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DIREITO TRIBUTÁRIO - Prof Victor Leão DISPOSIÇÕES PRELIMINARES E CONCEITUAIS ● Conceito ➢ Direito Tributário é o ramo do direito público que estuda princípios e normas disciplinadores do exercício das atividades de instituição, cobrança e fiscalização de tributos. ● Natureza jurídica ➢ Classifica-se como ramo do direito público na medida em que as três atividades que pertencem ao seu objeto de estudo (criação, cobrança e fiscalização de tributos) são atividades que o ordenamento jurídico brasileiro define como próprias do Estado. ● Atividade financeira ➢ Estado existe para consecução do bem comum, para tal, precisa obter recursos financeiros, o que o faz de duas formas (originárias e derivadas) e que dão origem às receitas públicas. ➢ Receitas Originárias: o Estado se despe das tradicionais vantagens que o regime jurídico de direito público lhe proporciona e, de maneira semelhante a um particular, obtém receitas patrimoniais ou empresariais. Ex: um contrato de aluguel em que o locatário é um particular e o locador é o Estado. O particular somente se obriga a pagar o aluguel porque manifesta sua vontade ao assinar o contrato, não havendo manifestação de qualquer parcela do poder de império estatal. ➢ Receitas Derivadas: o Estado, agindo como tal, utiliza-se das suas prerrogativas de direito público, edita uma lei obrigando o particular que pratique determinados atos ou se ponha em certas situações a entregar valores aos cofres públicos, independentemente de sua vontade. Ex: aquele que auferiu rendimento será devedor do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza (imposto de renda) independentemente de qualquer manifestação volitiva. ➢ O Estado tributa para conseguir carrear recursos para os cofres públicos, possibilitando o desempenho de sua atividade financeira, tudo em busca de seu desígnio maior: o bem comum. ● Tributo ➢ Toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. ✓ Prestação pecuniária - ao prescrever que o tributo é sempre prestação pecuniária, o art. 3º do CTN excluiu do direito brasileiro as figuras do “tributo in labore” (prestações de serviço) e do “tributo in natura” (entrega de bens). ✓ Obrigatoriedade - a compulsoriedade é a característica fundamental do dever de pagar tributos. Não se trata de uma obrigação consensual ou facultativa, mas de uma imposição surgida unilateralmente como decorrência do poder de império atribuído ao Estado. ✓ Não possui conotação de penalidade/sanção - ao afirmar que o tributo não constitui sanção por ato ilícito o legislador quis afirmar que tributo não se confunde com multa. A distinção é importante, pois existem diversas espécies de obrigações pecuniárias vinculando os indivíduos e o Estado, sendo que as multas constituem prestações bastante assemelhadas ao tributo. ✓ Legalidade - regra sem exceção, o tributo só pode ser criado por lei (complementar ou ordinária) ou ato normativo de igual força (Medida Provisória). ➢ Espécies ✓ Tributos fiscais - cobrados com finalidade meramente arrecadatória, para prover os cofres públicos de recursos aptos a custear o aparelho estatal. Ex: Imposto de Renda; ✓ Tributos extrafiscais - instituídos pelo Estado com objetivos predominantemente sociais ou políticos, e não com a simples finalidade de obter recursos financeiros. Tais tributos atuam estimulando ou desestimulando comportamentos do contribuinte. Ex: Imposto Territorial Rural progressivo para desestimular propriedades improdutivas; ✓ Tributos parafiscais - arrecadados por pessoa diversa daquela que detém a competência constitucional para sua criação. Exemplos: contribuições sindicais e anuidades dos conselhos de classe. 1. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA Capacidade que a União, Estados, Municípios e Distrito Federal possuem de instituir tributos. ● Impostos ➢ Imposto é todo o montante de dinheiro que os cidadãos de um país devem pagar ao Estado para garantir a funcionalidade de serviços públicos e coletivos. ➢ União ✓ Cabe à união instituir impostos sobre: i. importação de produtos estrangeiros; ii. exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; iii. renda e proventos de qualquer natureza; iv. produtos industrializados; v. operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; vi. propriedade territorial rural; vii. grandes fortunas, nos termos de lei complementar. ➢ Estados e Distrito Federal ✓ Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituírem impostos sobre: i. transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; ii. operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; iii. propriedade de veículos automotores. ✓ Os Estados-membros podem cobrar taxas e contribuições de melhoria, quando a atuação ensejadora da arrecadação for de sua competência. ✓ São competentes ainda para cobrança de contribuição previdenciária de seus servidores visando ao financiamento de regime previdenciário próprio ➢ Territórios ✓ Espécie de autarquia da União, com regime especial. ✓ Competência cumulativa - os territórios podem ou não serem divididos em municípios. Se não forem, todos os impostos serão instituídos pela União. Se forem divididos em municípios, a União instituirá os impostos federais e estaduais, porém não os municipais. ✓ Competem aos Municípios instituir impostos sobre: i. propriedade predial e territorial urbana; ii. transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; iii. serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. ● Taxas ➢ Recolhidas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição. ➢ Compete à União, Estados, Distrito Federal e Municípios. ➢ Espécies ✓ Pelo poder de polícia – poder de limitar e disciplinar direitos e deveres com base no interesse público, regulando questões pertinentes à segurança, higiene, à ordem, etc. ✓ Pela prestação de serviços públicos - específico e divisível prestado ou posto a disposição, utilizado efetivamente ou potencialmente pelo cidadão. ● Contribuição de melhoria ➢ Compete à União, Estados, Distrito Federal e Municípios. ➢ Se um desses órgãos fizer obra pública, pode cobrar a contribuição de melhoria. DEVE HAVER VALORIZAÇÃO IMOBILIÁRIA, mero melhoramento (ex: recapeamento do asfalto) não pode ser cobrado. ● Empréstimo compulsório ➢ Compete exclusiva da União. ➢ Necessita de lei complementar para existir e ser recolhido. ➢ Hipóteses: ✓ para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; ✓ no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. ● Contribuição especial ➢ Uma modalidade de tributo que foge da teoria do fato gerador utilizadopara classificar os tributos em impostos, taxas e contribuições de melhoria. ➢ O seu critério de identificação baseia-se na finalidade da criação do tributo (art. 149 CF/88), sendo necessária a vinculação da receita que deu causa a sua criação. ➢ Criada por meio de lei ordinária e a competência legislativa para sua criação é da União, excetuando nos casos em que o estados, os municípios e o Distrito Federal adotem regime de previdência própria podendo assim criar a contribuição especial para tanto. ➢ Modalidades ✓ CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico. Contribuições regulatórias, utilizadas como instrumento de política econômica para enfrentar determinadas situações que exijam a intervenção da União na economia do país. São enfocadas a CIDE sobre Royalties (sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas, em cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de royalties ou remuneração previstos nos contratos relativos ao fornecimento de tecnologia, prestação de serviços de assistência técnica, cessão e licença de exploração de patentes - incidência de 10%) e a CIDE sobre Combustíveis (importação ou comercialização destes). ✓ CPE - Categoria Profissional Econômica. De competência exclusiva da União. Contribuições que são feitas para as categorias profissionais (CRM, CREA, CRP,...). A União cria uma autarquia sui generis para atuar no interesse da categoria profissional e junto a isso cria um tributo para manter essa autarquia. Vale lembrar que a contribuição para OAB não é considerada um tributo, de acordo com o STF, com o objetivo de manter a sua independência perante o Estado. ✓ Contribuição social - serão aquelas exigidas para o custeio da seguridade social, assim entendida como assistência, previdência e saúde. No caso da previdência lembrar que temos três regimes no Brasil: Geral (CLT); Próprio (Servidor Público e Militares); Complementares (Previdência Privada). Se for para regime de servidor público, os Estados, Distrito Federal e Municípios também possuem competência. ✓ CIP - Contribuição de Iluminação Pública. Competência exclusiva dos Municípios e Distrito Federal. Instituído por lei ordinária, segue a anterioridade normal, e, pode ser exigida na fatura de energia elétrica. ● Capacidade Tributária ➢ Capacidade que a União, Estados, Municípios e Distrito Federal possuem de administrar os tributos. Muitas vezes a capacidade e a competência estão na mesma pessoa. Outras, porém, o ente que instituiu o tributo, não o faz para si, e sim para uma pessoa jurídica de direito público. A competência é indelegável, enquanto a capacidade é delegável. 2. PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS ● Princípio da anterioridade ➢ Não surpresa ou da eficácia diferida, o princípio da anterioridade tributária estabelece um intervalo mínimo entre a publicação da lei que cria ou majora o tributo e a data de sua efetiva exigência. Sua finalidade é dar um “prazo de respiro” a fim de que o contribuinte possa preparar-se para pagar novos valores ao Fisco. ➢ Com virada e com 90: regra. Todo o tributo deve esperar, além da virada do ano, 90 dias. Se um novo tributo publicado em 18 de novembro for instituído, só poderá começar a valer no dia 18 de fevereiro. Caso os 90 dias acabem antes do dia 1 de janeiro, devem aguardar a virada do ano para começar a valer. ➢ Sem virada e sem 90: exceção. Hipóteses: Imposto de Importação, de exportação, IOF, empréstimo compulsório e IEG (Imposto Extraordinário de Guerra). São impostos com necessidade econômica de urgência, portanto valem imediatamente. ➢ Com virada e sem 90: exceção 2. Apenas espera-se a virada do ano, sem os 90 dias. Hipóteses no imposto de Renda e base de cálculo de IPTU e IPVA. ➢ Sem virada em com 90: exceção 3. Aguarda-se apenas os 90 dias, sem a necessidade da virada do ano. Hipóteses: IPI e contribuições sociais. ● Princípio da irretroatividade ➢ Um tributo cujo qual a lei foi instituída hoje, valerá daqui para frente, portanto não pode retroagir. Exceções: ✓ Pode-se aplicar a lei que é meramente interpretativa, da qual não decorra penalidade; ✓ Pode-se aplicar a lei que, de alguma maneira, é benéfica ao sujeito passivo. ● Princípio da legalidade ➢ Vedado à União, Estados, Municípios e Distrito Federal instituir, criar ou majorar tributos sem lei ou medida provisória que o estabeleça. ➢ Tipos de Lei ✓ Lei Ordinária - regra. ✓ Lei Complementar - exceção. É a que dispõe sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; regula as limitações constitucionais ao poder de tributar; e estabelece normas gerais em matéria de legislação tributária. Pode, também, instituir empréstimo compulsório, Imposto de Grandes Fortunas, e competência tributária residual (impostos diferentes daqueles que a União já possui), competência tributária residual para contribuições sociais. ONDE TEM LEI COMPLEMENTAR SÓ CABE LEI COMPLEMENTAR, OU SEJA, OS ASSUNTOS AQUI CITADOS SÓ PODEM SER INSTITUÍDOS POR LEI COMPLEMENTAR. ✓ AS ALÍQUOTAS, QUE NORMALMENTE SÃO 10% A 20%, PODEM SER ALTERADAS POR MEIO DE DECRETO DENTRE DESSAS PORCENTAGENS, QUANDO FOR NAS SEGUINTES HIPÓTESES: i. Imposto de importação; ii. Imposto de exportação: iii. IOF; iv. IPI. 3. IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS Não incidência tributária, em casos previstos na Constituição Federal. Se diferencia de isenção, pois esta é prevista na Lei, sendo um estilo qualificado de imunidade. Valem única e exclusivamente para imposto. ● Espécies ➢ Imunidades subjetivas ✓ Imunidade recíproca - via de mão dupla, regra constitucional que impede as entidades federativas de cobrarem impostos reciprocamente (União, Estado, Município e Distrito Federal), sobre o Patrimônio, Renda e Serviço. Note-se que a referida imunidade aplica-se somente aos impostos, de modo que taxas, contribuições de melhoria, contribuições sociais e empréstimos compulsórios são devidos normalmente pelos entes da federação reciprocamente. i. Imunidade extensiva - por força constitucional, a imunidade recíproca é extensiva às autarquias e fundações públicas, no que se refere ao Patrimônio, à Renda e aos Serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. ii. PARA O STF, AS EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA QUE EXERCEM SERVIÇO PÚBLICO, HAVERÁ A MESMA IMUNIDADE EXTENSIVA DAS AUTARQUIAS SOBRE O PATRIMÔNIO, RENDA E SERVIÇOS VINCULADOS À FINALIDADE. ✓ Imunidade religiosa - não incidem impostos sobre templo (religiões) de qualquer culto, sobre o Patrimônio, Renda e Serviços, vinculado às atividades essenciais desenvolvidas pela entidade religiosa. Deve, porém, recolher contribuição previdenciária. O Fisco é quem tem que provar que a igreja está desviando a finalidade. ✓ Imunidade condicional - não incidem impostos para partidos políticos e suas fundações, entidades sindicais dos trabalhadores e institutos de educação e assistência social, sobre o Patrimônio, Renda e Serviços vinculados à sua finalidade, desde que cumpram os requisitos da lei: i. Não dividir lucros entre os sócios; ii. Não remeter os lucrospara o exterior; iii. Manter a contabilidade em dia. ➢ Imunidades objetivas ✓ Imunidade cultural - não incidem impostos sobre livros, rádios, periódicos e o papel destinado à sua impressão. Com a evolução da tecnologia, a jurisprudência equiparou os livros e periódicos digitais para receber imunidade. Desde 2017, o STF entende que não incide a imunidade para conteúdos que não tenham cunho informativo ou educacional (pornografia, por exemplo). Aparelhos destinados única e exclusivamente para leituras, se importados, não incide impostos (ex: Kindle). ✓ Imunidade musical - não incidem impostos sobre CDs, DVDs produzidos no Brasil, com músicas brasileiras e/ou interpretadas por artistas brasileiros, salvo o processo de replicação de mídias ópticas à laser. 4. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA Relação jurídica que vincula de um lado o devedor e, de outro, o Fisco. ● Espécies ➢ Principal: aquela que surge com a ocorrência do fato gerador previsto em lei, tendo por objeto o pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária, e que se extingue juntamente com os créditos dela decorrentes. Ex: IPVA. HÁ UM PAGAMENTO. ➢ Acessória: tem por objeto prestações positivas ou negativas, ou seja, obrigações de fazer ou não fazer, previstas na legislação tributária, instituídas no interesse da arrecadação e da fiscalização tributárias. Ex: emissão de nota fiscal. HÁ UMA ATITUDE. A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária - se não cumprir a acessória, converte-se em multa e vira obrigação principal. ➢ Fato gerador - fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência, por isso, a previsão abstrata deve ser denominada hipótese, referindo-se a algo que pode vir a acontecer no mundo, tendo como conseqüência a incidência tributária (hipótese de incidência). ● Sujeitos ➢ Ativo: aquele que possui competência e/ou capacidade tributária. ➢ Passivo: ✓ Contribuinte - aquele que por possuir relação direta e pessoal com o fato gerador a lei que lhe atribui obrigação. ✓ Responsável tributário - aquele que sem se revestir da condição de contribuinte, mas, por estar indiretamente relacionado ao fato gerador a lei lhe atribui responsabilidade. Pode ser dos seguintes tipos: i. responsável solidário: aquele que por ter interesse comum no fato gerador a lei lhe atribui responsabilidade solidária, ou por expressa disposição de lei. Efeitos da solidariedade: a) não comporta benefício de ordem; b) o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; c) a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo; d) a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais. ii. responsável por transferência ou sucessão: os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou as contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação. Parágrafo único: no caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o respectivo preço. iii. responsável subsidiário: casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente (subsidiária) com este nos atos em que intervirem ou pelas omissões de que forem responsáveis: ○ os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; ○ os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; ○ os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; ○ o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; ○ o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; ○ os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; ○ os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. iv. responsabilidade por substituição: duas modalidades ○ para trás - assim considerada aquela em que ocorrendo o fato gerador surge a obrigação; ○ para frente - assim considerada aquela em que a lei atribui ao sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurado a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. v. responsabilidade por infração: a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. A responsabilidade é pessoal ao agente: ○ quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito; ○ quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar; ○ quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico: a) das pessoas referidas no artigo 134 (dos responsáveis subsidiários), contra aquelas por quem respondem; b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, proponentes ou empregadores; c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas. 4. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO Verificando-se a ocorrência do fato gerador, nasce a obrigação tributária. Mas, ainda nesse momento, a obrigação não é exigível. É necessário que o Estado constitua o crédito tributário correspondente, mediante um procedimento administrativo denominado lançamento. ● Espécies ➢ Lançamento de ofício: a Administração Tributária possui todos os dados contábeis, enviando até o devedor. ➢ Lançamento por declaração: o sujeito passivo tem a obrigação legal de prestar informações à Fazenda Pública, que, depois, efetuará o lançamento. A Administração Tributária não possui todos os dados contábeis, portanto intima o passivo para declarar os seus dados. Ato contínuo, a Administração faz a conta do lançamento. ➢ Lançamento por homologação: a participação do sujeito passivo é ainda maior, além de prestar informações, deve também pagar antecipadamente o tributo, sem o prévio exame da autoridade administrativa. Posteriormente a Fazenda faz o lançamento dito homologatório, concordando ou não. Exemplo: Imposto de Renda. ➢ Expressa - há resposta do órgão, homologando o lançamento. ➢ Tácita - não há resposta do órgão, considera-se aceita após 5 anos. ● Revisão ➢ Exclusão - EXCLUIA. Isenção e anistia excluem o lançamento tributário. Anistia é um “perdão da multa”. ➢ Suspensão - DEMORE LIMPAR. Ocorrerá suspensão quando houver: ✓ DEpósito do montante integral em dinheiro; ✓ MOratória - elastecimento do pagamento, de origem à uma situação extraordinária, normalmente ligada à eventos da natureza. Ex:rompimento da barragem em Brumadinho, elastece o prazo do pagamento do IPTU. ✓ REcurso e reclamação, pois a discussão e impugnação do lançamento é suspensivo; ✓ LIMinar - tutela antecipada ou medida cautelar em outras ações. ✓ PARcelamento - elastecimento do pagamento, de origem à uma situação ordinária, mera política de recuperação fiscal. Ex: acerto do IPTU atrasado. ➢ Extinção - residual, tudo o que não couber em exclusão e suspensão. ✓ Dação em pagamento - é possível, como exceção, extinguir o seu crédito tributário dando um IMÓVEL em pagamento.
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