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Crédito Tributário: Conceito e Constituição

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Crédito Tributário
O Crédito Tributário representa o direito de crédito da Fazenda Pública, já devidamente apurado por procedimento, denominado lançamento e, portanto, dotado de certeza, liquidez e exigibilidade, estabelecendo um vínculo jurídico que obriga o contribuinte ou responsável (sujeito passivo) ao pagamento do tributo ao sujeito ativo (Estado). 
O Crédito Tributário decorre do fato gerador, descrito em lei ou norma legal. Para que o Estado possa exigi-lo, é necessário que ocorra o fato gerador e que o Estado individualize e quantifique o valor a ser pago por meio do lançamento.
IMPORTANTE!
O Crédito Tributário não participa do concurso de credores, pois possui privilégios e preferências definidas em Lei.
Constituição do Crédito Tributário
O artigo 142 da Constituição do Crédito Tributário (CTN) define lançamento, englobando cinco passos: 
1º. Verificação da ocorrência do fato gerador, 
2º. Identificação da base de cálculo, 
3º. Cálculo do montante devido com a aplicação da alíquota,
4º. Identificação do sujeito passivo e,
5º. Aplicação da penalidade por infração.
O lançamento é o ato que independe da ação do contribuinte, salvo dispositivo legal que determine obrigações deste no processo, devendo ser realizado pela autoridade administrativa, por isso não se pode caracterizá-lo como processo administrativo, uma vez que não há duas partes, sendo um procedimento unilateral. 
Cabe ao judiciário anular lançamentos errôneos, não havendo a possibilidade de substituição.
Toda essa atividade é vinculada, ou seja, inteiramente determinada em lei e a sua não execução imputa responsabilidade funcional ao agente público.
A notificação do contribuinte é obrigatória, só a partir dela o crédito passa a ser exigível. Pela notificação se completa o processo, podendo ser feita de diferentes formas: PESSOALMENTE, VIA POSTAL, TELEGRÁFICA, ENDEREÇO ELETRÔNICO, QUALQUER MEIO COM PROVA DE RECEBIMENTO.
Modalidades de Lançamento
A escolha da modalidade é constante da lei que institui o tributo. Há três modalidades:
De Direito ou De Ofício: É o lançamento em que a autoridade fiscal realiza todos os atos ligados à verificação da ocorrência do fator gerador e à aferição do montante a ser pago pelo contribuinte (Individualização da obrigação tributária). Ex: IPTU
Misto ou Por Declaração: É o lançamento em que há participação do sujeito ativo e do passivo. O contribuinte fornece as informações para o lançamento ser efetivado pela autoridade da administração pública (147 CTN)
Por Homologação: É o lançamento no qual o contribuinte realiza todos os atos instrumentais, cabendo à autoridade fiscal ratificá-los ou convalidá-los. Atualmente, grande parte dos tributos é lançada por homologação. O lançamento por homologação é uma prática fixada em lei: caso o contribuinte não o realize no prazo previsto, a fazenda efetua o lançamento. Após a ocorrência do fato gerador, o contribuinte deve declarar e pagar antecipadamente, antes que a autoridade fiscal se pronuncie no prazo máximo de 5 anos.
O STF ratificou o lançamento tácito, quando o contribuinte realiza em sede judicial o depósito de um tributo objeto de discussão. Este depósito equivale ao lançamento do tributo, sendo desnecessária qualquer atividade da administração para fins de Constituição do Crédito Tributário.
Suspensão do Crédito Tributário
A suspensão constitui a paralisação temporária da exigibilidade do Crédito Tributário, por meio de norma tributária. De acordo com o art. 151 do CTN, as modalidades de suspensão admitidas são:
- Moratória: 
Constitui a postergação do prazo para o pagamento do tributo devido, podendo ser concedido de modo geral ou individual. Ela sempre dependerá da lei para a sua concessão. Esse benefício somente pode ser concedido se o crédito já estiver constituído ou se o procedimento de lançamento tiver sido iniciado. A competência para concedê-la, em regra, é da pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo.
O artigo 152 do CTN classifica a moratória em:
Geral: aquela concedida por lei, sem necessidade de despacho da autoridade administrativa.
Individual: benefício cujo direito a favor será reconhecido por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei.
- Depósito do montante Integral:
Interrompe os atos de cobrança do fisco, enquanto o crédito ainda está em discussão. O depósito pode ser anterior ou posterior à constituição do Crédito Tributário, não sendo condição para recurso na esfera administrativa, e nem requisito para ingresso de ação judicial.
- Reclamações e Recursos administrativos:
Impede a formação definitiva do Crédito Tributário. Importante lembrar que o STF (Supremo Tribunal Federal) julgou inconstitucional a exigência de depósito prévio nos recursos administrativos.
- Concessão de Medida Liminar em Mandato de Segurança:
Pode ser repressiva ou suspensiva. A suspensão ocorre com a liminar, não com a sentença transitada em julgado. Com a liminar, a fazenda pública fica impedida de ajuizar a execução.
- Concessão de Medida Liminar ou de Tutela Antecipada, em outras espécies de Ação Judicial:
Não importa a modalidade de ação ajuizada, com a concessão da liminar ou mesmo da antecipação de tutela, evita que o sujeito passivo arque com o ônus tributário antes que seja apreciado o mérito a sentença tenha transitado em julgado.
- Parcelamento:
A lei complementar no 104/2001 inclui o parcelamento entre as hipóteses de suspensão. Será concedido na forma e condições previstas em lei específica, aplicando subsidiariamente as regras da moratória.
Extinção do Crédito Tributário
Extinção do Crédito Tributário é qualquer ato ou fato jurídico que faça desaparecer a obrigação respectiva. A extinção ocorre nas seguintes modalidades:
- Pagamento do Crédito Tributário: 
É a entrega do valor devido ao sujeito ativo da obrigação tributária.
- Compensação:
Ocorre quando duas pessoas, por serem ao mesmo tempo credoras e devedoras uma da outra, podem extinguir suas obrigações pelo simples encontro de contas. O art. 170 do CTN prevê que a compensação deve estar prevista em lei; Além disso, os créditos devem ser líquidos e certos, vencidos ou vincendos.
- Transação:
Ocorrem concessões recíprocas, entre o sujeito ativo (FISCO) e o sujeito passivo (contribuinte), da obrigação tributária para por fim a uma demanda. Também deve ser autorizada por lei.
- Remissão:
Perda total ou parcial do principal vencido. A remissão não é aplicada às penalidades por falta de pagamento desse Crédito Tributário. Logo, o contribuinte (sujeito passivo ou devedor) será dispensado de pagar o tributo vencido, porém será obrigado a pagar a multa devida pela ausência de recolhimento do mesmo.
- Prescrição:
Perda do direito da pretensão de exigibilidade. Prazo de 5 anos. Prazo em que a Fazenda pública tem o direito de cobrar judicialmente o contribuinte.
- Decadência:
Perda do próprio direito. A Fazenda pública não pode mais efetuar o lançamento tributário. Prazo de 5 anos.
- Conversão do Depósito em Renda:
Quando o contribuinte perde a ação, o valor do depósito é convertido em favor da Fazenda pública, independentemente de execução fiscal.
- Decisão Administrativa irreformável: 
Decisão proferida no âmbito dos processos administrativos fiscais (Decreto 70.235/1972). Faz coisa julgada contra o fisco.
- Pagamento Antecipado:
Quando a  fazenda homologa, expressa ou  tacitamente, o pagamento antecipado pelo contribuinte. Ocorre nos lançamentos por homologação.
- Consignação em Pagamento:
Quando o sujeito da obrigação tributária se propõe a pagar e não está conseguindo. Ocorre sempre na esfera judicial, quando a Fazenda pública se recusa a receber o valor que o contribuinte propõe a pagar ou há dúvida a quem seria devido o tributo.
- Decisão Judicial Transitada em Julgado:
O poder judiciário reconhece que o Crédito Tributário não é devido. Não há recurso pelafazenda pública no prazo de lei e a sentença transita em julgado.
- Dação em Pagamento de bens Imóveis:
Forma de extinção do Crédito Tributário, criada pela LC 104/01. O contribuinte pode oferecer bens imóveis espontaneamente ao Fisco para liquidar seus créditos tributários.
Exclusão do Crédito Tributário
A exclusão ocorre exclusivamente em caso de promulgação de lei que determina a não exigibilidade do Crédito Tributário, por parte do sujeito ativo (Estado). As modalidades de exclusão previstas são:
• Isenção: É a dispensa do tributo devido. Ex.: Isenção de Imposto de Renda.
• Anistia: Exclusão das penalidade e não do Crédito Tributário. Ex.: Exclusão de juros e multas.
• Imunidade: Proibição constitucional de tributar. Ex.: Igrejas, partidos políticos.
• Remissão: Exclui os tributos e as penalidades. Ex.: Exclusão de juros e multas.
Fiscalização
O processo de fiscalização tributária compete à administração pública, consistindo em proceder com a cobrança dos tributos não pagos, sendo iniciados por via administrativa e indo até a inscrição na Dívida Ativa, quando há a emissão do título executivo extrajudicial, denominado Certidão de Dívida Ativa, instrumento condicional ao início da faze de cobrança judicial.
Segundo o CTN, art. 194, compete à legislação tributária regular, em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo, a competência e os poderes das autoridades administrativas, em matéria de fiscalização. A legislação aplica-se às pessoas naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive as que gozem de imunidade tributária ou de isenção de caráter pessoal. Dessa forma, a fiscalização tributária é regulada pelo princípio constitucional da legalidade.
 A validade dos atos administrativos nos processos de fiscalização requer que seja feita por pessoas que a quem a legislação atribua competência, em caráter geral, ou especifica, em função do tributo de que se tratar.
No processo de fiscalização, a autoridade fiscal poderá examinar quaisquer livros, mercadorias, arquivos, documentos, papéis, etc., sendo inaplicáveis quaisquer meios legais que não permitam esses exames. Nesse contexto, o artigo 195 do CTN determina que, para os efeitos da legislação tributária, não se aplicam quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas ao direito Fazenda pública de examinar os documentos citados para avaliar os efeitos comerciais ou fiscais das pessoas jurídicas investigadas, ou da obrigação destas de exibi-los.
Processo Administrativo Fiscal
O processo de administração fiscal refere-se aos procedimentos adotados pelas entidades habilitadas e com competência legal para definir atos e controlar as obrigações fiscais. 
O controle da Administração Fiscal tem caráter de obrigatoriedade, sendo exercida pelos órgãos de fiscalização na órbitas das fazendas públicas federais- Secretaria da Receita Federal, estadual- Secretaria de Fazenda dos Estados e municipal- Secretarias de Fazendas Municipais.
 Os sujeitos ativos devem dispor, por decreto, os procedimentos fiscais adotados a cada um dos tributos, sob sua administração.

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