Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MAT 01355 A´lgebra Linear I-A LISTA 1 - 2017/2 Exerc´ıcio 1. Para as seguintes matrizes, encontre os autovalores e os autoespac¸os associados. (a) 4 6 4−2 −3 −4 0 0 2 (c) 1 2 00 1 2 0 0 1 (e) 1 2 00 2 −1 −1 0 2 (b) 0 −2 21 3 −1 0 0 2 (d) 2 0 01/2 3/2 1/2 −1/2 1/2 3/2 Exerc´ıcio 2. Decida quais das matrizes do Exerc´ıcio 1 sa˜o diagonaliza´veis. Para cada uma delas, escreva uma decomposic¸a˜o na forma PDP−1, onde P e´ uma matriz diagonal. Exerc´ıcio 3. Dizemos que uma matriz A n×n e´ similar a uma matriz B se existe uma matriz invers´ıvel Q tal que Q−1AQ = B ou, analogamente, A = QBQ−1. Escrevemos A ∼ B para denotar que A e´ similar a B. (a) Mostre os seguintes fatos sobre matrizes similares: (i) Para toda matriz A, temos A ∼ A. (ii) Sejam A e B matrizes. Se A ∼ B, enta˜o B ∼ A. (iii) Sejam A, B e C matrizes. Se A ∼ B e B ∼ C, enta˜o A ∼ C. (Dica: Mostre inicialmente que, se P e Q sa˜o matrizes invers´ıveis n× n, enta˜o (PQ)−1 = Q−1P−1.) (b) Mostre que duas matrizes diagonais sa˜o similares se, e somente se, possuem os mesmos autovalores com as mesmas multiplicidades. Poder´ıamos remover a palavra diagonais do enunciado acima? Justifique. (c) Identifique todos os pares de matrizes similares entre as matrizes do exerc´ıcio 1. Exerc´ıcio 4. Utilizando o fato de que ex = ∞∑ n=0 xn n! , definimos a exponencial de uma matriz A n× n pela fo´rmula eA = ∞∑ n=0 1 n! An = I + A+ 1 2 AA+ · · · . Calcule a exponencial das seguintes matrizes: (a) Para a, b ∈ R, [ a 0 0 b ] . (b) [ 5 1 2 2 ] . (c) Para b ∈ R, [ 0 −b b 0 ] . (Dica: E´ poss´ıvel calcular a exponencial diretamente (deduzindo uma fo´rmula para as poteˆncias da matriz) ou considerar a matriz como uma matriz sobre os nu´meros complexos e diagonaliza´-la.) Exerc´ıcio 5. Seja A uma matriz diagonaliza´vel n × n cujos autovalores sa˜o nu´meros reais. Considere a transformac¸a˜o linear T : Rn → Rn dada por T (x) = Ax. (a) Interprete geometricamente o fato de que v e´ um autovetor de A. (b) Seja B = {v1, . . . , vn} uma base de autovetores de A associados a autovalores reais λ1, . . . , λn. Para um vetor x ∈ Rn, explique como podemos calcular T (x) utilizando B. (c) Suponha que n = 2 e considere a matriz A = [ 5 1 2 2 ] . Calcule uma diagonalizac¸a˜o A = PDP−1 da matriz A (veja o exerc´ıcio 4(b)). Para o vetor x = (1, 1), explique o significado dos vetores x1 = P −1x, x2 = Dx1 e x3 = Px2 no contexto da transformac¸a˜o linear do item (b). Exerc´ıcio 6. Seja A uma matriz 2× 2 cujos autovalores sa˜o nu´meros complexos a± bi tais que b 6= 0. Considere a transformac¸a˜o linear T : R2 → R2 dada por T (x) = Ax. Para a matriz A = [ 3 −2 5 −3 ] , encontre uma matriz B = [ a −b b a ] tal que A = PBP−1 para uma matriz invers´ıvel P . Exerc´ıcio 7. Seja V o espac¸o vetorial dos polinoˆmios com coeficientes reais e grau menor ou igual a treˆs na varia´vel x. (a) Determine uma base para o espac¸o vetorial V . (b) Considere a aplicac¸a˜o T : V → V tal que T (f) = f ′, onde f ′ denota a derivada da func¸a˜o f . Mostre que T e´ uma transformac¸a˜o linear em V e escreva T na forma 2 T (xf ) = Axf , onde A e´ uma matriz e xf e´ o vetor que representa f na base do item (a). Determine os autovalores de A e seus autoespac¸os associados. (c) Considere a aplicac¸a˜o U : V → V tal que U(f) = xf ′. Mostre que U e´ uma trans- formac¸a˜o linear em V e escreva U na forma U(xf ) = Bxf , onde B e´ uma matriz e xf e´ o vetor que representa f na base do item (a). Determine os autovalores de B e seus autoespac¸os associados. Exerc´ıcio 8 Suponha que, em uma populac¸a˜o de pinguins, haja migrac¸a˜o entre duas coloˆnias A e B. A cada ano, 10% da populac¸a˜o de pinguins da coloˆnia A migra para a coloˆnia B e 5% da populac¸a˜o da coloˆnia B migra para a coloˆnia A. (a) Suponha que xA e xB sejam a proporc¸a˜o da populac¸a˜o em cada uma das coloˆnias no instante inicial, de forma que xA, xB ≥ 0 e xA + xB = 1. Determine a proporc¸a˜o da populac¸a˜o em cada coloˆnia apo´s k anos. (b) Se xA = 3/4 e xB = 1/4, quantos anos se passara˜o ate´ que a populac¸a˜o de xB seja maior do que a de xA? (c) Para que valores de xA e xB na˜o ter´ıamos variac¸a˜o na proporc¸a˜o de habitantes em cada coloˆnia? Exerc´ıcio 9. Verifique se cada uma das afirmac¸o˜es abaixo e´ verdadeira ou falsa, justifi- cando a sua resposta. (a) Uma matriz quadrada A e´ diagonaliza´vel se e somente se os autovalores de A sa˜o distintos. (b) Se A e´ uma matriz singular tal que A = PDP−1 para uma matriz diagonal D, enta˜o D possui uma coluna nula. (c) Seja A uma matriz 8 × 8 que possui treˆs autovalores distintos λ1, λ2, λ3. Suponha que os autoespac¸os associados a λ1 e λ2 tenham dimensa˜o 4 e 2, respectivamente. Nes- sas condic¸o˜es, A e´ diagonaliza´vel se e somente se existirem dois autovetores linearmente independentes associados a λ3. (d) Duas matrizes similares sempre teˆm os mesmos autovetores. (e) Duas matrizes com os mesmos autovalores, incluindo multiplicidade, necessariamente sa˜o similares. (f) Uma matriz quadrada A e´ invers´ıvel se e somente se na˜o possui autovalor nulo. (g) Seja A uma matriz tal que A2 = A. E´ poss´ıvel que λ = −1 seja autovalor de A. (h) Se λ e´ autovalor de uma matriz invers´ıvel A, enta˜o λ−1 e´ autovalor de A−1. (i) Se duas matrizes teˆm o mesmo determinante, enta˜o sa˜o similares. (j) Define-se uma matriz de permutac¸o˜es como uma matriz com entradas 0 e 1 tal que 3 ha´ exatamente uma ocorreˆncia de 1 em cada linha e coluna. Se P e´ uma matriz de permutac¸o˜es, enta˜o det(P ) ∈ {1,−1}. (k) A transformac¸a˜o linear T : R2 → R2 e´ tal que T (x) e´ uma rotac¸a˜o de 120o, no sentido anti-hora´rio, do vetor x. Ale´m disso, ||T (x)|| = 1 2 ||x||. Enta˜o T (x) = Ax, onde A =[ −1 4 − √ 3 4√ 3 4 −1 4 ] . RESPOSTAS Exerc´ıcio 1. (a) Autovalores: 0,1,2, cada um com multiplicidade 1. Autoepac¸os gerados pelos seguintes vetores: 0 : (−3, 2, 0), 1 : (−2, 1, 0), 2 : (−2, 0, 1). (b) Autovalores: 1,2, com multiplicidades 1 e 2, respectivamente. Autoepac¸os gerados pelos seguintes vetores: 1 : (−2, 1, 0), 2 : (−1, 1, 0), (1, 0, 1). (c) Autovalores: 1 com multiplicidade 3. Autoepac¸o gerado pelo vetor (1, 0, 0). (d) Autovalores: 1,2, com multiplicidades 1 e 2, respectivamente. Autoepac¸os gerados pelos seguintes vetores: 1 : (0,−1, 1), 2 : (1, 1, 0), (−1, 0, 1). (e) Autovalores: 1,2, com multiplicidades 1 e 2, respectivamente. Autoepac¸os gerados pelos seguintes vetores: 1 : (1, 1, 1), 2 : (0, 1, 0). Exerc´ıcio 2. (a) 4 6 4−2 −3 −4 0 0 2 = −2 −3 −21 2 0 0 0 1 1 0 00 0 0 0 0 2 −2 −3 −41 2 2 0 0 1 (b) 0 −2 21 3 −1 0 0 2 = −2 1 −11 0 1 0 1 0 1 0 00 2 0 0 0 2 −1 1 10 0 1 1 2 −1 (c) Na˜o e´ diagonaliza´vel. (d) 2 0 01/2 3/2 1/2 −1/2 1/2 3/2 = 1 −1 01 0 −1 0 1 1 2 0 00 2 0 0 0 1 1/2 1/2 1/2−1/2 1/2 1/2 1/2 −1/2 1/2 (e) Na˜o e´ diagonaliza´vel. 4 Exerc´ıcio 3. (c) Apenas as matrizes (b) e (d) sa˜o similares, pois sa˜o similares a` mesma matriz diagonal. Exerc´ıcio 4. (a) [ ea 0 0 eb ] . (b) [ 2e4 − e3 e4 − e3 2e3 − 2e4 2e3 − e4 ] . (c) [ cos b − sen b sen b cos b ] . Exerc´ıcio 5. (c) Uma diagonalizac¸a˜o de A e´ [ 5 1 2 2 ] = [ 1 1 −1 −2 ] [ 4 0 0 3 ] [ 2 1 −1 −1 ] . Seja B = {[ 1 −1 ] , [ 1 −2 ]} a base de R2 formada pelos autovetores de A. O vetor x1 e´ o vetor dos coeficientes da representac¸a˜o de [ 1 1 ] na base B. O vetor x2 e´ definido pela primeira componente de x1 multiplicada por 4 e a pela segunda componente de x1 multiplicada por 3, o que significa que, com respeitoa` base B a transformac¸a˜o linear expande a imagem em 4 na direc¸a˜o de (1,−1) e em 3 na direc¸a˜o de (1,−2). O vetor x3 representa, na base canoˆnica, o vetor v cujos coeficientes na base B esta˜o em x2. Exerc´ıcio 6. Podemos escrever [ 3 −2 5 −3 ] = [ 2 0 3 1 ] [ 0 −1 1 0 ] [ 1/2 0 −3/2 1 ] Exerc´ıcio 7. (a) B = {1, x, x2, x3} (b) Para f(x) = a0+a1x+a2x 2+a3x 3 e xf = (a0, a1, a2, a3), temos T (x) = 0 0 0 0 1 0 0 0 0 2 0 0 0 0 3 0 . O u´nico autovalor e´ λ = 0 (com multiplicidade quatro). Seu autoespac¸o associado e´ gerado por (1, 0, 0, 0). 5 (c) Para f(x) = a0+a1x+a2x 2+a3x 3 e xf = (a0, a1, a2, a3), temos T (x) = 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 2 0 0 0 0 3 . Os autovalores sa˜o λ1 = 0, λ2 = 1, λ3 = 2 e λ4 = 3. Seus autoespac¸os associados sa˜o gerados pelos vetores da base canoˆnica, sendo ei associado a λi. Exerc´ıcio 8. (a) Apo´s k anos, a proporc¸a˜o da populac¸a˜o em A e´ 1 3 + ( 17 20 )k (2xA 3 − xB 3 ) ; a proporc¸a˜o da populac¸a˜o em B e´ 2 3 + ( 17 20 )k (xB 3 − 2xA 3 ) . (b) Apo´s 7 anos, a populac¸a˜o de B sera´ maior que a populac¸a˜o de A. (c) xA = 1/3, xB = 2/3 Exerc´ıcio 9. (a) Falso. A afirmac¸a˜o Uma matriz quadrada A e´ diagonaliza´vel se os autovalores de A sa˜o distintos. seria verdadeira, mas existem matrizes com diagonaliza´veis com autovalores repetidos (isto e´ com multiplicidade maior ou igual a dois). (b) Verdadeiro, pois A singular implica que possui autovalor nulo, logo 0 aparecera´ como elemento da diagonal de D. (c) Verdadeiro, pois uma matriz 8 × 8 e´ diagonaliza´vel se e somente se possui oito au- tovetores linearmente independentes. Sabemos que autovetores associados a autovalores distintos sa˜o linearmente independentes. A afirmac¸a˜o implica que podemos obter seis au- tovetores linearmente independentes associados aos autovalores λ1 e λ2. Assim, a matriz sera´ diagonaliza´vel se e somente se tivermos dois autovetores linearmente independentes associados a λ3. (d) Verdadeiro, isso e´ um teorema visto em aula. (e) Falso, as matrizes [ 1 0 0 1 ] e [ 1 1 0 1 ] na˜o sa˜o similares, apesar de possuirem o auto- valor 1 com multiplicidade 2. (f) Verdadeiro. Sabemos que uma matriz e´ singular se e somente se dim(Nul(A)) > 0. Note que um elemento na˜o-nulo de Nul(A) e´ justamente um autovetor de A associado ao autovalor λ = 0. (g) Falso. Suponha que v e´ um autovetor de A associado a λ = −1. Assim A2v = A(Av) = A(−v) = −A = −(−v) = v. Por hipo´tese temos A2v = Av = −v. Deduzimos que v = 0, contradizendo o fato de v ser autovetor. (h) Verdadeiro. Como A e´ invers´ıvel, sabemos que os autovalores de A na˜o sa˜o nulos. Seja v um autovetor associado ao autovalor λ. Note que Av = λv =⇒ A−1(Av) = A−1(λv) =⇒ (AA−1)v = λA−1v =⇒ λ−1v = A−1v. 6 Assim λ−1 e´ autovalor de A−1 associado ao autovetor v. (i) Falso, as matrizes [ 4 0 0 1 ] e [ 2 0 0 2 ] teˆm o mesmo determinante, mas na˜o sa˜o simi- lares, pois nem mesmo teˆm os mesmos autovalores. Por outro lado, e´ verdadeiro que duas matrizes similares necessariamente teˆm o mesmo determinante. (j) Verdadeiro. Toda matriz de permutac¸a˜o pode ser obtida da matriz identidade de mesma ordem atrave´s de uma sucessa˜o de trocas de linhas e colunas. Cada uma dessas tro- cas altera o determinante por um fator multiplicativo −1. Assim det(P ) = (−1)r det(I), onde r e´ o nu´mero de trocas de linhas e colunas feitas. Assim, det(P ) ∈ {−1, 1}. (k) Verdadeiro. 7
Compartilhar