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A natureza da geografia e suas multiplas ações Artigo

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1 
 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA 
CENTRO DE HUMANIDADES 
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA 
“OLHARES GEOGRÁFICOS – Grupo de Pesquisa em Geografia Cultural e da Percepção” 
 
 
 
A NATUREZA DA 
GEOGRAFIA E SUAS 
MULTIPLAS AÇÕES 
 
“O homem é a natureza adquirindo consciência de 
si própria”* (RECLUS, 1887)* 
 
 
AUTORES: 
Profº. Dr. Belarmino Mariano Neto (UEPB/CH)1 
Prof. Dr.. Luiz Gustavo Lima de Sales (UFCG/Pombal)² 
Profa. Dra. Ricélia Marinho de Lima Sales (UFCG/Pombal)³ 
 
COORDENADORIA DE ENSINO MÉDIO - G E O G R A F I A: REFERENCIAIS 
CURRICULARES DO ENSINO MÉDIO DO ESTADO DA PARAÍBA. João Pessoa, 
Paraíba: Secretaria de Estado da Educação e Cultura, Agosto de 2006. 
ISBN 978-8598357-33-1 
 
 
 
 
João Pessoa, Agosto de 2006. 
 
*
Cf. RECLUS, Élisée, 1887-1892. Reproduzido de ANDRADE, 1985, p.38 
1
 O artigo foi produzido a partir de uma consultoria que fizemos para a constituição dos referenciais 
curriculares para o ensino médio da Paraíba. No artigo foi atualizado em agosto de 2016. 
 
 2 
INTRODUÇÃO: 
 
Pensar a natureza da geografia no inicio de século 21 é um desafio para todos os 
acadêmicos da disciplina de Geografia, na qual são sugeridos elementos de análise que 
podem representar categorias essenciais dessa ciência. Nesse sentido, parte-se da 
correlação existente entre o espaço-tempo e a sociedade-natureza, para que se possa 
mediar os conceitos-chave da Geografia que adquirem significados na articulação com os 
conceitos estruturadores da área de Ciências Humanas e suas tecnologias, quais sejam: 
relações sociais, dominação, poder, ética, identidade, cultura e trabalho. Assim, a Ciência 
Geográfica pode ser articulada a quatro dimensões fundamentam o conhecimento 
geográfico: Espaço, Tempo, Sociedade e Natureza. Estas são bases para a construção 
material e formal desta ciência. 
 
Figura 01 – Esquema teórico metodológico de analise da Geografia. 
Fonte: Construído por Mariano Neto, Arquivos do autor. 
 
O espaço aqui é representado como a categoria central da análise geográfica, no qual, 
processa-se a interação entre os elementos da paisagem natural (meio físico ou ambiental) e 
os elementos da paisagem humana (sócio-político-econômico-cultural). Atualmente, nota-se 
que existe um elo entre esses elementos na construção e/ou reconstrução de um 
determinado espaço que é a informação. Nota-se que a informação transforma o mundo, 
reduz o espaço e sintoniza os diferentes pontos em redes, nas quais o tempo, a razão e a 
 3 
emoção faz-se natureza do espaço-técnica (SANTOS, 1996). Este é um dos caminhos 
escolhidos para a constituição da ideia de espaço aqui apresentada; 
Quanto ao tempo é entendido a partir de dois aspectos: a) como um contínuo processo 
de transformações ritmadas pela dinâmica social, categorizados pela história e cultura 
humana na natureza (evento social) e; b) enquanto ritmos da própria natureza (eventos 
naturais ou geológicos), em seu quase que completo atropelamento pela lógica de tempo 
tecnológico do humano. Tempo enquanto compartimentação, fragmentação, rapidez e 
fluidez em constante metamorfose (SANTOS, 2001, p. 80-83); 
Já a sociedade é pensada como todo o complexo de relações humanas, conflitos, 
convergências, valores e atitudes de indivíduos ou comunidades que associam-se ou 
desassociam-se segundo interesses ou pressões, disputas e controles estabelecidos pelo 
poder político-ideológico e pelos grupos, aceitos ou contestados ao longo dos eventos de 
cada sociedade; 
Por fim, a natureza enquanto ideia de vida sistematizada em elementos bióticos e 
abióticos que interagem num constante fluxo de energia em infinitas possibilidades para 
desenvolver a vida ou a não vida. A natureza cientificamente pensada em grandes e 
pequenos sistemas constituídos a partir dos elementos fogo, ar, água, terra e vida. Estes em 
diferentes manifestações, estados e combinações até atingirem uma condição biológica em 
múltiplos cenários, desenhos, arranjos e relações. A natureza pensada como suporte físico 
dos vários fenômenos geográficos, ecológicos, biológicos, geológicos, hidrológicos, 
fitológicos e químicos, que serve como princípio elementar da ciência dos humanos. A 
natureza pensada como recursos para atender as constantes demandas sócio-econômicas da 
sociedade (ATLAN, 1992). No caso específico da Geografia, dar-se-á destaque para duas 
relações destas dimensões: a Relação Sociedade-Natureza, materializada pelo Trabalho 
(Técnica) e a Relação Espaço-Tempo, materializada pelos Eventos (sociais e/ou naturais) 
(Figura 02): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 02 – Relação Espaço-Tempo e Sociedade-Natureza. 
Fonte: lhttp://linguagemgeografica.blogspot.com 
 4 
As imagens demonstram um processo em que a sociedade transformou 
profundamente a natureza, através do tempo e ritmado pela técnica. Estas relações são 
perceptíveis quando a história humana é considerada como a própria história de uma 
ruptura progressiva que envolve os seres humanos e seu entorno, em decorrência de suas 
técnicas e da imposição da tecnologia sobre o meio ambiente. Visto por este ângulo, a 
principal forma de relação entre a sociedade humana e a natureza é materializada pelo 
trabalho (trabalho abstrato) ou técnica (SANTOS, 2004). 
O trabalho é uma categoria que proporciona desprendimento da vida enquanto um 
aspecto meramente biológico, e a relação com a natureza passam a ser uma busca para 
suprir as necessidades meramente humanas, que, consequentemente, desenvolverá 
atividades voltadas para atender essas necessidades. Contudo, as atividades sempre estarão 
articuladas ao trabalho abstrato ou técnica. 
Mas o que seria essa técnica? Segundo Santos (2004, p. 29), “as técnicas são um 
conjunto de meios instrumentais e sociais, com os quais o homem realiza sua vida, produz, 
e, ao mesmo tempo, cria espaço”, espaço este que ao longo do tempo passa por profundas 
transformações. Santos (2004) sugeriu que, essas transformações do espaço podem ser 
estudadas a partir de três períodos: o meio natural; o meio técnico e; o meio técnico-
científico-informacional. 
No primeiro período, o ser humano retirava da natureza apenas aquilo que era 
necessário para a sua sobrevivência, alimento, abrigo, etc. Na verdade, “o homem escolhia 
da natureza aquelas suas partes ou aspectos considerados fundamentais ao exercício de sua 
vida” (SANTOS, 2004, p. 235). Era uma relação sem muitas conseqüências para a natureza 
que mesmo alterada, em parte se regenerava. Esse período também era caracterizado por 
um uso e uma ocupação de uma determinada área restrita à localidade. 
 
O papel do intercâmbio nas determinações sociais não interferia na criação 
das técnicas, nos limites de utilização, nem nos tempos sociais, já que a 
própria sociedade local comandava todas essas determinações (SANTOS, 
2004, p. 236). 
 
Dessa maneira, não sofria grandes interferências de fora. A relação 
sociedade/natureza era marcada apenas pela utilização dos recursos naturais para 
atenderem às necessidades básicas de cada comunidade. A “técnica utilizada” não era tão 
agressiva à natureza, um dos exemplos era o pousio, a rotação de terras, a agricultura 
itinerante, denominados por Santos (2004) de “sistemas técnicos sem objetos técnicos”. 
Porém, com o passar do tempo, essa relação, que era amistosa, passa por algumas 
transformações. As culturas tradicionais foram sendo substituídas pela cultura tecnológica, 
passando a imperar uma nova ordem econômica, onde se inicia timidamente uma ação 
mediada por objetos técnicos rudimentares. O que era um desejolatente de sobreposição 
dos caprichos da natureza pela vontade humana, começa a se corporificar. Criam-se 
condições para a instauração de um período técnico, cujas características são as inserções 
de um espaço que se mecaniza e uma sobreposição do tempo ritmado pelas práticas 
 5 
humanas sobre o tempo da natureza. Santos (2004, p. 237) disse que, “utilizando novos 
materiais e transgredindo a distância, o homem começa a fabricar um tempo novo, no 
trabalho, no intercâmbio, no lar. Os tempos sociais tendem a se sobrepor e contrapor aos 
tempos naturais” (Figura 03): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na verdade, tempo e espaço são realidades históricas, são eventos e, o ponto de 
partida, em qualquer momento, para entender esses eventos, deve ser a sociedade humana 
em processos dinâmicos, realizando-se sobre uma base material: “o espaço e seu uso; o 
tempo e seu uso; a materialidade e suas diversas formas; as ações e suas diversas feições” 
(SANTOS, 2004, p. 54). 
Mais uma vez, a técnica tem um papel fundamental, agora para compreender o 
tempo e o espaço. Ela entra aqui como um traço de união, de um lado, dá a possibilidade de 
empirização do tempo e, de outro lado, a possibilidade de uma qualificação precisa da 
materialidade sobre a qual as sociedades humanas trabalham. Desta forma, 
 
(...) é por intermédio das técnicas que o homem, no trabalho, realiza essa 
união entre espaço e tempo (...) As técnicas participam na produção da 
percepção do espaço e também da percepção do tempo, tanto por sua 
existência física que marca as sensações diante da velocidade, como pelo 
seu imaginário. (...) A técnica é, pois, um dado constitutivo do espaço e do 
tempo operacionais e do espaço e do tempo percebido. Ela poderia, assim, 
 
Figura 02 – O Espaço Geográfico e suas transformações – São Paulo/SP. 
Fonte: www.letsvamos.com 
 6 
ser essa busca da referência comum, esse elemento unitário, capaz de 
assegurar a “equivalência” do tempo-espaço (SANTOS, 2004, p. 54-55). 
 
Equivalência esta que se pode perceber através das profundas transformações 
impostas pelo humano ao seu entorno, criando assim uma segunda natureza. Em 
decorrência disso, a natureza não é mais natural, pois a partir de sua instrumentalização, o 
meio natural passa a ser um processo social. Isso significa que as múltiplas ações humanas 
em sociedade, provocam significativos impactos na natureza. Os meios técnicos e a 
sociedade de consumo fruto do modelo capitalista de desenvolvimento é o maior 
responsável pelos impactos negativos na contemporaneidade (Figura 04): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A imagem em tela representa a atual fase em que a sociedade de consumo e 
desperdício, em que, se estabeleceu a lógica dos descartáveis que representam uma grande 
carga de lixo, na forma de resíduos sólidos, como: plástico, borracha, papel, papelão, vidro 
etc. Esse modelo serve de alerta para os riscos ambientais para a continuidade da vida no 
Planeta Terra. 
A antiga ideia de natureza pura vem sendo cada vez mais substituída pela ideia da 
natureza artificial, na qual a ordem racional rompe definitivamente com o antigo laço de 
“amizade” com o meio natural. É a emergência do espaço mecanizado que, na visão dos 
ecologistas, deveu-se principalmente aos humanos que lutavam permanentemente com a 
natureza. 
 
Figura 04 – Relação sociedade natureza, impactada lixo humano. 
Fonte: ehttp://ecologiaurbanacwb.blogspot.com 
 7 
No começo da história dos seres humanos, o espaço é simplesmente o conjunto dos 
complexos naturais. À medida que a história vai acontecendo, esse espaço, que era apenas 
complexos naturais, vai sendo substituído pelas obras das diferentes sociedades humanas, 
são: estradas, plantações, pontes, casas, depósitos, portos, fábricas, cidades, etc. Nota-se 
que com o passar do tempo, cria-se um espaço que é cada vez mais o resultado de uma 
produção histórica e tende a uma negação da “natureza natural”, substituindo-a por uma 
natureza inteiramente humanizada (SANTOS, 2004, p. 62). 
 
Um meio que viveu milênios como meio natural ou pré-técnico, um meio 
ao qual se chamou de meio técnico ou maquínico durante dois ou três 
séculos, e que hoje estamos propondo considerar como meio técnico-
científico-informacional (SANTOS, 2004, p. 41). 
 
No terceiro e último período, denominado de meio técnico-científico-informacional, 
origina-se para alguns países após a Segunda Grande Guerra (1939-1945), porém, para 
outros, como foi o caso dos países ditos de Terceiro Mundo (Subdesenvolvidos), apenas na 
década de 1970, viu-se essa transformação de um período técnico para um técnico-
científico-informacional. Essa fase distingue-se das demais devido à profunda interação 
entre a ciência e a técnica. Aqui, 
 
A natureza deixou de ser uma parte significativa do nosso meio ambiente. 
A ideia de um meio artificial faz-se uma evidência. A técnica, produzindo 
um espaço cada vez mais denso, transforma-se no meio de existência de 
boa parte da humanidade (ROSTENSTRICH, 1985, p.71 In: SANTOS, 2004, p. 
239). 
 
Nota-se que dentro da periodização da relação sociedade/natureza, as culturas 
tradicionais foram sendo substituídas pela cultura tecnológica, passando a imperar uma 
nova ordem econômica e é sob esta ótica, que a natureza tem sido apreendida e 
transformada. 
Desta forma, a Geografia torna-se uma disciplina de fundamental importância para o 
entendimento dessas grandes transformações que se processaram e ainda processam-se no 
espaço geográfico, principalmente, neste mundo cada vez mais globalizado, um espaço de 
modernidade (para alguns, pós-modernidade), no qual, ciência, tecnologia e cultura são os 
principais construtores das novas paisagens humanas. 
Assim, diante da interação entre um mundo globalizado, o surgimento de um espaço 
de modernidade, a ciência, a tecnologia e a cultura, a Geografia depara-se com campos de 
conhecimento que estão colocando em prova importantes bases ou categorias geográficas. 
Nesse sentido, é importante pensar nas questões dos espaços virtuais e um exemplo de 
neologismo que para a ciência geográfica é o Ciberespaço. 
Este novo arranjo espacial aponta para a formatação de novas relações sociais em 
redes de computadores. Parece até que a dimensão espaço-tempo perde o sentido de existir 
 8 
em sua condição material. Claro que para que toda essa rede de computadores funcione é 
preciso os pontos fixos no espaço. A lógica da técnica em sua alta resolução configurando o 
ciberespaço como um sistema de redes de comunicação digital, permite uma espécie de 
fluidez e fluxos de imagem, som, informação que redefinem a organização material das 
práticas sociais de tempo compartilhado que funciona por meio de fluxos informacionais 
(CASTELLS, 1999). 
O Ciberespaço é a mais nova dimensão do espaço a partir da sociedade em rede, 
onde os fluxos definem novas formas de relações sociais (CASTELLS, 1999). O espaço-tempo 
em lógicas diferentes e até contraditórias de acordo com a dinâmica sócio-espacial em um 
espaço virtual (Figura 05): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O ciberespaço é o próprio espaço virtualizado por novas experiências técnico-
informacionais (LEVY, 2000). Uma rede de fluxos que se materializam nas relações sociais e 
nos negócios estabelecidos enquanto relações e eventos humanos. Um exemplo é a 
mundialização da produção da produção, da circulação e circuitos financeiros imediatos que 
são manobrados virtualmente pelo capital especulativo, que circula a uma velocidadeluminar, com paradas de metrô em cada uma das bolsas de valores mundiais (MARIANO 
NETO, 2001, p. 64). O ciberespaço é uma rede posta e que permite o desenrolar das relações 
sociais, mas só existe em função das redes sociais reais, expressas em cidades reais e no jogo 
de interesses de grupos e forças econômicas reais. Cabe a Geografia compreender esse 
conjunto de novas situações para que os professores consigam se incluírem e incluir seus 
alunos ao novo mundo dos códigos digitais e da virtualidade. 
Para que ocorra a compreensão do mundo atual, a Geografia deve fundamentar-se 
em um corpo teórico-metodológico. Para muitos, a categoria central de análise da Ciência 
 
Figura 05 – O Ciberespaço e a era digital. 
Fonte: diariomidiatico.wordpress.com 
 9 
Geográfica é o Espaço Geográfico. Este é entendido como um produto histórico e social das 
relações entre a sociedade e a natureza. Como um arranjo dinâmico de objetos naturais e 
objetos sociais construídos historicamente pelo trabalho humano. Porém, dentro deste 
espaço encontram-se várias outras categorias com as quais a Geografia trabalha, sendo elas: 
território, lugar, paisagem e região, incorporando também dimensões de análise que 
contemplam tempo, cultura, sociedade, meio ambiente, poder, relações econômicas e 
sociais, redes, territorialidade, dentre outras (Figura 05). 
 
 
 
 
O diagrama acima representa um “carrossel geográfico” da completa inter-relação 
entre as diferentes categorias exploradas na Geografia e que, historicamente, foram 
trabalhadas pelas várias correntes do pensamento geográfico, bem como, por princípios que 
fundamentaram as diferentes áreas do saber científico. 
Esta não é uma questão resolvida entre os geógrafos, mas a Ciência Geográfica, a 
partir dos anos de 1970, deu significativos saltos em suas análises sendo reconhecidamente 
uma Ciência da área de Humanas mais com uma forte relação com as Ciências Exatas e da 
Natureza, em especial depois que as questões ligadas ao Meio Ambiente passaram a ser um 
campo de contato com todas as áreas do conhecimento científico. Para a Geografia, todas as 
categorias estão relacionadas ao ambientalismo como o mais novo paradigma para 
discutirmos os melhores caminhos em nossas categorias de análise. 
 
Sociedade 
 
 
Território 
 
 
Lugar 
 
 
Paisagem 
 
 
 
 
Região 
 
 
Meio 
Ambiente 
 
 
 
Tempo 
 
 
Natureza 
 
 
 
Trabalho 
 
 
ESPAÇO 
GEOGRÁ 
FICO 
Figura 05 - Categorias fundamentais da Geografia 
Fonte: produzido pelo autor. 
 10 
Território, Lugar, Paisagem e Região: categorias de análise da Geografia 
 
O embasamento teórico para a categoria território foi aqui formulado a partir de 
Santos e Silveira (2001), por considerarem território enquanto uma construção social que se 
estabelece a partir da relação terra e pessoas, perante as novas condições de existência, vida 
e trabalho. Para estes autores, o território não é visto apenas como palco de relações ou 
conflitos, o território aqui é visto como ator na dinâmica social, considerando delimitações, 
reconstruções de contextos e noções de uso do território enquanto alicerces da abordagem 
teórica. 
 
O que interessa discutir é então o território usado como sinônimo de 
espaço geográfico. E essa categoria, território usado, aponta para a 
necessidade de um esforço destinado a analisar sistematicamente a 
constituição do território. (...) O território, visto como unidade e 
diversidade é uma questão central da História humana e de cada 
país (...) a divisão territorial do trabalho envolve, de um lado, a 
repartição do trabalho vivo nos lugares e, de outro, uma distribuição 
do trabalho morto e dos recursos naturais (...) (SANTOS; SILVEIRA, 
2001, p. 20). 
 
Na atualidade, diante das constantes mudanças políticas, econômicas, sociais, 
culturais e ambientais que vêm ocorrendo mundialmente, as questões inerentes ao 
território emergem com bastante vigor, convocando esforços dos geógrafos e de diversos 
estudiosos das mais variadas áreas para uma melhor apreensão da mesma. Desta forma, a 
noção de território se torna interdisciplinar, pois ultrapassa os limites do campo da 
Geografia, sendo concebida e utilizada pela Sociologia, Ciência Política, Ciência Econômica, 
Antropologia e, de forma menos intensa, pela Psicologia. 
Além dessas diferentes abordagens do território denotar não somente sua 
complexidade, mas também sua riqueza para o campo das relações sociais que estabelece-
se em um dado local, ela também chama a atenção para um problema que, as Ciências 
Humanas e suas Tecnologias, devem resolver, a precariedade do diálogo interdisciplinar. 
 
Enquanto o geógrafo tende a enfatizar materialidade do território, em suas 
múltiplas dimensões (inclusive a dimensão da interação 
sociedade/natureza) (...); a Ciência Política enfatiza sua construção a partir 
de relações de poder (na maioria das vezes, ligada à concepção de Estado); 
a Economia, que prefere a noção de espaço à de território, percebe-o 
muitas vezes como um fator locacional ou como uma das bases da 
produção (enquanto “força produtiva”); a Antropologia destaca sua 
dimensão simbólica, principalmente no estudo das sociedades ditas 
tradicionais (mais também no tratamento do “neotribalismo” 
contemporâneo); a Sociologia o enfoca a partir de sua intervenção nas 
 11 
relações sociais, em sentido amplo; e a Psicologia, finalmente, incorpora-o 
no debate sobre a construção da subjetividade ou da identidade pessoal, 
ampliando-a até a escala do indivíduo (COSTA, 2004, P.37 – Grifo nosso). 
 
COSTA (2004) propõe que, o diálogo interdisciplinar entre as áreas do conhecimento 
já citadas seja levado adiante e, para isso acontecer, inicia o diálogo, tentando sintetizar as 
várias noções de território agrupando-as em quatro vertentes básicas, são elas: 
a) política ou jurídica-política, na qual comenta que é a mais defendida, onde o 
território é visto como “um espaço delimitado e controlado, através do qual se exerce um 
determinado poder na maioria das vezes (...) relacionado ao poder político de Estado” 
(COSTA, 2004, p.40); 
b) cultural ou simbólico-cultural, na qual prioriza a dimensão simbólica e mais 
subjetiva e o território é visto como o “produto da apropriação/valorização simbólica de um 
grupo em relação a seu espaço vivido”. (Ibid., p. 40); 
c) econômica, enfatiza a dimensão espacial das relações econômicas, onde o 
território é visto apenas como fonte de recursos e/ou incorporado no “embate entre classes 
sociais e na relação capital-trabalho” (Ibid., p. 40) e; 
d) por fim, a última vertente seria a ambiental, na qual a noção de território teria 
como base a relação sociedade-natureza. 
O que evidencia o caráter interdisciplinar do enfoque territorial é considerá-lo 
enquanto uma categoria híbrida – híbrida entre sociedade e natureza, híbrida entre política, 
economia e cultura. O que apenas vai diferenciá-la é a escala. Para uns, o território é 
construído muito mais no sentido de uma área-abrigo e fonte de recursos, a nível 
dominantemente local. Para outros, interessa enquanto articulador de conexões ou redes de 
caráter global. 
Portanto, trabalha-se com esse território híbrido, construído a partir das relações 
entre a sociedade e natureza e entre o território e as pessoas que dele se utilizam. Como se 
pode observar, essa relação entre território-sociedade-natureza é inseparável e permite 
uma visão da própria dinâmica do cotidiano vivido pelas pessoas, pelos moradores de uma 
determinada localidade. 
Dinâmica essa representada pela intervenção realizada pelos seres humanos no 
território,criando e recriando significados em torno dessa apropriação que se passa no dia a 
dia. Neste sentido, utiliza-se também o termo territorialidade, como uma maneira ímpar de 
se apropriar, fazer usos da terra, do território, que se faz pelos significados e ressignificações 
que os sujeitos vão construindo em torno de suas experiências de vida em cada lugar (KOGA, 
2003, p.38). 
Percebe-se que a categoria geográfica de lugar insere-se nesta discussão em torno do 
território-territorialidade, pois, a compreensão dos caminhos que se constroem em 
determinados locais pode revelar um mundo desconhecido pelos diagnósticos normais de 
apreensão da realidade. São sutilezas, nuanças que os dados não costumam revelar. A trama 
da relação sociedade/natureza também passa por este caminho, onde a organização interna 
de dado lugar tem seu significado para as populações que ali residem e relacionam-se. 
 12 
Porém, este mesmo lugar, que revela dinâmicas próprias da relação sociedade/natureza, em 
cada localidade, também se expande para além dos limites geográficos. 
 
A dimensão territorial ganha concretude justamente pelo seu aspecto 
intrinsecamente relacional, em decorrência não somente das relações 
sociais estabelecidas no lugar cotidiano, como também pela possibilidade 
de seu alcance com outras dimensões (...). Pois a partir do território vai-se 
além da visão micro ou do localismo reducionista, tendo em vista que as 
próprias condições de vida do lugar remetem diretamente a relação entre 
populações e lugares, entre pedaço e outro da cidade, entre o lugar e a 
totalidade da cidade, entre a situação do lugar e as políticas que se 
direcionam à manutenção ou à transformação das condições de vida 
(KOGA, 2003, p.55). 
 
É a partir das próprias condições de vida de um lugar que as relações entre uma dada 
sociedade e a natureza se expressam e as desigualdades sociais tornam-se evidentes entre 
os cidadãos. No momento da configuração de um lugar que as condições e a qualidade de 
vida dos moradores de uma cidade ou de um sítio ou fazenda no campo desvenda-se através 
de formas e práticas diferenciadas, nas quais os fatores contribuintes, tais como, a presença 
ou ausência dos serviços públicos, funcionam como parâmetros reveladores das 
desigualdades sócio-espaciais. 
Como dito anteriormente, o Espaço-Tempo e a Sociedade-Natureza materializam-se 
através do trabalho (técnica) combinando-se na constituição de eventos que podem ser 
percebidos através da paisagem. Para muitos, esta categoria é entendida como tudo aquilo 
que a vista alcança e que se caracteriza pela diferenciação de suas combinações, 
homogeneizada em sua essência, forma, cor, odor e sentimento de quem a observa 
(paisagem natural ou artificial). 
 
Paisagem e espaço não são sinônimos. A paisagem é um conjunto de 
forma que, num dado momento, exprimem as heranças que representam 
as sucessivas relações localizadas entre o homem e natureza (SANTOS, 
2004, p. 103). 
 
A paisagem também pode ser pensada enquanto sentido de ideia, sensação e 
percepção. A leitura da paisagem feita a partir da consciência doadora do sentido de 
valorização do vivido, tanto de forma física (natural e artificial), quanto emocional e até 
espiritual ou psicológica. A paisagem como um jogo de imagens e pensamentos, como 
representação do conhecimento e da imaginação, busca da experiência forjada pelo 
subconsciente, ativa possibilidades para o trabalho intelectual. A paisagem artificial a partir 
do humano enquanto ser que deseja e reage afetivamente aos acontecimentos do meio. 
Como pode ser percebida, a discussão sobre a paisagem passa por teorias, 
metodologias e linguagens específicas, ora convergentes ora divergentes, mas que aponta 
para a interação de conceitos e temas geográficos, tais quais: Paisagem e espaço; Paisagem 
 13 
e cultura; percepção ambiental da paisagem; Paisagens dos lugares centrais e fragmentações 
espaciais; meio ambiente e paisagem rural; simbolismo e manifestações religiosas na 
paisagem. 
Assim pode-se pensar que a paisagem relaciona-se com as experiências vividas e seus 
diferentes significados. O lugar e o local; o território e a territorialidade; o espaço e o tempo 
enquanto categorias geográficas pensadas a partir da experiência vivida e percebida pelos 
seres humanos enquanto constituição paisagística. Nesse aspecto, a percepção ou sentir 
sensorial e emocional, permitem uma comunhão entre a natureza e o sujeito, na qual, a 
afetividade possibilita um reagir aos acontecimentos, suas formas, estruturas, cores, ruídos, 
sons, odores, sabores, etc. Uma paisagem pode expor ou esconder significados políticos, 
culturais, econômicos, sociais, artísticos, arquitetônicos e religiosos. Cabe ao olhar 
geográfico e aos geógrafos, o desvendar destes significados e a revelação analítica dos 
sentidos e significados da paisagem. 
O desvendar dos significados e a revelação analítica dos sentidos, quando 
relacionados aos sentidos e significados da paisagem, acrescenta um papel a Geografia. Ou 
seja, a Geografia pode ser um dos caminhos de construção da “intercomunicação dos 
sentidos” e, nesse caso, a percepção pode ser aplicada em situações especiais ou táteis para 
o alicerce desse estudo. 
Ao mencionar as situações especiais ou táteis, pensa-se em pessoas, e nesse caso, os 
cegos são colocados aqui enquanto exemplo de seres humanos portadores de necessidades 
especiais. No caso da paisagem que não pode ser vista pelos cegos, será preciso criatividade 
dos professores para pensar que “o que os olhos não vêem, o corpo e o coração sentem”. 
Com esta máxima fundamental, apresenta-se a “Intercomunicação dos sentidos”2, como 
iniciativa na qual articula-se um diálogo entre os cincos sentidos humanos, notadamente os 
sentidos tátil aqui passou a ser realçado bem mais que o visual. 
Destaca-se também o conceito de região como a espacialização das particularidades 
sócio-econômico, político-cultural e ambiental que se distinguem das demais áreas por 
possuir características próprias e homogêneas, tanto físicas quanto humanas (clima, 
vegetação, relevo, produção urbana ou rural, dentre outras). Além do que pode-se trabalhar 
o conceito de região numa perspectiva escalar, considerando-se as singularidades ou 
particularidades dos eventos sociais no espaço, bem como, considerando aspectos 
relacionados a conceitos de outras áreas, tais como, os das Ciências Sociais Aplicadas que 
pensa a região ligada ao desenvolvimento, por exemplo, a partir disso pode-se pensar no 
conceito de Região Metropolitana, Região Agrária, Região Semi-Árida, dentre outras. 
 
Os conceitos de região e desenvolvimento cruzam-se constantemente. No 
início, a ideia de natureza se sobressaía na delimitação de espaços que se 
denominavam Região. Posteriormente, foi o nível de “desenvolvimento”, 
que tornou-se imperativo na definição de limites e recortes (SILVA, 1999, p. 
101). 
 
2
 Projeto desenvolvido pelo professor Belarmino Mariano (UEPB) e Joana Belarmino (UFPB) em parceria com a 
Sociedade Paraibana de Cegos. 
 14 
 
Nota-se que, inicialmente, a região ganha um conotativo de recortes do espaço, estes 
recortes foram naturalizados a partir das diferentes paisagens naturais em suas situações de 
homogeneidade em contraste de diferenciação com outras paisagens naturais. A medida 
que identifica-se várias transformações seja em âmbito mundial e até mesmo local, a região 
passa a acompanhar as ideologias geradas a partir de interesses políticos e combinações de 
poder, seja na amplitude de situações culturais e étnicas que aparecem na formação de um 
povo, seja na amplitude de uma dada religião.Na perspectiva do recorte observa-se que a ideia de região passa diretamente pelo 
que é contido e o que não é contido no espaço em questão. Um dos melhores exemplos é a 
ideia do Nordeste (brasileiro) existir enquanto unidade indissociável do Estado-Nação 
(Brasil). Enquanto conotação política a ideia de região pode ser pensada na desagregação da 
unidade nacional, como movimentos separatistas dos sulistas, paulistas e nordestinos. Em 
alguns casos, sentimentos confusos de regionalismo misturado com nacionalismo. 
 A região também pode ser pensada a partir de situações sociais como o conjunto 
fantástico de desigualdades, tanto sociais quanto econômicas, em que a produção em suas 
várias esferas é testemunha dos desequilíbrios impostos pela hierarquia da organização do 
espaço geográfico. Nestas situações podem ser configurados recortes regionais por 
diferenciações. 
A melhor maneira de entender a região é a partir do espaço ou do território, é 
considerar estas categorias como uma construção social do humano pela via do trabalho 
com profundas diferenciações históricas e geográficas transcorridas no espaço-tempo. 
Nesse sentido a região pode ser entendida a partir de relações sociais antagônicas, 
formando grupos regionais e regiões mundiais em seus processos históricos e disputas 
políticas no interior dos estados. 
 
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