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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA 207- QUÍMICA EXPERIMENTAL RELATÓRIO FILA DE TENSÃO ELETROLÍTICA DOS METAIS E PILHAS CURSO: ENGENHARIA QUÍMICA – TURMA 02 MARINGÁ, 10 DE OUTUBRO DE 2017 resumo A prática de fila de tensão eletrolítica dos metais e pilhas, realizada em laboratório, teve como objetivo estudar as reações redox comparando alguns metais e ação oxidante de ácidos para isso foram utilizados alguns metais como o cobre e soluções salinas. Outro objetivo foi medir a diferença de potencial das células galvânicas e por isso foi necessário montar as soluções e o multímetro. E por fim, para estudar a associação de pilas fez-se a associação de elementos galvânicos em série e em oposição. RESULTADOS Para a realização e compreensão do experimento, segue abaixo tabela de potencial de oxirredução dos elementos utilizados na prática que foi dividida em três partes. Parte I - Magnésio Metálico Ao adicionar grãos de magnésio nas seguintes soluções observamos: Solução de sulfato de cobre (CuSO4 0,1mol/L), houve forte reação, onde podemos observar oxidação do magnésio até quase dissolver completamente, indicando que o magnésio é mais reativo que o cobre. Segundo as seguintes semi-reações: Mg Mg2+ + 2e- E0= 2,37 V Cu2+ + 2e- Cu E0= - 0,34 V Podemos observar a seguinte reação global: Mg + Cu2+ Mg2+ + Cu Calculando o potencial padrão da reação, obtemos: E0= 2,37 – 0,34= 2,03 V A reação ocorre pois além do magnésio ser mais reativo do que o cobre, a reação global possui um elevado potencial de redução padrão, além de ser positivo. Isso indica que a energia de Gibbs será negativa, e portanto, a reação ocorre espontaneamente, como podemos demonstrar na equação: ΔG = -nE0F ΔG = -391,73 kJ Na solução de sulfato de zinco (ZnSO4 0,1mol/L), observou-se lenta reação, indicando, pouca porém existente, oxidação do magnésio, pois o magnésio é mais reativo que o zinco. Pode-se observar uma pequena corrosão do grão do metal. Observando ambas semi-reações: Mg Mg2+ + 2e- E0 = 2,37 V Zn2+ + 2e- Zn E0 = - 0,76 V É possível calcular a seguinte reação global: Mg + Zn2+ Mg2+ + Zn E0 = 1,61 V A reação ocorre mesmo que discretamente, por causa de seu potencial positivo e, consequentemente, sua energia de Gibbs negativa, como segue: ΔG = -310,68 kJ Na solução de nitrato de magnésio (Mg(NO3)2 0,1mol/L), não houve reação, ou não pode-se observar considerável alteração das características físicas do grão de metal, pois o potencial de redução é o mesmo entre ambos, como pode-se observar: Mg Mg2+ + 2e- E0 = 2,37 V Mg2+ + 2e- Mg E0 = - 2,37 V Sendo assim, a energia de Gibbs é nula, o que comprova que a reação não ocorre. Solução de água e ácido clorídrico (HCl), observa-se vigorosa reação com um moderado aquecimento, indicando ser uma reação exotérmica, além de forte borbulha e um pouco de fumaça, ou seja, houve liberação de hidrogênio e cloro como se pode observar na reação abaixo: Solução de água e ácido nítrico (HNO3), pode-se observar forte reação com elevado aquecimento, indicando ser uma reação exotérmica, havendo também desprendimento de gás hidrogênio. As reações descritas são de oxirredução, onde o magnésio é o oxidado em todas as situações (agente redutor). Assim a partir da observação das reações pode-se estabelecer uma ordem ou tendência a ser redução (potencial de redução) das substâncias conforme a velocidade a qual a reação ocorreu, estabelecendo a seguinte ordem: Mg < Zn < H < Cu Analisando-se as reações pode-se observar que estas estão diretamente ligadas a nobreza do metal. O cobre (elemento mais nobre) possui o potencial de redução superior aos outros três elementos. O zinco é o segundo mais nobre, superior ao magnésio porem inferior ao cobre, o ácido clorídrico e ao ácido nítrico. O magnésio é o menos nobre de todos, não reagindo apenas em meio a sua própria solução, o que segue as tendências da literatura. Quanto mais nobre o metal menor seu potencial de redução e menor a sua reatividade. Entre os ácidos utilizados a reação entre ácido clorídrico liberou hidrogênio assim como na reação com ácido nítrico, porem esse não tende a liberar seu próton (hidrogênio) em reações com metais, somente magnésio, manganês e cálcio reagem com ácido nítrico diluído a frio liberando hidrogênio. - Cobre Metálico Na solução de sulfato de cobre (CuSO4 0,1 mol/L) não houve reação, ou não pode-se observar considerável alteração das características físicas do grão de metal, pois o potencial de redução dos componentes é o mesmo. Na solução de sulfato de zinco (ZnSO4 0,1 mol/L) não há reação porque o potencial de oxidação do cobre é menor que o potencial de redução do zinco, dessa forma o cobre tende a ficar na forma de metal. Por fim, o que ocorre na solução de nitrato de magnésio (Mg(NO3)2 0,1 mol/L) é análogo ao ocorrido na solução de sulfato de zinco. - Zinco Metálico Na solução de sulfato de cobre (CuSO4 0,1 mol/L) o zinco perde elétrons (oxida) e o cobre ganha elétrons (reduz), a reação é espontânea e pode ser observada uma mudança na característica da mistura. Já na solução de sulfato de zinco (ZnSO4 0,1 mol/L) não ocorre reação porque o zinco em solução e o zinco metálico apresentam os mesmos potenciais de redução e oxidação. Por fim, na solução de nitrato de magnésio (Mg(NO3)2 0,1 mol/L) o ocorrido é análogo ao tubo de ensaio correspondente à solução de sulfato de cobre. Parte II Montou-se uma célula galvânica e mediu-se a diferença de potenciais entre os terminais AB, que foi de 1,07V. Nesse processo ocorreu a migração do íon cobre para o eletrodo de cobre para neutralizar o excesso de cargas negativas e da mesma forma no outro eletrodo o zinco migra para a solução neutralizando o excesso de cargas positivas, ou seja, os elétrons migram do eletrodo de zinco para o de cobre, ocorrendo as seguintes reações: Assim foi possível observar uma perca de peso da placa de zinco (corrosão) e um aumento do peso da placa de cobre (deposição). Comparando o valor teórico padrão com o valor medido pode-se calcular a porcentagem de erro relativo, segunda a formula a baixo, que foi de 2,72%. O erro foi baixo, justificado por possíveis falhas que podem ter ocorrido no preparo das soluções ou da ponte salina, ou ainda desgastes dos materiais. Parte III Para essa etapa associou-se elementos galvânicos em série, obtiveram-se os seguintes resultados: Terminais Tensão (V) Erro relativo (%) A-B 1,07 2,72 C-D 1,07 2,72 A-D 1,57 28,63 Os pontos A-B caracterizam-se por uma célula galvânica simples, as reações esperadas são as mesmas da etapa anterior, assim como a diferença de potencial entre os terminais, isso também vale para os terminais C-D. Já os terminais A-D caracterizam-se por uma associação em série de células galvânicas, e a diferença de potenciais é a soma dos potenciais das duas células. O erro calculado foi relativamente alto por conta de erros experimentais, o principal deles foi a entrada de solução na ponte de salina, já que esta não foi corretamente vedada. Para a associação em série em oposição, o valor do potencial é a mesmo do que o calculado acima, porém com inversão de sinal, ou seja, -1,57 V. Isto se deve apenas ao fato da inversão de polos. CONCLUSÃO Os objetivos da prática, estudar as reações redox através da comparação de alguns metais e medir a diferença de potencial de células galvânicas, foram atingidos. Ao reagir os metais com as soluções salinas pode-se observar que o comportamento obtido foi o esperado e nas soluções ácidas observou-se o impacto de reações laterais. Na parte referente às pilhas galvânicas, foi possível verificar como se estabelece a corrente elétrica entre os eletrodos, além de se verificar na prática os valores fornecidos pela teoriapara as diferenças de potenciais entre células galvânicas e em associações de elementos. REFERÊNCIAS ATKINS, P. W.; DE PAULA, J. Físico-Química. Vol. 1. 8ª Edição. Rio de Janeiro, RJ, Editora LTC, 2008, p. 3-8. BALL, D. W.; Physical Chemistry. 1ª Edição. Editora Cengage Learning, 2002, p. 6-7. CASTELLAN, G. Fundamentos de Físico-Química. 1ª Edição. Rio de Janeiro, RJ, Editora LTC, 1986, p. 4-18. EBBING, D.; GAMMON, S. D. General Chemistry. 8ª Edição. Houghton Mifflin Company, 2008, p. 192. BRESCIA, F. Fundamentals of Chemistry: Laboratory Studies. 3ª Edição. Academic Press Inc., 1975, p. 75-77. 6
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