminência ou em caso de guerra externa, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos gradativamente, cessadas as causas de sua criação (CF, art. 154, II). Competência Tributária A competência tributária dos entes políticos está disposta nos artigos transcritos abaixo: Art. 153 Compete à União instituir impostos sobre: I - importação de produtos estrangeiros; (II) II - exportação de produtos nacionais ou nacionalizados; (IE) III - renda e proventos de qualquer natureza; (IR) IV - produtos industrializados; (IPI) V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; (IOF) VI – propriedade territorial rural; (ITR) VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. (IGF) Art. 155 Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (ITD) II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (ICMS) III - propriedade de veículos automotores. (IPVA) Art. 156 Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana; (ITR) II - transmissão “inter vivos”, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; (ITBI) III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. (ISSQN) O Estado detém o poder de impor tributos ao contribuinte, pessoa física ou jurídica, sendo observados alguns preceitos e dispositivos da Constituição Federal e demais legislações infraconstitucionais. Os artigos 150, 151 e 152 da CF são compostos por diversas normas e princípios que são garantias constitucionais do contribuinte para que o Estado não adentre seu patrimônio particular, devido a constante necessidade de arrecadar recursos para se sustentar e cumprir suas finalidades essenciais. Além dos princípios existentes na Constituição, mais precisamente no seu art. 5º, no que tange o direito tributário, existem normas constitucionais específicas para limitar a competência tributária dos entes estatais, as quais são abordadas, também, pela legislação infraconstitucional. Elementos fundamentais da obrigação tributária No nosso modelo, tributo é definido como (Código Tributário Nacional – Lei 5.172/76): “Toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituído em lei, que não constitua sanção pecuniária decorrente de ato ilícito, cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada”. Os três elementos da obrigação tributária são: 1. A lei – é o principal elemento da obrigação tributária, pois cria o tributo, os elementos de sua incidência e as condições para a sua apuração e cobrança. 2. O objeto do tributo – representa as obrigações que o sujeito passivo (contribuinte) deve cumprir, com base nos ditames legais. As prestações consistem em pagamento do valor em dinheiro, referente ao tributo devido ou a multa imposta por não cumprimento da obrigação legal (obrigação principal), ou cumprimento de formalidades complementares destinadas a comprovar a existência, os limites da obrigação tributada e o correto cumprimento dos desígnios legais (obrigações acessórias), como, por exemplo: Escrituração de livros contábeis e fiscais, preenchimento de declarações (DIPJ, DIRF, DCTF, etc), registros em órgãos públicos, preenchimento de formulários, abstenção de certos atos, etc; 3. O fato gerador – é a situação definida em lei como necessária e suficiente para ocorrência da obrigação tributária (obrigação principal), e qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática de ato, ou abstenção de ato, que não configure obrigação principal (obrigação acessória). Contribuinte e responsável tributário Qualquer obrigação tributária envolve, pelo menos, duas partes: * Sujeito ativo: Entre público que tem o direito de instituir e cobrar o tributo. * Sujeito passivo: Pessoa sobre a qual incide a obrigação de pagar a obrigação principal ou multa pecuniária. O CTN identifica duas espécies de sujeito passivo: O Contribuinte e o Responsável Tributário. O primeiro tem a relação direta com a situação legal que constitua o fato gerador , enquanto o segundo é a pessoa que, embora não revista a condição de contribuinte, tem obrigação por disposição expressa de lei. Conforme dispõem os artigos 145 da Constituição Federal e 5º do Código Tributário Nacional - CTN, as espécies tributárias são: * Impostos * Taxas * Contribuições de melhoria Contudo, a Constituição prevê dois outros institutos tributários que se encaixam perfeitamente nadefinição de tributo descrita, e que são tratados da mesma forma que os tributos. São eles: * Empréstimos compulsórios (art. 148) * Contribuições especiais ou parafiscais (art. 149). Ressalta-se ainda que, para a natureza jurídica do tributo, o relevante é o seu fato gerador (CTN, art. 4º), sendo de menor importância o seu nome ou a destinação do produto de sua arrecadação. Espécies de tributos Costuma-se designar por imposto toda e qualquer exigência vinda do poder público. Entretanto, imposto possui um conceito mais restrito, sendo uma das espécies de tributos previstos pela Constituição. O imposto é a quantia pecuniária (em dinheiro), legalmente exigida pelo Poder Público, que deverá ser paga pela pessoa física ou jurídica a fim de atender às despesas feitas no interesse comum, sem levar em conta vantagens de ordem pessoal ou particular. Segundo o CTN, art. 16, “imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”. Tributo direto- é aquele em que a pessoa que paga (contribuinte de fato) é a mesma que faz o recolhimento aos cofres públicos (contribuinte de direito). Ex: IRPJ, IRPF, IPVA, IPTU e CSSL. Tributo indireto - É aquele em que o contribuinte de fato não é o mesmo que o de direito. O exemplo clássico é o ICMS. Tributo progressivo - É aquele cujo percentual aumenta de acordo com a capacidade econômica do contribuinte. Existem alíquotas diferenciadas que aumentam à medida que os rendimentos ficam maiores. Exemplo: IRPF, IRPJ. Há também uma característica de determinados tributos chamada “não cumulativa onde o contribuinte tem o direito de compensar os montantes devidos nas operações anteriores com os montantes devidos nas operações subsequentes. As imunidades são privilégios instituídos na Constituição na qual algumas entidades ou pessoas ficam livres de obrigação legal: • Vedação de entes estatais instituírem impostos sobre patrimônio, renda ou serviços uns dos outros, não obstante à tributação de atividades econômicas reguladas pelo direito privado; • Vedação de entes estatais instituírem impostos sobre patrimônio, renda ou serviços de templos de qualquer natureza; • Vedação de entes estatais instituírem impostos sobre patrimônio, renda ou serviços de entidades representativas de partidos políticos, sindicatos de trabalhadores, instituições de educação e de assistência sem fins lucrativos; • Vedação de entes estatais instituírem impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. A isenção tributária consiste na dispensa concedida em lei.
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