Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Títulos de crédito Conceito: Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei (art. 887, CC); -> Segundo Vivante, título de crédito é “o documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido”. Princípios Cartularidade – O título deve existir materialmente, não havendo crédito se não mencionado na cártula. Logo, tal princípio garante que o título não se transmite sem sua tradição e que este também não pode ser exigido sem sua devida apresentação; Obs: com base neste princípio, só é possível protestar ou executar o título original. Literalidade – A obrigação devida é aquela que literalmente descrita no título, nem mais, nem menos. Não havendo possibilidade de interpretação restritiva, extensiva, ... Autonomia – O título é desvinculado da relação que lhe deu origem, visando proteger, principalmente, um possível 3º possuidor de boa-fé. Classificação *Quanto ao modelo: - Livres -> não exigem grandes formalidades para sua emissão, bastando para isso requisitos básicos previstos em lei (ex: nota promissória, letra de câmbio, ...); - Vinculados -> devem atender à uma forma especificada em lei para sua emissão (cheque, duplicata, ...). *Quanto à estrutura - Ordem de pagamento -> o saque cambial faz surgir três figuras com situações jurídicas distintas: o sacador (aquele que dá a ordem), sacado (destinatário da ordem) e tomador (beneficiário). Exs: cheque, duplicata, ... - Promessa de pagamento -> nessa espécie de título, há somente duas situações jurídicas: há o devedor, que é aquele que prometeu pagar (promitente) e o beneficiário da promessa. *Quanto à forma de transferência - Nominais -> são títulos cujos credores são certos, estando devidamente identificados na própria cártula. Além disso, sua outra característica é a de que requerem outro ato jurídico, fora a tradição, para efetivar sua transferência, podendo ser feitos à ordem ou não à ordem; + À ordem - sua transferência se dá pela tradição acompanhada de endosso; + Não à ordem – sua transferência se dá pela tradição acompanhada de cessão civil de crédito; - Ao portador -> são títulos cujo credor não está identificado na cártula, sendo transmissíveis pela simples tradição. *Quanto às hipóteses de emissão - Causais -> são títulos cuja criação e/ou emissão está delimitada pela lei (ex: duplicata); - Não causais/abstratos -> são títulos que podem ser originados por qualquer causa, não delimitando a lei sua emissão (exs: cheque, nota promissória, ...). Institutos dos títulos de crédito (aval, endosso, protesto, saque, aceite) Aval Conceito: é um ato cambiário no qual 3º garante o pagamento do título de crédito em favor de uma outra pessoa. O 3º é chamado de avalista, enquanto o beneficiado é o avalizado; É feito através de uma manifestação unilateral. Em outras palavras, não é necessária a concordância do avalizado; Pode ser avalista tanto pessoa física como jurídica; É ato cambiário, autônomo e incondicional; Trata-se de uma declaração sucessiva e eventual, ou seja, é feita “em razão de algo” e pode vir a ocorrer ou não; Dado o ponto de que, com o aval, constitui-se uma obrigação solidária, posteriormente, há o direito de regresso em favor do avalista caso seja ele quem acabe por ter que resolver a obrigação originária; Local do aval: anverso/frente do título. Obs: caso seja feito no verso do título, o aval deverá conter, além da assinatura do avalista, as chamadas “expressões indicativas” (ex: sou avalista, avalizo a, ...). Tipos de aval - Em branco -> quando não consta o nome do avalizado (ex: sou avalista); - Em preto -> quando está expresso na cártula quem é o avalizado (ex: sou avalista do Pedro); - Simultâneo/co-aval -> quando vários avalistas garantem a mesma obrigação de um único avalizado (ex: A é o obrigado, B e C são seus avalistas); - Sucessivo/ aval de aval -> neste caso, também há vários avalistas garantindo uma mesma obrigação, porém, a pessoa avalizada é outro avalista, não o obrigado (ex: A é o obrigado, B é seu avalista e C é avalista de B). “Súmula 189 do STF -> avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos, não sucessivos” Aval Fiança Instituto de d. cambiário; Instituto de d. comum; Só garante pagamento de título de crédito; Pode garantir o pagamento de título de crédito; Deve ser prestado no próprio título; É um contrato, podendo ser realizado em documento à parte; Autônomo em relação à obrigação principal; Trata-se de uma obrigação acessória; Ato unilateral; Ato bilateral; Não prevalece benefício de ordem; Prevalece benefício de ordem (fiança é subsidiária); O aval pode ser feito em favor de pessoa indeterminada. A fiança só pode ser fita em favor de pessoa determinada. Outorga conjugal Art. 1.647, III do Código Civil: exceto no regime de separação absoluta, é vedado ao cônjuge, sem a autorização, prestar fiança ou aval; Enunciado 114 da Jornada de Direito Civil -> o aval não pode ser anulado por causa da falta de vênia/consentimento conjugal, apenas caracterizando a inoponibilidade do título ao cônjuge que não consentiu; Endosso Conceito: é o ato pelo qual o credor de um título de crédito com cláusula à ordem transfere os direitos decorrentes deste à outra pessoa (endossatário); O endossante fica, em via de regra, responsável pelo aceite e pelo pagamento do título. Local do endosso - O endosso deve ser feito no verso do título; - Se feito no anverso/na frente, deverá conter, além da assinatura do endossante, as chamadas “expressões indicativas” (ex: “sou endossante de...”). Tipos de endosso - Próprio/transcrito: transfere os direitos contidos no título de crédito, podendo ser feito “em branco” e “em preto”; - Impróprio: transfere apenas a posse do título, podendo ser feito na forma de mandato ou caução; * Endosso mandato -> permite ao endossatário cobrar o valor do título de crédito (o que, por via de regra, seria feito pelo endossante); * Endosso caução -> é uma espécie de penhor constituído sobre o título como garantia de um negócio qualquer. - Póstumo ou tardio: feito após o protesto ou o fim do prazo de protesto, tendo efeitos de cessão civil de crédito; - Condicionado: endosso feito sob condições, sendo estas nulas, porém, o endosso continua válido; - Parcial: transfere parcialmente os direitos contidos no título. É um tipo de endosso considerado impossível. Protesto Conceito: trata-se de ato formal realizado perante um oficial público que tem como objetivo confirmar o inadimplemento/descumprimento da obrigação cambial que fora assumida, de um título de crédito ou de documento. Efeitos do protesto - Caracteriza a mora do devedor; - Vincula endossantes e seus avalistas; - Interrompe a prescrição? * Para a súmula 153 do STF: não * Para o artigo 202, III do Código Civil: sim Tipos de protesto - Obrigatório; - Facultativo. *Sustação do protesto: meio para impedir a lavratura do protesto pelo oficial; *Cláusula sem despesas/protesto: neste caso, mesmo sem o protesto necessário, poderão ser cobrados os endossantes e coobrigados. Atos cambiários Aceite Ato pelo qual o sacado/devedor reconhece e aceita a ordem de pagamento que lhe é dada, comprometendo-se com o pagamento, passando a dever a quantia mencionada na cártula como líquida e certa; Aceite na letra de câmbio: é facultativo, sendo permitido fazê-lo somente na forma expressa; Aceite na duplicata: é obrigatório, podendo ser feito de forma expressa ou presumida; Aceite no cheque: cheque não comporta aceite; Saque É o ato de criação e emissão/envio da ordem de pagamento.
Compartilhar