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Responsabilidade Ambiental Empresarial

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UNIVERSIDADE REGIONAL DA BAHIA – UNIRB
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR ARCANJO MIKAEL DE ARAPIRACA
CURSO DE BACHARELANDO EM DIREITO
ANA LUÍZA BARBOSA BEZERRA DE ALMEIDA
8º PERÍODO
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL EMPRESARIAL
ARAPIRACA
2016
1 INTRODUÇÃO
Importante se faz discutir a questão do meio ambiente e seu pensar de forma sustentável. A degradação ambiental atinge níveis cada vez mais alarmantes em especial quando se fala de pessoas jurídicas, as maiores responsáveis por tal situação.
A legislação brasileira, no que se refere ao meio ambiente tem avançado e com a incorporação e aceitação de novos tratados e convenções internacionais sobre o assunto, mostram que garantir as futuras gerações um meio ambiente sadio tem sido uma preocupação a nível mundial.
Por trata-se de bem jurídico coletivo, cabe ao poder público cuidar para que as pessoas jurídicas cumpram as regras ambientais impostas e caso não, aplicar a elas as sanções cabíveis, seja na esfera penal, na esfera civil ou administrativa, tendo este trabalho o intuito de apresentar um esboço no âmbito das punições sofridas pelas pessoas jurídicas face ao descumprimento das normas ambientais. 
2 BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE
O ser humano, desde o início dos tempos, busca na natureza sua fonte de subsistência, a descoberta do fogo, a caça, a pesca, aprimorada até nossos tempos é o que garante nossa existência. Entretanto, o que se observa é que o uso desenfreado dos recursos naturais tem trazido sérios danos ao meio ambiente, alguns irreparáveis outros de difícil reparação, e, nesse contexto surgem os mais diversos ramos do direito buscando soluções para conter, prevenir e reparar possíveis danos ambientais causados pela sociedade.
O conceito de meio ambiente é trazido pela Lei 6.938/81, em seu artigo 3º, I, que o define como o “conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas” (BRASIL, 1981). A Constituição Federal de 1988, também trata do tema e separa um capítulo inteiro para tal dispondo no caput do art. 225 que “todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” (BRASIL, 1988). Deve-se entender, portanto o meio ambiente como um mecanismo integrado, em que ações ou omissões, ainda que praticadas de forma particular, afetarão a coletividade e por configurar bem jurídico difuso e constitucionalmente tutelado cabe a sociedade como um todo zelar e defender esse mecanismo tão importante. 
Diante disso, e preocupados em garantir as futuras gerações um meio ambiente sadio, países de todo o mundo se reúnem em intervalos de anos, propondo soluções e estabelecendo metas na busca de restaurar os danos já causados ao sistema ambiental e prevenir os novos, são as chamadas convenções de direito internacional. Um marco quando se fala em convenções sobre o meio ambiente é a chamada ECO-92, ou ainda, Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento, realizada no ano de 1992, na cidade do Rio de Janeiro, trazendo a pauta o pensar um desenvolvimento sustentável, com a necessária integração entre a economia, o meio ambiente e o ser humano, e a aceitação deste último como parte integrante da natureza e não um elemento acima desta. Muitas outras foram realizadas após esta, sempre com o pensar de um desenvolvimento sustentável, a exemplo da Rio+10 ou Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável realizada no ano de 2002 e a Rio+20 realizada no ano de 2012 ambas na cidade do Rio de Janeiro, dentre tantas outras na busca trazer a consciência dos povos que o crescimento desenfreado e despreocupado com os riscos ambientais já trouxe danos severos a esse sistema e continua trazendo, sendo este um dos maiores problemas enfrentados na atualidade.
3 A EMPRESA E O MEIO AMBIENTE
Como já falado, o direito ao meio ambiente sustentável é constitucionalmente assegurado e definido como direito fundamental. Quando se fala em empresas, observa-se que a demanda capitalista delas exigida, a busca por novas tecnologias e meios de se manterem sempre no mercado, as faz deixar de lado preocupações com o meio ambiente. Diante disso e de toda a situação ambiental enfrentada atualmente, já devido ao uso desenfreado dos recursos naturais pelo ser humano, a legislação brasileira tem tentado se aperfeiçoar de forma que seus infratores sejam severamente punidos e reparem o dano causado.
Por muito tempo, o dano ambiental causado pelo setor industrial era tido como normal e inevitável e tal conduta trouxe ao meio ambiente prejuízos muitas vezes irreparáveis. Mas, observa-se que ao longo do tempo esse pensamento tem se tornado diferente e as empresas tem buscado mais e mais se adequar as legislações ambientais vigentes, principalmente a partir da Conferências das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento ou ECO-92, trazendo a tona a necessidade de um que as empresas pensassem seu desenvolvimento de forma conjunta com o meio ambiente, não apenas por se tratar de uma responsabilidade de cunho ético, já que as pessoas integrantes da empresa são também integrantes da sociedade e tem igualmente direito ao meio ambiente sustentável, mas também, porque o descumprimento das normas ambientais ensejam a empresa punições de caráter civil, penal e administrativa, como se verá mais adiante.
Entretanto, ainda é comum casos em que o descaso das pessoas jurídicas acarreta danos inestimáveis ao patrimônio ambiental, a exemplo do que aconteceu em 05 de novembro de 2015 no município de Mariana (MG) onde após o rompimento da barragem (Fundão) de responsabilidade da Empresa Samarco, devastou todo um município, levando embora além das casas, bens e pertences da população, devastou todo o ecossistema local. O que antes era uma cidade, agora está coberta por uma lama que prejudicou a formação da vida vegetal na localidade já que impossibilita o crescimento de espécies vegetais, por ser pobre em nutrientes e, a medida que avança sobre os rios da região, mata as espécies que por ali habitam. Outro exemplo é a cidade de Cubatão, Estado de São Paulo, distrito industrial que chegou a ser considerado pela ONU como a cidade mais poluída do mundo, chamada de “Vale da Morte”, Cubatão era composta em sua maioria por industrias que no exercício de suas atividades devastaram a mata nativa e acabaram com o ecossistema local. A partir daí o governo do estado entrou com uma política de restauração de dano, recuperando a mata nativa, despoluindo rios contaminados e controlando a emissão de gases tóxicos na atmosfera. Tanto deu certo que a cidade de Cubatão foi citada pela ONU durante a ECO-92 como exemplo de recuperação ambiental, recuperando 98% dos níveis de poluição, tornando-se referência para todo o mundo.
4 A TRÍPLICE RESPONSABILIDADE EMPRESARIAL
Quando se fala em legislação ambiental no Brasil, além da Constituição Federal de 1988 que reservou o capítulo VI inteiro tratando do tema, temos também a Lei 6.938 de 31 de agosto do ano de 1981 que traz o direito ambiental no âmbito nacional. Já no artigo primeiro da lei ela traz suas atribuições, abaixo transcrito:
Art 1º. Esta lei, com fundamento nos incisos VI e VII do art. 23 e no art. 235 da Constituição, estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e institui o Cadastro de Defesa Ambiental. (Redação dada pela Lei nº 8.028, de 1990) 
Complementa ainda em seu artigo 3º, trazendo o conceito de poluidor como “a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental” (BRASIL, 1981), impondo não só a empresa poluidora, mas ao indivíduo poluidor a obrigaçãode reparar o dano causado ao meio ambiente. Nesse contexto que surge a obrigação de reparar o dano ambiental em suas três esferas: administrativa, civil e penal, sendo a aplicação de uma não prejudicial a aplicação das demais. 
4.1 Responsabilidade Penal Empresarial
Os crimes ambientais estão dispostos na lei nº 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais), que trouxe, em seu artigo 3º, a possibilidade de responsabilização das pessoas jurídicas tanto na esfera administrativa como nas esferas civil e criminal por infrações cometidas por decisão de representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. Os crimes admitem conduta culposa ou dolosa e por serem em sua grande maioria tipos penais em branco, sua interpretação é completada com outros dispositivos legais a exemplo, o próprio Código Penal. 
Dentre as punições trazidas pela lei estão, a pena de multa que será aplicada de acordo com o disposto no art. 49 do Código Penal e do art. 18 da própria lei, e no caso de revelar-se ineficaz, poderá ainda ser aumentada três vezes a depender da vantagem econômica auferida pela pessoa jurídica. Importante frisar que nesse caso o valor da multa será destinada a um fundo penitenciário conforme disposto no Código Penal, não tendo, portanto, ligação direta com a reparação do dano ambiental. Há também a previsão de aplicação de penas restritivas de direitos, dispostas no art. 22 da lei, podendo ser a suspensão total ou parcial das atividades, aplicada quando a empresa não estiver obedecendo as disposições legais relativas a proteção do meio ambiente e sua duração poderá ser definida pelo juiz a depender do caso concreto, a interdição temporária do estabelecimento obra ou atividade, para quando a empresa estiver funcionando sem a devida autorização e, por fim, a proibição de contratar com o poder público ou dele receber subsídio, subvenção ou doações, pelo prazo de cinco anos nos crimes dolosos e de três anos nos crimes culposos, sendo que essa proibição não ultrapassará o prazo de dez anos. Já no artigo 23 da lei 9605/98, traz a possibilidade de a pessoa jurídica, a título de pena, prestar serviços a comunidade elencando o rol de tais serviços, quais sejam: I – custeio de programas e de projetos ambientais; II – execução de obras de recuperação de áreas degradadas; III – manutenção de espaços públicos; e IV – contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas. Por fim, o artigo 24 traz a possibilidade de liquidação forçada da pessoa jurídica que foi constituída ou utilizada com intuito de permitir, facilitar ou ocultar a prática dos crimes dispostos pela Lei de Crimes Ambientais, sendo seu patrimônio considerado instrumento de crime e a exemplo do que ocorre com a pena de multa, o valor será revertido em favor do Fundo Penitenciário Nacional. Vale ressaltar que as penalidades acima descritas podem ser aplicadas de forma isolada, cumulativa ou alternativamente.
Uma importante informação se faz necessária quanto a aplicação da teoria da dupla imputação nos crimes ambientais praticados por pessoas jurídicas. Durante um tempo houve divergência entre os tribunais superiores quanto a necessidade da aplicação da teoria. O STF tomando por base o artigo 225, § 3º da CF/88 afirmou que o texto legal não traz a exigibilidade de responsabilização da pessoa física em conjunto com a da pessoa jurídica, não impondo a norma a necessidade de dupla imputação e que tal entendimento representaria uma restrição ao diploma legal. Já o STJ entendia que só seria possível denunciar a pessoa jurídica em conjunto com a pessoa física que de fato ordenou a ação que causou o prejuízo ambiental. 
Entretanto, em momento posterior, o STJ curvou-se ao entendimento do STF, uniformizando o pensamento de que não há necessidade de dupla imputação nos crimes ambientais praticado por pessoas jurídicas, afastando a hipótese de impunidade nos casos e que não é possível identificar o sujeito responsável pelo delito. Nesse sentido temos abaixo o julgamento da Quinta Turma do STJ:
DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. DESNECESSIDADE DE DUPLA IMPUTAÇÃO EM CRIMES AMBIENTAIS.
É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. Conforme orientação da Primeira Turma do STF, “O art. 225, § 3º, da Constituição Federal não condiciona a responsabilização penal da pessoa jurídica por crimes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa física em tese responsável no âmbito da empresa. A norma constitucional não impõe a necessária dupla imputação” (RE 548.181, Primeira Turma, DJe 29/10/2014).
Diante dessa interpretação, o STJ modificou sua anterior orientação, de modo a entender que é possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu nome. Precedentes citados: RHC 53.208-SP, Sexta Turma, DJe 1º/6/2015; HC 248.073-MT, Quinta Turma, DJe 10/4/2014; e RHC 40.317-SP, Quinta Turma, DJe 29/10/2013. RMS 39.173-BA, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 6/8/2015, DJe 13/8/2015.
4.2 Responsabilidade Civil Empresarial
No que tange a responsabilidade civil pelo dano causado ao meio ambiente, cabe ao poluidor, independente da comprovação de culpa, a reparação do dano causado ao meio ambiente. É o que chamamos de responsabilidade objetiva que decorre do artigo 225 da Constituição Federal de 1988, tendo respaldo também no artigo 14, § 1º da Lei 6938/81. Nesse caso, basta a existência do dano e o nexo de causalidade para que se configure a obrigação de reparar o dano. Tal reparação se dá inicialmente como uma tentativa de devolver o bem ao estado quo ante, ou seja, antes da degradação, restaurando-o ao máximo. Caso isso não seja possível, caberá a pessoa jurídica o pagamento de uma indenização em dinheiro. Em se tratando de pessoas jurídicas de direito público, estas respondem também de forma objetiva, em decorrência do artigo 37, § 6º da CF/88, entretanto, o STJ atribui ao Estado responsabilidade subjetiva quando o dano ambiental é causado por particular em decorrência da omissão do poder público, ou seja, quando este deixa de fiscalizar. Tem entendido também o STJ que não existe prescrição quando se fala de ação por reparação de danos ambientais já que o meio ambiente é um bem jurídico coletivo. 
Quando se fala em responsabilidade civil ambiental fala-se também de alguns princípios norteadores do direito ambiental em que tal responsabilidade se funda, a exemplo o princípio da responsabilidade entre gerações ou intergerações, que está descrito na parte final do caput do artigo 225 de nossa Carta Magna e prevê que o meio ambiente deve ser cuidado garantindo que as futuras gerações tenham acesso a esse meio ambiente sadio. Nessa mesma vertente, o direito ambiental consagra o princípio do poluidor pagador definindo que a pessoa jurídica, no exercício de suas atividades deve se valer de medidas preventivas visando a não degradação do meio ambiente e caso haja degradação, ainda que mínima, deve propor estratégias de reparação de danos. Por fim, há de se falar nos princípios da prevenção e precaução, princípios estes essenciais ao Direito Ambiental. Quando se fala em prevenção, fala-se em riscos conhecidos, ou seja, na constituição de uma pessoa jurídica, deve-se já ter em mente os possíveis danos que sua atividade poderá causar e assim as soluções para evita-los. Já quando se fala em precaução, fala-se em riscos abstratos já que em contraponto ao princípio da prevenção, não existem dados concretos a respeito das consequências que determinadas atitudes irão gerar, mas da mesma forma que a prevenção, esses riscos devem ser considerados e evitados sob pena de restauração dos danos causados.
4.3 Responsabilidade Administrativa Empresarial
 As infrações administrativas estão previstas também na lei de Crimes Ambientais, em seus artigos 70 a 76, e consideram infraçãoadministrativa ambiental “toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente”. As infrações administrativas serão arguidas em processo administrativo sendo-lhe assegurado ampla defesa e contraditório, sendo o processo apurado pelo SISNAMA, órgão criado pela lei 6938/81, composto por entidades de todas as esferas de governo e responsável pela proteção e melhoria da qualidade ambiental. As sanções aplicáveis as infrações administrativas estão dispostas no artigo 72 da lei 9605/98 e serão: I - advertência; II - multa simples; III - multa diária; IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na infração; V - destruição ou inutilização do produto; VI - suspensão de venda e fabricação do produto; VII - embargo de obra ou atividade; VIII - demolição de obra; IX - suspensão parcial ou total de atividades; e, XI - restritiva de direitos. Os valores arrecadados serão aplicados ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, visando a adoção de medidas que recuperem o dano ambiental causado.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, conclui-se que a sustentabilidade no âmbito empresarial, por muito tempo ignorada, hoje é tema bastante recorrente e preocupa não só o poder público, mas a sociedade como um todo que cobra das pessoas físicas soluções para os problemas ambientais que decorrem de sua atividade.
No que se refere as punições, vimos que ela pode ser tanto na forma se sanção penal, como de sanção administrativa ou civil podendo elas serem aplicadas em separado ou de forma cumulativa a depender do caso.
Por fim, resta demonstrado que o cuidado ao meio ambiente deve ser uma preocupação constante de toda a sociedade, o indivíduo, bem como as pessoas jurídicas devem estar comprometidas com tal assunto e preocupadas em mantê-lo de forma sadia pelo bem de nossos filhos e netos que merecem como nós viver num meio ambiente sadio e adequado.
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Constituição, 1988.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Da política nacional do meio ambiente.
BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Lei de crimes ambientais.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Julgado nº RMS nº 39173. Relator: Min. Reynaldo Soares da Fonseca. Disponível em: <https://ww2.stj.jus.br/processo/pesquisa/?src=1.1.2&aplicacao=processos.ea&tipoPesquisa=tipoPesquisaGenerica&num_registro=201202031379>. Acesso em: 16 maio 2016.
CANOTILHO, Joaquim Gomes (Org.); LEITE, José Rubens Morato (Org.). Direito constitucional ambiental brasileiro. 4. ed. rev. São Paulo: Saraiva, 2011.
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FARIAS, Talden Queiroz. Licenciamento ambiental e responsabilidade empresarial. Disponível em: <http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=1171>. Acesso em: 07 maio 2016.
LEMGRUBER, Vanessa. A responsabilidade penal no direito ambiental e suas implicações jurídicas. 2013. Grupo de estudos em direito ambiental da UFMG. Disponível em: <https://gedaufmg.wordpress.com/2013/04/21/a-responsabilidade-penal-no-direito-ambiental-e-suas-implicacoes-juridicas/>. Acesso em: 07 maio 2016.
OLIVEIRA, Marcelo Viana de. A tríplice responsabilidade por danos causados ao meio ambiente. 2012. Disponível em: <http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,a-triplice-responsabilidade-por-danos-causados-ao-meio-ambiente,39777.html>. Acesso em: 07 maio 2016.
PAES, Janiere Portela Leite. Estudo sobre responsabilidade ambiental. 2011. Disponível em: <http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=6273>. Acesso em: 05 maio 2012.
SAMPAIO, Cleber. Responsabilidade ambiental das empresas. 2010. Disponível em: <http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/5890/Responsabilidade-ambiental-das-empresas>. Acesso em: 04 maio 2016.
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VERDE, Pensamento. A história da poluição em Cubatão e como a cidade deixou de ser o "Vale da Morte": O crescimento industrial desgovernado fez de Cubatão a cidade mais poluída do mundo, mas com planejamento a cidade tornou-se exemplo ambiental. 2014. Disponível em: <http://www.pensamentoverde.com.br/atitude/historia-poluicao-cubatao-cidade-deixou-vale-morte/>. Acesso em: 15 maio 2016.

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